quarta-feira, 27 de novembro de 2019

Percepções

Teresa, a matriarca da família Irish com quem moro atualmente é produtora da RTE (principal TV da Irlanda), tem 43 anos, é controladora, brava, mas muito justa. É mãezona de duas adolescentes chatas e tem uma paciência que me deixa intrigada. O pai das meninas mora nos EUA então a parada toda é com ela: levar ao médico, comprar roupas, comida, levar ao dentista, levar pra escola, buscar na casa de amigos, preparar a festa de aniversário, ouvir as irritações e choramingos de duas meninas com diferentes questões.

Todo santo dia Teresa acorda às 06h30, prepara o café, prepara o lanche das filhas e senta pra ler as notícias do jornal no celular enquanto ouve também as notícias do rádio. (Olar).

E eu só de olho.

Combinamos que às quartas eu fico cuidando das meninas e ela fica livre pra ir encontrar Mike, seu namorado. E todas as vezes antes de encontrá-lo Teresa fica ansiosa e animada, e ai se arruma, passa perfume e ajeita o cabelo, às vezes troca o sapato ou a camisa. Eu consigo sentir a ansiedade e alegria de quem está há poucos passos de encontrar a pessoa de quem se gosta, de poder beijar e abraçar, e tomar vinho e conversar sem medo e em paz sabendo que as filhas estão bem. Ela sempre fica assim e eu sempre sinto essa invejinha besta de quem não tem namorado, mas mais do que isso, a falta de sentir a sensação prazerosa que é a de se arrumar pra encontrar o namorado. Escolher a roupa, passar perfume, ajeitar o cabelo e chegar lacrando, ou chegar só confortável também. Isso é totalmente diferente da sensação de se arrumar pra uma festa ou pra um date, por exemplo, quando a gente tá indo encontrar a pessoa que a gente tá envolvida a parada é diferente, é muito melhor.

É muito bom poder conviver com uma família saudável emocionalmente falando. Nessa casa ninguém tem depressão então eu vejo como é repetitiva, necessária e árdua o papel da mãe, e das filhas, de fora consigo observar a configuração familiar. Todo dia eu limpo a cozinha, todo dia tem que cozinhar, lavar roupa, cuidar do cachorro, organizar o quarto, é uma parada muito cansativa, mas também tão boa e organizada, passa muita coisa pela minha cabeça. O papel da mulher saca? Jornada tripla, quádrupla, foda pra caramba.

Teresa faz terapia, as meninas também. Eu acho o máximo, pq às vezes rola alguma coisa que eu percebi (e claro, fiquei quieta), dai ela me diz que o terapeuta sinalizou a mesma coisa. (aiaiai 08 de terapia, alguma coisa eu ia aprender).

Como au pair tenho meus momentos de frustração, mas nada paga o prazer de viver e dormir na santa paz do meu quarto. Sei que não quero mais trabalhar com adolescente pq meu negócio é criança mermo. A gente tenta, erra e segue o baile, né?

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I'd like just to remind me what the guy last week told me: "You are so positive" and I don't think so, but could heard this from other one is so good for me! Maybe I've changed my mind? Is it Dublin fault?

I don't know. I'm so tired and I can't keep this ritme any more. For this reason sometimes I wonder if I came back for my last mood or if is a new one. Anyway, was really good. The perspective from strange  sometimes its a surprise.












domingo, 17 de novembro de 2019

Questões dominicais

Domingo e todos os seus porquês, amanheceu um lindo domingo de inverno, em Dublin agora temos 03 graus, o céu coberto por um azul cintilante e eu na casa de uma amiga que surgiu do nada na minha vida. São 09 meses aqui, a vida chama, o corpo pede descanso e a saudade lateja e bate cada vez mais forte igual uma zabumba.

Qq eu tô fazendo aqui se eu deveria estar em São Paulo com a minha irmã dançando forró e vendo o meu gato tocar?

A falta que tudo isso me faz nem eu sei dizer, vou aprendendo a cada dia e é uma mistura de tanta coisa. Saudade, vontade, querer, carência, frio, solidão, vibes, trabalhos.

Preciso mudar de casa, arranjar um novo rumo na Dublinia que se torna cada vez mais fria e mais acolhedora (?).

Preciso estudar muuuuuito, o curso de business não dá trégua. E os caminhos se abrindo.

Aqui a gente não tem um minuto de descanso, sempre pensando no visto, no dinheiro, nas viagens, no Brasil, a situação toda envolvendo o continente, a América Latina de cabeça pra baixo.

O futuro totalmente incerto sem controle nenhum dá medo, mas também é tão envolvente e curioso.

Nisso pipoca um storie das meninas lá no Rio Verde, o baile pegando fogo e eu discutindo política com um argentino que brotou do meu lado.

A Charanga do França tocando no Rio, começaram na Cinelândia, passaram pelo Realengo e depois foram pra região dos portos no centrao velho do Rio de Janeiro. O quanto eu queria estar lá???

Mas também o quanto eu quis estar aqui??

Na sexta fui tomar uma cerveja com um amigo Irish que me fez muitas perguntas e cheguei a conclusão de que eu nunca mais serei a mesma depois disso tudo aqui.

A gente vem pra estudar inglês e acaba estudando a si mesmo num autoconhecimento voraaaaaaaz.
Bom mas o inglês está ficando cada vez mais perfeito e isso é lindo demais.

Eu preciso ir trabalhar e ao mesmo tempo eu preciso viver e curtir a vida. Que loucura e que escravidão é o sistema capitalista.

Quanto mais eu penso, mais confusa eu fico.

Já ouvi " O pilão bateu" 30x, já dancei forró sozinha, o YouTube me sugere Babalaô, e eu não posso mais.

Eu preciso focar aqui, vai ter Natal, Ano Novo etc etc, mas meu mood, meu espírito, tá tudo no Brasil, meu coração entre São Paulo, Rio, e se eu pudesse, estaria deitadinha do lado do meu dj favorito após mais uma festona.

É foda!!

quinta-feira, 7 de novembro de 2019

Tática de guerrilha

Sábado típico inglês: frio, chuva e vinho

Pra combater o inverno eu cozinho, descobri isso hoje. Fiz arroz, feijão e mais tarde vou fritar um ovo com gema mole, só pq a vida é bela e eu sou brasileira.
Pra combater a saudade eu mando áudios gigantescos, mando foto, escrevo uns posts idiotas e compartilho memes mais idiotas ainda, saber que faço as pessoas darem risada me conecta com a minha melhor versão, irônica, ácida e verdadeira.

O frio nem é a pior parte, o que fode é a chuva. Hoje começou 08am, agora são 18h30 e ela não cessou um único minuto. É insuportável e dá um desgosto enorme em estar aqui, mas ao mesmo tempo vejo as crianças na saída da escola e pra eles tá tudo bem, assim como a galera na academia, vida normal. Esse tem sido o maior exercício: tornar a vida normal ainda que em um clima odioso e uma escuridão que começa as 17h30 e acaba as 08h.

Tenho lido artigos de business e marketing, escutado podcasts, a facilidade pra falar inglês é quase natural, arrisco uns filmes sem legenda e entendo 90% do programa matutino da BBC. Isso é foda pra caralho.

Pra combater o vazio eu volto pra Inglaterra gastando em Pounds e guardando moedinhas com a cara da rainha só pra rememorar, escutando meu sotaque favorito, vivendo o sonho de estar novamente num dos lugares que me mais me fazem feliz no mundo! Agora também posso dizer que sei me virar em Liverpool e voltarei novamente e novamente e novamente pq a Inglaterra é a maior zebra dessa vida e a paixão que tenho por aquele país nem eu mesma sei explicar. Minhas amigas inglesas me receberam tão bem, foram dias intensamente felizes, como sempre é.

Pra combater a ansiedade eu vou fingindo que não sei quantos dias faltam para o Carnaval (107), vou igorando os planos todos que já tenho pra esse momento histórico, falando com a minha irmã, com as minhas amigas, haja coração e haja fôlego pra não me deixar levar e tacar um foda-se bem grande nesses três longos meses que ainda faltam passar.

Tento combater os momentos de deprê com chocolates, sorvete, vinho, Paulaner, pão de queijo e coxinha. Nem sempre adianta, mas dá um calorzinho no coração.

Começo a entender porque o inverno mexe tanto com as pessoas. A parada é foda mesmo e acho que os primeiros dias são os piores. O cerébro demora pra entender que está escuro e ai bate um sono, uma sensação esquisita. Esses dias eu fui dormir 22h30 pq não sou obrigada a nada, mas sempre fui dormir mais tarde e ai no meio da noite tive um pesadelo horrível. Mas isso também vai passar e sei que logo mais estarei adaptada.

Ainda se fosse só isso, não é mesmo?

Preciso analisar tanta coisa, pesquisar outras e criar um novo plano. Lá vamos nós novamente.

Por mais que esfrie e chova, eu tenho aqui minhas táticas de guerrilha!












segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Apertou, fodeu

Acordei com uma saudade profunda do Brasil, uma saudade voraz, uma saudade que se eu pudesse me faria ir à pé para São Paulo direto pro Butantã ver meus amigos e minha família. Depois eu iria pra uma roda de samba usando vestido e rasteirinha, depois iria pro forró dançar muito e cantar todas as letras que sei e ia beber sentada na calçada vendo o povo e seus costumes na babilônia.

A ressaca esmaga a minha cabeça, mas a vida sempre chama, então mesmo com toda a minha saudade e o meu plano de como aplacá-la, tive que levantar e ir dar conta de tudo o que eu precisava fazer. Quem diria que segunda-feira se tornaria um dia tão favorito? segunda de manhã na paz da casa vazia e sem voz, sem relógio, sem nada, só eu no silencio fazendo tudo com calma. É claro que minha consciência nerd me cutuca pq perdi aula, mas descansar é muito necessário.

Esse looping sem um dia de descanso me mata, é a ansiedade capitalista dos que precisam trabalhar e juntar grana pra dar conta de tudo. Nunca é vivendo o agora, é sempre projetando o futuro e calculando na ponta do lápis quanto falta, e falta pra caralho.

Ai depois de 6h30 de um trabalho cansativo, depois de lavar sei lá quantos pratos e servir pizzas e baguetes, depois de limpar cada pedaço daquela cozinha que nem é grande, a cara engordurada e a roupa cheirando à comida, eu penso que mereço tomar quantos Gins eu quiser, mas a consciência pesa porque o dinheiro vai sair do meu próprio cofrinho. Ou é isso ou é mais um final de semana sem nenhum lazer e a solidão na garganta.

Dureza.

Que bosta, penso.

A fantasia sempre vem carregada por um romantismo mentiroso. Faço força pra me lembrar de quão odioso é depender do Shopping Continental/8509 e ter que fazer follow up pra me sustentar.
Sem romance, viver em SP é também um grande teste de sobrevivência.

Ainda se eu tivesse a maturidade que tenho hoje e a consciência de agora lá em 2009, quanta coisa poderia ser diferente? Mas é pra frente que se anda e eu preciso me arriscar ainda mais e sair ainda mais da minha zona de conforto (???)

Sempre pesando tudo, avaliando, ponderando, é tanto gerúndio que me canso até de escrever.

Ai no meio desse bolo todo, com tudo isso na minha cabeça, vem o macho do alto de seu ego enorme me dizer que eu sou muito bonita pra dançar sozinha.

Vai tomar no cu, meu anjo. Sai pra lá.

Sinto falta de um parceiro, mas é tanto homi idiota que eu sei lá.

Volto pros meus amigos, os de Dublin e os do Brasil, minhas amigas tão maravilhosas que me dão uma força gigantesca, sigo cozinhando minhas receitas mirabolantes e inventando planos pra aplacar a solidão.

Quais marcas a nova nathália traz da Irlanda? como é que as pessoas vão me perceber agora? Qual é o meu lugar no mundo? Onde é minha casa?


Ninguém é capaz de imaginar o que se passa quando a gente decide imigrar.

Eu me banco demais, e eu não posso me esquecer da trajetória que foi até chegar aqui.
escrevendo pra poder me ler até entrar isso nesse cabeção.


Que loucura

















sábado, 12 de outubro de 2019

Em Ashton

Faz um sábado lindo de outono, céu azul claro pintado de aquarela, solzinho, zero nuvem ou previsão de chuva ( por enquanto) eu tenho 40 minutos até começar o trabalho, mas como moro muito longe ou chego muito cedo ou super atrasada. Nesse meio tempo não tenho nada pra fazer e como o capitalismo e meu chefe Irish não ajudam em nada, eu que não vou começar mais cedo, por isso sentei de frente ao lago para pegar sol e escrever esse texto enquanto ignoro que meus dedos vão ficando duros do frio.
Está amanhecendo 7h30 e anoitecendo 18h30, as noitea tem ficado mais escuras e o clima invernal chegando com tudo, eles amam, ensaiam o Natal, nunca vi povo pra amar tanto uma data.
Vai vir o Halloween, vai vir o frio, as festas e finalmente o Carnaval. Eu tô me cuidando pra não sucumbir e deixar o frio me vencer e é engraçado todo o mito em torno dessa estação, que na verdade é só mais uma estação, mas é tanto estigmatizada que nem sei. Tem um charme também que envolve o inverno, tomar cafés e vinhos e etc, mas pra quem tem que trabalhar e acordar 6h30 o romantismo vai pro ralo no primeiro banho de banheira. Aproveito todo o sol que ainda tenho, vou aproveitar cada segundo dele como se fosse mesmo um presente.
Meu cabelo está tão lindo que é até um insulto fazer um coque e usar um chapeuzinho safado o dia todo. Depois saio com cheiro de comida, as mãos enrugadas de tanta água e pó de luva. Ai me resta comer algo enquanto aproveito as últimas horas do sábado e me recolho até chegar o domingo e começar tudo de novo. Tem sido assim já há algum tempo. Como disse o Tuca, uma hora a vida vira....
Aceitei essa parte da história e tô tentando tirar o máximo de aprendizado, além de estar com uma preguiça enorme de todo o putz putz envolvendo gringos, Brasilis e a mesma playlist de sempre.
Vou curtir o Bernard Shaw, fazer planos de viagens, memorizar phrasal verbs e assistir filme sem legenda.
É introspecção, ainda que eu ignore e teime que não.

#130

quarta-feira, 11 de setembro de 2019

É namoro

Dublin é aquele namorado capriciorniano frio e calculista que nunca faz uma demonstração de carinho em público, mas quando pega na sua mão, você para e pensa: "Eita!"
Depois de quase noivar com a Inglaterra e o tempo do meu rolo com o Rio, eu cheguei em Dublin com a faca entre os dentes e o coração embrulhado em aço: aqui não, violão!

Sabe quando você tá ficando com alguém e acha que aquilo ali não tem nada a ver, que jajá esse lance acaba, você põe mais reparo nos defeitos do que nas qualidades e age sempre no modo defensivo? Então, foi desse jeitinho.

Dai a Dublinia foi chegando assim, mostrando que tem cadência, que é feita da resistência, que vai usar Gaélico quer queira quer não, e apesar de nem tão imponente ou malandra, ela é bem delicinha e singular, fria só nas ruas, que de pub ela entende bem. Dublin me apresentou minha versão mais cervejeira, me deu um beijo recheado pelo sotaque Irish, me mostrou o tamanho da minha coragem,
e eu fui me entregando ainda que em negação.

Nesse relacionamento fui eu quem enrolei pra assumir, demorei pra querer postar e esbanjar esse amor pro mundo inteiro ver, mas agora tá consumado, tô entregue, tô na tua e tu sabe que não sou de meias palavras ou meios sentimentos. Eu me jogo pro fundo, eu vou sem medo, cada dia uma sensação diferente, ganhando a cidade, conhecendo novos espaços, compondo a minha versão em Dublin. The Liberties, Stillorgan, Firhouse. De cabo a rabo, lendo notícias e pesquisando seus antepassados.

Eu não sei se a gente vai casar, se é aqui que terei os meus filhos ou farei a minha segunda graduação, a única certeza é que cheguei sem saber nada de você e agora eu quero te conhecer ainda mais!
Início de namoro, mais do que o fogo ardente por uma noite de sexo, é a fase principal pra você sentir se aquilo tem futuro. A gente tá se curtindo muito, né não, Dublinia? 

Outuno em Knocklyon

O melhor sono da minha vida teve um up date: Knocklyon, Dublin. No quarto mais bonito e aconchegante que já tive (mais do que o da Vila Sônia), aqui tenho tido minha melhores noites.
Após seis meses de muitas agruras que somam-se por roncos, insônias, áudios de barulho de chuva, incontáveis interrupções e vontade de chorar, eis-me aqui, digitando esse texto do alto da minha cama single, ao lado de meus dois criados-mudo, meu abajur meia luz, meus livros, minha vela aromatizada e todo o resto do espaço que compõe-se meu! Meu quarto, caralho! 

Aqui ninguém entra, aqui é meu aconchego, meu reduto, o espaço onde traço meus caminhos, invento meus planos, planejo meu Carnaval, estudo adentro meu novo idioma, é aqui eu tenho a paz e onde recarrego minhas energias, onde escuto e calo os meus medos, onde tenho sonhos mirabolantes e verdadeiros, é aqui onde acordo e sigo na batalha como imigrante nesse país tão frio. A Irlanda é fria, mas o meu quarto é quente. 

Pra chegar até aqui eu tive que abrir mão do meu comodismo de morar no Centro.
Agora enfrento trânsito, adolescente chata, tenho responsabilidades que na verdade nem são minhas, preciso me acostumar com uma nova vizinhança. Mas quando é o fim do dia e eu entro aqui, sinto que tomei a decisão certa, ainda que seja só por uma temporada. Eu tenho descansado tanto, deito às 22h30 e acordo só no outro dia, delícia dos Deuses. 

O quarto fica no sótão da casa, bem daqueles que vemos nos filmes. Tem três janelinhas e em uma delas posso ver a claridade do dia quando amanhece, e é dela que escuto os pingos da chuva que embalam o meu sono. 

O Outono já é a estação mais bonita pra mim. A luz é clara e o sol não esquenta tanto. Venta demaaaais na Ilha Esmeralda e jajá as folhas começam a cair. Dai o povo começa a falar que lá vem o inverno e lalala como se fosse o apocalipse, e quando ele chegar eu estarei quentinha e aconchegada no meu quarto. 

É tanto aprendizado, tanta descoberta, me vejo ainda mais corajosa, cheguei aqui sozinha, ultrapassei a barreira dos seis meses, conheci gente, me esforcei MUITO pra aprender a falar o inglês nativo, e quanto mais o tempo avança, mais eu me conheço e sinto um orgulho imenso de tudo isso. Quem escreve agora é a nova Nathália, a versão nascida em Dublin. É maravilhoso escutar dos Irlandeses que o meu inglês é bom. Olhar pra trás e relembrar tudo o que eu passei pra chegar até aqui, foi foda, é foda e vai ser foda pra sempre.

Aaaahhhh o delicioso gosto de lacrar a realização de um sonho.






sexta-feira, 16 de agosto de 2019

Quase vento de outono

Esse ventinho gelado, conheço bem. Custo a acreditar que já é o fim do verão, ainda nesse mês. Quando na Inglaterra, agosto ainda era tempo quente e churrasco no quintal. Somente em outubro é que as coisas foram ficando mais frias. Acho que em 2016 foi um verão bem bom, e o desse ano quase não queimou. A Irlanda é muito mais fria, chove mais e é mais cinza também, agora eu já tenho total certeza disso.

As noites por aqui estão mais curtas e os dias já não amanhecem às 4h30. A cama quente teima em não me deixar levantar. São 4 semanas trabalhando sem nenhum day off, tal e qual tantos intercambistas e brasileiros.

Espero que essa marquinha saia do meu pulso, porque por mais que eu esteja curtindo muito a experiência de trabalhar como Deli Assistant, nenhum sanduíche e nenhuma pizza valem a cicatriz.

Estou rompendo a marca dos 6 meses. Em P'boro foi exatamente meio ano fora.
Com Dublin a história já é diferente, minha Dublinia que tanto me irrita, mas tanto amo. Essa semana senti tanta saudade do Brasil que quase me esqueci da zorra total que se encontra meu país.

Escutei samba de roda, rascunhei o plano do próximo Carnaval, falei com vários amigos, depois passei pra Marisa Monte e desaguei em Capoeira de Angola. Nem sempre faz sentido ouvir essas músicas andando no coração dessa cidade. O contexto é tão outro... Mas coração manda e eu faço.

O lado bom de trabalhar sem parar é não ter muito tempo pra pensar. Por vezes o pensamento me põe pra baixo. A solidão também enche o meu saco e nessas quase caio numa furada.

O plano é seguir firme e forte, ainda tem coisa pra caralho pra fazer aqui, e entre listas, sonhos e nostalgias vou me preparando pro outono fingindo desconhecer o inverno.

sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Mais uma página sobre saudade

Eu me pergunto onde estão os comunicadores, os humanoides, os cirandeiros e Lula Livre dessa Dublinia. Onde se escondem esses que poderiam ser meus amigos e são capazes de terem uma conversa útil, inteligente, que consigam falar sobre a vida e a experiência aqui fora de uma maneira não tão superficial.
Os que escutam Caetano, Gil, Baby, Marisa Monte e Luiz Gonzaga. A parte mais difícil do intercâmbio é a falta que me faz trocar ideia com gente inteligente e interessante, com gente que possa me acrescentar algo que seja mais do que a nova letra de funk ou a nova substância da moda, que vá além dos países que visitou e consiga falar sobre a vida, sobre a bosta que esse governo tá fazendo com o brasil, que tenha experiência pra trocar. Que falta me faz minhas amigas que não estão só preocupadas com a pegada do cara ou se le respondeu ou não. Às vezes tudo o que a gente precisa é sentar pra tomar uma cerveja e conversar, mas pra conversar a pessoa tem que ser o mínimo inteligente, antenada e ter algum conteúdo. 

Fui muito mal acostumada por estar rodeada de jornalistas no Brasil. Sempre cheios de tiradas inteligentes, de notícias, de assuntos e vivências. 

Aqui em Dublin ainda não me conectei com esses, mas a busca nunca acaba. 

Quando você percebe isso, quando essa janela se abre, a parada fica muito mais complicada. Idai que o cara é bonito? 
Só bonito não interessa, tem que acrescentar e ser interessante, mesmo os Irishs, os Italians, todos.

Daí me lembro de Yuri, meu amigo inteligente e rico de alma que sinto uma falta tão grande. 


Lá se vai mais uma página sobre saudade.

terça-feira, 30 de julho de 2019

Sol em Leão

O primeiro me disse uma das coisas mais bonitas que já ouvi na vida, ainda na adolescência, quando estamos descobrindo e provando os tipos de relações, ele me disse que o domingo demorava muito pra passar e ele não parava de pensar em mim. Foi um namoro de verão, intenso como todo amor-Leão é, desse amor surgiu Belinha, que guardo até hoje. Foi então que descobri a potência da dupla peixe-leão. 

O segundo, o mais arrebatador amor da vida inteira, que literalmente te tira o ar, que te nutre tanto que é impossível trabalhar, sabe aquele amor suspiro? Foi esse. O leão guerra, quase a terceira guerra mundial, intensidade em 200%, na carne da exaustão, o segundo Leão me deu um filho. Morri e ressuscitei muitas vezes e levo esse comigo pra vida. De ex amor a melhor amigo na fidelidade de um felino. 

O terceiro leão tinha olhos incrivelmente azuis, a juba loira e o corpo esbelto, um belo de um leão. Desse guardo belas memórias eleitorais e momentos marcantes de quando um cara quer te conquistar. E conquista. Chico Buarque de cabo a rabo e uma inteligencia muito bonita. O fogo e a gasolina, essa era a levada. Dessa história levo a certeza da clareza do que quero pra mim.

O cantor e compositor que governa o meu coração é o mais leonino de todos. Eu não me canso e não enjoo de suas letras. 

Sol em Leão né brincadeira.
É porradaria e deleite.

segunda-feira, 29 de julho de 2019

Sozinha em London - parte 2

Sozinha no trem rumo ao aeroporto

Eu estava andando por Nothing Hill procurando a feirinha dominical que rola por lá na intenção de me despedir da cidade com um almoço gostoso e uma cervejinha final.

E como sempre vem London me surpreendendo e me colocando à prova: eu tinha que imprimir o bilhete da passagem diretamente do site da companhia aérea. Começa a tensão. Domingo, 16h, bairro residencial, tudo que eu precisava era uma lan house aberta. Hahahaha, really?

Andei, andei, andei, parei em alguns lugares e tive que sair da minha rota pra poder imprimir a caceta da passagem.

Eis que um atendente me indicou correr num shopping pq somente lá teria a lan house. Quando finalmente cheguei no local, era como se fosse um boulevard com várias lojinhas e estava quase tudo fechado, a lan house era de um muçulmano que me olhou muito lascivamente fazendo com que eu engolisse meu ódio e ligasse logo o caralho do computador.

Login feito, passagem impressa, fui pagar com o cartão e ele não aceitava. Eu tinha euros, claro, ele só aceitava pounds. Ai meu deus, que frio na barriga. Minha cara de pau nunca me abadona e eu pedi infinitas desculpas etc etc quase disse que amava Alá e finalmente o cara aceitou e eu me mandei.

Quando eu poderia imaginar uma cena dessas? A musiquinha indiana de fundo aumentava ainda mais a minha tensão.

No fim eu apreciei o resto da tarde voltando pro hostel na quente Central Line. O argentino e a americana, meus amigos de quarto estavam lá e nos tomamos algumas cervejas conversando em espanglish e eu organizando tudo mentalmente pra pegar o último trem, e finamente o avião de volta pra minha Dublinia.

quarta-feira, 24 de julho de 2019

Sozinha em London


Estou sentada tomando um café e sentindo a brisa de mais uma manhã ensolarada em Dublin enquanto escrevo esse texto e sinto os últimos espasmos de London vibrando em mim. Foi tudo muito intenso, como sempre.

Passei o último final de semana na cidade que mais amo esse mundo. Assim como no Rio, a conexão que tenho com essa cidade é sem explicação. Estar lá sozinha foi um presente que há muito havia ensaiado.

Londres te suga, te põe no meio da zona, na potência e na força, ali não é brincadeira e até para um simples passeio há que estar muito atento. Só que eu sou natural de São Paulo, ta ligado? Só vamos, Londres.

Andar sozinha, conhecer um bairro novo, revisitar os lugares, curtir o show do Baiana System e voltar debaixo de chuva na madrugada pegando um ônibus X e fazendo amizade com sei lá quem. Era só o começo.

O metrô, sempre um espetáculo a parte, esse foi fácil e agora manjo mais ainda das baldeaçõoes e conexões. Impossível não imaginar que SP tinha tudo pra ser tão poderosa e viável quanto.

Em muitos momentos a minha ansiedade quase atrapalhou, parecia e muito com a sensação de quando o Tarado Ni Você vai sair. Só quem espera 365 dias por esse momento vai entender. E eu respirava fundo e tirava foto, e olhava ao redor mais uma vez imaginando como deve ser morar ali. E sem a magia do encantamento, com foco na realidade, eu pude ver tantas faces tristes, cansadas e sozinhas, porque a verdade da cidade grande nem sempre é glamourosa.

London, London. De infinitos cafés, atraentes Pubs, do poder à pobreza, do trânsito travado e de tantos clichês, acho que agora posso descansar de você. Você que sempre terá um lugar especial aqui nesse blog e em mim.

Quando entrei em Dublin novamente senti um gosto curioso de casa. Eu já amo Dublin e agora posseo me entregar.

See you soon, my dear!



quinta-feira, 11 de julho de 2019

Últimas

Totalmente adaptada: são 05 meses de Dublínia e a vida flui normalmente, 05 meses de uma vida inteira pela frente, só agora (novamente) o inglês tem ficado mais natural e fluente. Ontem conversando com a mãe de umas crianças, ela me elogiou e disse que estou falando muito bem! Receber esses elogios dão uma fé na vida que nem sei.

Tenho exercitado tanto a minha paciência que posso por assim dizer que já estou mais paciente com a vida. São 06 mulheres usando o mesmo banheiro e eu não tive nenhum surto mesmo com o tapete ensopado, mesmo com o cheiro de ovo cozido que infelizmente sou obrigada a sentir todos os dias, mesmo com os malditos roncos, que eu odeio pra caralho, agora eu aprendi a dormir com barulho de chuva nos meus ouvidos e é assim que tenho seguido.

A parte mais difícil desse começo de nova vida é encontrar pelo caminho pessoas que tem a ver comigo, a mesma conversa, os mesmos interesses e profundidade pra então poder nascer uma amizade. Fazer amigos em outro país é difícil pra caralho.

A parte mais maravilhosa é poder trabalhar, estudar, fazer exercício, chegar em casa e fazer uma comida e tudo isso caber num horário que não me esgota, que não me rouba e que ainda me permite deitar pra assistir alguma série. Sem falar no poder de compra que também é infinitamente mais fácil por aqui, além da facilidade para viajar para outro país.

Em um dos muitos trabalhos que tenho feito por aí, visitar Mary quinzenalmente é sempre muito gostoso. A casa dela fica longe da minha então tenho que pegar o trem e o sábado já começa diferente. Chegando lá são duas horas de uma faxina tranquila na casa da vovó Irish que exibe muitas fotos dos netos em sua geladeira. Enquanto vou limpando tudo vou imaginando como era a vida de Mary antigamente, ela que é tão ativa e saudável mesmo com a idade avançada, como será que era a vida em Dublin nos anos 60? Da última vez eu limpei o banheiro e foi como se tivesse sido transportada para a década de 70. Mobiliário antiiiigo, cortininhas floridas, mini sabonetes já gastos e empoeirados, minha vontade era pausar a faxina e chamar Mary pra conversar. Antes de eu ir embora ela sempre me oferece um café e são nesses preciosos 10 minutos finais que tento estreitar meus laços com a vovó. Comi um pedaço de pão natural, feito por ela, com uma camada de manteiga e geléia (que é assim que os Irlandeses raíz comem), tomei meu café e parti.

Ainda preciso escrever sobre os Downey, o trio de crianças que tenho cuidado, enquanto eles curtem as férias na Itália, eu descanso e reúno todas as energias possíveis para poder dar duro quando eles voltarem, a parada vai ser full time, férias de verão na Europa parte dois: que saudade eu estava!








quarta-feira, 12 de junho de 2019

Qualidade de vida

Com apenas uma frase Andreza foi certeira:
"Você precisa investir na sua qualidade de vida pra não sucumbir" e essa frase entrou fundo no meu pensamento. Muito dos Brasileiros que conheci até agora por aqui aceitam tudo sem questionar, moram numas casas zuadas com gente saindo pela janela, trabalham de domingo a domingo e economizam, economizam, economizam e economizam cada centavo porque afinal estão ganhando em euro. Só que pra mim isso nunca fez sentido. O mínimo de conforto se faz necessário quando o cotidiano em si já é duro pra caramba.

Em uma semana fiz muito com pouco, cortei o cabelo, comprei um pacote de café Pilão e um coador original Brasilis, me alimentei com algumas comidinhas gostosas, vou investir num tênis bom e uma jaqueta poderosa, e isso vai me ajudar a não surtar. Pode parecer bobagem, mas a vida ficou mais fácil. Parei com essa bobagem de economizar centavos.

Não tem como tornar a gramática mais fácil e nem a escola mais foda, então tô usando toda a energia pra estudar e estudar mais ainda, é um eterno aprendizado, dia após dia. A sensação de entender cada vez mais e poder escrever em inglês é muito maravilhosa.

O verão esse ano será fraco e haja mais força emocional pra segurar todos os dias chuvosos que virão pela frente pra depois entrarmos no famigerado inverno. Praticamente um ano inteiro sem sol.

Sou grata por tudo que consegui construir até aqui. Vai ter mais, muito mais. Eu não arredo o pé antes de concluir o meu plano.


quarta-feira, 5 de junho de 2019

tem dia

e tem semana que é foda!
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segunda-feira, 6 de maio de 2019

E o inglês?

Fazer intercâmbio é viver em constante pressão e isso me causa mais ansiedade.
Você chega na Irlanda e fica na pressão pra tirar o GNIB (visto de estudante), sem poder gastar nenhum centavo porque precisa comprovar a grana no dia em que vai na imigração, depois é a pressão pra tirar o PPS (documento que permite que você trabalhe), depois é pressão pra arrumar um trabalho que te pague o mínimo pra você bancar o seu aluguel, e haja dedo pra enviar CV e haja perna pra ir entregá-lo pessoalmente e haja coragem pra entrar e pedir pra falar com o gerente.

Nisso, você convive com pessoas que tem dois empregos e entra na pressão de também arrumar dois trabalhos porque assim a grana vai ser melhor e vai dar pra viver com mais conforto e quem sabe finalmente começar a viajar. Aliás, viajar é uma outra pressão: "Estou aqui há 3 meses e ainda não fui pra nenhum outro lugar".

E enquanto tudo isso rola eis a pressão mor: E o inglês????

Tá falando inglês?
Tá escrevendo em inglês?
Já domina o idioma?
Meu deus 3 meses aqui e ainda confundo he com she.

E dá-lhe mais pressão: Um sorvete 5 Euros?? (5x5 = 30 reais?) nem pensar.
E volta pra sua garrafinha com água da torneira.

Os dias passam, algumas coisas andam, outras patinam, entra gente e sai gente da sua classe, é povo que volta pro Brasil, é povo que acabou de desembarcar.

"Gente, conheci um gato, será que vai rolar?" Não vou nem me aprofundar nesse assunto porque rende um texto só sobre isso: Será que ele gosta de mim? e se o cara for Irish, será que vamos casar? E se não rolar nada como é que eu  volto pro Brasil agora se eu gosto dele etccccccc.

Hoje é feriado, e eu tenho tempo de poder cozinhar um almoço gostosinho enquanto escuto alguma música do Caetano. Mas a minha cabeça não me dá um minuto de trégua e eu tô morrendo de medo de não conseguir fazer tudo isso ai que eu preciso: trabalhar, falar inglês, viajar, emagrecer, conquistar o boy, conhecer a Irlanda, ir pra escola e dormir bem.

Tá fácil a vida!
Por isso, quando eu aparecer no seu feed com um pint na mão e um lindo sorriso no rosto, e você quase ter um ataque de inveja, não se engane: você não sabe da missa a metade!



domingo, 5 de maio de 2019

Queria um tanque

Eu consegui encher a minha calça preta de pelinhos, infinitos, todos, e estou puta da vida! Pqp, tudo isso pq aqui a gente tem um dia só pra lavar TODAS as roupas incluindo lençol, toalha, lingerie e etc. Cheguei às 03am pós Bad Bobs feliz da vida e fui enfiando todas as roupas na máquina achando que estava abafando. A calça preta estava suja há duas semanas e ai decidi que seria muito bom lavá-la junto com a toalha de rosto!!!

PALMAS.

Nota: Em Dublin a energia é muito cara então a gente lava roupa após às 23h que é pra economizar. Super normal lavar a roupa na madrugada.

Peguei a calça  agora cedo e deixei ali em cima do sofá de onde consigo vê-la enquanto digito esse texto. Que infortúnio. Sou obrigada a ir na Pennys comprar uma calça nova quando receber uma grana e sei que lá não vai ter uma calça que fique bem no corpo etc. Saudades Renner.

Corre o domingo gordo de feriado, quase 3h da tarde e estoy muerta del hambre. Não posso falar espanhol porque o mexicano safado só fala inglês comigo. FDP.

Queria bater perna e tomar um pint no Bernard Schaw mas o preço da cerveja lá é bizarro.

Não que eu possa dizer que está um maravilhoso dia lá fora, mas pelo menos não está chovendo. Ontem deu sol, mas era o sol mais mentiroso que já vi nessa Dublin, o vento gelado não me deixava esquecer.

Agora temos dia até às 9h45 quase 10h e que pena pra você que curte horário de verão, votou naquele burro e agora vai se foder no Brasa. Todo sofrimento pra Bolsonarista é pouco, manda mais!!!!


A vida na Europa é boa pra caralho e difícil pra caralho também.
Sei lá com que roupa vou sair, agora que a calça preta já era.


seguimos.
.

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segunda-feira, 29 de abril de 2019

Sempre soube

Que eu voltaria pra cá, que eu conseguiria trabalhar com o que eu gosto, que eu iria me adaptar tão bem que mesmo que surgissem dificuldades pela frente eu saberia vencê-las.

Nada, nada, NADA tirou meu foco pra dar continuidade no meu sonho. Quando Andreza me indagou sobre o que faria minha vida voltar a ter sentido eu fiquei quase uma semana pensando e pensando e pensando quando estava muito claro o que eu tinha que fazer.

São 03 crianças todinhas minhas para eu brincar, ensinar, fazer lição e preparar o jantar. A responsa é grande, mas nada mais prazeroso do que voltar com o Babá Alternativa com força total e agora em seu terceiro país. Quando eu mostro o perfil do Instagram as mães ficam emocionadas e felizes e eu fico ainda mais grata por ter criado esse negócio que deu tão certo. O objetivo nunca foi ganhar rios de dinheiro, a ideia sempre foi ganhar aprendizado e trabalhar de um jeito especial e diferente.

A Little Miracles vai pulsando novamente e por entre casas, jardins, quartos e parques, o trabalho vai se desenvolvendo de maneira natural e singular. A properly Irish family with me.

Vem verããããão!


Ps: Que grande cala boca pra quem desacreditou desse trabalho, ai ai, amo calar boca de gente idiota!

sábado, 20 de abril de 2019

Fodeu

Tô tão encantada que até perdi o sono.


Headache

Queria tanto escrever um texto, mas com a ressaca em que me encontro é impossível.
Paulaner melhor cerveja de Dublin.

Segue o bank holiday!



terça-feira, 9 de abril de 2019

Haja

Não aguento mais essa escrita pré-escolar em outro idioma, hein!
Enquanto não escrever aqui nessa página em inglês como jornalista eu não sossego.

e quem viver verá!


são 2 meses sem sentir o cheiro da Diná.

Two

Two months that I said goodbye to my parents in Airport and after a loooong trip arrived in Dublin.
Sixty days then. Meeting new people easily, speaking English almost normally, doing routine things like open letters and to pay bills. Actually I don't know yet if I like Dublin already.

Its easy to me recgonise and prefer here than Brazil, but become immigrant its not easy. Today was a good day, I received my GNIB (finally!), now I need other document and then I hope the things being flow perfect, like I planned and wondered. 

When I finally can speak fluent and correct? That I'm think all the time.
Other things float my mind like If I will have someday feeling me belongs here. Or, If I will to find specials people. Sometimes I would have some powers like guess my future.

The gravy smell around me and invaded my home. Now I'm listening a Baile dos Ratos playlist with peace to write, I miss England so much, but I know its close the day that we will meet each other.

In need to found my voice to write in English. My gosh!

Chiquiña found El Chavo ;)










terça-feira, 2 de abril de 2019

O que eu tô fazendo da minha vida (versão Irlanda)

Que caralhos eu vim fazer nessa terra fria?

Me livrar dos follows ups, daquela casa velha e do meu pai escutando rádio AM às 06h, me livrar de São Paulo, do trânsito e do ônibus. São Paulo já não dava mais, pelo amor de deus.

Mas porra do lado de cá, enquanto espero a mina mais lerda e tonta do apê tomar banho pra eu finalmente ter a minha vez de paz, sossego e chuveiro, eu fico pensando em todas as etapas e tretas que precisam ser enfrentadas todos os dias.

Aqui eu tenho amigos que vão dos 19 aos 32 e às vezes sinto falta de uma boa conversa, profunda, em português, que é a língua que mais tenho vocabulário. Em inglês, além da idade pouca dos amigos, meu vocabulário (ainda) não me permite que eu mergulhe nas profundezas das argumentações e muitas vezes eu acho tudo uma grande bosta. Dai eu lembro de fazer follow up e o tédio passa.

Será que nunca nessa vida as coisas serão fáceis? Tenho que morrer e nascer de novo pra ver se dou sorte? Porque olha, sinceramente, eu tô cansada. TUDO, SEMPRE, difícil pra caralho.
Pra chegar aqui foi um parto de 2 anos, pra viver aqui é uma treta por dia e fico me questionando pra quê? pra quê passar por tudo isso? pra depois ficar velho e morrer, pois é, quando meto essa nem a terapeuta consegue responder.

Demis dizia que era pra me tornar mais forte. Diz que voltei de UK parecendo um foguete e que sente inveja da minha força de vontade.  Eu sinceramente caguei pq tudo tem limite. Vim pra Dublin justamente pra ter uma vida viável, poder ir e voltar a pé do trabalho, poder trabalhar com as crianças, aprender logo de uma vez por todas essa bosta de idioma, me livrar da didatura que acena como quem tá voltando pro Brasil. Mas aí haja paciência pra viver com mil pessoas e nunca ter privacidade pra nada, haja paciência pra ter que aturar gente com baixa auto estima enchendo o meu saco e tentando me deixar pra baixo, haja paciência pra esse bando de Irish xenofóbico, haja paciência pra aguentar sub emprego, haja, tá ligado?

São 32 anos anos vivendo com a faca na garganta e eu tô cansada, só isso. foda-se.
Não me venha com essa de luta e força e pensamentos positivos pq não cola.
Tem hora que enche o saco viver e fica o pensamento:

o que que eu tô fazendo da minha vida?

















quarta-feira, 27 de março de 2019

Amor é amor

E eu sou Inglaterra.
Olhando pela janela do meu quarto e imaginando que tô perto demais do meu lugar favorito, perto ainda mais de me jogar num avião pra pousar diretamente em London vai ser de Camden pra baixo naquela caralha. Nenhum passo a menos.
Depois é seguir pra P'boro, Liverpool e Edinburgh.

Não quero nem saber, quero ir pra lá.
aaaaaaahhhhhhhhh como amo aquele lugar.

abraçar a Mush, beber com a Larry e entender o Bonnie.
Passar no Asda e comer pizza no Domino's.

Quero nem saber, até Roast Dinner vou fazer.
Sentar de frente pra TV e assistir todos aqueles programas idiotas pagando o maior pau do mundo pro melhor sotaque, o mais lindo, o mais polite, o mais tudo. sou fã mermo e não tô nem aí.

odeio esperar e odeio ainda mais sentir saudade latente.


cara, vou me esbaldar real.
UK vai ser com força.

Não à toa perdi o Carnaval.

segunda-feira, 18 de março de 2019

Convivendo com o frio

O frio é um dos mais profundos elementos que faz com que eu não me esqueça nem por um segundo de que estou morando aqui. O idioma, o fuso, a mão inglesa e os ruivos compõem o restante da lista.

Pra viver em Dubin é preciso aprender a conviver com o frio. Fiquei pensando nisso ontem enquanto estava na fila do banheiro. É um verdadeiro bota casaco, tira casaco. O frio é intenso e implacável. De manhã tá frio, de tarde ventando pra caralho, de noite chovendo. O apê da Pimlico é gelado demais e muitas vezes aqui dentro é mais frio do que lá fora. A conta de luz é recarregável tipo celular e ai a gente faz uma vaquinha pra colocar uma quantia que dure o mês inteiro. O aquecedor da casa é antigo e gasta luz pra caramba, então a gente liga ele só um pouco pra aquecer o quarto enquanto pegamos no solo. Qualoquê! Quize minutos depois o quarto está gelado novamente e vamos levando a vida desse jeito: convivendo com o frio na marra. 

Meia calça
Casaco
Capuz
Touca
Luvas

Entramos em algum lugar e já vai todo mundo tirando as roupas. Pra ir pra balada é sempre um terror, logo eu que amo vestido, pernas e coxas de fora, pareço uma vovó com tanta roupa. Mas ou é isso ou é passar muito frio. 

Ontem, enquanto tinha esse insight, estava um frio do cacete e as pontas dos meus dedos estavam duras.Eu ignorei e continuei tomando minha cerveja. Quando entrei no pub novamente o calor do povo me invadiu, um verdadeiro zigue zague de sensações. 

Dias atrás eu me senti em casa pela primeira vez. Foi diferente e maravilhoso ao mesmo tempo.
Estou ainda mais atenta às essas sensações, o intercâmbio é, antes de mais nada, uma viagem de autoconhecimento intensiva.

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Palenie
zabija
rzuc teraz!

é isso que diz no maço de cigarro polonês.









quinta-feira, 14 de março de 2019

Se alguém perguntar por mim...

Sonhei que ia no lançamento de um novo livro que homenageava Nara Leão, era um desses eventos jornalísticos com a nata dos melhores repórteres. Depois do lançamento rolava uma apresentação com atores e quando eu menos esperava quem estava na cadeira com seu violão na mão?
Ela mesma, Narinha!! De peruca, linda, linda, cantando os maiores sucessos.

Foi foda!

Acordei com vontade de escutar bossa nova e fiquei pensando em quão sortuda eu sou por ter sonhado com ela. Há muito que não escutava Narinha.

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Os dias seguem frios em Dublin. Haja paciência pra tanta adaptação e ainda mais a adaptação ao inverno. Sei lá, mas tem hora que enche o saco e tem hora que tudo o que eu mais quero são 5 minutinhos de paz e não tem como. Dividir a casa com um bando de meninas é o máximo e ao mesmo tempo é foda pra caralho.

Tenho mantido meu foco em descolar um trabalho e falar em inglês all the time.
Tem hora que eu mando super bem, tem hora que sinto que terei 70 anos e ainda estarei estudando o verbo to be. Sempre fui e continuo sendo aquela pessoa besta da classe que faz piada (boa) nos momentos oportunos. Os Mexicanos caem na gargalhada porque eu apelidei geral com o nome dos personagens do Chaves. Imagina uma professora irlandesa que nunca nem viu ouviu falar nessa série. Fui obrigada a mostrar uma foto etc e contextualizá-la de que o programa é de 1971 e ainda passa diariamente num canal brasileiro. Jornalista, né mores? conta o rolê completo.

E assim vamos indo...
Entre cervejas, funks, cafés e sanduíches, é impossível não lembrar que a minha vida agora é em outro país.

Me pergunto se terá um tempo em me sentirei parte real daqui e me desconectarei um pouco do Brasil.


O tempo vai dizer.....


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quinta-feira, 7 de março de 2019

Don't forget

Kurwa Mac!

Filha da puta em Polonês.
Sobre dias especiais.




segunda-feira, 4 de março de 2019

Antes que eu me esqueça

Se nem a Inglaterra, que é a Inglaterra, me conquistou de bate pronto, por que com você seria diferente, hein? Quem muda de país achando que vai viver conto de fadas é adolescente, adulto tem os pés bem fincados no chão. Eu cheguei sabendo direitinho o que me esperava aqui.

Já lavei roupa na banheira, esfreguei bem, deixei três dias secando.
Já lavei louça na água gelada, afinal, cruzar com fila da puta no caminho nunca está descartado.
Já voltei bêbada pela rua cantando e sentindo a liberdade invadir cada canto do meu corpo, e acho aliás, que esses foram os meus melhores momentos aqui. Andar sozinha pela rua, num frio lascado, batendo a bota no chão e procurando as luvas, pedindo lanche em inglês com o vocabulário me faltando ou saindo perfeitamente, aaaaaaaaahhhhhh, são nessas horaas que tenho vontade de gritar!

Porém, ai, porém, o preconceito com brasileiro, a xenofobia, a distância de tudo, a dificuldade em cada conquista, todas as burocracias, a leviandade do próprio brasileiro com quem acabou de chegar.
Isso é uma verdadeira bosta. Mas eu cheguei preparada. E também cruzei com muita gente de bem

Peterborough levou 3 meses até que eu pudesse enfim lhe abraçá-la.
É quase impossível não comparar esses dois lugares e eu tenho feito muita força pra me voltar cada vez mais para o aqui e agora, mas é árduo.

A adaptação nunca é fácil, e eu com esse jeitão impaciente.
O que me salva é saber que o governo do burro tá afundando cada dia mais o brasa (infelizmente), e que eu passei os últimos 4 anos da minha vida procurando emprego pra fazer follow up que é a coisa mais detestável da minha querida profissão, é por isso que vou dar esse tempo aqui.

Vou bater de frente com nanás, com o preconceito, com qualquer merda que me vier pela frente, vou conquistar meu espaço e escrever minha história com uma letra bem demarcada e bem forte, que é como sempre escrevi todas as minhas páginas.


(e FODA-SE O BOLSONARO)

sábado, 2 de março de 2019

horror

a dor no meu coração de não estar no Carnaval.
é bom saber que não dou conta e já me preparo para sempre estar lá.

eu amo demais essa coisa, deus do céu.

Como diria Caetano:
"O Carnaval é muito grande!"

e é mesmo.

domingo, 24 de fevereiro de 2019

É fexta!

Hoje é meu aniversário, esse dia lindo chamado 24 de fevereiro! (domingo de pré-carnaval)

Amo comemorar, receber mensagens, aquela coisa toda que vocês já sabem.
Esse ano será diferente, comemorarei fora do país, envolta de novas amizades, fiz um bolo que ainda não sei se poderá entrar na festa (kkk Irlandeses...)

Enquanto isso no Brasil a carnavalia come solte, come com força. Hoje sai o Monobloco,
Amigos da Onça, Pilantrangi e Bloco Santo Forte. Tá bom pra você? Se lá estivesse seria daquele jeito. Mas é bom tbm ter a experiência de ver a festa do lado de fora, espiando tudo, vendo como é que eles se organizam, é bom ter saudade de um chão que é tão meu e um espaço tão facilmente habitável.

Por aqui tudo é novo: os caminhos, a escola, os amigos, a língua cada vez mais dominável, os perrengues todos de imigrar enquanto estudante. Eu me preparei muito pra viver isso, quis muito, mas sempre sai fora do roteiro. Meu coração, por exemplo, ficou no Brasa com um cara maravilhoso que jamais imaginei me envolver, o sonhado trabalho de babá ainda não aconteceu, mas vai acontecer porque é nisso que minha energia tá focada, eu vou conquistar a Irlanda assim como conquistei a Inglaterra, leva tempo e precisa paciência, eu sei, eu sei.

são tantas sensações conhecidas....
as músicas, o vento, não vejo a hora de chegar em Londres.
Minha professora lembra muito a Larry e toda vez morro com isso.


É festa, é Carnaval, é Caetano Veloso, é peixessssssss


que dia mais lindo.
eu amo

domingo, 17 de fevereiro de 2019

Não tem TV

Pois é, aqui a maioria dos intercambistas não tem televisão em suas casas. Rola uma parada de licença pra ter os canais, tipo Net, e a fiscalização bate forte e real. Quem é pego usando ilegalmente recebe uma multa de 1000,00 euros e é assim que fiquei sem assistir meu programa favorito no Brasil, Inglaterra ou Irlanda. A-M-O telejornal e realmente isso tem me feito falta por aqui.

Em P'boro a televisão me ajudava muito, tanto em relação à solidão, quanto com o listening.

Por outro lado, viver sem televisão te libera tempo pra fazer outras coisas, como conversar, conversar e conversar com quem mora com você. Tem sido assim comigo e Rachel minha nova melhor amiga de infância rs.

Os primeiros dias são intensos e cobertos por emoções variadas. Olhar a janela e ter cada vez mais certeza de que estou aqui, me perder por um caminho X e não saber voltar, beber todas e conversar em inglês como se eu dominasse a língua, conhecer gente de todos os lugares do Brasil, sentir saudade da Diná e do Benjamín, tudo novo de novo, conversar com o boy no Brasa e sentir mais saudade, aliás o Tiago foi um baita presentão desses últimos tempos em São Paulo. A sútil e voraz diferença entre você se relacionar com um homem e não um moleque, não é meixmo?

A vila em que moro em D8 de um lado é meio quebrada, de outro é chiquezinho.
As casinhas com portas coloridas, a cidade que se recolhe às 23h, o vento forte que bate no rosto e todas as andanças, sobe rua e desce rua tudo à pé.


Hoje está um lindo domingo de sol. Aqui quando sai o sol a gente se anima e já quer ir pra rua pra aproveitar o astro rei no céu largado em algum parque por aí.


Outro lance muito forte e curioso em Dublin é a quantidade de brazucas que moram na ilha.
Uns chegaram há 04 anos, outros há 5 meses, outros há duas semanas. E aí todo mundo já vai passando as coordenadas, pagam uma cerveja, pega aqui um pedaço da minha pizza, no começo é foda mesmo, até sair o GNIB etc e tal. É super normal transitar pelas ruas e ouvir português.

É claro que aqui tbm tem aquele brasileiro classe média que se acha a última bolacha do pacote porque já manja dos esquemas e tem o passaporte vermelho. Esse é o mais otário e idiota de todos, além de renegar a raça de onde vem, ainda acha bonito querer levar vantagem com quem chegou há pouco.

sem comentários.

Como sou uma mulher de muita sorte, tenho cruzado com pessoas maravilhosas, entre elas, Manda Pizani e Thyci Maradei a configuração de como nos conhecemos é tão X, mas tão X, que somente indo ao começo desse blog em 2008 para entender rs.

Hoje é dia de Dyces, bebê. O único rolê em que é possível pagar 1,50 no paint de Paulaner.
E lá vamos nós.

Tbm descobri que vai rolar festa carnavalesca por aqui, PORQUE NÃO SOU OBRIGADA A FICAR SEM PULAR.



desbravando a cidade com profundidade e intensidade, tal e qual uma jornalista curiosa gosta.

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Primeiros dias

A cozinha do apartamentinho tem exatamente o mesmo cheiro que o salão da Little Miracles. Quando entrei pela primeira vez fui automaticamente remetida para setembro de 2016, me veio um frio na barriga e então tive certeza: eu realmente estou aqui! 

Depois de um voo longo, uma conexão gigantesca, (foram 10 horas em Amsterdam), quando finalmente achei que ia entrar na Irlanda, eis que somos avisados sobre um problema técnico no painel do avião.

Ai meu deus, eu quero tomar banho, eu tô de regata por baixo, um casacão por cima e sem meia calça. Chovia a garoinha fina típica da Europa e eu pensei: o frio daqui é o frio daqui, ele não deixa nenhuma dúvida de que nunca está pra brincadeira.

"Vocês terão que trocar de avião"
Ai meu caraaaalho, não tenho sossego.

Quando finalmente o avião decolou foi tudo muito rápido, chegada, imigração, transfer.

Tomei banho e finalmente dormi, já lesada de tanto cansaço. O cansaço foi tanto que nem rolou a emoção da chegada.


Quando acordei vi o sol lá fora e a janela embaçada do frio: cheguei, porra!


Eu já amo esse lugar. Dublin é muito parecida com a Inglaterra. A mão inglesa, os lixos, as pessoas, os ônibus. Estou feliz de dar nojo, eu me sinto pertencente, é algo muito estranho e só acontece no Rio.

A cara do meu pai quando me viu na chamada de vídeo me deu vontade de chorar de alegria.
Foi muita economia, muito suor, muito sapo engolido, foi foda pra caralho mas deu certo.


Hoje é com ressaca que escrevo esse texto.
Prepara Dublin: Brasilis chegou!










terça-feira, 5 de fevereiro de 2019

Verdade Tropical

O que você faz quando está muito ansioso?
Eu, quando posso, nado, corro. Ultimamente tenho lido.
A história do Caetano vai aliviando, aliás, esse livro tá na mala.

Agora eu não penso mais no Carnaval, a viagem me tomou por completa.
São tantos detalhes, listas e coisas pra pensar nesses últimos dias.

A vontade de chorar tem passado longe (que bom!)
Todo o percurso foi foda, mas vai dar tudo certo.

É um grande BBB da vida real. Quem é que ajuda, quem fala muito e não faz nada.
Como ouvi dizer por aí, a ajuda vem de onde a gente menos espera.

Quase tudo pronto e e ela vem chegando.


haaaaaaaaaja


"Faz eles te chamarem de Brasil, hein. Mesmos os gringos"
Pode deixar.


É Brasil na área!
#brasilemdublin

terça-feira, 29 de janeiro de 2019

Eu, Caetana

Levei as blusas pro sol, fiz as unhas, cuidei da boca, enfrentei burocracias com gosto de morte.
Esperei, esperei, esperei. Li um conto lindo, pensei na minha playlist, agitei o povo pro bloco de domingo, fiz barulho na internet.

Decidi que vou ignorar as dores e seguir foliã, que é minha melhor versão.

"Em qual bloco você vai?
Sei lá, vou com a Brasil"

Obrigada pela confiança, hahahahaha


meus amigos reunidos cantando Caetano.
Eu, Caetana!

Vai dar certo, tem que dar.
O que é uma braçada a mais pra quem nasceu peixe?









segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Gestações, planejamentos e aventuras

Dizem que tudo o que as gestantes esperam e planejam durante a gravidez muda completamente na hora H. O parto, as sensações, os hormônios, o puerpério.

Eu nunca fiquei grávida, mas já tive grandes planejamentos que deram errado ou foram tudo o que não esperei (para melhor e para pior).

Assim tem sido esses dias: fora do que rascunhei, cheios de imprevistos, mudanças. Eu odeio e sofro muito. Porque se eu planejei um negócio, já raciocinei, pensei e coisa e tal, mas eu sempre tenho que me lembrar que não posso controlar tudo, e que eu sou uma pessoa sozinha, por isso, não posso depender de ninguém e tenho sempre que dar um jeito de me virar. toda vez que me esqueço disso eu caio. Caio e entro numa lama de pensamentos que em nada me ajudam, mas que aqui nessa cabecinha fazem sentido. A ausência de sentido é latente.

A minha sorte é que eu tenho ajuda de onde menos espero. A do Garutti foi demais pro meu coração.
Eternamente grata! Ele, Ju, Rebeca, levarei no meu coração.

Lembro de um dia Jean ter sacado que eu estava sem grana e sem pestanear pegou o cartão e pagou tudo. Sensibilidade é pra quem tem. Essas coisas me deixam triste, eu odeio depender dos outros, e  tenho vontade de chorar pra caralho, se eu pudesse, muita coisa seria diferente.

Do jeito que dá e do jeito que eu posso, vou avançando os dias e preparando tudo.
A verdade é que eu não paro de pensar no Carnaval e de tão sortuda que sou, já deu pra curtir um gostinho da melhor festa do mundo.

Também vale lembrar que durante o intercâmbio vai ter muita coisa, aliás a maioria, fora do roteiro. Eu preciso me fortalecer pra não desabar quando esses acontecimentos surgirem.

Mas tem um lado meu aventureiro que dá jeito pra tudo, que desenrola, que se conecta com o que precisa. Foi assim na Inglaterra, é assim no Rio, foi assim no Roots. É esse lado que precisa me guiar.


*******
Queria beijar meu dj que toca quarta e não posso.
estou é puta!



terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Boa intenção de cu é rola

Hoje o dia foi uma bosta. Uma raiva no peito, mil coisas pra resolver no trabalho, detalhes do embarque, novidades bucais. Chorei na rua e senti um sentimento que há muito não me habitava. Descrença, amargor e raiva, era raiva mesmo. Eu sinto forte, muito forte.

Invadir a minha privacidade me deixa furiosa, mas mais do que isso, o que me deixa cega de ódio é não me ouvir. Eu falo uma vez, duas vezes, três vezes, na quarta eu explodo e faço gente chorar e aí é óbvio que a culpa é minha que não soube falar direito, sendo que falei TRÊS VEZES a mesma coisa. E aí eu realmente não posso mais, porque a pessoa que não escuta a outra é por vezes muito egoísta, vai pelo desdém, porra, escute o que a outra pessoa está dizendo! 

E não me venha com: "ai mas eu não fiz por mal", ou você alguma vez já ouviu alguém olhar pra tua cara e assumir: "Nossa eu fui muito mal intencionada mesmo, eu fiz de próposito, bem feito".
O inferno tá cheio de pessoas bem intencionadas. Dai gente sem noção vai lá, faz merda, vê que você tá puta e solta um eu não fiz por mal, como se isso fosse o suficiente pra você engolir sua raiva e sorrir amarelo. Aqui não violão! Tivesse raciocinado antes e se colocado no lugar do outro pra poupar toda essa merda. Porque se você fodeu comigo amigo, você vai escutar. Eu odeio engolir sapos quando tô certa. De tanto relevar as coisas conheço gente que adoeceu.

Por isso, exercite a sensibilidade. Escute o outro, calce o sapato do outro. Meu pai sempre diz: "Combinado não sai caro", se descumpriu o combinado peça desculpas e aceite que fez merda. Sem retrucar e querer sair como bonzinho dizendo que não fez por mal. Não fez por mal, mas fez merda.

Cheguei em casa e ainda tinha que escrever um maldito release, mas o assunto pelo menos não era de todo ruim. Fui escrevendo, o texto ficando redondo, as palavras saindo facilmente. Fiquei feliz que a raiva até passou.

Lembrei que o que me faltava era escrever. Por a boca no mundo e vomitar tudo aqui.

Agora sim.


Lembrando que gente passivo agressiva é pior que câncer, paga de fofo e dá o bote na surdina. Vá é tomar no cu, porque eu não sou obrigada. E de gente controladora eu quero é distância.




#16

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Respeita minha história

amo, amo, A-M-O, explicar a parada toda do Carnaval, que é uma grande função e necessita conhecimento rs.

ontem uma amiga pediu ajuda pq é o primeiro carnaval dela, hoje mais uma veio solicitar meus ensinamentos. ai ai como é bom ser dona da Carnavalia toda, viu.


E Yuri que assumiu que não sou turixta no Rio? Morri.
Porra, prum carioca assumir isso pruma paulixta é lenha! fiquei toda exibidinha,
"essa aqui manja do Carnaval do Rio", não só do Rio, como de São Paulo e São Luis do Paraitinga, respeita minha história.

Aliás, esse ano faz 10 anos que pulei meu primeiro Carnaval com Mayra e Tuca, histórico 24 de fevereiro de 2009, terça de Bloco Barbosa, comemorei que quase morri literalmente.

a coisa que eu mais gosto na minha vida é o Carnaval.
eu não tenho nenhuma dúvida disso.

quem sabe um mestradinho sobre o tema?
quem sabe trabalhar com isso?

o próximo passo vai ser tocar num bloco, mas isso fica pro ano que vem.




CarnaDublin, quem viver verááááááááááa















quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Tudo verddad

Das coisas mais legais e diferentes que ando sentindo.
Lembrar de ouvir Tame Impala, colocar a Dinamarca no roteiro e voltar sempre pro melhor lugar do mundo.

é assim que vai ser.

terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Great news

Conseguirei pular os 3 melhores blocos durante o pré!
eu sou sortuda pra caralho e a vida é bela demais.
como digo pro mundo: o pré vai ser com força!

aaaaaahhhhhhhhhhhhhhhhhh

é Carnaval, caralho!!!!!

segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

sem o pré

não vai ser fácil não.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

O melhor Réveillon da minha vida

O Rio de Janeiro cura tudo! Desilusão amorosa, cansaço emocional, perrengues de família, angústias e ansiedade. O calor, o mar, o ar, o cheiro da cidade, as paisagens, as pessoas com quem sempre dou sorte em me conectar, as cervejas, os sambas, a Lapa, Santa Teresa, Arpoador e agora Niterói.
Eu nem conhecia a cidade quando um amigo sabiamente ofereceu um quarto da casa pra eu ficar, me joguei e finalmente virei o ano no melhor lugar do mundo: no meu Rio!
Que sorte a minha!

Puta merda, que viagem do caralho. Eu merecia, eu quis muito e deu tão certo, mas tão certo, que pra variar eu não queria voltar. Fica espantosamente claro como eu prefiro morar lá do que em SP.

Não à toa, foi o Rio quem me acolheu no momento em que mais precisei.

O calor, a quentura que vem do chão e das paredes, ela exaure, mas também me deixa tão feliz, poder olhar o mar, eu não sei bem como explicar, eu fico feliz demaaaaisssss.

O grande presente pra tornar tudo inesquecível foi quando Yuri disse que na virada do ano haveria um cortejo com os melhores blocos do Rio. Pirei! Por entre as ruas nós tomamos a avenida, invadimos o túnel Santa Bárbara, seguimos do Leme pra Ipanema e desaguamos na praia do Arpoador quando o primeiro dia do ano naiscia. Eu de maiô, juntei com ele e partimos pra água sem nem pensar duas vezes.

A sensação de estar naquele lugar com uma bola amarela subindo pro céu do horizonte enquanto eu podia mergulhar, nenhuma palavra consegue descrever. O bloco ao fundo continuava tocando sem parar. Durante o bloco, a gente se olhava numa alegria, com a alma dentro do Carnaval, lembro de Ju animadíssima mesmo com a perna ardendo, rostos com purpurinas, metais metendo marcha nas melhores marchinhas.

Meu coração ia explodir.
E eu só conseguia agradecer.



Viramos o ano do melhor jeito possível.
O sol queimava a pele às 08h, seguimos tomando Antarctica na melhor pegada de Carnaval possível.
Foi lindo, inesquecível e memorável!


Depois de um ano e meio de distância o Rio não me deixou esquecer: eu sou dele e ele é meu também!









Agora sim eu posso ir.







quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

em breve

não trabalharei mais com essa merda!!!!

foda-se!!!!!!!!!

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Não dá pra esconder

Coisa pra caralha pra escrever e me falta tempo.
puta merda.


Eu amo o Rio de Janeiro como nunca amei lugar nenhum.