quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sobre a batalha capilar


Quem nunca ouviu uma mulher dizer que não vai sair "porque não tem roupa?" É pauta recorrente nas revistas femininas, há várias comunidades no orkut com essa máxima, e tenho amigas que realmente ficam em casa pelo fato de não acharem uma look ideal.

Meu problema vai mais além. Eu deixo de sair se o meu cabelo não estiver em ordem. Entenda que em ordem é lavado, seco, perfeitamente liso e cheiroso. É o complexo dos complexos. Tem gente que se acha gorda demais, magra demais, tímida demais. Pois eu acho que meu problema está no cabelo. E perco a vontade num instante se não achar que ele está lindo. Ser assim cansa. Não basta lavar e sair feliz com os fios molhados igual acontece nos comerciais de TV. Também não rola soltar o coque e vê-los cair brilhantes e sedosos nos ombros. Tudo mentira!


E lá se vai uma hora ou mais no processo. Lava, seca, chapa, passa reparador de pontas, vira a franja, põe grampo! Felizes das mulheres que acordam e precisam apenas pentear os seus. Agora imagine uma pessoa que faz faculdade, trabalha, precisa ler o TCC e apertar a Lóris e ainda arranjar tempo pra deixar os cabelos em ordem em plena terça-feira de inverno. Me olho no espelho e vejo sinais de exaustão, mas só descanso quando vejo todos os fios escorridos pelos ombros. Ai como é bom!


Daí nego chega pra você e diz simplesmente: - Nathy, seu cabelo é lindo, tão lisinho, assim fica fácil, né?

- Fiiiiiica! É o que respondo na mais pura ironia. Mal sabem o duro que dei indo dormir na companhia do Jô quando comecei o trabalho na hora do JN. Sem contar a novela que é fazer o retoque da escova definitiva e desembolsar quase R$ 300,00 de quatro em quatro meses. Mas pior mesmo é fazer tudo isso, dormir e acordar com chuva. Quero morrer! Guarda-chuva e capuz de nada servem quando a amada capital paulista decide em garoar dias a fora. O cabelo fica aquele misto de óleo com água, não sei nem descrever, só sei que não tem salvação.

E sou adepta da opinião de que a maioria dos homens adora cabelo cumprido e liso. Pelo menos comigo é assim. Isso porque uma vez fiz a cagada de deixá-lo curtíssimo nos ombros.
Resultado: o trabalho duplicou. Ficava armado, não dava pra prender, não tinha franja, tava uma inhaca. A galera dizia que tava bonito sim, diferente. Você percebe que ficou uma bosta quando ouve que está diferente. Minha irmã sim foi sincera: nossa Nathália, deixa crescer!!!!! Não havia outra opção.

Passado dois anos de perrengue, cá estão escorridos quase pra baixo dos seios. Alívio. Já me conformei em ser escrava do formol, escova e chapinha. Mas é como diz o ditado: ruim com eles, pior sem eles!



quinta-feira, 18 de junho de 2009

Operação reforma calçada



Ando muito a pé. Vezes pra ganhar tempo e cortar o trânsito, outras porque estou com vontade de tomar vento na cara, tem dias que quero espairecer e lá vou eu ruas a dentro. Pernas pra que te quero! Por isso me adaptei a usar tênis diariamente e deixar os sapatos mulherzinha pra ocasiões especiais. E nessas de ficar perambulando pela cidade quase não me dava conta de como as calçadas estão em péssimas condições.

Daí que hoje decidi usar salto para vir trabalhar. Pausa problemática: o percurso do metrô até a empresa não é muito longo, porém trabalhoso. Primeiro desço uma ladeira, sigo por uma avenida, desço mais uma rua e, finalmente, já perto do trabalho, subo mais um tantinho. Para não virar o pé e cair no meio da rua, fui andando devagar e olhando só e somente só para o chão. Tipo autista, mas faz parte. E ví que é praticamente impossível andar muitos metros sem pular buracos, bueiros com tampas velhas, não pisar nas bitucas de
cigarro/chiclete/cuspe. Um verdadeiro nojo.

As calçadas estão em situação indeplorável e pra complicar ainda mais o tráfego, as pessoas não andam em linha reta. E com livre arbítrio de andar pelas ruas livres leves e soltos, cada qual tem o seu ritmo. E haja paciência pra desviar das senhoras que olham todos os camelôs, das crianças que saem da escola e passam parecendo avalanche por você, ou dos executivos folgados que caminham lentamente e ainda soltam a deliciosa fumaça de cigarro na sua cara. Some tudo isso com uma pessoa apressada e andando num salto vírgula. Não dá! É amigo, andar pelas calçadas de São Paulo nunca foi tão complexo. E a gente que vive com a cabeça em mil coisas quase não repara nesses detalhes irritantes.

Uma vez já falei aqui sobre a raiva que tenho dos transeuntes das calçadas. Pra não ser redundante falo hoje sobre a situação do solo. Ao mesmo tempo em que enchem a boca pra falar bem da cidade da garoa, da maior cidade do Brasil, a cidade que nunca para, a São Paulo dos trabalhadores, a cidade acolhedora e heterogênea, poucos dão importância para o chão que todo mundo pisa. E nem estou citando a situação das rodovias, marginais e avenidas.

Lembram da trabalheira que deu reformar as calçadas da Avenida Paulista?Demorou quase um ano e ficou lindo, mas em dois meses já estava com infiltramento, rachaduras, buracos e chicletes grudados. Cadê a educação da galera é o que eu também me pergunto. Parece exagero, mas as calçadas de São Paulo estão em retrocesso: bem selva de pedra mesmo.


quarta-feira, 10 de junho de 2009

Pqna Dosagem...


... Sobre o Juca 2009: Jogos Universitários de Comunicação e Arte, é o nome que agita! Hoje é dia de seguir rumo a Santa Rita do Sapucaí e torcer pela Metodista, afinal, vamos ao ABC todos os dias, gastamos com a mensalidade e algo de bom precisa ter, né? Estou munida de joelheiras, capacete, remédios, desastrada que sou. Maaas o causo mesmo é que quero curtir até o último segundo! Ai que alegriiiiia. Bom feriado para todos, ié!
Partiu!

Pqna Dosagem...


... Sobre pessoas estranhas:
Minha vó reclama que não falo direito com ela, mas quando falo ela diz que sou faladeira demais e vai embora. Se sou o poço de ciúme reclamam, se não dou a mínima reclamam, se falo a verdade, reclamam. Esses dias meu chefe me ligou da sala dele pedindo pra que eu abaixasse o volume do meu telefone. Totalmente X.
Um amigo sempre dizia que eu morava no forró, ontem no msn perguntou por que virei turista.
Sei não, mas esse pessoal é estranho demais, ou a louca sou eu!



Pqna Dosagem...


... Sobre o TCC: Eu disse que tava tudo certo com o meu tcc até minha professora pedir uma pesquisa conceitual de 40 páginas! Começou a piração. Detalhe: o prazo de entrega era de uma semana. Nathalinha teve que ler Boaventura Souza Santos e foi então que descobriu que é burra!

Volta, lê desde o começo! Não entendi...
Vamos lá, paciência, leia novamente. Necas. Após um sábado inteiro de leitura, eis que a análise saiu. Mas são com esses trabalhos que a gente percebe que falta muita coisa pra aprender. E não entendo como tem gente que consegue e gosta de pesquisar a fundo o Fórum Social Mundial. Cada um cada um, né?

terça-feira, 2 de junho de 2009

As Vilas da cidade

insira aqui o bairro de sua preferência

Vila vi.la sf (lat vila) 1 Povoação de maior importância e graduação que a aldeia e menor que a cidade. 2 Os habitantes dessa povoação. 3 Casa de campo, de construção mais ou menos elegante, própria para recreio. 4 Casa de habitação com jardim, dentro da cidade. 5 Conjunto de casas pequenas, geralmente iguais, dispostas ao longo de um corredor ou à roda de uma área que comunica com a rua.

Depois da tradicional Mariana, da querida Madalena e da indigesta Olímpia, São Paulo foi invadida pelos bairros que aderiram à moda “Vila”. Basta o lugar ser bonitinho com praças e árvores, canteiros, prédios novos e aquele ar publicitário de “venha morar com a gente!” pra colocarem o nome de vila num sei o quê. E dá-lhe nego lançando as padarias da vila, quitandas da vila, botecos da vila e uma infinidade de estabelecimentos rústicos, mas com preços salgados demais para simples moradores de aldeias.

Se antigamente era feio dizer que morava numa vila, agora é cool e objeto de desejo.
Na zona oeste as novas rainhas da cocada preta são a Vila São Francisco e a Vila Leopoldina. A primeira era habituada por moradores de classe media do Jaguaré. Nada demais. A segunda também não era muito simpática levando em consideração a proximidade que tem com o Ceasa e concorrência com os bairros Sumaré e Alto da Lapa.

Porém, com a chegada de novos prédios e urbanização que ambas tiveram, as Vilas se transformaram.
As modestas casas deram lugar ao Franz Café, Academia Runner e como não poderia faltar, Bar Caldeirão da Vila. Já na Leopoldina, com a instalação da balada de maurícios Pacha nas redondezas, parece que a cidade inteira descobriu o bairro, mais um motivo pro boom da Vila.

E assim segue a vida. Com a moda de ser retrô, rústico e ecologicamente correto dando as caras, mais Vilas devem surgir por aí. Parece que a correria, o cinza e o pit stop voraz da cidade serão substituídos por uma imensa paisagem verde com pessoas caminhando ao redor dos armazéns. Será que SP vira vila?