quinta-feira, 31 de julho de 2008

Roda moinho, roda pião


Quer coisa mais cotidiana do que rotina? É sempre a mesma coisa, mesmo que você tente inventar. O mesmo café da manhã, ônibus mesmos, caminhos iguais, itinerários repetidos, músicas iguais no ipod. É tanta coisa igual que há dias em que vou trabalhar de botas porque cansei da cara do All Star.

Entra no msn e tudo igual, todas frases alí intocáveis bonitinhas, arrumadas e enfileiradas.

Fico tentando dar outros ares e cores pra vida que apesar de caminhar, tá igual demais. E a roda de amigos que vez enquando se encontra, não vira o disco dos papos. As brincadeiras se repetem feito giro de roda gigante.

O ar chega a ficar rarefeito de tanta mesmice. E se for reparar, até as coisas mais legais são rotineiras. Acha que Jorge Ben Jor não cansa de cantar "Taj Mahal", Djavan "Oceano" e Zeca Pagodinho "Deixa a Vida me Levar" ? Fátima e William todo santo dia dão o "Boa Noite" e a Sabrina domingo a domingo repete "É verdade, Animassao"!!

Ai você se pega em frente ao computador escrevendo um texto sobre um assunto que já virou íntimo de tanto que o explora. Atores globais, apresentadores de TV, gente que namora, gente que separa. Todo esse pessoal estão próximos a mim. Culpa da rotina. Rotina esta que desgasta relacionamentos, separa pessoas da mesma família e aproxima das do trabalho. Talvez escolhemos jornalismo por achar que ele nos proporcionaria dinamismo. Na verdade há um certo engano. A notícia quase sempre já foi dada, ou nem é tão diferente. Ficar enfurnado numa redação é de amargar.

Tanta coisa pra aprender, lugares pra habitar. Nem nas férias temos sossego. A vida rola como em um LP na vitrola, em circulo.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

Para vocês, chatonildos!


As pessoas têm que começar a tomar cuidado com o tipo de pergunta que fazem. Nunca se sabe o que a outra pode responder. Coisa mais chata essa de ficar perguntando sobre a vida amorosa alheia. Eu fico pensando porque esse motivo interessa tanto e que diferença faz saber se a pessoa já separou, está namorando etc.

Sempre tem aquela tia chata que na festa de aniversário da priminha vira pra você e pergtunta: "E ai tá namorando?" Daí você responde não!. Se diz isso com um sorriso nos dentes, ela fica com cara de coxinha.

Melhor ainda seria responder o que viesse na telha. "E ai tá namorando?"
R: "Não mas minha vida sexual continua muito ativa". Pronto, agora a tia tá achando você a mais vaca da família.

Sempre tem um bobo no msn que nunca fala com você, quando fala SEMPRE toca nesse assunto
Bobo: E ai tudo bem?
Você: tudo e vc?
Bobo: tudo, e aí novidades?
Você: nem e vc?
Bobo: ahh tudo normal, e ai namorando?

Puta merda, o que vai mudar saber se eu estou fixamente com um homem? Pq não pergunta se meu trampo é legal? Pq não pergunta se a faculdade está rendendo? Pq não pergunta se vou viajar? Pq não pergunta se eu quero que pague a próxima conta de luz?
Se eu respondesse assim a pessoa com certeza nunca mais iria vir falar comigo. ( E eu seria mais feliz.)

Sempre tem uma amiga da mãe/vó/vizinho que adora perguntar se tal fulano tá namorando. (Essas que moram a 300 anos na rua, prédio) parece uma competição. "Minha filha tá noiva de um engenheiro e a sua?" "Ahh a minha continua namorando o filho do quitandeiro" De novo. Cara de coxinha da primeira fulana que foi se gabar.

Pior é quando você tá sussa, e suas amigas ( as mais bobinhas e que vivem com medo da solidão) ficam querendo fazer encontrinho, "Vai eu meu namorado, tal e o namorado, vc e um amigo do namorado da joana" "Olha ai que legal, hmmmm quem sabe, né"? (Não bastasse pagar de cupido ainda faz piada sem graça).

Sabe pessoal, vou dar um recado pra todos vocês: nem sempre a gente tá afim de namorar, nem sempre a gente quer casar, dá muito bem pra ser feliz sozinho, eu não me sinto solitária por freqüentar o cinema apenas com a Katharine. Também não sou uma antiromântica que deseja jogar bomba em um casal que se beija na rua. Eu (e mais uma porrada de gente), queremos apenas a PAZ de não ter que ficar respondendo perguntar bestas.

Abaixo aqueles que vivem namorando só pra não ficar sozinha. Eu já passei dessa fase graças a Deus. Se estou sozinha, se nunca namoro, se nunca paro com um namorado por muito tempo, isso tudo é problema meu. Tirando os sites de fofoca que vivem e ganham disso, vamos deixar a vida amorosa alheia de lado. Em segundo plano.
Da próxima vez que você vier me perguntar se eu estou namorando, tome cuidado!

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Primeira vez...


Primeira vez que escrevo sobre cinema! Afirmo que é bem difícil viu, Sidão?

Gostei do texto por isso decidi colocá-lo aqui! Lá vai...



Nome Próprio traz o universo feminino dos blog ao cinema

Camila é intensa, complexa e vivaz. Rodeada de palavras, ela se mune com uma arma diferente e contemporânea, a internet. O filme Nome Próprio é baseado nos livros “Máquina de Pinball” e “Vida de Gato”, de Clarah Averbuck. O longa conta a história de uma jovem aspirante a escritora que sai de Brasília e tenta o sucesso em São Paulo. Dirigo por Murillo Salles, o filme humaniza bastante a protagonista. É fácil viajar pelo mundo de Camila.

Apesar de não ter muita ação, o filme é denso e cheio de interrogações. Leandra Leal consegue transmitir os conflitos internos que Camila vive. Isso porque a protagonista é movida por emoções. Ela namora um cara, trai, chora, fica com outro, trai novamente, se apaixona e é em seu blog que ela despeja e tenta de alguma maneira aliviar seus sentimentos. Cenário bem conhecido por jovens que não vivem sem internet.

A vontade é escrever o livro, por isso, ela busca sempre viver intensamente. Porém, não consegue se concentrar e escrevê-lo. Frases como “me abandonei em você”, “tudo se dissolve” e “o silêncio mata” são algumas citadas por ela. O blog é praticamente um personagem à parte, e a internet, o ar de Camila. O som do teclado, narrações de frases no ar e o barulhinho da internet ao se conectar também deixam Nome Próprio com um estilo diferente.

Blogs, orkut e páginas da web passaram a ser um novo tipo de mídia, formatos que permitem uma liberdade muito grande e autoral. Ao mesmo tempo em que isso traz facilidade e mobilidade, também deixa dúvidas quanto ao que se pode confiar. A brasiliense troca emails com um fã de seu blog. E é aí que Camila quase quebra a cara.

Daniel se dá bem com as palavras, mas um dia ele some. Sem mais nem menos decide encontrar Camila e, quando a escritora acredita que finalmente encontrou o amor, se vê abandonada. Era disso que ela precisava. Sem chão, começa a alinhar todas as frases, textos e perturbações. O filme peca por alguns excessos, como a overdose de bebidas, que torna Nome Próprio um pouco repetitivo e cansativo. Ainda assim, nos envolve e muda o sentido que as palavras têm.

Nome Próprio

Em São Paulo, o filme está em cartaz no Espaço Unibanco - Rua Augusta (14h, 16h30, 19h e 21h30) e no Arteplex Unibanco - Shopping Frei Caneca (14h, 16h30, 19h e 21h30)

quarta-feira, 16 de julho de 2008

Confissões de uma TemPeraMental




É ela quem me faz achar a pior pessoa do mundo, que expreme o peito e faz odiar a avenida Paulista, sorrisos perfeitos, homens cheirosos e acizenta de vez o mundo. Ela é malvada, nos tira o gosto por músicas animadas e faz a gente se interessar pelas mais melancólicas e tristes canções. Apimenta o ciúme até do porteiro e dá uma fome danada. Faz salivar ao ver uma a embalagem do chocolate mais chulo.

O parágrafo é exagerado mas faz ter uma noção sobre o problema que muitas mulheres enfretam. A TPM me deixa assim.

Esse texto é destinado à ela, querida inimiga do mês. Se estivesse cara a cara com a bandida lhe diria pra me deixar em paz. "Poxa vida, você não tem mais o que fazer, não?". Como isso é impossível, alívio minha raiva e aperto no peito com as palavras. Houve um tempo em que eu achava que não sofria desse mal. Até que um dia quase quebrei a tampa de uma panela só porque a coitadinha não estava com o arroz quente. Me dei a conta que a vaca bate à porta todo mês. E aí pareço uma ostra. Sou só eu comigo mesmo. Pior que dona Florinda. Pior que Odete Roitman. Praticamente o Coração Gelado dos Ursinhos Carinhosos.

Certa vez uma amiga ouvia atenciosamente um pranto fundo de dias de TPM. Ela disse que a vida é assim mesmo, e nesses dias era melhor nem olhar no espelho. Nenhum conselho, frase ou poeminha resolve o problema. A menos que eles venham acompanhados de uma boa quantidade de cacau com açúcar. Pois bem, minha guru completou dizendo que no outro dia ( ou mais alguns dias..) o dia voltaria a brilhar. Realmente ela tinha razão. A TPM é mala, mais é passageira. Com certeza é parente das cólicas.
Como não é o caso, o dia ainda não sorriu pra mim. Tô achando que nunca serei jornalista, me sinto redonda, só penso em comer coisas altamente calóricas e a vontade de chorar é incurável. É ela. É culpa dela.




TPM, vá cuidar cuidar da sua vida!!!




Pra finalizar, uma música que se encaixa totalmente:

"Eu que tinha tudo hoje estou mudo, estou mudado
À meia-noite, à meia luz, pensando
Daria tudo por um modo de esquecer

Eu queria tanto estar no escuro do meu quarto
À meia-noite, à meia luz, sonhando
Daria tudo por meu mundo e nada mais"

(Meu Mundo e Nada Mais - Guilherme Arantes)

sábado, 12 de julho de 2008

Gênio. Amor platônico.


E hoje fez aquela noite em que nada é mais aconchegante do que nossa própria casa. Mil pensamentos sobre o que fazer, até chegar à conclusão de que o melhor a ser feito é ver a vida passar. Eu tinha como ir pro ibira e ficar observando o lago, tomar cerveja na Vila não seria má idéia, casa da vó com o pai? Nadica. Preferi a fase Álvaro de Campos e não deixei de pensar no FT. Isso é bem chato e triste. Parece que a gente fica pagando de amiga só pq ele se foi. Há uma frase de Machado de Assis: "basta morrer pra virar santinho". Fernandão com certeza a conhece e sabe bem o que quer dizer.


Sabe, é esse sentimento de impontência e certeza de que nunca mais vai ver a pessoa, que torna o pensamento tão latejante. Há textos, e livros que eu preciso esperar o momento certo pra começar a ler ou escrever. Como se faltassem as palavras e o fôlego pra encarar tudo de frente. Quantas vezes eu ensaiei ir lá na frente e lhe dizer que eu era fã; que esperava todas as sextas só pra ver sua aula. Contar que comprei o pacote de livros pra fuvest só por amar as aulas especiais, mesmo sabendo que não iria pra segunda fase.


Até que finalmente esse ano lá se vai eu, com as mãos suando, dizer pelo menos um pouquinho do sentimento por ele. Recebi dois beijinhos e puder ver bem de perto a testa suada do gordão. Talvez eu ainda rascunhe esse texto milhões de vezes até conseguir deveras trasmitir com fidelidade o que eu sinto.


Existem pessoas que marcam nossa vida pelo simples fato de existir. Se tratando de literatura, ele foi o mais perfeito e é por isso que rasgo de elogios aos quatro cantos de mundo.


"As pessoas não morrem, ficam encantadas", já dizia Guimarães Rosa. Eu realmente fui muito sortuda de ter tido aula com o FT. Através dele aprendi coisas pro resto da vida. Tantas frases, humor sarcástico. Ainda vou estudar o Rosa, e como você, sair por aí contando causos e histórinhas que só os bons (como vc denominava os alunos de humanas) tiveram o dom de aprender. Amo você prof! quem sabe vc não está lendo esse texto e achando tudo uma bosta? Mal educado! eterno.

terça-feira, 8 de julho de 2008

Será 5 um número cabalístico?

Cinco frases mais faladas nos últimos cinco dias

* Av. Paulista não é lugar de passear
* Isso é uma coisa X
* Um dia a gente vai ter que receber!
* Você ama a Lóris?
* Esse negócio de fofoca me irrita

Cinco coisas que irritam muiiito

* Uma pessoa que fala sem parar
* Uma pessoa que fala sem olhar nos olhos
* Uma pessoa que rí forçadamente
* UMA PESSOA QUE FALA MUITO ALTO
* Uma pessoan quean falan moili (Urrrrrrrg!)


Cinco comidas legais

- Bolachas cockies (Cara, porém legal)
- Batata frita (Gordurosa, porém legal)
- Pão com queijo e presunto (apenas legal)
- Arros + feijão + filé de frango + fritas (clássico e legal)
- Provolone à milanesa ( Happy hour e legal)

Cinco comidas chatas

- Sopa de legumes ( Saudável e chata)
- Caviar (Chique e chata)
- Macarrão alho e óleo (Chatérrimo!!)
- Carne cozida (odeio)
- Alcachofra (estranha e chata)

Histórinhas de Isabel


Seu Obata (anos 70) e Dona Isabel (gente finíssima!)


Prédio, carros, pessoas, trânsito. Essa é a paisagem que quem passa pela avenida Paulista vê todos os dias. Mas como deixar de citar as simpáticas bancas de jornal? São várias e estão sempre ali seja para comprar um chiclete, cigarro, refrigerante ou sua revista favorita. "Fiz muitos amigos por lá, hoje sinto saudades", é o que diz Isabel Obata, 83 anos, que esteve durante 34 anos à frente da primeira banca da avenida. Foi ali, no cruzamento da Brigadeiro com a Paulista, que o negócio surgiu na década de 20. Seu sogro chegou da Itália em 1917 e começou a trabalhar com primeiro emprego que apareceu.


"A banca começou como um caixote e parecia uma cabana de índio", recorda Obata. Com a morte do sogro, e depois do marido, dona Isabel, que nunca havia trabalhado, se viu apavorada e com cinco filhos para criar. Foi quando, em 1974, tomou a frente do trabalho. Segundo ela, aquela foi a melhor época para vender jornais. "Nos domingos (dia em que mais se vendia jornal) eu vendia 130 exemplares do Estadão, 120 da Folha. Hoje, se vender 8 ou 9 já é muito". A queda se deve à concorrência que as bancas enfrentam com supermercados, postos de gasolina, cafés e principalmente as assinaturas. Mesmo enfrentando momentos em que a crise bateu à porta, a descendente de japoneses conseguiu seguir em frente sem nunca parar de trabalhar.


"Política” das bancas


Sobre os políticos que já passaram por São Paulo, dona Isabel se lembra bem: "Podem criticar o Maluf, mas na época dele, essa cidade era organizada. Ele rouba, mas os outros políticos também". "O Jânio era muito organizado e gostava de ver as ruas e as bancas bem limpinhas, não tenho o que reclamar dele". "A Erundina proibiu que os banqueiros vendessem refrigerante e sucos. Um dia sem mais nem menos funcionários da prefeitura chegaram, colocaram minha geladeira pra fora da banca e começaram a beber tudo, abriram todas latinhas, foi uma bagunça", diz ela.


Seja paulista ou turista, todos adoram zanzar pela famosa avenida. E é nela que acontecem várias comemorações como a Parada Gay, festa de Reveillon, Corrida de São Silvestre etc. Isabel afirma que apesar da movimentação e multidões de pessoas que circulam nessas datas, nenhuma é mais organizada que a dos homossexuais. Segundo a banqueira, eles são “bem educados, cumprimentam a todos e nunca quebraram nada da rua”. Atitude totalmente contrária a de alguns torcedores de futebol. "Quando o São Paulo ganhou a libertadores eu tive um prejuízo de mais de R$ 10 mil. Os torcedores quebraram minha banca, roubaram revistas, levaram coisas de comer, uma verdadeira tristeza", conta sobre o episódio que aconteceu em 2005 quando a legião de são-paulinos destruiu a Paulista como forma de mostrar a alegria com o título do time.


E o que será que uma pessoa que lida tanto com informação prefere ler? "Depende do dia, se eu quero me distrair prefiro a TiTiTi (revista de fofocas), se quero saber das notícias sérias leio a Veja, Época, depende do meu estado de espírito". O tempo passou e hoje dona Isabel conta tudo com muita alegria. Devido a um derrame e à crise que as bancas enfrentam, a japonesa deixou a banca e atualmente passa as tardes em casa assistindo televisão. Vida mansa? Não é isso que ela diz: "Estou louca pra voltar pro trabalho. Ficar parada me dá um desespero", finaliza. Paulista que é paulista nunca cansa de trabalhar.