quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

14 dias

14 dias me separam do Carnaval! e eu, dessa vez, não só vou pular o pré carnaval inteiro no Estado do Rio de Janeiro, como vou pular o Carnaval e de quebra o meu aniversário! é felicidade e emoção demais pra uma pisciana ansiosa! sério, as vezes eu nem acredito!

adendo: nunca passei o Carnaval aqui. sempre fui apaixonada pela cidade e por Carnaval, mas nunca tinha rolado e esse ano veio logo o pacote inteirinho amarrado num laço de fita vermelha, tipo: toma, Nathália, abre aqui seu presente de 30 anos. sensacional! haaaaja coração!

ainda, é claro, estou meio perdida, meio atabalhoada, a grana curta, mas em compensação a alegria tá tinindo!

fiz um investimento pesado esse ano:
teremos tiara de peixes/yemanjá
peruca roxa para o dia em que serei baby do brasil
saia de tule
purpurinas cariocas (lindas demais por sinal)
eeeee
desfile na Estação Primeira de Mangueira.

passo pela Sapucaí pra vir trabalhar e os pelos do meu braço se arrepiam! daqui 14 dias estarei ali numa multidão berrando o samba enredo. ai meu Deus!

é pra não me esquecer jamais desse aniversário! pra não me esquecer jamais que quando boto um foco na cabeça eu consigo.

ainda como jornalista vou ter a experiência de ver a cidade se transformar, os turistas chegarem e como ela ficará depois do furação. vou anotar tudinho no coração e depois escrever tudo.

é amor demais!

eu já disse e repito: O Carnaval é a festa mais bonita do mundo! Não há nada como o Carnaval!

já pode chegar seu lyndo! tá tudo pronto.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

Mas vai fazer o que no Rio?


Na hora que a árabe passou o dedo em cima do fogão e disse: "again!" a minha vontade era dar um soco na cara dela! eu havia passado 40 minutos esfregando aquela merda e pra ela ainda não estava bom. tudo, tudo, mas tu-do foi atualizado naquele momento na minha cabeça. Nem a demissão na Jovem Pan, nem terminar um namoro rasgado de amor, nem a assessoria de imprensa que por vezes é humilhante, nada chegava perto daquela situação e foi ali naquela cozinha, naquela casa infestada de bilhetes pra Allah, foi lá sozinha na Inglaterra com a mão queimando de cândida que os meus olhos se encheram de lágrimas e junto delas pingou um suor que ressignificou tudo! depois daquilo eu poderia fazer qualquer coisa nessa vida! ainda antes de ir embora eu tive que pegar um balde, o cesto com produtos de limpeza, um rodo e a vassoura, e obviamente que eu não consegui pegar tudo de uma vez e aquela mulher estava com os dois braços livres e nada fez para me ajudar.

corta.

Quando eu vi que já não dava mais pra mim morar em São Paulo eu decidi que ia morar no Rio de Janeiro. Quando, como, onde e por que, eu não sabia, mas que eu ia dar um jeito eu ia. Fiz de tudo pra não perder meu listening, minha conversação, fiz de tudo, criei um projeto, fui indo, indo e agora aconteceu! na verdade está acontecendo. E agora eu queria ter o contato da árabe pra agradecer a ela por toda a aspereza e rigidez com que ela me tratou lá em Peterborough, porque foi assim que eu ultrapassei meus limites.

Muita gente chegou a rir de mim quando eu disse que eu ia mudar pra lá. Como se eu fosse uma louca e com loucos, é sabido, é bom não contrariar!

Pois!

Depois das faxinas em UK, depois começar a ler a biografia da Elis e da Rita Lee, eu sei lá porque, e sei lá de onde tirei uma força e coloquei esse foco na minha cabeça. Era eu aqui em SP e meu coração no Rio, era eu aqui pensando lá, era eu aqui perguntando quantos graus estava lá, era eu aqui querendo, desejando, pensando, sonhando, rezando, almejando... lá!

Agora enquanto escrevo, enquanto lanço essa nova editoria do meu amado blog, há fotos espalhadas pela minha cama e meu quartinho aconchegante cede lugar para duas malas enormes, que entre brinquedos, livros, roupas, leva também um caminhão de coragem, vontade e alegria. Vou contando pras pessoas o que tá rolando, hoje por exemplo cheguei já dando o papo reto na terapia e a psicológia disse: "É sério?", sim senhoras e senhores é seríssimo! estou de mudança para o Estado do Rio de Janeiro e desde que parti para a Inglaterra não sinto essa sensação tão forte.

O plano é ser feliz sempre, mas como estou operando no modus "Carioca da Gema", vou malhar pra caramba, pois quero ostentar uma bunda de carioca, vou assoviar essex, vou conhecer aquele lugar de cabo a rabo, vou falar inglês e ficar ainda mais fluente, vou ser babá, vou fazer amigos novos, terei novos lugares pra chamar de meu, vou suar o bigode até enjoar de calor, vou ficar com a pele doirada de tanto sol, vou ser feliz pra caramba!

é fevereiro
é meu aniversário
É CARNAVAL
é Rio de Janeiro
é a minha nova casa!

obrigada mundo
obrigada universo
obrgiada, obrigada, obrigada, obrigadaaaaaaaaaaaa!



e como diria uma grande amiga minha:
PARRRRRRRRTIU NANAMMMMMMM!


A saga da bota ou a gata de botas



Chovia em São Paulo, chovia aquela chuva paulistana chata pra cacete que pega todo mundo na hora do rush, chovia sem parar, mas era dia de forró e eu não sou obrigada a nada, muito menos a perder um forró por causa dessa chuva.

Pernocas doiradas do sol carioca, linda de vestidinho, foi com raiva que coloquei as botas, odeio ficar com os pés molhados e pra dançar não há nada melhor do que uma boa rasteirinha.
Detalhe: as botas eram, no caso, de 2008, comprei na Prego quando era ainda estagiária do Virgula. Mas como sempre fui muito cuidadosa, tem coisa que perdura e eu sigo usando.

Tudo muito bem, cheguei sequinha e estava rodopiando no salão quando senti a mesma sensação quando subia o Morro 2 Irmãos. Ai caramba, não pode ser! Sim, a sola da bota tinha descolado, olha que beleza! O forró estava só começando e eu ia dançar até o final, e agora? arranquei a sola, guardei na mochila e segui a vida com o tecido me protegendo.

Qualoquê!

Foi a vez do outro pé ter a sola descolada! Cai na gargalha já que era a única coisa que me restava. Nisso o tecido já ia dando sinais de morte súbita.

Os amigos aconselharam: tira isso e fica descalça, mas cadê coragem pra botar meus pézinhos naquele misto de água preta, catuaba e cerveja? até tentei e consegui com muito esforço ficar 5 minutos daquele jeito. Sou bagaceira mermo só no Carnaval, no resto do ano sou mocinha.

Mas e agora, hein?
e agora
e agoraaaaaa

Sentei no palco e comecei a pensar num jeito. Peguei os solados e coloquei por dentro da bota como se fosse uma nova palmilha, né que deu certo?

Ainda fiz o trajeto Anhagabaú-Jaguaré e subi o morro naquela situação.
Quando finalmente sentei na minha cama, pensei:

Mas só comigo acontece isso, hein?
ainda bem que o universo conspirou a favor!


segue foto em anexo.


ps: só pode ser São Paulo recalcada querendo mostrar que pode mais.
eu hein.