quarta-feira, 21 de abril de 2010

Invenção e dor

Invenção na certa...

Machuquei a coluna e isso me deixou triste. Só 23 anos e esse problema digno de senhorinhas. Voltei à velha e verdadeira máxima que afirma "A gente só da valor quando perde", e como perdi o 100% de saúde da região lombar, sinto exatamente isso. Meu lugar é dentro d'água não adianta.

E foi na sala de espera do hospital, indo tirar o raio X, que tive um desses insights tipo propaganda de novela de como a vida é bela e os humanos reclamões. Aliás nesse quesito ganho o troféu de rainha. A gente perde tanto tempo com bobeiras, com a opinião do chefe, o presente super mega especial do Dia das Mães, o motivo do cara não adicionar no MSN, etc. etc. etc.

Adoro o texto de Danuza em que ela diz: "não procure a dor", que é mais ou menos o contrário do que nos acostumamos a fazer. Resolve um problema e já arruma outro pra ocupar a mente.

Por isso tantos saúdam com saudade a infância, época em que tudo valia e o principal era inventar, inventar uma nova brincadeira, inventar desculpa pra falar na aula, inventar um jeito de parecer mais maduro, inventar apenas, e se não desse certo, bora inventar outra coisa pra fazer. Pra que perder tanto tempo, não é? As crianças sim vivem de fato uma vida leve e quase sem responsabilidades, sem procurar a dor. "Mãe me dá Novalgina, Cataflam, Amoxil!", exclamam práticas e sem paciência.


Olha eu aqui defendendo a classe infantil. Acho que minha dor me deixou um tanto melancólica. Meu desejo era esquecê-la, desprezá-la, mas ela está juntinho comigo latejante e enjoativa. Enquanto não viro a Phelps do Butantã vou soltar a criança que vive aqui e inventar um jeito de pelo menos aliviar, vou lá inventar outros textos e passagens, inventar uns sonhos pra realizar, uma maneira do meu cabelo ser menos rebelde, mas tudo light senão a invenção vira a procura por problemas, ahh de novo não!


A vida às vezes é estranha. Minha coluna dói.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Só acontece comigo

Tô eu lá cantando e curtindo minha Itaipava quando chega um cara X:
- Nossa que cara de brava!
- É só a cara, disse após soltar uma gargalhada.
- Qual seu nome?
- Nathália
- Jura, é o nome da minha filha que vai nascer.
- Mentira! Tá falando isso só pra ser meu amigo (mala sim, assumida)
- É nada, é sério. Eu queria Catarina, mas minha ex me conveceu

- Hahahahahahhaah, meu nome é Nathália Katharine
- Quem tá mentido é você
- Olha aqui (mostrando o RG)
... não é a primeira vez que coisas desse tipo acontecem.
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Estava voltando de carona de uma reportagem quando do nada uma idosa(uma velha) para no farol e pergunta se podemos dar uma carona. Sim, podemos, bufei. No banco de traz ia ouvindo toda a ladainha de que a filha dela havia falado verdades que ela não queria ouvir. E que assim sendo, ela tinha fugido e queria ficar numa outra casa ali na frente, na avenida.
- Mas em qual casa?
- Ali na frente, na avenida.
É óbvio que fiquei nervosa e ao mesmo tempo com dó da senhorinha. E roda de carro no bairro e nada. Até que ela pediu pra ficar na casa branca porque lá morava a amiga Elizabeth.
Volta o câmera dizendo que não tinha ninguém com nome de Elizabeth.
É Brasil, a velha tinha Mal de Auzaimer. A sorte é que havia um Corpo de Bombeiros ali perto e pedimos ajuda. Quando estávamos quase indo embora, ela começa a agradecer:
- Deus abençoe você e seu marido!
- Magina, mas ele não é meu marido!
- Vocês merecem tudo de bom, você tem um marido de ouro!
- ELE NÃO É O MEU MARIDO.
- Deus abençoe.
Eis que surge o bombeiro.
- Ela é conhecida aqui no bairro, vive perdida, mas as filhas não cuidam direito.
Coitada, né?
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Daí que decidi deixar o sedentarismo de lado e voltei a malhar.
Mas tem a caralha de um aparelho em que a pessoa fica de bunda virada pra cima.
Pensei: não vou nesse nem ferrando. Pagar bundão? Jamais.
E o professor veio todo charmosinho dizendo que aquele era ótemo pros glúteos.
Fugi, relutei, mas fui rendida.
E tem o espelho na frente do aparelho, é claro que comecei a observar se o povo tava olhando na minha bunda.
Sim todos (inclusive mulheres) estavam, teve um cara (e tem sempre um idiota) que teve a pachorra de cutucar o outro e fazer cara de mendigo tarado. Que raiva! Eu sei que homem olha pra bunda de mulher, mas assim descaradamente me faz sentir uma picanha demais pro meu gosto.