quinta-feira, 2 de fevereiro de 2017

A saga da bota ou a gata de botas



Chovia em São Paulo, chovia aquela chuva paulistana chata pra cacete que pega todo mundo na hora do rush, chovia sem parar, mas era dia de forró e eu não sou obrigada a nada, muito menos a perder um forró por causa dessa chuva.

Pernocas doiradas do sol carioca, linda de vestidinho, foi com raiva que coloquei as botas, odeio ficar com os pés molhados e pra dançar não há nada melhor do que uma boa rasteirinha.
Detalhe: as botas eram, no caso, de 2008, comprei na Prego quando era ainda estagiária do Virgula. Mas como sempre fui muito cuidadosa, tem coisa que perdura e eu sigo usando.

Tudo muito bem, cheguei sequinha e estava rodopiando no salão quando senti a mesma sensação quando subia o Morro 2 Irmãos. Ai caramba, não pode ser! Sim, a sola da bota tinha descolado, olha que beleza! O forró estava só começando e eu ia dançar até o final, e agora? arranquei a sola, guardei na mochila e segui a vida com o tecido me protegendo.

Qualoquê!

Foi a vez do outro pé ter a sola descolada! Cai na gargalha já que era a única coisa que me restava. Nisso o tecido já ia dando sinais de morte súbita.

Os amigos aconselharam: tira isso e fica descalça, mas cadê coragem pra botar meus pézinhos naquele misto de água preta, catuaba e cerveja? até tentei e consegui com muito esforço ficar 5 minutos daquele jeito. Sou bagaceira mermo só no Carnaval, no resto do ano sou mocinha.

Mas e agora, hein?
e agora
e agoraaaaaa

Sentei no palco e comecei a pensar num jeito. Peguei os solados e coloquei por dentro da bota como se fosse uma nova palmilha, né que deu certo?

Ainda fiz o trajeto Anhagabaú-Jaguaré e subi o morro naquela situação.
Quando finalmente sentei na minha cama, pensei:

Mas só comigo acontece isso, hein?
ainda bem que o universo conspirou a favor!


segue foto em anexo.


ps: só pode ser São Paulo recalcada querendo mostrar que pode mais.
eu hein.


Nenhum comentário: