terça-feira, 7 de novembro de 2023

Good morning

 Hoje eu acordei.

A sensação é que eu dormi pelos últimos xxxx dias e levantei hoje como se nada tivesse acontecido.
Quer dizer, eu tive uma puta insônia, como se a minha mente estivesse gritando comigo de que ela já não podia mais um dia naquela mesmice. E ela gritava alto, brava mesmo, e então perdi o sono e fui inventando planos mirabolantes pra ver se finalmente eu adormecia. Quanto mais eu tentava relaxar, mais informações iam surgindo e o plano foi tomando tanta força que fui obrigada a fazer o café às 05h30 da madrugada. Parabéns mente, você venceu!

Liguei a TV como todos os dias, abri a página do jornal, e a sensação estranha de "onde eu estava esse tempo todo?" foi ficando cada vez mais forte e esquisita.

Olá Santa Cecília, olá janelona linda, oi cozinha azul com azulejo de flor, como vocês passaram?

Uma claridade invadiu o apartamento.
Sonhos, planos, vitalidade. acho que sonhar e depois de tanto tempo encontrar um novo sonho me deu uma energia acumulada nos últimos 04 meses. Carregou toda a minha bateria e eu sai da tomada.

tudo normal por aqui.

faltam 98 dias para o Carnaval.


domingo, 5 de março de 2023

Pós apocalipse ou depois do Carnaval - parte 1

 Agora que você foi embora, pegou suas últimas peças de roupa, esqueceu alguns potes de purpurina no banheiro azul, por mais que eu tenha implorado pra você ficar, você se foi, Carnaval, e na verdade eu entendi que você tinha que ir, te dei um beijo no rosto e um abraço bem apertado porque agora são mais 300 dias esperando até que você volte novamente etc. 

Agora são 07h de um domingo fresco na cidade de São Paulo e o meu fuso horário continua ativo como se aqui você estivesse. Eu treinei o corpo, os pés e as pernas desde dezembro pra poder aguentar o tranco, e aguentei, mas o fim do ciclo é mais demorado do que eu gostaria e pra ser sincera eu adoraria ainda estar dormindo, mas vou aproveitar essa paz e silêncio pra escrever essa carta pra você.

Esse ano você botou pra quebrar, hein?
Nada como um bom planejamento na ponta do lápis, rascunhando e organizando essa festa gigantesca, linda e perigosa! Você é tão poderoso e fiel que foi tirando as pedras do meu caminho e soprando no meu ouvindo a importância de manter o foco para quando você enfim chegasse. Foi dureza, lágrimas, mas deu tão certo, tão certo que eu apenas consigo te dizer muito obrigada por mais um ano!

Foram 24 dias no Rio passando por Santa Teresa, Nikiti e Botafogo numa catarse sem igual.
A fantasia de Janja, tal e qual combinamos foi um golaço! Dançar de frente pros militares armados num sol de 50 graus ouvindo Beattles, suar o biquini no Ogodô do Aterro e seguir num crack sem nome andando até a Praça XV já com o sol se pondo, pegar o Sinfônica Ambulante estando dentro do grupo de músicos de Nit com meus netos, O Cachorro Cansado lotado que fez com que eu recalculasse a minha rota e cruzasse com bairristas raiz num boteco mais raiz ainda. 

Você me inspira e me guia tanto que eu sempre dou de encontro com pessoas especiais que fluem na mesma energia que eu, e é por isso que eu continuo amando me perder no bloco e me encontrar, pra depois me perder de novo e assim sucessivamente até que os meus calcanhares gritem que chegamos no limite, mesmo o coração querendo sempre mais.

Embaixadores da Alegria, Céu Na Terra e Bloco das Tubas
Os três blocos mais especiais desse ano, pra variar, eu pulei sozinha e não quero parecer egoísta, mas a parada flui melhor assim e eu só posso seguir os ventos que o Carnaval me traz. Na sexta de abre-alas parti pro Buraco do Lume atrás do bloco do Vaca Atolada, eu odeio a sensação de ter perdido o bloco pq pra achar é uma trabalheira danada, mas enfim o achei, e era somente o começo, aquela sensação de "enfim você chegou", de quebra encontrei Manu da Cuíca e a agradeci pelo samba da Mangueira de 2019. O Carnaval e suas surpresas: No samba pós bloco, já no Vaca, na minha Lapa caótica,  eu simplesmente dei de cara com Gleisi Hoffmann -Presidente do PT!-  e a energia era tanta que eu virei a noite tomando cerveja no Amarelinho (sempre muito apaixonada etc), e decidi tomar um cafezinho para então finalmente subir Santa Teresa e pegar o Céu Na Terra no começo!

No trajeto para subir Santa o descontrole começou: Taxistas e Ubers não sobem o morro, eu não subo em moto, e o jeito foi subir nas pernas com um povo que eu cruzei pelo caminho. Santa Teresa esse lugar que eu quase não amo, é pra ir andando? Pois então vamos nessa! (haja cerveja, GT, café, joelho, água, Trident). O dia já estava quente e era apenas 08h da manhã. Meu deus o Céu Na Terra vai sair, que emoção. É claro que meu ego gritou dizendo que eu tinha de estar bonita e com meia arrastão e com sei lá qual tiara, mas o Carnaval muda as rotas, esse pisciano safado decide tudo no meio do caminho e eu estava sem maquiagem, com restos de purpurina e um look totalmente X, mas enfim lavei a alma descendo pelas vielas de Santa, era paralelepípedo e e escadas que não acabavam mais, as ruas abarrotadas de uma gente colorida, livre, feliz e aliviada. É Sábado de Carnaval, porra! O dia mais legal do ano, segue o bloco. Segui, e obrigada mais uma vez, meu amor, por ter me dado a oportunidade de esclarecer uma parada séria no meio do bloco. Ou as mulheres se unem contra a machistada e desmacaram narcisistas baratos e manipuladores, ou esses merdas vão continuar mentindo e enganando mais e mais, aqui não violão, aqui o papo é retão! Fim de bloco.

Uma vez me disseram em tom de deboche: "Você nunca pegou o Bloco das Tubas à noite, né? Não sei se você aguentaria."

Corta pro domingo de Carnaval:
Mariguella não segurou o tranco e descarregou. Era domingo à tarde e o Tubas sairia somente 20h, mas o que é que eu vou fazer até lá, meu St. Antonio? Segui o fluxo atrás de um bar cujo pudesse carregar o meu celular e eternizar esse blocão noturno que sai apenas da Candelária, puta merda!
Deu tudo errado, mas também deu tudo certo, eu me enfiei num inferninho da Lapa, carreguei meu celular, tomei banho (hahahahahaha senhoooora), arrumei briga, chorei, ajudei uma ambulante, cruzei com franceses, ensinei um hipster lindo a chegar na Candelária, quase fui pega por trombadinhas, fiz amizade com mais um ambulante e finalmente depois de todo esse pequeno apocalipse (é bom estar preparado para mais um capítulo ao vivo de The Last os Us), eu encontrei o Bloco das Tubas! Puta que pariu, que blocaço!!!!

Lotado, lindo, emocionante, um bloco que dá olé nos foliões, fingem que vão seguir por um caminho e se enfiam numa ruela paralela fazendo com que a gente volte tudo correndo, à noite, pelo centro do
Rio de Janeiro. Foi tão perfeito que até corda eu fiz, porque eu posso ser de SP, mas se tem uma coisa que eu manjo nessa vidinha é pular bloco no Rio e com licença vou proteger os músicos sim senhor. Joelho um pouco ralado, calcanhares sangrando, tomamos uma chuva homérica, mas a sede do folião depois de 2 anos de pandemia e 4 do pior Governo, a sede de quem enfim tem um Presidente para chamar de seu, a sede de quem se entrega de corpo, alma e coração ao corpo de baile, eu avisei meus pés: infelizmente vocês vão ter de aguentar sim, daqui não saio, daqui ninguém me tira.

No fim, quando eles pararam de tocar, eu tinha andado sei lá quantos quilômetros (sempre muito apaixonada rs, a paquera com homem carioca me pega de um jeito), quando as tubas foram para o alto e as palmas surgiram, só então eu dei por encerrado o domingo de Carnaval e voltei pro hostel (e lá a festa começou novamente com direito a um italiano dizendo que levou o pai na Igreja de Padova, Santo Antônio de Padova e eu de frente pro Cristo só querendo chorar e aliviar a tensão e emoção por tudo o que eu havia vivido naquele domingão). 

Pois bem senhoras e senhores ainda tem muita história para contar desse espetáculo catártico, que me inspira, motivo do meu choro, razão pela qual eu me organizo, brigo e bato o pé, festa pagã perfeita e também cheia de percalços, o assunto que faz com que eu fiquei hoooooras falando sobre, o Carnaval é tão fantástico, lindo e poderoso, meu Carnaval soberano, você sabe, né? Você sabe sim porque eu converso com você, obrigada por TUDO, estamos juntos, estamos fechados! E é como eu disse, escrevi e cravei: Ninguém toca no meu Carnaval. 



 


 

quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

30

 Faltam 30 dias para o Carnaval.

"O meu desejo faz subir marés de sal e sortilégio
Vivo de cara pra o vento na chuva e quero me molhar"

terça-feira, 20 de dezembro de 2022

Voltei.

 Tão preparados? 
 pois senta que lá vem história!

e essa é das boas.

sexta-feira, 29 de abril de 2022

Carnaval de Concreto

Em Santa Cecilia agora são 15h39 (ou seis e onibus, eu sei que vocês pensaram isso), Tramontina. E não importa se você não está mais à frente do jornal que tanto amo, continuarei sendo sua fã, acompanhando a sua carreira e escrevendo meus boletins pra você, ora, ora, ora.

Hoje é 29 de Abril e há uma semana a essa hora eu estava pulando o
Vai quem Quer alucinada por entre as ruas do meu saudoso Butantã.
Carnavalia em pleno abril: a vida é mesmo uma graande loucura não é meixmo?

Além de pular todos os dias, encontrar pessoas aleatórias, cruzar com o povo na rua sem medo de ser feliz e mandando aquele filho da puta tomar no cu, de quebra ainda recebi uma querida vinda com cheirinho de Rio de Janeiro.

Quando vira Carnaval o mundo vira junto. São histórias das mais inimagináveis que acontecem, é mensagem que chega daqui e de lá, é crush que ressurge da cinzas, o povo pedindo endereço, é a melhor energia desse mundo e que saudade eu estava de invadir SP no Carnaval de concreto. Havia me esquecido como essa cidade abafa e explode ao mesmo tempo.

Eis que no último dia, um domingo fantasiado de terca-feira me surge a
Charanga do Franca pontualmente às 09h do Conceição Discos. Fui a pé, peguei um café na padaria e ainda não tinha caído a ficha de que sim senhoras e senhores: é Charanga na rua! haaaaaja! Que bloco mais lindo, meio magico, quente e que arrasta povo mesmo. Os posers que me desculpem, mas cantar a plenos pulmões é fundamental.

A segunda invadiu muito mais pesada e depressiva do que a quarta de cinzas. difícil a vida do folião (crente) que precisa retomar a vida normal depois de quatro dias de esbornia.

Hoje, sexta novamente sexta, SP amanheceu nublada e eu estou mais do que recuperada para mais um final de semana na babilônia ainda que me de tanta preguiça de sair da minha casinha tão delicia e aconchegante.

O ano invade e eu continuo conectada com a minha Dublinia. Eles me perguntam: Mas você não vai voltar? e eu Não tenho resposta. Ainda não. Mas uma hora sim.

Por agora espero você entrar no podcast ao vivo, Tramontina. 





quarta-feira, 6 de abril de 2022

Em Santa Cecilia

                                                             uma nova janela pra chamar de minha


Sabe quando você tem um crush muito brabo? 
você olha de lá, o crush de cá e nada acontece.
Passa um tempo...
...se reenconram novamente, e seca daqui e seca de lá e...
nada de novo.
Até que um dia, do nada, se encontram, se beijam, finalmente, valeime meu Santo Antonio, ficamos!

Minha história com Santa Cecilia é exatamente assim: um querer imediato, quando não se pode ter.
E a espera.
E vai ano e vem ano, vem Carnaval, 7 de setembro, Natal, países, caminhos e volta pra danada da Igreja amarela.

Agora rolou!

Sou a nova residente do bairro cujo a veja SP rotulou como hipster e aconchegante.
Estou há 10 minutos de onde sai o bloco do meu coração desde 2015, onde eu sempre quis ter um lugarzinho pra fazer xixi que não fossem por entre os carros, que não fosse tão dolorosa a volta já alta de mais uma segunda feira de Carnaval. Estou há 10 minutos do metrô à pé, quem conhece SP sabe a preciosidade disso. 

Andando pelas ruas, ganhando o Centro dessa cidade imensa, numa ruazela simples, cercada por idosos, pelos que fizeram raiz pra ganhar a cidade numa época que samambaia nem estava na moda,e Belchior nem era hype. 

Eu morri muitas vezes, mas hoje eu não morro não. Dá aqui o meu sax que eu vou aprender a tocar!

Pra me tirar do Butant só você mesmo meu crush antigo, meu Centro velho, meu coração SP, minha casa Mario de Andrade, meu Minhocão.

Meu sonho sempre foi ser repórter de cidades:
O que aconteceu com a linha do metrô? O bilhete único não carrega pq? Essa linha de ônibus demora tanto por que? Cadê a Prefeitura? Subiu a enchente mesmo com essa especulação imobiliária no entorno do bairro?  E o aumento do número de assaltos aumentou ninguém faz nada?

Nasci e cresci em São Paulo, a grande inspiração pra criar esse blog, minha profissão me possibilitaria ajudar a comunidade no entorno, foi pra isso que estudei tanto saindo do Jaguaré as 06h e invadindo Rudge Ramos, em São Bernardo, por quatro anos.

Agora eu faço parte de uma outra comunidade, me livrei do Maria Luiza (SARAVAAAAAA), mas a cidade continua tendo as suas questões e eu estarei atenta e escandalosa pra fazer barulho se preciso for.

Não desistam dos seus sonhos.

ah? o tão esperado beijo na boca com Santa Cecilia.

Se vai virar namoro? casamento? filhos Santa Ceciliers?
Quem viver verá.

Eu continuo na saga de desbravar novos lugares e cantos nessa cidade que ao mesmo tempo infinita, tão solitária de nós.


domingo, 3 de abril de 2022

Conexao Dublin - SP

A noite que invade a cidade é tão cinza quanto uma outra mais fria que já habitei por ai. Minha mãe e minha cachorra sentem frio, enquanto eu trajo shorts e camiseta. O cinza já não  me é estranho, tão pouco o frio, frio em SP? ah me ajuda!

Enquanto embalo caixas para iniciar um novo capítulo na capitar, sinto o ar fresco que invade a sala. Diferente da outra sala, aquela da Parnell com janelão e flores no parapeito.

São quase 4 meses de uma velha nova vida por aqui ainda que eu siga conectada com a minha Dublinia.
Não só pelos amigos, pelas notícias, pelos stories, pelos áudios dos meninos que cuidei, mas é como se eu estivesse lá estando aqui, e eu já vivi isso ao contrário.
A playlist indie rock continua em looping mesmo estando em  outro continente, é o jeito que encontro de não me distanciar da língua que tanto labutei pra dominar.

Sou obstinada, quando tenho foco vou até o fim até que todas as cartas do baralho estejam descartadas, e por isso vou caçando jeitos de não perder o inglês. E eu não vou perder. não admito. Não sou obrigada

O cotidiano de viver SP, o ano eleitoral, a carreira, os executivos e o bilinguismo me convocam pra projetos que nem estavam planejados, mas ganhar dinheiro, quem não quer? Eu quero e muito, mesmo que seja pra trabalhar aos sábados, como fiz hoje, como fiz lá, e como meu amigo me ensinou.

Não sei do futuro,
pela primeira vez na vida não tenho um plano porque a vida se apresenta no agora e no agora tantos caminhos são possíveis.

Uma coisa é certa, acho que vocês ja sabem - eu amo muito SP, esse moedor de carne ao vivo, mas eu também amo tanto minha Dublinia, ambas cinzas, eu não me lembrava que São Paulo era tão cinza assim.

vou transformar a ansiedade em experiencia, dinheiro, e historias pra contar.

por agora, o que adianto é que voltei a escrever. e vai ter Carnaval em abril.

voltamos em breve com mais informações diretamente da cidade de Sao Paulo, Nathalia Brasil para o SPTV,

Tramontina.