segunda-feira, 30 de abril de 2018

(...)

(...) Pedro tinha me dito que aquilo tudo era pra me tornar mais forte, mas eu não entendia e ainda ficava puta com ele.
"Você é a mulher mais brava que já conheci", assumia acentuando seu lindo sotaque de Fortal. 

Nos conhecemos num lapso carnavalesco enquanto eu dançava arerê e lembrava da Thaís, eu ia desaguar algumas lágrimas quando ele chegou exibindo seu belo sorriso. 

"Porque além de brava, você é uma mulher muito decidida, e eu acho isso lindo, além de me dar muito tesão", tá pedro querido, mas não é disso que estamos falando agora, certo? me ajuda, mano, você não tá me ouvindo!

"É só você deixar pra lá", disse o simplista capricorniano. 

Pedro sabia que eu não sou de levar desaforo para casa, que num tô nem aí e que meus quase 7 anos de terapia tinham me ajudado muito, mas não me tornado outra pessoa.

Porque quem ama bloqueia, dizia o jingle de uma marca de telefonia.

Sabiamente Pedro disse que já havia esgotado suas argumentações sobre o tema, e que eu estava tentando fazer ele dizer o que eu queria.

Mas Peeeeeedro!

Bati a porta pesada da Pagero semi puta e semi bêbeda.

"Vou analisar e depois te falo, vamo logo com isso que eu ainda vou voltar pra lá". (....)







terça-feira, 24 de abril de 2018

Far far away


Há quanto tempo não te escrevo? Quando foi que nos distanciamos desse jeito, mesmo com a proximidade? Eu sem vontade de te assumir, sem querer contato, um contato que antes era tão apaixonado, iludido, rico em sonhos.

Fato é que nós mudamos, tanto eu quanto você. Não era assim que eu tinha imaginado e eu odeio quando os planos não saem do jeito que eu quero, você sabe disso.
O outono me inspira e me traz vontade de escrever, registrar cada amanhecer e por de sol lindo, mas a galera anda só olhando pro celular, e quando reparam no entardecer é pra postar no storie. Hoje no almoço reparei que além do celular, a galera está triste, olhar perdido, ali comendo, imersos em mais uma hora de almoço.

Dia que vai, dia que vem... o final de semana se aproxima, o feriado chega, o outro mês se inicia... e o horário de almoço, bater o ponto, entregar o relatório, e o final de semana, o feriado e um outro mês.

Não sei se a culpa é totalmente sua, mas eu não acredito mais nesse tipo de felicidade, pra mim soa como uma felicidade fake. Felicidade comida bonita, cerveja artesanal, samba de gente chique. Felicidade hambúrguer artesanal. E tome cheque especial, juros, salário abaixo da média, tome reforma trabalhista, linhas de ônibus cortados, filas intermináveis nos hospitais, pane no metrô. A galera sobrevive, consegue viver dois dias por semana, a qualidade de vida vai pro ralo, mas o feed tá ó, maravilhoso. E editado. Com filtro e hashtag pra gerar mais like. 

Nos meus longínquos planos a vida era pra ser mais viável, mais transitável, sem luxo, mas com conforto. Com paz, com um tempo, por menor que fosse, um tempo pra poder cozinhar. Mas aqui quem dita a regra e tem esse tempo é quem tem grana, de uma família que nasceu com grana, com um avô que conseguiu fazer grana quando isso era possível aqui.

Os anos vão passando, vou vivendo cada estação, todas as partes boas e as dificuldades, a falta de grana recorrente, o desperdiçar dos minutos dentro de um vagão com milhões de pessoas indo sei lá pra onde, focadas em não sei o quê, na tela de um aparelho móvel.

A vida é uma só, dizem.
São várias as vidas, a gente retorna pra resolver umas paradas, dizem.

É preciso fazer planos pro futuro, dizem.
Mas sinceramente, SP? Meu futuro está longe de você.

sexta-feira, 20 de abril de 2018

Pele de pêssego

Foram três horas apenas. Sem celular, sem trânsito, apenas ouvindo minha amiga falar sobre seus causos, seus planos, suas lembranças. A gente tem que se esforçar pra sair da rotina, metade pra mim, metade pra você, no meio do caminho, vamo se ver, tomar uma cervejinha e rir dos problemas.

Um suspirinho, um quentinho no coração, que dá força pra gente seguir. Mesmo com o Lula preso, com o Temer espalhando essa bosta toda, a reaçada se multiplicando, o preço do gás que subiu, a gente que se desdobra pra dar conta das contas, jovens moças balzacas planejando o futuro. Ao meu lado, uma moça grávida, de outro, um casal conversava, era o meio de mais uma semana com uma noite já mais fria.

A gente tem mais é que insistir pra ver os amigos, encher o saco, armar um encontro e uma cervejinha, jogar conversa fora, fora do whatssap, sabe? Acho muito triste essa distância, pra não dizer preguiça, essa falta de iniciativa pra sair da rotina. Falo por experiência própria: tem hora que cansa ser a única que chama o povo pra sair, a única que começa a conversa e monta um esquema, sabe?

Mas eu já tenho cravado nesse coração: a hora que eu tiver a minha casa ela vai viver cheia! cada um traz uma comidinha e vamos nos reunir. ah que coisa boa!

Pele de pêssego entrou na minha vida do nada, como todos os bons amigos, quando a gente nem imagina que pode ali nascer uma amizade.

arquiteta maravilhosa, aquariana perdida, myga gente fina. amiga mesmo: que te ergue sem te julgar, te anima, te pergunta como é que tá, amiga mesmo, de você poder confiar, amiga que te escuta.

Isso aí queridos tá foda encontrar. se você tem esse tipo de amiga próxima a você conserve-a e dê graças ao universo. amigo é amigo e filha da puta é filha da puta, vale sempre lembrar.

amo!



quinta-feira, 19 de abril de 2018

Pois.

Uma semana que deixei meu bando de loucos :(
Fico pensando na intensidade da coisa toda, como é que pode a gente se juntar e se encaixar tão perfeitamente em certos lugares, né? adoro quando isso acontece.

deixei um bando falando "receba" "pois" "beuteus"
povo mais besta que pega mania and gírias dos outros.

dias atrás veio Jean com um "receba" e eu quase morri.

é assim: eu começo a falar qualquer bobagem e quando dou por mim o povo tá falani tbm.

aham cláudia.


quem não vive de gíria e não entende de meme nem é gente, é mongo.


sigo inventando moda.
que é mais um jeito de tornar essa vidinha besta mais animada.

Amsterdam e todo seu cenário

Cheguei em Amsterdam aos prantos por sei lá qual motivo. aos prantos mesmo, nem era raiva, era tristeza. Depois de quase morrer de infarto e quase perder o avião, na saída do aeroporto, novata, sem entender nada, eu só queria chorar (ai meus peixes). Fui alertada: Brasilzinha, vem aqui, cê sabe onde vc tá, meu bem? não, eu não sabia.

choro chorado,  baile seguido.

Amsterdam é filme, é cenário, é clichê, é vida bela, é de uma lindeza tão grande, mas tão grande que a gente se pergunta um milhão de vezes como é que deve ser morar ali naquele paraíso. deus do céu, quanta beleza, quanta leveza (pelo menos pra quem é turista). cada esquina é um fotão mesmo que você não seja fotógrafo.

Cervejas, queijos and smokes à parte, ver a vida passar em Amsterdam é, por si só, um grande passeio. Os barquinhos pelos canais, o vento batendo nas folhas, no rosto rosado de quem é fruto daquela terra, o país de Anny Frank, que foi devastado e conseguiu se erguer novamente sem deixar para trás suas marcas.       

E o trenzinho azul que vagueia pelo centro? A louca dos trens ficou fascinada.

Foi com muito medo que meti a cara na bike e passei a enxergar uma nova cidade sob rodas. À noite o charme fica ainda mais especial e o Rijksmuseum ganha uma iluminação tão foda que ali eu tive certeza de que estava numa cena de filme. As ruazinhas, aqueles prédios com janelões, outros com escadinhas pros apês que mais parecem porões, cada quarteirão a imaginação voava criando uma história de um personagem que ali vivia.

Os ingleses são bonitos, mas você já botou reparo num deutch? Receba.
Altos, magros, olhões azuis, boinas e cerveja sempre nas mãos, que ninguém tava ali de brincadeira.

Durante os dias em que estive lá estava rolando algum torneio de futebol e a cidade também respirava  os ares do mundo da bola. As torcidas gritavam e os turistas acompanhavam tudo pelos telões dos bares.

Como todas as mini-férias, a viagem logo acabou e a cidade me deixou com gosto de quero mais, e eu tive ainda mais certeza de que meu lance é observar o povo e seus costumes, sentada, bebendo café ou cerveja, bloco de notas a postos, sentindo como é viver ali.

***********
Meus parceiros de viagem sempre foram ótimos e sem frescura. Economiza daqui pra gastar ali, andar sem medo de ganhar as ruas, botar a energia pra jogo, dormir pouco e viver muito, é assim que parceiro de viagem tem que ser. A viagem tem muito de quem viaja conosco, não é mesmo?

**********
Quer uma sensação mucho loca?
Voltar de viagem pra uma outra viagem, pra onde era minha casa, at my new country. Casa é sempre casa e voltar para a pequena Pboro foi um abraço confortável. A Marília inglesa onde tudo é sempre igual e nada muda, rumei pro ASDA que era necessário comprar comida para a semana.

**********
Mini infarto 2: Na volta, o agente british do aeroporto fez 500 perguntas, num inglês caipira e nasalado. folgado, perguntou se eu tinha dinheiro pra ficar viajando aquele tempo todo. No que eu respondi que sim, sim, com licença vamo logo com isso. Minha cara de pau é grande e já me salvou várias vezes. Cara de pau em outro idioma: haja. 






quarta-feira, 18 de abril de 2018

Novas Auroras

Feliz pelo o que ainda não veio
E saudades do que nem foi
Esperando o melhor dos agoras
Sem termos o antes
E já queremos o depois

E do lado de fora dos olhos
Os ponteiros disfarçam até o anoitecer
O tempo já sorrindo pro fim
Relógios não esperam por ninguém
Ontem você quis o amanhã
Hoje você quer o depois

Vou andando nas horas
Atravessando os agoras
Dançando as novas auroras

Vou andando nas horas
Atravessando os agoras
Dançando as novas auroras

Ainda nem chegou e pensa que já foi
Ainda nem chegou e pensa que já foi

Eis o fetiche do tempo
A corrida, faminta, incessante das horas
Lembrando quem adianta os instantes
Mutantes das histórias, das intenções
Sem ponteiros denotam o redor dos eternos agora
Sempre correndo atrás do que nunca demora
Foi-se embora sem satisfação

Um roteiro certeiro
Panorama no espelho
Janela de onde tudo vejo
Já vi esse filme inteiro

Ainda nem chegou e pensa que já foi
Ainda nem chegou e pensa que já foi

Ontem você quis amanhã
Hoje você quer o depois
Ontem você quis amanhã
Hoje você quer o depois

Vou andando nas horas
Atravessando os agoras
Dançando as novas auroras

Vou andando nas horas
Atravessando os agoras
Dançando as novas auroras

terça-feira, 17 de abril de 2018

De outros outonos

O outono me faz lembrar do vento gelado que batia na Metodista às 07h30 da madrugada já dentro da sala de aula naquela lonjura do Rudge. Minha grande preocupação há 10 anos atrás era aprender a escrever direito, manjar de laudas e reportagens, falar mal dos outros com o Guilherme e a Nath, e descolar um estágio remunerado que me pagasse mais do que R$ 400,00. Pro ansioso todas as fases doem e não adiantava me dizer que as coisas iam dar certo, eu sofria e nem poderia imaginar os belos rojões que vinham pela vida à frente. Com 21 anos a gente sabe o que dessa vida? Eu achava que sabia muito...

A gente tomava café e chocolate quente quando o frio chegava de vez, o ar gelado do ABC não perdoava. Tudo isso rolava na cantina do Delta, ou a cantina de humanas habitada pelas melhores tchurmas de Jornal, PP e RP, que já naquela época a gente não tinha dinheiro ou saco pra ir comer com a parte coxa da faculdade (eu já tão comunistinha. tão briguentinha. tão fora do padrãozíneo). Era pão de queijo barato e o café pequeno custava R$ 0,50 cents o grande 1,00. Isso sim que era vida!

Depois a gente pegava carona com o Eduardo e com o passar dos anos o Gui finalmente botou o celtinha pra rodar e me deixava todo santo dia na Paulista.

Pqp que saudade!

Agora escrevo esse texto com a tão sonhada experiência que naquela época me assombrava, aprendi não só a escrever, mas a fazer reportagem etc e tal, até release nóis faz agora. Adiantou sofrer, querida? Adiantou perder noites de sono por conta dos trabalhos, pelas notas (um pouco) baixas, pelas imensas vagas de estágio que não foram retornadas?

Naquela época minha preocupação era deixar o cabelo o mais liso que eu conseguisse, acordar 05h30 era um pesadelo, sonho era conseguir ir pro Juca com o rolê já quitado #ata. Nos meus tempos de Virgula eu recebia R$ 380,00, trabalhava dois finais de semana por mês, ia pro Remelexo de ônibus, tomava jurupinga, catuaba e canelinha.

O outono me faz lembrar também que esse ventinho gelado é corriqueiro numa outra cidadezinha que eu jamais imaginaria que conheceria, caso alguém me entrevistasse em 2008 indagando sobre os meus sonhos para o futuro. As curvas da vida, o inesperado, a oportunidade, a coragem, a vontade que dá (e sempre deu) pra me jogar.


2 years ago.


Outono é memória boa e saudade.




terça-feira, 10 de abril de 2018

Como pode?

Como pode um peixe vivo viver fora da água fria?
como poderei viver sem a sua companhia?
como pode um trabalho tão chato pagar tão bem e um tão legal pagar tão mal?
como poderei criar um personagem, despir-me de minha personalidade, estancar meu riso e exaltar a seriedade?

.
.
.
.
.


segunda-feira, 9 de abril de 2018

Últimas

Comprei um creme de cabelo que há muito desejava. beuteus. É apenas maravilhoso e deixa os cachos perfeitos. É como eu sempre digo: não vejo a hora de ser rica logo pra comprar tudo em produtos para cabelo. a-mo e gasto sem dó. não dá pra ter cabelo feio. das pequenas alegrias dessa vidinha é um cremezinho nice!

.
.

Há 07 anos vou no Santo Forte  e não tenho dúvidas de que é a melhor festa de música brasileira dessa cidade, quiçá, desse país. sábado o Arthur estava inspiradíssimo, mandou todas, acertou em cheio, rodei igual louca na gira. É muito amor!!!

.
.
.

O crush quando é ariano a gente ergue as mãos pro céu e já separa a luva de boxe! amo.

.
.
.


08 anos de Benja, 08 anos de um moleque lindo, 08 anos de história, 08 anos de um amor.
temos um pré adolescente na família.

.
.
.

Esse mundo que gira e gira é certeiro.
Rindo é pouco, eu tô é gargalhando vendo tudo de camarote.

* receba*









quinta-feira, 5 de abril de 2018

Crush

Homem de olho claro é benção de deus. Comecei a botar reparo nisso nos meus tempos de UK. Azul escuro, azul claro, verdão, verdinho, eita coisa bonita de se ver.

Mas o que dizer de um belo par de olhos cor de mel? Que clareia e muda de cor quando bate o sol?

Obrigada universo por esse presente.

barba loira também faz feliz.
se vier acompanhada por dentes brancos e alinhados + covinha, ai é pra eu levar pra minha casa e chamar de meu amor.

morri.

quarta-feira, 4 de abril de 2018

Catarina motorista

Na metade do caminho rumo à minha casa, parei em frente uma concessionária de carros para esperar a carona. Qual o quê! Um machinho do alto de seus 20 anos pegou um CRV branco para manobrar. OK. Havia um poste de luz atrás do carro e eu vi que ele ia bater, mas fiquei quieta observando, porque quem sou pra me meter numa coisa dessas, não é mesmo?

Bateu. 

Bateu a CRV bem batidinha no poste, o povo de dentro da loja começou a olhar, os amigos dele começaram a rir, e o cabra morrendo de vergonha ia fingindo que não tinha acontecido nada.

Comecei a gargalhar, a rir com força, meu deus, como ele conseguiu uma proeza dessas? Lembrei de todas as situações chatas e machistas que já passei tentando estacionar o Catarino e o bando de embuste sempre rindo. Pois me vinguei!

não só ri, como me aproximei do carro e disse: você quer ajuda?

ahahahaahahhaahahahhahahahahahahha

o boy ficou em choque, balançou a cabeça dizendo que não!

*receba*

os amigos finalizaram: Aê, deixa que a moça estaciona!


**************

Certa feita sai com um cara que pagava de gatão na internê. Na hora de me buscar ele bateu o carro num poste e eu quase miei o rolê ali mesmo.

depois veio se justificando que não tinha visto O POSTE.

************

Segundo o Assis: "A Nathália dirige bem, mas tem o pé pesado e tá sempre com pressa".
Segundo a Margarete: "A Catarina dirige muito bem, não sei nem como ela aprendeu".


dirijo muitíssimo bem,
obrigada.















segunda-feira, 2 de abril de 2018

Arregou

Eis que o macho provedor do escritório, o caminhoneiro dos teclados, como dizem por aí, aquele que se esquiva na cadeira pra dar aquela olhadela na bunda alheia, esse mesmo, que ousa piscar pra mim e me encarar sempre que chego na minha mesa, esse com o ego e bolas do tamanho do mundo, ficou com vergonha e quase saiu correndo. Uéééééééér

Foi só eu dizer que ia fazer um ensaio de lenhador, colocar roupa de flanela, macacão jeans, um pedação de madeira na não que ia ficar nice e vrau! nossa, o bicho ficou com uma vergonha que nem revidou, curvou-se diante de seu monitor, grudou os olhos na tela, e a bochecha que era branca ficou rosada.

hahahahahaha

esses machos não são é de nada, meu Brasil!

paga de isso e de aquilo mas não guenta uma encarada, num guenta ser objeto sexual de quem ele mesmo objetifica.


segura e se fecha.

macho de meia tigela.