segunda-feira, 18 de março de 2019

Convivendo com o frio

O frio é um dos mais profundos elementos que faz com que eu não me esqueça nem por um segundo de que estou morando aqui. O idioma, o fuso, a mão inglesa e os ruivos compõem o restante da lista.

Pra viver em Dubin é preciso aprender a conviver com o frio. Fiquei pensando nisso ontem enquanto estava na fila do banheiro. É um verdadeiro bota casaco, tira casaco. O frio é intenso e implacável. De manhã tá frio, de tarde ventando pra caralho, de noite chovendo. O apê da Pimlico é gelado demais e muitas vezes aqui dentro é mais frio do que lá fora. A conta de luz é recarregável tipo celular e ai a gente faz uma vaquinha pra colocar uma quantia que dure o mês inteiro. O aquecedor da casa é antigo e gasta luz pra caramba, então a gente liga ele só um pouco pra aquecer o quarto enquanto pegamos no solo. Qualoquê! Quize minutos depois o quarto está gelado novamente e vamos levando a vida desse jeito: convivendo com o frio na marra. 

Meia calça
Casaco
Capuz
Touca
Luvas

Entramos em algum lugar e já vai todo mundo tirando as roupas. Pra ir pra balada é sempre um terror, logo eu que amo vestido, pernas e coxas de fora, pareço uma vovó com tanta roupa. Mas ou é isso ou é passar muito frio. 

Ontem, enquanto tinha esse insight, estava um frio do cacete e as pontas dos meus dedos estavam duras.Eu ignorei e continuei tomando minha cerveja. Quando entrei no pub novamente o calor do povo me invadiu, um verdadeiro zigue zague de sensações. 

Dias atrás eu me senti em casa pela primeira vez. Foi diferente e maravilhoso ao mesmo tempo.
Estou ainda mais atenta às essas sensações, o intercâmbio é, antes de mais nada, uma viagem de autoconhecimento intensiva.

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Palenie
zabija
rzuc teraz!

é isso que diz no maço de cigarro polonês.









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