Dublin é aquele namorado capriciorniano frio e calculista que nunca faz uma demonstração de carinho em público, mas quando pega na sua mão, você para e pensa: "Eita!"
Depois de quase noivar com a Inglaterra e o tempo do meu rolo com o Rio, eu cheguei em Dublin com a faca entre os dentes e o coração embrulhado em aço: aqui não, violão!
Sabe quando você tá ficando com alguém e acha que aquilo ali não tem nada a ver, que jajá esse lance acaba, você põe mais reparo nos defeitos do que nas qualidades e age sempre no modo defensivo? Então, foi desse jeitinho.
Dai a Dublinia foi chegando assim, mostrando que tem cadência, que é feita da resistência, que vai usar Gaélico quer queira quer não, e apesar de nem tão imponente ou malandra, ela é bem delicinha e singular, fria só nas ruas, que de pub ela entende bem. Dublin me apresentou minha versão mais cervejeira, me deu um beijo recheado pelo sotaque Irish, me mostrou o tamanho da minha coragem,
e eu fui me entregando ainda que em negação.
Nesse relacionamento fui eu quem enrolei pra assumir, demorei pra querer postar e esbanjar esse amor pro mundo inteiro ver, mas agora tá consumado, tô entregue, tô na tua e tu sabe que não sou de meias palavras ou meios sentimentos. Eu me jogo pro fundo, eu vou sem medo, cada dia uma sensação diferente, ganhando a cidade, conhecendo novos espaços, compondo a minha versão em Dublin. The Liberties, Stillorgan, Firhouse. De cabo a rabo, lendo notícias e pesquisando seus antepassados.
Eu não sei se a gente vai casar, se é aqui que terei os meus filhos ou farei a minha segunda graduação, a única certeza é que cheguei sem saber nada de você e agora eu quero te conhecer ainda mais!
Início de namoro, mais do que o fogo ardente por uma noite de sexo, é a fase principal pra você sentir se aquilo tem futuro. A gente tá se curtindo muito, né não, Dublinia?
quarta-feira, 11 de setembro de 2019
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