sexta-feira, 9 de agosto de 2019

Mais uma página sobre saudade

Eu me pergunto onde estão os comunicadores, os humanoides, os cirandeiros e Lula Livre dessa Dublinia. Onde se escondem esses que poderiam ser meus amigos e são capazes de terem uma conversa útil, inteligente, que consigam falar sobre a vida e a experiência aqui fora de uma maneira não tão superficial.
Os que escutam Caetano, Gil, Baby, Marisa Monte e Luiz Gonzaga. A parte mais difícil do intercâmbio é a falta que me faz trocar ideia com gente inteligente e interessante, com gente que possa me acrescentar algo que seja mais do que a nova letra de funk ou a nova substância da moda, que vá além dos países que visitou e consiga falar sobre a vida, sobre a bosta que esse governo tá fazendo com o brasil, que tenha experiência pra trocar. Que falta me faz minhas amigas que não estão só preocupadas com a pegada do cara ou se le respondeu ou não. Às vezes tudo o que a gente precisa é sentar pra tomar uma cerveja e conversar, mas pra conversar a pessoa tem que ser o mínimo inteligente, antenada e ter algum conteúdo. 

Fui muito mal acostumada por estar rodeada de jornalistas no Brasil. Sempre cheios de tiradas inteligentes, de notícias, de assuntos e vivências. 

Aqui em Dublin ainda não me conectei com esses, mas a busca nunca acaba. 

Quando você percebe isso, quando essa janela se abre, a parada fica muito mais complicada. Idai que o cara é bonito? 
Só bonito não interessa, tem que acrescentar e ser interessante, mesmo os Irishs, os Italians, todos.

Daí me lembro de Yuri, meu amigo inteligente e rico de alma que sinto uma falta tão grande. 


Lá se vai mais uma página sobre saudade.

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