segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Retrô 09! Inovou?


É chegada a hora de dar tchau para 2009! Pra mim ele foi um ano que se tivesse 14 meses eu viveria com a maior alegria. Um ano sensacional esse nono. Ano de finalizações a começar pelo temido TCC. Um 9.5 básico para se despedir da Metodista em grande estilo. Aliás, foi o ano que mais defendi essa universidade do ABC. Finalizei um estágio e me tornei repórter. Não importa se ótima, média, monga, estúpida. Me tornei, enfim. Me acostumei a conviver com as diferenças e fiz a ansiedade sair do 10 e ir para 08 na escala emocional (grande conquista!).

2009 foi o ano que mais dancei em toda minha vida! Dancei muito. Dançava porque estava feliz, dançava porque nego tinha me deixado nervosa. Dançava pra poder conquistar um carinha, dançava porque Dona Zefa estava no palco. O forró permeou esses 12 meses. E se antes eu bancava a forrozeira, agora nem preciso mais. Quando o segurança da balada sabe seu nome inteiro decor e pergunta para seus amigos por que você não veio, é porque realmente você está conhecido no local. E não acho isso nada legal. Qualquer peido que você dá, todo mundo sabe. Formamos um grupão de forrozeiros. Uns a gente cumprimenta por educação, outros falam com você quando algum famosinho está por perto. Mas amiiiigo, amiigo mesmo, não enchem uma mão inteira.
2009 foi um ano picareta! Quase todo final de semana indo para a balada, quase todo final de semana ficando com alguém, quase todo final de semana deixando o celular tocar. Quase todo final de semana inventando história pra não cruzar com fulano. E não é que vivi uma quase-paixão? Quase porque ambos fizeram joguinhos e aí danou-se. Agora ao escrever esse texto percebo que o amor realmente não teve grande peso. Vamos para o forró?
Esse ano também viajei mais. São Luis do Paraitinga, Santa Rita do Sapucaí, Cabreúva, Itanhaém. Viajar é sempre muito bom. Continuei com a amada Danuza, mas dei abertura para outros tipos de leituras. Foi a quebra de conceitos mal formulados. Também comecei a prestar atenção na espiritualidade e em como a Lei da Atração faz sentido.

Usei mais verde, mais hippie, mais grampo e exibi um cabelão que não corto nem sob tortura! E como comi. Comi pelo puro prazer da gula. Dei uma corridinha para ver se perdia alguns quilos, a sensação é boa, mas desencanei. MC, batata assada, risoto, yakissoba, que delícia! Escrevo esse parágrafo também para me despedir, porque em 2010 serei mais light.

Adoro esse momento de lembranças. É bom deixar tudo registrado pra comparar com outros anos e programar o que será melhorado no ano que vem. Continuo amando São Paulo ainda que ela já não seja meu centro das atenções. No comecinho desse ano ví pipocar a mensagem: 200Inove. Não inovei totalmente, mas confesso que inovar com atitudes pequenas e dar um ar novo ao velho cotidiano é mais difícil (e válido) do que parece.


Agora é pensar em 2010!
Partiu!

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Dois patinhos na lagoa!


Em dois anos de relacionamento você aprende bastante. Aprende a conviver com a outra pessoa mesmo com todas as diferenças. Deixa a ansiedade de lado pra viver momentos que realmente valham à pena. Planeja, rascunha, bota pra quebrar sem gastar energia com bobagens. Pensa em terminar, Adeus! Repensa e segue em frente. Às vezes super feliz, noutras meio tristonho. É a vida, e isso não é segredo para ninguém.
O amadurecimento e a melhora são naturais e quando se dá conta lá se foram 730 dias. Dois anos, número dois, meu número de sorte. Eu que sou louca por datas e as guardo sem nem prestar atenção, lembrei automaticamente do dia de hoje.

Depois desse tempo aprendi que nem sempre você posta na hora em que eu mando.
E rebelde, trava, me faz escrever tudo novamente. Ou quando teima em não ficar bonito com a cor do texto que eu havia imaginado e também distorce a foto. É Meu blog, óbvio que tem personalidade forte.

Parei com a mania de sair por aí escrevendo textos aos montes pra dar vida à pagina. Mais vale um assunto que lateja e sai perfeito, do que um meia-boca batido. E sendo sincera, pensei em te excluir, Adeus! Mas sou apegada e gosto de você. Deixei São Paulo um pouco de lado, mesmo que ela esteja enraizada aqui, em mim, no todo. Distanciei-me do foco e atentei para outras questões que não fossem o trânsito, as filas, o corre-corre, o consumismo, a multiplicidade e o bairrismo. Demos um tempo. Complementei com as pílulas rápidas e cotidianas, outro vício da autora.
Fechamos num trio: eu, você e os temas.

Agora que enfim sou jornalista, espero só melhorar, te melhorar. Escrever sem vícios, sem amarras, sem medo de revelar. Inovar nas linguagens, criar personagens, exercitar. Dois aninhos, tão lindo. Parabéns, Cinzentinha!
Aqui também bate (muito!) um coração.



terça-feira, 8 de dezembro de 2009

ACABOU!



ACABOU:



*Pular às 05h15 da matina e encarar um longo caminho até chegar pros lados da via Anchieta;
(quase sempre congestionada no sentido São Paulo)
*Pegar garoa matinal na cabeça e começar o dia com o pé direito;
*Entrar no ônibus Rudge Ramos (que passe pela Caminho do Mar) bombando com muitos idosos, muito mais do que acontece aqui pertinho da Paulista;
*Parar no japa e comer um croissant e um expresso;
* Subir a rampa do Delta;
* Entrar no adorável manhã1 e dar de cara com: Bonner, Sorriso, Eliana, Diegol, Klaus e outras pérolas jornalescas da pior classe da década;
* Sentar no fundo e maldizer o mundo na orelha do Guilherme;
* E reclamar muito e dizer que nada vai dar certo, também na orelha do Gui;
* Levar R$ 1,00 pra poder comprar dois cafés de 0,50 cents;
* Rachar o bico do Júlio discutindo futebol com o Bunda, vulgo meu irmão;
* Olhar muitas pessoas iguais, com a mesma bota Metodista, o cabelo chapado loiro com franjinha, a calça preta que dá um nó do lado, as blusinhas de oncinhas, as sandálias plataformas, as rasterinhas com strass;
* Ouvir gerúndio num tom de voz molengo, ver muitos celulares de última geração, tipo numa concorrência pra ver quem é mais tecnológico;
* E maldizer mais um pouco.
* Voltar no Saúde no maior esquema lata de sardinha que nunca passa às 11h00; Só 11h15 quando o ponto tá lotado. Descer na avenida Jabaquara e rumar pra Paulista, Butantã, Centro;
* E ouvir: "Vocês, aspirantes a jornalistas", "Nós queremos salvar o mundo".
* Trabalhar duro em cima de pauta segmentada do ABC. "E só vale ABC porque temos que valorizar o lugar em que a faculdade está inserida";
* Chorar de rir nas caronas com Henrique falando mal de todo mundo inclusive de mim;
* Estudar com Sidão, decorar com Sidão, fazer texto com Sidão, coxixar com Sidão, frio na barriga com Sidão;
* Tremer as pernas antes de entrar no link ao vivo e sempre brigar por mais um! (exibida);
* Discutir muito com todos os muleques da classe, mas no fim, sempre fazer trampos com eles;
* Escutar Rezão elogiando a classe inteira (de propósito) e ter que comer coxinha de camarão;
* Gastar todas as economias pra ir no JUCA, gritar até ficar sem voz, vestir laranja por quatro dias, falar muito palavrão, mas no fim se atracar com alguém de outra facul;
*E beber cerveja meio quente, porque nem tudo são rosas;
*Agüentar a mala da Verónica, vulgo chilena, que briga por tudo e manda refazer 8x um trabalho;
* Chegar em um teste de estágio e dizer em alto em bom som: sou da Metodista. Quem diria, Brasil!
* Engolir sapos (nem tanto) e pensar: meu Deus, esse semestre não tem fim!
* Olhar o SIGA com sede e ver no gráfico só a cor VERDE. E olhar novamente pra ter certeza que a caralha da nota é maior que sete;
* Juntar muitos, muitos papéis, cadernos, agendinhas, rabiscos e ter medo de jogar fora e depois precisar;
* Ouvir Malu dizer: essa nota caiu.
* Ouvir Fernando dizer: derruba essa matéria.
* Ouvir Júlio dizer: veja bem, esse texto tá uma caca.
* Ouvir Reis dizer: clica em bolt>sample> ctrl A.
* Me ouvir dizer: ai que saco!

Entre xingos, risadas e resmungos lá se foram quatro anos. Alguns podem pensar: menina rabugenta então você odiou sua faculdade né? E respondo:

AMEI E FARIA TUDO DE NOVO DO MESMO JEITO
!



PS: odeio tanto despedida, que até o texto não quero terminar.


domingo, 29 de novembro de 2009

Pqna Dosagem...


... Sobre a raiva:

Não entendo por que as pessoas sempre maqueiam a raiva e simplesmente fingem que não estão sentindo nada. Concordo que o desprezo é mais forte do que qualquer bate-boca, mas até digerir todo o sentimento e torná-lo desprezível leva um tempo. E nesse tempo, toda vez que pago de inatingível, quase enlouqueço. Por isso quando estou com raiva falo logo.
Ando mais transparente do que nunca.
Depois de praticar o "não-achismo", tô na fase "raivismo concreto".
Como diria um amigo: Catarina e suas teorias. Amém.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Pelo fim do achismo crônico


Sofro de achismo. Mania de achar um monte de coisas. Acho que vai chover. Acho que ela está brava. Acho que a novela já acabou. Acho que vamos casar amanhã. Virou mania achar, achar, achar. Para o jornalista que prioriza a certeza de informação, quando se trata da vida pessoal a dúvida me pega na curva. Não faço por mal, mas de um achismo que me parece concreto parto para ações e sigo meu caminho. Sem margem para questionamentos, como se as relações fossem unilaterais.

Há vezes em que dou um acerto profundo. É meu lado sensitivo que manda no achar. Noutras, no entanto, erro redondamente. É meu lado Mãe Dinah que falha apontando que não, esse não é o meu forte. Achar menos, essa é uma das metas para o próximo ano. Vou partir de uma das minhas atividades principais: perguntar sem medo. Sem pensar no que o outro vai achar da pergunta. Se vai achar tolice ou achar a atitude adorável.

Me responda, verbalize, tire os balões imaginários de cena. E liberte as relações do achismo ilustrativo e barato que só faz atrasar a vida. Me pergunte se tiver vontade, mas sejam sucintos, que ninguém tem tempo pra ouvir questões sobre retórica, crise existencial ou manifesto iluminista. Objetivos, clareza e mentes vazias de mais um ismo da vida moderna(?).


É lindo levantar a bandeira da sinceridade e da zero hipocrisia (atividade esta que desempenho de peito aberto). Mas antes é necessário libertar as dúvidas.

Eu vou é perguntar que ganho mais. Porque com o pé no ano-novo, é melhor que surjam novos questionamentos, respostas claras, mesmo que não sejam sinceras. E que Bobby, em seu fantástico mundo, se limite a habitar apenas a tela da TV.


segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Sobre a mente humana


Queria um grampo pra fazer um coque. Não sei por que invento, nunca tenho grampos, ainda mais um que prenda toda essa cabeleira. Vou arrumar meu armário que tá uma zona. Caraca, preciso fazer essa unha! Imagina eu chegando no forró e aquela vaca loira repara? Té parece. Não sou moça de dar esses gostinhos pros outros.

Cadê o puto que não entra no MSN? Sempre os mesmos nicks, as mesmas pessoas, e ele que é bom, nada. Capaz de ser outro que só queria me comer mesmo. E homem quer lá outra coisa? É foda. Se você é gostosa e chata, só querem sexo. Se você é bonita, gostosa e burra, te pegam em off ou só te exibem. Se você é bonita, inteligente e chata, aí eles namoram. Por isso na próxima vida quero nascer fofa, meiga e boba. Porque quando um cara gostar de mim, vai gostar pelo que eu sou, não por causa de uma nádega grande. Aliás, quero nascer homem e vou fazer muita mulher chorar. Vou ser bem cafa, pra sentir na pele essa sensação que eles tanto gostam.

Meu dinheiro não vai dar até o final do mês. Vou passar fome, mas minha cerveja não largo. É sagrada; Como diria meu pai: pega o relógio e come! Pega a rasterinha nova de oncinha e come! Só pra melhorar, tem Dominguinhos, Elba e Dona Zefa no forró, tem nem como perder. Final de ano, forrózão pegando e eu sem grana. É vida de estagiário (pobre) nesse Brasilzão.

Só tem poeira nesse armário. Botão de camisa de um lado, cordão de saia do outro. Dizem que piscianos são assim mesmo, desajeitados. Cuidadosos com coisas sem noção, subliminares. Não é à toa que fecho em gênero, número e grau com o signo. Adoro ser peixinho, verdinha. Engraçado que perguntam meu signo e quando digo "peixes" ficam de riso amarelado. Engasgam um: "aahh tá", como se esse signo não fosse garantia de personalidade forte. Esperavam um "touro, leão, escorpião", pra poderem exclamar: "aaahhh sabia, desde o início"; Mas esquecem que tubarão é peixe e só pra exemplificar, Albert Eistein também.

Coitado do mineiro. Mais um perdido na selva de pedra. Se encantou com a Paulistânia, só por isso dancei uma musiquinha com ele. Me conheceu, pegou meu telefone a muito custo e agora fica tentando me agradar. Que tal Vila Madalena? uma cervejada? Mal sabe ele que odeio homem que faz todas as minhas vontades. Mas vou dizer o quê? "Me pisa filhão, vai, me dá um fora logo que eu gamo?" Fico na minha. Se bem que se o puto fosse romântico eu casava. Vida de rolo. Será que eu vou casar? será que vou ter filhos? Armário arrumadinho. Como se durasse. À noite invento modinha pra sair e jogo tudo abaixo de novo. Uma vontade de pintar as unhas, fazer o coque, escrever e sair da internet que me consome cada dia mais.Vontades várias, ações de menos.

É todo dia assim. Essa inconstância, pensamentos, mente que não para um segundo. Queria me abandonar, pra zerar a quilometragem e poder sentir saudade disso aqui, dessa carcaça cansada. Quem sabe colocando tudo pra fora e lendo muito tempo depois nao atinjo meu objetivo? Apenas 20 minutos de pensamentos. Imaginem um dia inteiro, imaginem 22 anos. A mente humana é realmente louca.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Pqna Dosagem...


... Sobre: Lições de Danuza

Estava eu sentadinha no banco da frente do ônibus tomando vento na cara, a vida é bela.
Entrou uma tiazona que com certeza não tinha mais que 58 anos. Bonita, visilmente saudável e com condições de seguir a viagem em pé. Olhei e não levantei. De acordo com o adesivo fixado na janela: "Dispõe sobre assentos reservados para uso por gestantes, mulheres portando bebês ou crianças de colo, idosos e deficientes físicos, nos veículos de transporte Coletivo de Passageiros. Ausente pessoas nessas condições, o uso é livre."
Nisso, a picareta ficou me olhando com cara de "jovem, sou velha, levante, por favor". Mais picareta que ela só eu. Continuei sentada. O cobrador então interveio: mocinha, deixa a senhora sentar aí. Caralhos! Levantei e disse: desculpe, é que não te considerei uma idosa, mas fique a vontade. A velhota ficou surpresa, meio passada me olhando. Já diria Danuza que os melhores foras a gente dá sem sair do salto, com sorriso no rosto e pra humilhar de vez.

domingo, 25 de outubro de 2009

Dias de Hebe


Escrevi há um tempo atrás um texto falando sobre minha chatice aguda. Atitudes e cenas que faziam com que eu me sentisse a pessoa mais chata do Brasil. O causo é que não são todos os dias em que acordo Dona Florinda. Tenho dias de Hebe, a graciiiiinha de viver! Acordo feliz, dou gargalhadas sem o menor motivo, sinto vontade de colocar todas as bijoux do armário e se deixar até laquê eu uso! Tirando a mania de dar selinhos por aí (seria demais, né?) decidi fazer a boa e velha listinha. Mas ao contrário da outra, essa lista é feliz!

Nos dias de Hebe eu:

- Amo todos. Os velhos, as crianças, os lerdos, os gagos, os gordos, o meu TCC, amo até minha vizinha que defuma o apartamento debaixo e faz com que o meu pareça uma sauna de tanta fumaça.

- Não sinto ciúme. Pensa numa pessoa dançando alegremente e não ligando se seu affair conversa com váááárias mulheres (não só conversa como fala ao pé do ouvido e ainda solta gargalhadas). E nem olha feio, e nem pensa no MADA. Em dias de Hebe ajo exatamente como a própria: cumprimento com dois beijinhos no rosto e sou capaz de elogiar a roupa.

- Faço amizades. No ônibus, no trem, na farmácia, na padaria, em frente ao hospital, em frente ao colégio, em frente a banca. Já cheguei a conhecer uma mulher que era de Ipatinga (MG) e vendia roupas. Estava em São Paulo a passeio e queria umas dicas de lugares legais. O papo fluiu tanto que quando cheguei ao meu destino ela quase pegou meu endereço pra poder me mandar uma toalhinha personalizada com o meu nome, atividade esta que sua mãe faz muito bem.

- Tenho nicks otimistas. "A vida é bela", "Pátria Amada", "Brasil um país de todos", "Zeefa Querida", "Vida cinza ou vida verde ou vida enrolada" todos esses subnicks são felizes. A galera não entende e nem precisa, mas adoro personalizar o nick de acordo com o dia. Mania, cada louco com a sua.

- Penso em ter dois filhos. Se for um casal: Luiz Felipe e Catharina. Dois meninos: Bruno e Guilherme. Duas meninas: Giovanna e Catharina.

- Ajudo as pessoas com o coração em paz. Ajudar eu sempre ajudo, mas não posso mentir que em algumas vezes não estou com vontade. Nos dias de Hebe fico feliz em ceder meu lugar aos mais necessitados, ensinar o caminho, ajudar a atravessar a rua (idosos), ajudar a carregar alguma coisa, faço até trampo que não é meu.

- Faço faxina.

- Leio todos os horóscopos (mas só meu signo, claro). Terra, Uol, Personare, Joaobidu, EstrelaGuia e qual mais eu achar pela frente, mas só acredito naquele que for mais legal.

- Ouço Sertanejo sem reclamar. Não gosto do ritmo e acho as letras péssimas. Em dia de Hebe pode.

- Bebo cervejas. É claro que em um dia lindo desses uma gelada não poderia faltar.

E por incrível que pareça tenho vááários dias de Hebe. Em um ano pode tirar uns 15 que com certeza a apresentadora baixa por aqui. =P


domingo, 18 de outubro de 2009

Pqna Dosagem


... Sobre: Tribos

Adoro saber que tem gente como eu que não prioriza o jeito de se vestir e não precisa fazer parte da massa, da moda, da imposição dos veículos midiáticos. Acalma me encontrar com todos os meus, que não chegam a ser amigos, mas fazem parte do todo. Já foi mais difícil compreender e aceitar as diferenças. Hoje afirmo com convicção que sou feliz assim. E como sou dada a estripulias, não adianta mudar. Serei aquelas velhas hipongas que andam na Paulista de chinelo e vestido levando um labrador na coleira. Vou tingir meu cabelo de Acaju, usar anéis e colares e, pra fechar, vou deitar na minha rede e ouvir Gonzagão que eu ganho mais.

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Sobre ex-amor


Encontrar um ex-amor é sempre complicado. Independente se vocês namoraram, só ficaram ou nem isso, se foi só amor platônico. Pode ser aquele cara que fez você suspirar quando estava ainda na sétima série e surgiu do nada na festa. Ou seu ex-namorado do colegial com quem ficou apenas quatro meses e foi de uma intensidade voraz. Nunca sei como me portar diante deles. Tenho medo de parecer oferecida ou metida por mais que sendo um ex-amor eu não deveria necessariamente me preocupar com o que eles pensam, mas na prática nem sempre é assim.

Os ex-amores nos conhecem bem, sabem o que podem e não falar, ou o que devem ou não dizer e é ai que mora o problema. Quando cruzamos com eles os papos são mais ou menos os mesmos: e a facul? e a família? e o trampo? e tá namorando? e depois de responder à todas essas perguntas fica um clima estranho no ar. Se ele jogar um charme, falar perto do seu ouvido e tocar levemente a sua cintura ai danou-se. Se ele não fizer nada disso você pensa por que diabos ele não te beijou ainda e assim vai. Porque no fogo da situação a gente quase não pensa nas conseqüências, e trazer de volta um amor do passado não dá certo. Pelo menos comigo, sempre deu rolo. Não é apenas uma ficada esporádica e fala-se sempre do relacionamento antigo, lembra-se da famigerada "época" e no final cada um pro seu lado, "foi bom te ver". E o sentimento de depressão se aloja.

Penso que cada ex-amor nos traz à tona uma forma de sentimento que estava quietinho guardado dentro do peito. Nem chega a incomodar, não atrapalha a vida, só está lá. E é por isso que os ex-amores não deveriam aparecer, ou melhor, deveriam sim, mas só de vez em quando, pra gente se dar conta do quanto já sofreu ou foi feliz por amor, das loucuras que já fizemos, os perigos que corremos, as lágrimas e gargalhadas tudo em função de uma pessoa que hoje em dia é apenas mais uma na multidão. Quanto de ilusão jogamos na história? quanto esforço, quanto ciúme e hoje ele me aparece do nada, me oferece uma cerveja como se nada tivesse acontecido? O buraco é mais embaixo.

Minha cabeça vai além e é por isso que sempre quando encontro um ex-amor me sinto mexida e vou pisando em ovos. Convém não beber demais, não conversar demais, nem olhar para trás. Ex-amor é igual a pão murcho: pode parecer fofinho, mas por dentro é insosso. E vida sem gosto não dá.


terça-feira, 29 de setembro de 2009

E agora, José?


A vida é muito curta para se arrepender,
O tempo é a solução para todas as coisas.

Só me arrependo do que não fiz,

É melhor prevenir do que remediar.

Mais vale um pássaro na mão do que dois voando,

Quem desdenha quer comprar.
A vingança é um prato que se come frio,

Se não pode vencê-lo, junte-se a ele.

Faça aquilo que seu coração manda,
O que os olhos não vê o coração não sente.

O importante é fazer o que gosta,
Preciso ir atrás do leite das crianças.

Que confusão! Pra qual ditado dou ouvidos se um anula o outro?
É por isso que não gosto de frase-feita. Ao invés de ajudar, atrapalha mais ainda. Se já fico perdida imersa com as minhas angústias, conselho batido só faz embolar. Quem mandou ser boca aberta e pedir a opinião alheia, né? A gente tenta resolver da melhor maneira possível, mas chega uma hora que se correr o bicho pega e se ficar o bicho come.

E quanto mais vivo, mais acelerada fico. Tem horas que tento desligar, mas até a televisão chama na chincha: “Sei lá, a vida tem sempre razão, não há nada sem separação, a hora do sim é o descuido do não”, canta Chico na abertura da novela que também faz pensar. Dei pra procurar pelo em ovo, quando sossego arranjo algo pra me distrair e é claro que nunca é algo delicioso. São questões internas, sempre em busca de algum avanço. Faça o que digo, não faça o que eu faço, exclamam as amigas.

Questionamentos, sentido da vida, de onde viemos e para onde vamos, qual melhor caminho a seguir? Todos assuntos enfadonhos, que vez em quando surgem na cuca. Enquanto não encontro respostas que dêem o assunto por encerrado, sigo no balanço das ondas, não posso abandonar o barco, porque ajoelhou tem que rezar. E como diria Vicente Matheus: tá na chuva é pra se queimar.

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Chatice aguda


Tenho momentos de chatice aguda. Chata sou normalmente, mas nos momentos agudos nem eu me agüento. Tanto que resolvi fazer uma lista das coisas que me irritam em dias esporádicos.

Em dias de chatice aguda eu:

Odeio ouvir alguém chamar o cunhado de CU (e na maioria das vezes imendam a piadinha sem graça).

Não gosto que bebês olhem pra mim. Fica aquela situação chata, a mãe te olhando pra ver se você vai elogiar o filho e o nenê te olhando com cara de bobo. Na maioria das vezes desvio o olhar e finjo que não é comigo.

Detesto que me perguntem se estudei para prova. Isso me soa competição. Se digo que não estudei, a pessoa sempre fala que deu "uma lida mais ou menos". E se chego com a matéria na ponta da língua, a pessoa também sempre faz questão de lembrar algo que eu não disse, e aí fica aquela sensação de que vou mal na prova por causa da bendita coisa que não estudei.

Odeio ouvir no telefone: "lembra de mim?". Nunca lembro e me dá vontade de dizer algo bem X do tipo: é a esposa do porteiro da Sabesp, né? Aaah é você, Hitler?

Fico P da vida quando dizem: "E ai preparada?" Seja pra algum seminário, prova do Detran, apresentação no emprego, visita na casa da sogra, qualquer coisa. Nunca estou preparada. Posso estar pronta para começar, mas 100% preparada psicologicamente, nunca. Isso demanda muito mais tempo.

Não quero fazer amizades. Você tá dançando alegremente, achando a vida o verdadeiro mar de rosas, não quer nada, nem conhecer o príncipe. E é justamente nessa hora que alguém vem puxar conversa, elogiar seu cabelo, perguntar se você vai sempre ao local. Desdenho.

Não gosto de dizer como foi meu dia. Não gosto que me façam perguntas assim que eu acabo de chegar em casa e odeio quando me apressam pra ir comer. Isso sempre gera briga. Tô cansada, sempre ouvindo música, quero mais é ficar na minha, sabe? Mãe e pai definitivamente não entendem isso.


Lembrando que isso acontece apenas em momentos de chatice aguda e não diariamente.
Acho que em uns 4 dias por semana talvez? =P

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Pqna Dosagem...


... Sobre: Incidentes cotidianos
Avenida Paulista, 30°C, 12h40 desta quarta-feira mega ensolarada. (Aliás, quem disse que essa cidade é cinza, hein?). Tô eu atravessando a rua quando DO NADA, a tira da minha rasteirinha tão querida quebrou! Comecei a arrastar o pé até chegar ao outro lado. Executivos altos me olharam sem entender. O pedinte da rua me ultrapassou com seu saco enorme de bugigangas. Encostei-me à banca de jornal fingindo que nem era comigo e comecei esbaforida a procurar um clip, um grampo, uma cola, um band id, qualquer coisa que pudesse quebrar meu galho no momento. Nada. Parti pro outro lado da avenida (e o mesmo lenga-lenga de arrasta pé) e fui obrigada a comprar uma nova. Queria era uma havaiana bem confortável e novinha, mas não pode trabalhar de chinelo. Precisa dizer? Odeio incidentes.


quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Sai que a zaga é minha!



Imagine um jogo de futebol: o atacante pega a bola e vem correndo em direção ao gol pra tentar marcar, sair do desempate e sossegar o coração dos torcedores. Mas no meio do caminho tinha um zagueiro. Tinha mais que isso, aliás. Tinha um zagueiro, alto, forte, com muita vontade de jogar e desempenhando seu ótimo papel na defensiva. Fez a falta, a bola foi pra escanteio e seguiu-se o blá blá blá do jogo sem que o atacante tivesse alcançado seu objetivo. Não daquela vez. E assim também acontece com as histórias de amor, affairs, ficadinhas, tórridos romances e ardentes paixões. Tem sempre um que ataca e um que fica mais na defensiva.

E qual a melhor posição pra jogar? Alguns responderiam "atacante" é claro. Muito melhor conquistar, fazer o gol e enfim levantar a taça, não é a toa que Ronaldo, Robinho e companhia sempre estampam um sorriso na capa do jornal. Mas mérito mesmo deveriam ter os zagueiros que defendem, cercam e precisam achar o difícil limite entre não forçar a barra demais (vide Domingos do Santos) e nem deixar o outro avançar, coisa que o Miranda do São Paulo faz muito bem. Ser zagueiro não é fácil, sei porque jogo na zaga.

Depois de uma certa idade em que percebemos que nem todas as histórias de amor serão para sempre, tendemos a ir com mais calma, analisando a jogada pra ver se vale a pena gastar tanta energia. E na maioria das vezes a bola vai pra torcida e sai do jogo. O gandula manda outra de volta pro campo etc e tal. E como cada jogador tem sua posição é natural que se acostume com certas situações. Ou você já imaginou Kaká no gol agarrando todas?

Comecei a perceber que sou uma ótima zagueira, mas estou errando a mão ultimamente, meio Domingas eu diria. Perdi o feeling pra deixar rolar uma ficadinha de nada. Se não me agrada, marco uma falta. Ou então, se empolga demais, tento adivinhar o próximo lance, mas quando percebo, o atacante me driblou e está de frente com o goleiro! Praaa foraaaaa!, ouço Kléber Machado narrar.

Pra falar bem a verdade me acostumei com o recurso do cartão vermelho, que não dá muito trabalho e ainda assim dá chance pra eu continuar jogando. Isso não é bom. Quando a partida acaba, sigo sozinha pro túnel do vestiário. Alguns amigos já disseram: Saia da defensiva! Mas o medo de parecer jogador novato em campo e me perder no meio da grama é mais forte. E aí o jogo fica morno, quase não avança na pequena área. Talvez a culpa não seja só minha, já não se fazem atacantes como antigamente.

A maioria dos resultados finais a gente já viu: relacionamentos desequilibrados. Uns correndo solitários em campo e outros preferindo a substituição. Ou uma legião de mulheres bonitas, inteligentes, formadas, empregadas, mas sozinhas e reclamonas. E enquanto isso tem uma rodinha enorme de homens tomando cerveja após o futebol de domingo. Apesar do mesmo esporte, os sexos não jogam o mesmo jogo.

Mas fica a dica pra quem também sofre desse mal: vamos deixar as estratégias para os jogadores profissionais. São eles que ganham um salário gordo pra isso!
É preciso desarmar-se e agir conforme manda a nossa telha. Menos faltas, menos cartões e contusões. O que realmente importa é o gol. Golaço de placa ou na forquilha, como ouço meu pai dizer. Que é pra arrebentar a boca do balão e zagueiro nenhum botar defeito.


quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Pqna Dosagem...


... Felicidade boba e doce
Hoje estou bobamente feliz. Sem nenhum motivo diferente.
Talvez pelo fato do meu cabelo estar com cheiro de camomila e ser dia 06, dia em que os depósitos caem em suas devidas contas. Tá um sol lindo lá fora, é tempo de lua cheia e vou andando tomando vento fresco no rosto. Não tem aula amanhã e vou dormir na companhia do Jô quase todos os dias. Dei um tempo de forró, mas quero me jogar pra lá no sábado.
A vida é bela!

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Diálogos estranhos


A vida às vezes é estranha e ao mesmo tempo engraçada. A palavra diálogo é de um significado tão simples e no entanto algumas conversas simplesmente não engrenam. Sempre que isso acontece eu penso: mas que conversa de louco! Prova disto são os três diálogos abaixo. Totalmente complexos, engraçados e ao mesmo tempo mega irritantes. Segue:

Segunda-feira, 16h30.

- Boa tarde, meu nome é Nathália e eu vim fazer uma matéria com o Michel Rosenthal
- Nathália de onde?
Minha vontade era dizer: diretamente de São Bernardo do Campo, conhece?
- Nathália da Metodista.
- É igreja, é?
- Nao, é Universidade Metodista.
- Ahhh, só um minutinho. É empresa ou particular?
- É particular.
10 minutos depois...
-Pode subir.
- Obrigada.

Precisa de toda essa burocracia pra me deixar subir? Não sei porque, mas os porteiros, síndicos, auxiliares e todo o resto do time, adoram complicar a entrada de humildes mortais nesses prédios bonitões. Daí nego surge num Áudi, paga de bonitão, entra e faz arrastão no prédio inteiro. Vai entender.

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Domingo, 20h30.
- Alô por favor a Katharine
- ???? É ela.
- Oi, tudo bem? aqui é José do bar de ontem, lembra?
Não lembro, pensei.
- Oi tudo e você?
- Também. Adorei te conhecer, a gente podia marcar alguma coisa, né?
- Podia sim, mas hoje não vai dar..
- Ah tudo bem, eu te ligo qualquer hora.
- Beleza.
- Posso te fazer uma pergunta?
- Pode
- Você se chama Katharine ou Nathália?
- Hahahahahahha os dois, por quê?
- Pq ontem vc me disse que se chamava Katharine, mas ouvi todas as suas amigas chamando de Nathália..
- Ah entendi...
- Mas então é Nathália?
- É sim, nome composto
- Ah que bonito, mas qual você prefere?
Já tinha perdido a paciência.
- Prefiro qualquer um, você escolhe
- Nossa, tá brava?
- Não...
- Bom então depois eu te ligo. Beijos viu Katharine Nathália.

Não lembro dessa pessoa e muito menos de ter passado meu outro nome.
É muito X.
Sabe aquela comunidade do orkut, "Não fui eu, foi o meu eu lírico?
Pois é.
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Terça-feira, 20h45.
Minha vó chama:
- Natháia já pode vim tomar a sopa.
- Tô indooo!
- Tá boa?
- Tá sim vó.
- Te contei da briga que teve ontem na rua?
- Não, conta!
- Então, teve dois fumeiro que se pegou no mei da rua.
- Eita, e o motivo?
- Não sei, mas não foi briga boba nem nada, nem só soco nem revólve. A briga foi de faca.
- Jura?
- Éééée, de faca. Agora tá assim.
- Que medo né vó?
- É, mas deixa eu ir tomar meu banho que você não tá conversando direito comigo...
Virou as costas e foi embora.
O detalhe que eu estava comendo e não é educado falar de boca cheia não faz a mínima diferença. Com ela é assim, tem que conversar na hora que ela quer.

E assim segue a vida. Com diálogos estranhos, maçãs na cabeça, garoas finas e saldo vermelho no banco.


segunda-feira, 27 de julho de 2009

Inquietações e sutilezas


Trajava roupa mais chique que o normal, salto alto e brinco de argola, era noite de se sentir mulherzinha. Bar já conhecido, músicas batidas, que ela cantava quase diariamente. Por fora, sorrisos, beijinhos, tudo dentro dos conformes e como manda a boa educação. Por dentro, uma fúria, vontade de viver dessas que batem de vez em quando e se percebe como é possível ser feliz com pouco. Podia comemorar a alegria da existência enchendo a cara, mas já tinha passado dessa fase e ressaca exige certa paciência, algo díficil de adquirir.

Observava as pessoas. Um casal se beijava, outros faziam rodinha, tchu tchu, trenzinho ou algo que o valha. Sempre tem alguém que acha mega engraçado esse tipo de manifestação. Tinha uma roda de amigas fofocando, o baterista a olhando, mas continuava parada apenas com a long neck na mão. Talvez fosse desdém, um certo individualismo capaz de ignorar até os olhares do barbudinho tatuado. O Rappa, Paralamas, Ben Jor, e os mesmos papos, as mesmas piadas sem graça, rodada do brasileirão e o Obina, Lula fanfarrão, o Ronalducho e a suína. Tudo o que já havia conversando antes, mas problematizar até sobre os papos do barzinho era demais. Libertou-se e dançou conforme as músicas.

Esse negócio de não poder ficar sozinha sossegada ainda incomadava (e muito!), ela é puro êxtase. Ecstasy. Antes só do que mal acompanhada, puro êxtaseee. Barbies, betty boop; Conversou com uma amiga antiga e sentiu prazer ao ouvir confissões de pessoa querida. Confiança vem com o tempo e é sempre bom preservar.

E cantou Baleiro como se a música fosse feita especialmente para ela. "Mais solitário que um paulistano, que um vilão de filme mexicano". Podia ser mania de perseguição, intriga da oposição, posição lunar desfavorável, mau agouro, irritações alheias e especulações que não dão em nada. Por todos os motivos seguiu cantando com firmeza e entendeu que ser sozinho e estar sozinho são coisas completamente diferentes. Pode, enfim, deixar seu coração em paz.


sexta-feira, 24 de julho de 2009

Pqna Dosagem...


É tão verdadeiro que vale a pena postar de novo!

... sobre a vida amorosa
: olha como anda engraçada essa tal de vida amorosa:
Se falo tudo e sou transparente, o cara foge
Se faço joguinhos e mistérios, o cara some
Se não tô nem aí, o cara gama
E quando fico empolgada, o cara dá um pé!

Assim fica difícil, Brasil!

Pqna Dosagem...


Sobre: últimos dias
Você percebe que seu apelido pegou mesmo quando ouve o porteiro dizer: Bom dia dona Brasil. Como ele soube é o que eu fico pensando.
Enquanto as empresas mega conhecidas do tipo Sabesp e Eletropaulo tratam estudantes muito bem, umas multinacionais desconhecidas agem com desdém. Muita contradição.

E quanto mais rezo, mais mulherzinhas me aparecem.

A Vila Madalena continua deliciosa, benção.



quarta-feira, 22 de julho de 2009

Homens e seu jeito prático


Acho sensacional o jeito que os homens resolvem dramas e questões existenciais que as mulheres, por sua vez, passam horas pensando, analisando, vendo mil hipóteses e nunca chegam à conclusão nenhuma. Quando tenho alguma fofoca, novidade ou assunto pra debater, fico de conversinha com as amigas horas a fio. Por outro lado, quando conto tudo exatamente igual aos homens, eles respondem um: pô que legal! Ihh fez cagada, ou, a vida tem dessas.

Nunca ví tanta praticidade. Chega a irritar.

Situação 1:
N: Mas sabe Mário, na verdade eu acho que meu cabelo tá ficando estragado por causa da chapinha e eu nao sei o que fazer.
M: Não faça mais chapinha.

Situação 2:
N: Gosto muito dele, mas sei lá, não sei o que eu quero, entende?
M: Então não sai.

Situação 3:
N: Eu tenho vergonha de muita coisa. De falar em público, de falar no telefone, dos apertões, das minhas pernas. O que eu faço?
M: Vergonha é para os fracos.

Situação 4:
N: Vocês homens são muito complicados. Colocam mil impecilhos pra namorar, complicam tudo, me irrita muito!
M: Não namore!

E assim caminha a humanidade. Uma coisa aprendi com todos eles: dá muito bem pra levar a vida sendo mais relax, mais simplista. Se não der pra resolver os problemas de forma tão prática, pelo menos não perdemos tanto tempo pensando em estratégias e mil e uma hipóteses sem colocar algo logo em prática. Ficar só no imaginário às vezes atrasa a vida.

PS: É claro que tbm amo as amigas, brasil! ;)

terça-feira, 21 de julho de 2009

A vida é bela


Dou um pulo da cama e olho no relógio: 08h10. Muito atrasada pra alguém que precisa se deslocar do Jaguaré para a Vila Nova Cachoeirinha de ônibus até às 10h30. Tava um frio lascado, e, pra completar, tinha perdido a meia no meio dos cobertores. Sem chance colocar meu pé quentinho no assoalho frio.

Sigo rumo ao banheiro e encontro meu pai mega empolgado cantando a música do Eli Corrêa: Oiiiiii genteee!! Bom humor de manhã, só matando. Depois de tomar banho no chuveiro que insiste em não esquentar no mês de julho, lá se vão mais 15 minutos arrumando o cabelo. Pelo menos eles estão bonitos.


Cafécompão na velocidade máxima e já estou na rua. Olhar o ônibus dá até desânimo: lotadaço. Fazer o que? Tem uma empresa de elevadores me esperando. Quem mandou querer se meter a repórter? Não é você a desbravadora de São Paulo, que ama conhecer essa cidade a pé, que adora o caos, andar por avenidas e ruas desconhecidas seja com sol ou chuva? Ironiza o diabinho ao pé do ouvido. A entrevista foi boa apesar da pequena duração de 16 minutos.


Maior correria pra não se atrasar no trampo. “A estagiária tá atrasada, né?” Brinca o cara do suporte. Tô sim seu troxa. Eu tava engolindo o meu almoço, se é que uma coxinha da esquina pode levar esse nome, enquanto você exibe seu VR de merda e tem uma hora inteira pra fofocar da vida alheia. Detesto subordinado. Textos ali, pautas, blá. Finalmente o relógio bate às 19h e enfim é chegada a hora de ir embora.


Quase beijo o cobrador ao ver um banco vago no ônibus. Ai que beleza poder sentar, ler o livro e ir ouvindo música até chegar em casa. Entra uma gorda com duas sacolas e senta bem do meu lado. Adorei.


Agora que tudo já aconteceu, não quero saber de mais nada. É comer e ir dormir. “Oi filha! mamãe tem uma notícia meio chata, o gás acabou. Vamos ter que pedir uma pizza.”
Vou pro meu quarto ficar no escuro esperando a comida chegar e esvaziando o cérebro.


Pode a vida ser mais bela? E entra a Lóris correndo desengonçada, velha e cheirosa. Pula na minha cama toda simpática querendo conversar e me enche de lambida. Pode Nathy, pode sim.





sexta-feira, 17 de julho de 2009

Pqna Dosagem...


... Sobre: A vida é bela!
Sexta-feira sem quindins frescos ou abraços no Ibirapuera.
Nenhum contatinho camarada nem livros da biblioteca. O tempo favorece e a noite é incerteza. Evidências me confudem. Quando estou pronta pra dar a tacada final e certeira do jogo, passa um vento e me distraio com o barulho. Mundo de Bob.
Meu nome é Nathália, e o seu?
E a felicidade retorna novamente.


quarta-feira, 15 de julho de 2009

Dos Mestres


Novembro de 2005. Biju Paulista, último livro da Fuvest: Sagarana. Hora do almoço e eu já estava ansiosa pela aula de cinco horas que me esperava. Tomei café e fui uma das primeiras a entrar na sala. Sentei logo na primeira fileira como se fosse ver o próprio Guimarães Rosa na minha frente. Em partes acertei.FT entrou resmungando, dizendo que a última obra era a própria carne de pescoço! "É o langanho de Rosa". E adiantou que o povo das exatas certamente dormiria no decorrer da explicação. "Eles não têm capacidade pra entender tal assunto", disse o gordinho maldoso de pólo e jeans surrado.

Imitou o burrinho pedrês, Augusto Matraga, encarnou os próprios vaqueiros na árdua caminhada pelo Sertão e de quebra contou uns causos com sotaque mineirês. Isso depois de uma seção de quimioterapia, informação meio em off, que a tiete aqui conseguiu descobrir.

Dia 05 completou um ano de sua morte. Mas como diria um outro mestre também presente neste texto:
"As pessoas não morrem, ficam encantadas". Acertou em cheio.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Pqna Dosagem...


... Sobre as frases: Temos épocas de frases. Jargões, manias, vícios de linguagens que grudam. Chegam a nos compor, um acessório, sem querer exagerar. Pois ultimamente só falo de sustentabilidade. Medidas sustentáveis pra lá e pra cá. Falo tanto que às vezes a garganta seca, mas a cabeça tá a mil e continua acompanhando o raciocínio. Quero que acabe! Quero que acabe! Chega logo 2010, súplica da mente. Por outro lado, a nostalgia bate leve. E a fase boa (?) de estágio chega ao fim.
Voraz, Brasil! Voraz.


terça-feira, 7 de julho de 2009

Minimizar janela?


Tenho a péssima mania de dar atenção às coisas pequenas. Pequenas de tamanho, em seu significado, que por outros passam despercebidas, mas aqui causam um rombo. Chegam sem a menor pretensão de se fazerem importantes e tomam meu tempo. A chateação invade e fico de cabeça quente. Vai adiantar? Há solução? Sua conta no banco triplicará? Não, não e não! E o tempo perdido.

Se não me der atenção e falar sem ao menos me olhar nos olhos, não esquecerei jamais. Dá birra, dá briga. Muito mais fácil pensar que vamos todos para o mesmo buraco, e então curtir a vida feito um baile de debutante, onde a aniversariante demora ao máximo para soprar a vela da última dançarina. Quanto mais penso, mais vejo estranhos à minha volta. Um, vive se comunicando por códigos, dá gastura de pensar. O outro, usa de palavrões pra conseguir se firmar, ponho meu fone, mas por dentro queimo de raiva. Não atendo mais a porta, tô querendo ajudar e nego vem chamar minha atenção? É isso que dá ser prestativa, ninguém reconhece.


Depois me perguntam por que estou com essa cara. Ora por quê! Além de tudo preciso viver sorrindo? Sou um palhaço, alguém viu meu nariz vermelho? Há que desencanar, diria uma amiga psicóloga. Mas eu não sei!
Não sei não ligar pras coisas e deixar tudo como está. Não consigo acender um incenso no meio da sala suja e ignorar a falta de organização. Ainda não arranjei uma maneira de trabalhar o mês inteiro e não poder gastar ao menos com uma Itaipava. Se o desgraçado falou que iria ligar e não ligou, não vou fumar um baseado pra desestressar.

Coisas mínimas, que se fossem tratadas com desdém, tornar-se-iam pouca coisa, raspa de limão. Toma um Lexotan, Nathália. Foi o que disse uma professora de rádio ao ouvir minha locução acelerada no programa de rádio. Vou ouvir o conselho ou ganho uma úlcera de tanto desespero.
E tudo isso porque ainda não encontrei o minimizar no jogo da vida.


quarta-feira, 24 de junho de 2009

Sobre a batalha capilar


Quem nunca ouviu uma mulher dizer que não vai sair "porque não tem roupa?" É pauta recorrente nas revistas femininas, há várias comunidades no orkut com essa máxima, e tenho amigas que realmente ficam em casa pelo fato de não acharem uma look ideal.

Meu problema vai mais além. Eu deixo de sair se o meu cabelo não estiver em ordem. Entenda que em ordem é lavado, seco, perfeitamente liso e cheiroso. É o complexo dos complexos. Tem gente que se acha gorda demais, magra demais, tímida demais. Pois eu acho que meu problema está no cabelo. E perco a vontade num instante se não achar que ele está lindo. Ser assim cansa. Não basta lavar e sair feliz com os fios molhados igual acontece nos comerciais de TV. Também não rola soltar o coque e vê-los cair brilhantes e sedosos nos ombros. Tudo mentira!


E lá se vai uma hora ou mais no processo. Lava, seca, chapa, passa reparador de pontas, vira a franja, põe grampo! Felizes das mulheres que acordam e precisam apenas pentear os seus. Agora imagine uma pessoa que faz faculdade, trabalha, precisa ler o TCC e apertar a Lóris e ainda arranjar tempo pra deixar os cabelos em ordem em plena terça-feira de inverno. Me olho no espelho e vejo sinais de exaustão, mas só descanso quando vejo todos os fios escorridos pelos ombros. Ai como é bom!


Daí nego chega pra você e diz simplesmente: - Nathy, seu cabelo é lindo, tão lisinho, assim fica fácil, né?

- Fiiiiiica! É o que respondo na mais pura ironia. Mal sabem o duro que dei indo dormir na companhia do Jô quando comecei o trabalho na hora do JN. Sem contar a novela que é fazer o retoque da escova definitiva e desembolsar quase R$ 300,00 de quatro em quatro meses. Mas pior mesmo é fazer tudo isso, dormir e acordar com chuva. Quero morrer! Guarda-chuva e capuz de nada servem quando a amada capital paulista decide em garoar dias a fora. O cabelo fica aquele misto de óleo com água, não sei nem descrever, só sei que não tem salvação.

E sou adepta da opinião de que a maioria dos homens adora cabelo cumprido e liso. Pelo menos comigo é assim. Isso porque uma vez fiz a cagada de deixá-lo curtíssimo nos ombros.
Resultado: o trabalho duplicou. Ficava armado, não dava pra prender, não tinha franja, tava uma inhaca. A galera dizia que tava bonito sim, diferente. Você percebe que ficou uma bosta quando ouve que está diferente. Minha irmã sim foi sincera: nossa Nathália, deixa crescer!!!!! Não havia outra opção.

Passado dois anos de perrengue, cá estão escorridos quase pra baixo dos seios. Alívio. Já me conformei em ser escrava do formol, escova e chapinha. Mas é como diz o ditado: ruim com eles, pior sem eles!



quinta-feira, 18 de junho de 2009

Operação reforma calçada



Ando muito a pé. Vezes pra ganhar tempo e cortar o trânsito, outras porque estou com vontade de tomar vento na cara, tem dias que quero espairecer e lá vou eu ruas a dentro. Pernas pra que te quero! Por isso me adaptei a usar tênis diariamente e deixar os sapatos mulherzinha pra ocasiões especiais. E nessas de ficar perambulando pela cidade quase não me dava conta de como as calçadas estão em péssimas condições.

Daí que hoje decidi usar salto para vir trabalhar. Pausa problemática: o percurso do metrô até a empresa não é muito longo, porém trabalhoso. Primeiro desço uma ladeira, sigo por uma avenida, desço mais uma rua e, finalmente, já perto do trabalho, subo mais um tantinho. Para não virar o pé e cair no meio da rua, fui andando devagar e olhando só e somente só para o chão. Tipo autista, mas faz parte. E ví que é praticamente impossível andar muitos metros sem pular buracos, bueiros com tampas velhas, não pisar nas bitucas de
cigarro/chiclete/cuspe. Um verdadeiro nojo.

As calçadas estão em situação indeplorável e pra complicar ainda mais o tráfego, as pessoas não andam em linha reta. E com livre arbítrio de andar pelas ruas livres leves e soltos, cada qual tem o seu ritmo. E haja paciência pra desviar das senhoras que olham todos os camelôs, das crianças que saem da escola e passam parecendo avalanche por você, ou dos executivos folgados que caminham lentamente e ainda soltam a deliciosa fumaça de cigarro na sua cara. Some tudo isso com uma pessoa apressada e andando num salto vírgula. Não dá! É amigo, andar pelas calçadas de São Paulo nunca foi tão complexo. E a gente que vive com a cabeça em mil coisas quase não repara nesses detalhes irritantes.

Uma vez já falei aqui sobre a raiva que tenho dos transeuntes das calçadas. Pra não ser redundante falo hoje sobre a situação do solo. Ao mesmo tempo em que enchem a boca pra falar bem da cidade da garoa, da maior cidade do Brasil, a cidade que nunca para, a São Paulo dos trabalhadores, a cidade acolhedora e heterogênea, poucos dão importância para o chão que todo mundo pisa. E nem estou citando a situação das rodovias, marginais e avenidas.

Lembram da trabalheira que deu reformar as calçadas da Avenida Paulista?Demorou quase um ano e ficou lindo, mas em dois meses já estava com infiltramento, rachaduras, buracos e chicletes grudados. Cadê a educação da galera é o que eu também me pergunto. Parece exagero, mas as calçadas de São Paulo estão em retrocesso: bem selva de pedra mesmo.


quarta-feira, 10 de junho de 2009

Pqna Dosagem...


... Sobre o Juca 2009: Jogos Universitários de Comunicação e Arte, é o nome que agita! Hoje é dia de seguir rumo a Santa Rita do Sapucaí e torcer pela Metodista, afinal, vamos ao ABC todos os dias, gastamos com a mensalidade e algo de bom precisa ter, né? Estou munida de joelheiras, capacete, remédios, desastrada que sou. Maaas o causo mesmo é que quero curtir até o último segundo! Ai que alegriiiiia. Bom feriado para todos, ié!
Partiu!

Pqna Dosagem...


... Sobre pessoas estranhas:
Minha vó reclama que não falo direito com ela, mas quando falo ela diz que sou faladeira demais e vai embora. Se sou o poço de ciúme reclamam, se não dou a mínima reclamam, se falo a verdade, reclamam. Esses dias meu chefe me ligou da sala dele pedindo pra que eu abaixasse o volume do meu telefone. Totalmente X.
Um amigo sempre dizia que eu morava no forró, ontem no msn perguntou por que virei turista.
Sei não, mas esse pessoal é estranho demais, ou a louca sou eu!



Pqna Dosagem...


... Sobre o TCC: Eu disse que tava tudo certo com o meu tcc até minha professora pedir uma pesquisa conceitual de 40 páginas! Começou a piração. Detalhe: o prazo de entrega era de uma semana. Nathalinha teve que ler Boaventura Souza Santos e foi então que descobriu que é burra!

Volta, lê desde o começo! Não entendi...
Vamos lá, paciência, leia novamente. Necas. Após um sábado inteiro de leitura, eis que a análise saiu. Mas são com esses trabalhos que a gente percebe que falta muita coisa pra aprender. E não entendo como tem gente que consegue e gosta de pesquisar a fundo o Fórum Social Mundial. Cada um cada um, né?

terça-feira, 2 de junho de 2009

As Vilas da cidade

insira aqui o bairro de sua preferência

Vila vi.la sf (lat vila) 1 Povoação de maior importância e graduação que a aldeia e menor que a cidade. 2 Os habitantes dessa povoação. 3 Casa de campo, de construção mais ou menos elegante, própria para recreio. 4 Casa de habitação com jardim, dentro da cidade. 5 Conjunto de casas pequenas, geralmente iguais, dispostas ao longo de um corredor ou à roda de uma área que comunica com a rua.

Depois da tradicional Mariana, da querida Madalena e da indigesta Olímpia, São Paulo foi invadida pelos bairros que aderiram à moda “Vila”. Basta o lugar ser bonitinho com praças e árvores, canteiros, prédios novos e aquele ar publicitário de “venha morar com a gente!” pra colocarem o nome de vila num sei o quê. E dá-lhe nego lançando as padarias da vila, quitandas da vila, botecos da vila e uma infinidade de estabelecimentos rústicos, mas com preços salgados demais para simples moradores de aldeias.

Se antigamente era feio dizer que morava numa vila, agora é cool e objeto de desejo.
Na zona oeste as novas rainhas da cocada preta são a Vila São Francisco e a Vila Leopoldina. A primeira era habituada por moradores de classe media do Jaguaré. Nada demais. A segunda também não era muito simpática levando em consideração a proximidade que tem com o Ceasa e concorrência com os bairros Sumaré e Alto da Lapa.

Porém, com a chegada de novos prédios e urbanização que ambas tiveram, as Vilas se transformaram.
As modestas casas deram lugar ao Franz Café, Academia Runner e como não poderia faltar, Bar Caldeirão da Vila. Já na Leopoldina, com a instalação da balada de maurícios Pacha nas redondezas, parece que a cidade inteira descobriu o bairro, mais um motivo pro boom da Vila.

E assim segue a vida. Com a moda de ser retrô, rústico e ecologicamente correto dando as caras, mais Vilas devem surgir por aí. Parece que a correria, o cinza e o pit stop voraz da cidade serão substituídos por uma imensa paisagem verde com pessoas caminhando ao redor dos armazéns. Será que SP vira vila?


quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ser normal ou injuriei


Em crise. Tudo porque sou normal e ser normal me irrita. Na verdade, as crises existenciais chegam sem mais nem menos e vão tomando conta de mim. Daí quando estou quase surtando, certa de que me jogar na frente do trem é a solução para todos os problemas, ela desaparece. E fica a tonta aqui tentando entender o porquê de tantos sentimentos gélidos. Já disse que sou defensora do Brasil, de suas músicas, sotaques e raízes. Pretendo estudar o sertão e quero passar muito calor e ficar sem beber água, mas convenhamos que o parágrafo ficaria mais bonito se fosse escrito por uma gringa, ou brasileirinha enrustida. Dessas que são lindas e ricas, moram na vila, mas pagam de politicamente corretas e engajadas. As hippies de boutiques como destilou Guilhermo. Assim é muito fácil.

Agora vejam vocês, que ser normal não é tão fácil assim. Normal no caso, aplica-se a ser totalmente brasileira, se é que isso é possível. Mas deixa eu desabafar: Eu não tenho o cabelo liso, não sou loira nem negrona, meus olhos não são azuis nem verdes nem mel, não tenho um peito formidável, meu nariz não é fino, meu sobrenome não é italiano, nem espanhol, nem húngaro, nem nada, minha boca não é larga nem meus caninos afiados e meus parentes são todos descendentes de... Brasileiros. Sou tão normal e brasileira que nasci com uma bunda enorme e dei pra gostar de samba e forró, tem pior?

Eu não tive um avô imigrante, pelo contrário, era retirante nordestino mesmo, e minha avó nada se parece com dona Benta. Não uso scrapins e camisas chiques, não faço luzes, nunca viajei pra fora do país nem conheci a Disney, não moro em bairro tradicional, meu cachorro não é labrador, nem York Chire, nem Laazapso, não tenho piercing no umbigo nem segundo furo na orelha. Até meu nome é comum, tá cheio de Nathália/Naths por aí. Entendem a crise de uma pessoa perfeitamente normal? Que não consegue se livrar de calçajeans-camiseta-tênis? E nem tem pique pra passar blush e usar salto às 06h15 da matina?

Adoro ver novela, comer hot-dog no meio da rua, dormir com pijamas velhos e que não são conjunto, fazer as próprias unhas e andar de metrô. Poderia ter seguido no ramo da geologia, Aeronáutica ou ser atriz de cinema mudo, mas até a profissão é normalzinha. Definitivamente ser normal é uma bosta. Quem sabe não viro punk ou evangélica fervorosa, tinjo meu cabelo de acaju e começo a namorar um cantor de música country? Ser normal me irrita.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Pqna Dosagem...


... Sobre a vida: tenho mania de procurar pelo em ovo. Se meu cabelo tá lindo, meus pais com saúde, vou ao forró direto, é a facul que empaca. Se ando as mil maravilhas em todas as matérias, como chocolate aos montes e meu chefe se anima, é o amor que não vinga. Daí, se tudo isso tá maravilhoso e eu encontro um príncipe mestiço lin-do, sinto sufocar e quero ficar solteira. Entende a complexidade?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Vamos sorrir e cantar! Lá lá lá lá...

Folha Imagem

Que eu amo o Silvio Santos não é segredo pra ninguém. Mas é que hoje, após ver essa foto estampada no jornal, me deu uma vontade imensa de escrever sobre ele.
Que apresentador veste um cachorro com terninho e microfone, gente? Lança um reality show primeiro que a Globo, deixa Ana Paula Padrão um tempão na geladeira e define Galisteu como “telefonista do SBT”? Canta "hot hot hot" na abertura de um programa, tira um jornal do ar e substitui por Duck Tales?

Silvio é o Cara! Daí comecei a pensar porque ele é tão querido pelo público que vai de crianças às senhorinhas que ainda pagam fielmente ao Carnê do Baú. Ele pode não ser o N°1 se tratando de Ibope, Telenovela e jornalismo. Mas ai do nada reinventa um programa aqui, lança um personagem ali, assina um contrato milionário acolá, e bum! faz a moda pegar!

Ou vai dizer que você nunca assistiu Show de Calouros, riu com Ivo Holanda, Gibi e Ruth Ronce, e de uns tempos pra cá começou a reparar na pequena Maysa? Sem falar do Esquadrão da Moda, mais uma cópia que deu certo.

Gosto tanto dele que às vezes penso: “Como vai ser quando esse homem morrer?!”
Por isso, após discorrer sobre esse amor platônico, enumerei 11 motivos pra você que ainda resiste em não amar o mestre, baixar de vez essa guarda tosca! Segue:

1) Ele nos deu Chaves, Carrossel, Vovó Mafalda, Passa ou Repassa, Usurpadora, Chiquititas, Punk a Levada da Breca.

2)Tem aquela risada e voz que todo brasil ama copiar. Qualquer humorista de esquina sabe (ou tenta) imitar o Silvio.

3)Faz o trabalho dele e se diverte no palco. Racha o bico de quem não sabe cantar, faz piada de duplo sentido, dá fora nas senhorinhas lerdas e pergunta domingo a domingo: “É da caravana de oondeee?”

4)Fechou a Maysa dentro de uma mala!

5)Montou um império e administra como bem entende. Silvio não tem o rabo preso com ninguém. Ratinho não tá dando audiência? Sai de cena. Aqui Agora afundou logo na primeira semana? Manda todo mundo embora! Sai o Cinema em Casa entra o Chaves. Sai o programa da Galisteu e entra o Chaves. Põe a Hebe às 20h pra competir com o JN e não ta nem aí!

6)Deixou sua esposa gracinha Íris Abravanel colocar uma novela no ar. Fala sério! Quando dona Lily Marinho teria a oportunidade de lançar um folhetim?

7)
Vai no Jassa tratar os cabelos e retocar a tintura Acaju.

8)Continuando: lançou a Eliana, Mara Maravilha, Em nome do Amor, Porta da Esperança, Boa Noite Cinderela e Show do Milhão!!

9)É carismático, simples, apelativo e não esconde gostar da bundona de Mulher Samambaia.

10)Se pré-candidatou à presidência desse país. Pena que não rolou :(

11)E pra fechar com chave de ouro, é autor da música Ritmo de Festa

São por esses e outros motivos que amo o Silvio Santos. Podem falar mal, jogar pedra, inventar fofoca. Silvio Santos não liga. E eu também não.


quarta-feira, 13 de maio de 2009

Próxima parada: Hospital das Clínicas


Quem mora na zona oeste como eu deve passar inúmeras vezes pelo Hospital das Clínicas. Ele é bem grande e chama a atenção por ser um complexo de prédios antigos que fica entre avenidas movimentadas de São Paulo. E ônibus vai, ônibus vem, desce na estação que leva o nome do hospital. Os arredores do HC são lotados de gente e há até um estacionamento subterrâneo para tentar acomodar a quantidade de carros de quem trabalha ou vem se consultar no local. Até aí, tudo normal.

O grande porém, é o de que há uma espécie de mundo paralelo dentro daquele hospital e isso é facilmente perceptível. Eu nunca tinha entrado, mas sentia uma curiosidade para saber o que rolava por aquelas bandas. E foi então que meu pai teve um AVC leve e foi submetido a uma internação na UTI do HC. A quantidade de pessoas, feridos, residentes, chefes de equipe, enfermeiras e faxineiras que transitam a todo vapor é de dar espanto. Por mais que seja um hospital renomado, São Paulo é muito populosa e não tem como dar conforto pra todo mundo.

Eu não sabia se ficava parada observando, se fazia 15 perguntas sobre meu pai, se reparava na trombose da moça ou no esforço que cinco médicos faziam para aplicar um sedativo num homem esquizofrênico. É tudo junto, e se por um lado o sangue ferve pra tentar obter o mínimo de paciência nessas situações, por outro, existe uma espécie de descaso e desdém por parte dos enfermeiros que repetem "não sei senhora" para qualquer pedido de informação. Os residentes mal têm tempo pra almoçar e lidam com vários casos com a maior naturalidade. Profissão foda!

Aí quando o relógio marcava 17h00, o guarda colocava todos os familiares da UTI pra fora, sem saber se você tinha achado o parente, se ele tinha morrido ou NDA. "Cabou o tempo, prezados." Era isso o que ele dizia. E eu dava de frente com um bosque silencioso e o por do sol paulistano lindo, lindo. São muitas contradições e vó o quanto essa cidade é muito louca. A gente passa várias vezes por um lugar, mas ele só faz sentido na nossa vida quando acontece coisas desse tipo. Passar pelo final da Rebouças já não é tão simples assim.



Ps: papi já teve alta e comemorou o título do Coringão. Amém!