quinta-feira, 18 de junho de 2009

Operação reforma calçada



Ando muito a pé. Vezes pra ganhar tempo e cortar o trânsito, outras porque estou com vontade de tomar vento na cara, tem dias que quero espairecer e lá vou eu ruas a dentro. Pernas pra que te quero! Por isso me adaptei a usar tênis diariamente e deixar os sapatos mulherzinha pra ocasiões especiais. E nessas de ficar perambulando pela cidade quase não me dava conta de como as calçadas estão em péssimas condições.

Daí que hoje decidi usar salto para vir trabalhar. Pausa problemática: o percurso do metrô até a empresa não é muito longo, porém trabalhoso. Primeiro desço uma ladeira, sigo por uma avenida, desço mais uma rua e, finalmente, já perto do trabalho, subo mais um tantinho. Para não virar o pé e cair no meio da rua, fui andando devagar e olhando só e somente só para o chão. Tipo autista, mas faz parte. E ví que é praticamente impossível andar muitos metros sem pular buracos, bueiros com tampas velhas, não pisar nas bitucas de
cigarro/chiclete/cuspe. Um verdadeiro nojo.

As calçadas estão em situação indeplorável e pra complicar ainda mais o tráfego, as pessoas não andam em linha reta. E com livre arbítrio de andar pelas ruas livres leves e soltos, cada qual tem o seu ritmo. E haja paciência pra desviar das senhoras que olham todos os camelôs, das crianças que saem da escola e passam parecendo avalanche por você, ou dos executivos folgados que caminham lentamente e ainda soltam a deliciosa fumaça de cigarro na sua cara. Some tudo isso com uma pessoa apressada e andando num salto vírgula. Não dá! É amigo, andar pelas calçadas de São Paulo nunca foi tão complexo. E a gente que vive com a cabeça em mil coisas quase não repara nesses detalhes irritantes.

Uma vez já falei aqui sobre a raiva que tenho dos transeuntes das calçadas. Pra não ser redundante falo hoje sobre a situação do solo. Ao mesmo tempo em que enchem a boca pra falar bem da cidade da garoa, da maior cidade do Brasil, a cidade que nunca para, a São Paulo dos trabalhadores, a cidade acolhedora e heterogênea, poucos dão importância para o chão que todo mundo pisa. E nem estou citando a situação das rodovias, marginais e avenidas.

Lembram da trabalheira que deu reformar as calçadas da Avenida Paulista?Demorou quase um ano e ficou lindo, mas em dois meses já estava com infiltramento, rachaduras, buracos e chicletes grudados. Cadê a educação da galera é o que eu também me pergunto. Parece exagero, mas as calçadas de São Paulo estão em retrocesso: bem selva de pedra mesmo.


Um comentário:

N.M disse...

Que que eu falei?? Lembra quando você me perguntou sobre a reforma na Avenida Paulista??
Ressalto novamente : PELOAMORDEDEUS que rua é essa, algéum passou lá e quis colocar bitucas de cigarro para o meu amor passar?
Concordo plenamente, nessa cidade, dá-lhe tênis no pé e paciência.
Mas assim vamos...beijooos