terça-feira, 21 de julho de 2009

A vida é bela


Dou um pulo da cama e olho no relógio: 08h10. Muito atrasada pra alguém que precisa se deslocar do Jaguaré para a Vila Nova Cachoeirinha de ônibus até às 10h30. Tava um frio lascado, e, pra completar, tinha perdido a meia no meio dos cobertores. Sem chance colocar meu pé quentinho no assoalho frio.

Sigo rumo ao banheiro e encontro meu pai mega empolgado cantando a música do Eli Corrêa: Oiiiiii genteee!! Bom humor de manhã, só matando. Depois de tomar banho no chuveiro que insiste em não esquentar no mês de julho, lá se vão mais 15 minutos arrumando o cabelo. Pelo menos eles estão bonitos.


Cafécompão na velocidade máxima e já estou na rua. Olhar o ônibus dá até desânimo: lotadaço. Fazer o que? Tem uma empresa de elevadores me esperando. Quem mandou querer se meter a repórter? Não é você a desbravadora de São Paulo, que ama conhecer essa cidade a pé, que adora o caos, andar por avenidas e ruas desconhecidas seja com sol ou chuva? Ironiza o diabinho ao pé do ouvido. A entrevista foi boa apesar da pequena duração de 16 minutos.


Maior correria pra não se atrasar no trampo. “A estagiária tá atrasada, né?” Brinca o cara do suporte. Tô sim seu troxa. Eu tava engolindo o meu almoço, se é que uma coxinha da esquina pode levar esse nome, enquanto você exibe seu VR de merda e tem uma hora inteira pra fofocar da vida alheia. Detesto subordinado. Textos ali, pautas, blá. Finalmente o relógio bate às 19h e enfim é chegada a hora de ir embora.


Quase beijo o cobrador ao ver um banco vago no ônibus. Ai que beleza poder sentar, ler o livro e ir ouvindo música até chegar em casa. Entra uma gorda com duas sacolas e senta bem do meu lado. Adorei.


Agora que tudo já aconteceu, não quero saber de mais nada. É comer e ir dormir. “Oi filha! mamãe tem uma notícia meio chata, o gás acabou. Vamos ter que pedir uma pizza.”
Vou pro meu quarto ficar no escuro esperando a comida chegar e esvaziando o cérebro.


Pode a vida ser mais bela? E entra a Lóris correndo desengonçada, velha e cheirosa. Pula na minha cama toda simpática querendo conversar e me enche de lambida. Pode Nathy, pode sim.





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