quarta-feira, 13 de maio de 2009

Próxima parada: Hospital das Clínicas


Quem mora na zona oeste como eu deve passar inúmeras vezes pelo Hospital das Clínicas. Ele é bem grande e chama a atenção por ser um complexo de prédios antigos que fica entre avenidas movimentadas de São Paulo. E ônibus vai, ônibus vem, desce na estação que leva o nome do hospital. Os arredores do HC são lotados de gente e há até um estacionamento subterrâneo para tentar acomodar a quantidade de carros de quem trabalha ou vem se consultar no local. Até aí, tudo normal.

O grande porém, é o de que há uma espécie de mundo paralelo dentro daquele hospital e isso é facilmente perceptível. Eu nunca tinha entrado, mas sentia uma curiosidade para saber o que rolava por aquelas bandas. E foi então que meu pai teve um AVC leve e foi submetido a uma internação na UTI do HC. A quantidade de pessoas, feridos, residentes, chefes de equipe, enfermeiras e faxineiras que transitam a todo vapor é de dar espanto. Por mais que seja um hospital renomado, São Paulo é muito populosa e não tem como dar conforto pra todo mundo.

Eu não sabia se ficava parada observando, se fazia 15 perguntas sobre meu pai, se reparava na trombose da moça ou no esforço que cinco médicos faziam para aplicar um sedativo num homem esquizofrênico. É tudo junto, e se por um lado o sangue ferve pra tentar obter o mínimo de paciência nessas situações, por outro, existe uma espécie de descaso e desdém por parte dos enfermeiros que repetem "não sei senhora" para qualquer pedido de informação. Os residentes mal têm tempo pra almoçar e lidam com vários casos com a maior naturalidade. Profissão foda!

Aí quando o relógio marcava 17h00, o guarda colocava todos os familiares da UTI pra fora, sem saber se você tinha achado o parente, se ele tinha morrido ou NDA. "Cabou o tempo, prezados." Era isso o que ele dizia. E eu dava de frente com um bosque silencioso e o por do sol paulistano lindo, lindo. São muitas contradições e vó o quanto essa cidade é muito louca. A gente passa várias vezes por um lugar, mas ele só faz sentido na nossa vida quando acontece coisas desse tipo. Passar pelo final da Rebouças já não é tão simples assim.



Ps: papi já teve alta e comemorou o título do Coringão. Amém!

Um comentário:

ADRIANO disse...

OI TUDO BEM?
OLHA GOSTEI MUITO DO SEU BLOG É MUITO LOKO.

SE VC ME PERMITIR GOSTARIA DE ACOMPANHAR SEU BLOG.

GRANDE BEIJO.