quinta-feira, 12 de março de 2009
Próxima parada: cabeleireiro
Daí que sábado fui ao cabeleireiro, e como tenho cabelo para dar e vender fiquei cerca de cinco horas no local. É sempre muito engraçado ir até lá. Pra quem curte ouvir fofocas, casos amorosos, e prestar atenção em muitas mulheres juntas é um prato cheio. Tenho mania de sempre levar um livro porque revistas de fofocas me empapuçam. Pois bem. Estava eu lendo feliz da vida, quando fui interrompida: “Não quer ler a Contigo!?” “Nem um cafezinho?” Respondi que aceitaria o café e começou o trabalho. Alisa daqui, passa creme dali.
Em cabeleireiro é assim: sempre tem as senhoras que fazem unha da mão/pé e reclamam que da última vez tiveram bifes arrancados dos dedos. Rola uma puta disputa das cabeleireiras e suas auxiliares pra ver quem trabalha mais e ganha mais “caixinha”. Aí no fatídico sábado era o primeiro final de semana que uma auxiliar iria trabalhar. Escutei mais ou menos uns oito comentários sobre o mau desempenho da moça. Mulher é foda, não perdoa! E não é que a principiante veio me atender? Fiquei meio puta, mas ela era legal.
Lá também trabalham dois cabeleireiros homens, e percebi que das duas uma: ou são gays ou são muuuito mulherengos. Um aproveitava para tirar casquinhas das clientes. Passava a mão no pescoço, nos cabelos, tudo com muito carinho, claro. Fui lavar o cabelo e acho maravilhoso ter alguém pra passar shampoo e condicionador em mim. Lá na salinha pesquei a conversa de uma loira que tava se separando do marido. Ela tinha uma filha pequena e dizia que precisava de um tempo só pra ela. Hora de voltar para a cadeira. Fiquei sem saber o final da história.
O ponto alto do dia foi quando entrou uma cliente veterana. Ela é advogada e todo Brasil a chamava de “doutora”. Segurei o riso. O melhor tratamento do salão foi pra dita cuja. Como sempre dizem os paulistanos, ela soltou um “que correria”. Disse que tinha uma festa e precisava estar bonitona de noite. Aí eu reparei a cara da menina que estava passando chapinha no cabelo da doutora. Uma cara de insatisfação porque o cabelo da cliente, que apesar de rica e simpática, era muito crespo. Crespo pra ser legal, na verdade era pixainzão.
Terminada a sessão de cinco horas levantei e fui pagar. A advogada me olhou e disse que queria ter um cabelo igual ao meu. Soltei um riso amarelo e segui viagem. Moral da história: cabeleireiro + mulheres+ cabelo+ dinheiro= falsidade na certa. E quem é que resiste a uma boa dose disso?
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