quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

The Christimas Movie

 


Apesar de me chamar Nathália, nada tenho de Natalina. Não gosto do Natal, acho uma aporrinhação fake e extremamente capitalista, cujo todo mundo tem a obrigação de celebrar e ser feliz e dar presentes e o amigo secreto da firma, o jantar rodeado de parente bolsonarista, aquelas fotos bregas que em meio ao calor do verão brasileiro pagam pau pro inverno americano e europeu, acho o fim da picada quem só vai à missa no Natal, o papai noel, enfim, um saco. Eu sempre passo por essa data mirando o Carnaval, esse sim o melhor feriado mundial. Só que esse ano eu me lasquei. Me envolvi emocionalmente com as melhores crianças que essa Irlanda pariu, dois moleques atentados, lindos, amorosos e educados que por mais que eu tentasse separar como um trabalho, não teve como: foi o melhor match que me aconteceu desde que cheguei em Dublin. 



Eu sou completamente apaixonada por Senan (4 anos), e Mannix ( 2 anos e meio). Eles me alegram, me ajudam, me ensinam inglês, eles me tiram da depressão e foi cuidando deles que acabei ganhando uma família Irlandesa. Essa na verdade era a minha meta do ano passado quando me mudei pra viver numa família Irish. Só que eu cuidava de uma adolescente nojenta e deu tudo errado, quando vi, estava em Amsterdam fingindo que o Natal nem existia. 


Dai nesse ano, eu muito bocuda, disse pro Sen que não gostava do Natal. Ele ficou chocado, pq pra ele, do alto dos seus quatro anos, como assim uma pessoa que não curte essa data tããão especial??? Pois é.

Eu sou o Grinch, o bicho verde que odeia o barulho do Natal e aquela loucura toda. Inventei de assistir o filme com ele e qualoquê ví aquele par de olhos azuis me olharem com um ar triste e ele me perguntou: " Do you like Christimas, now?", and I said: "No".



Duas semanas se passaram até que eu levei um grande susto: a mãe deles (Jacqueline), Irish gatíssima do interior da Irlanda me convidou como quem induz: "Eu gostaria muito que você viesse no nosso jantar de Natal, não é nada chique, e você não vai ter que trabalhar, traga o que você gosta de beber e traga um Pudim (de leite condensado)."

Os irlandeses, assim como os ingleses, são fechados para caralho. Não é comum convidarem alguém que trabalha pra eles participar da data mais especial do ano. Senti que era meu dever ir, como um presente para uma criança de quatro anos que me ama puramente sem qualquer interesse. 

Lá fui eu encarar mais um período Natalino, escrevo no passado porque isso começou há uns 15 dias.
Segunda-feira passada cheguei pra trabalhar e me deparei com uma árvore de Natal gigantesca, daquelas de filme mermo, ele me olhou como quem diz: "e aí, vai gostar do Natal ou não vai?", eu mandei um "Uaaaaaauuuuu", e logo incorporei minha melhor versão natalina. Celebrar essa data com crianças é outra história, eles acreditam que o papai noel vai jogar os presentes pela chaminé e que ele está vendo tudo do alto de sua charrete, e a neve, e os veadinhos que a puxam etc e tal. 

Não tive como não ceder, mas mesmo assim fico emotiva, a saudade do brasil e dos meus pais e tudo mais...

Oficializei o convite e disse logo que serei o próprio Grinch, porque tudo tem limite nessa vida e eu posso até curtir, mas calma lá que meu negócio é aglomeração e bloco na rua.

Essa semana foi um verdadeiro filme de Natal com direito a fogo na chaminé, embrulho de presentes, calendários lúdicos contando os dias, músicas natalinas, jumpers, pesquisas de presentes e cartas para o papai Noel. Se um dia fui contra o Natal não me reconheço.

Sen está feliz da vida após ter amolecido o meu coração peludo e verde.

Lá vou eu dia 25 levando presentes e com um pudim de leite moça na mão.
Que tudo dê certo e saia como o planejado. Talvez eles conheçam uma versão diferente da "Mathalia" childminder, talvez eu chore ao abrir o presente que está enfeitando a árvore com uma tag em meu nome.

Só falta nevar pra ficar ainda mais cinematográfico. (espero que não do fundo do meu coração).

Tá frio pra caralho, a cidade todinha enfeitada, a galera gastando como se não houvesse amanhã, mas acompanhar toda essa saga irlandesa raíz de perto, é sem dúvida, sensacional.

Então é Nataaaal!!!!


pra eu aprender o poder e singeleza que as crianças têm.



É por você Senàn, por você e pelo teu irmão.


Da babá que te ama demais,
Mathalia.


domingo, 1 de novembro de 2020

Gatinho

 a mão do homem, a barba do homem, o cheiro do homem, ai que delícia. Às vezes ser hetero é uma grande luta pq haja saco pro macho, mas ai o homem. Que deliciaaaa. 

Digo e repito: nunca estive tão picareta em toda a minha vida. 

terça-feira, 27 de outubro de 2020

Ela é tão galera

 Tô bem puta, bem cansada de passar pelas mesmas situações e ser novamente o farol do rolê. Detesto ter que andar em ovos, não poder ser eu mesma, odeio ter que ficar me policiando até nos momentos que o objetivo é somente curtir. Vai ter sempre um filho da puta, hipócrita e defensor da família tradicional brasileira, porta bandeira dos direitos e dos bons costumes, só que na moral: eu caguei. O ano já tá difícil, pesado, aquele presidente burro dos infernos, a segunda onda do Coronga, o frio e a saudade e ainda me vêm encher o saco pq eu bebo e danço? Olha me poupem e vão todos se foder. Eu não vou jamais deixar de ser quem eu sou e a mulher que eu tanto lutei pra ser. Sempre vai ter chumbo grosso vindo pra cima de mim pq eu nao tenho papa na língua e pq eu cago pro machismo estrutural que surge sempre quando alguma mulher “quebra” uma regra. Pagar pau de gente chata, puxar saco pra se incluir e ficar de tititi pelas costas nunca foi meu perfil. Até que ainda dói e me incomoda, mas sabe o que aconteceu quando eu tentei ser a fofa enquadrada dentro do estereótipo de boa moça? Me ferrei e não foi pouco, por isso, hoje em dia eu ponho meu pé no freio, mas eu não estaciono. Vou seguir mesmo com toda essa merda de julgamento da vida alheia, pq no final te julgam sempre a todo momento. Valorizo a amizade como algo muito importante na vida, mas tudo tem limite. E como já disse a minha musa Rita Lee: “ai ela é toda boazinha, ela é toda do bem, ela é tão galera,  ah vai se foder, saca? Chata pra caralho!” Eu tô com a Ritinha e não abro. 

sexta-feira, 23 de outubro de 2020

O medo do macho

Eu acho o fim da picada que em outubro de 2020 os homens ainda não saibam lidar com mulheres independentes e que só os desejam sexualmente falando. Machistada do caramba, você pega o cara porque ele tem uma pegada boa e ele vem com papo de “ai não vai se apaixonar”. Amadoooo!! Dia desses eu mandei a real bem direta pro boy e fui clara em relação às minhas intenções. Ele não só me ignorou, como ainda continuou fazendo um joguinho barato. A maturidade ali passou bem longe. O outro achou que eu ia querer dormir de conchinha kkkkkk. É complicada a vida do crente. Agora junte tudo isso com um oceano de distância, fora da minha bolha esquerdista delicia, com toda a sorte de estilos, conversas e tudo mais, ser solteira em Dublin no meio da pandemia não está fácil. E olha que eu estou plena e bem resolvida, porque também já tive meus momentos de querer uma relação séria e etc. Agora eu só queria ir no quarto em Terenure novamente e fazer peripécias pra depois acordar feliz e vir embora, mas a burocracia é enooooorrrrme! Os caras falam que as mulheres complicam, mas quando você manda o papo reto de que não tá envolvida e só quer uma boa transada eles ficam em choque ou começam com um mimimi que não dá. 

quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Hoje não

 hoje eu não queria trabalhar, muito menos brincar e cuidar de crianças, embora eu as ame e ame muito o que faço. Hoje eu não queria ler nenhuma notícia, sequer as manchetes ou o sobre o último pronunciamento do burro, mesmo sendo jornalista e habitando uma bolha forte e segura, hoje se eu pudesse eu não saberia ler. Não pensaria sobre o futuro aqui ou sei la onde, não seria responsável nem cumpriria minhas responsabilidades, hoje se me possível fosse eu sumiria do mundo e fingiria demência completa. Acho que as crianças sentem essa energia e ao passo que não quero nada, elas me cobram que eu faça tudo. Nenhum desenho animado ou jogo, nada de nada, justo hoje eles querem a minha atenção e o meu carinho, mas hoje não eu berro em silêncio. Não tem café na porra dessa casa e é claro que justo hoje sob a minha negação de tudo e todos tenho que ir nesse frio do caralho buscar a outra criança na escola, um frio de merda e a alta chance de cair água do céu. Por favor, hoje não, vida e a vida responde hoje sim, agora sim, right now! Segue teu baile. 



Que ódio. 

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Tudo

Mais um outono nessa terra fria e chuvosa, a saudade dos meus que cresce a cada dia, a vida que ganha mais movimento do lado de cá, laços e relações, eu magra novamente e na melhor versão picareta (ninguém me para quando eu engato esse mood), o frio chegando, milhões de planos, um só coração. 

Dublin brincando com a minha cara novamente. 

E agora?

segunda-feira, 21 de setembro de 2020

À galope

 Tenho passado por tanta coisa que até fica difícil de escrever. Um vai e vem danado pela Dublinia bem do jeito que eu gosto ( e canso), a vida anda, mas às vezes ela dispara num galope e eu me perco. Me perco, me acho depois me perco de novo dentro de varíos eus e outras versões que nem me reconheço. Tenho vivido tudo o que há pra viver, tal e qual disse Lulu Santos naquela antiga canção. Entre o trabalho de babá, a vida de estudante e a experiência de imigrante vou tateando a parede escura do corredor pra mais uma noite de sono. Tem muita gente me enchendo o saco, alguns sentimentos ainda não esclarecidos, tem gente que vai e vem o tempo todo, a felicidade balança na corda bamba de sombrinha, como cantou Elis. Se fico feliz, fico muito, mas quando caio eu vou até o último suspiro ralando a cara no chão do poço. Não é fácil. Meu coração é um só e cabe tanta gente, mas quem será que merece de fato estar dentro dele? 

O processo de auto conhecimento é uma dureza sem fim, mas minha cabeça vai me guiando e gritando quando se faz necessário. 

Eu nem imagino como tenho passado por tudo e estamos quase em outubro novamente. 

Organizar, planejar, rascunhar e realizar.

Meu mapa astral é quase todo em capricórnio e como as cabras eu tbm gosto de tudo muito bem claro, limpo r arrumado. As estratégias estão ai pra nos ajudar. 

Cair e levantar, esse é o movimento da vida. 


sexta-feira, 7 de agosto de 2020

Caetanear o que há de bom

 Em Dublin é meia noite e quinze, já bebi três long necks de Heinecken e mais uma Paulaner, só porque sextou, não é mesmo? Na verdade não, se sexta feira fosse, uma normal qualquer, eu já estaria na cama, mas hoje é Caetano Veloso 78 e eu quero curtir e ouvir ao vivo o meu cantor preferido. Mas tem o fuso, o cansaço da semana e tudo mais, mas sou valente e vou ficar acordada até que ele cante todas as músicas que embalam a minha vida há sei lá quantos anos.

A Globoplay não pega fora do Brasil, donde se conclui que eu preciso instalar um VPN que me dê acesso ao site. Haja.

Ser fã tem lá seus contratempos, mas também tem o gostinho de cantar e vibrar por esse artista tão maravilhoso e singular e narciso.

Meus flatmates vão dormir porque não são obrigados a esperar até 1h30 da manhã pra ouvir esse cara. Só que depois do Carnaval (tão longíquo que parece ter sido há muitos anos atrás), a live que começa daqui a pouco foi das raras coisas que me animou nesse tempo de pandemia e tantas desagruras.

Aguentarei, vou resistir, abrir mais umas cervejas e estar ao vivo no horário de Brasília.

É Caê caralho!

o leão da minha vida, e eu amo loucamente.

ai ai

domingo, 21 de junho de 2020

Vira virou!

Provisório era o plano que eu tinha quando fui pro brasil em fevereiro, depois provisória virou minha situação em Dublin num quarto sem janela com pessoas desconhecidas e um trabalho totalmente mambembe. Encarei, pois era a única atitude possível.

Do quarto sem janela fiz meu refúgio, esse apartamento em Terenure virou minha casa real, onde me senti acolhida, protegida, confortável e tranquila durante o pior período de lockdown. No meio da pandemia eu me reinvetei mesmo num cubículo e com pessoas que nem eram do meu rolê. Mas o rolê veio, e com ele, a confiança, a amizade, a integração e o pertencimento que tanto busquei ano passado.

Agora preciso me mudar novamente, preciso também me adaptar com um novo trabalho no cú do mundo, mas que garante minha sobrevivência em terras irlandesas. Lá vou eu com a cara e a coragem que foi me dada quando cheguei nesse mundo em 1987, medo de trabalho nunca tive, medo de adaptaões tive sim, uma par de vezes. Mas de novo: Não há nada que se possa fazer, encarar apenas, encarar tudo o que vier pela frente, mais uma vez, já que provisória também é essa situação.

Comendo coxinha no restaurante brasileiro semana passada senti o já conhecido gosto amargo da solidão. Nem a pau! Vou me envolver e me jogar com uma nova tchurma de brasileiros que ainda nem conheço, mas posso considerar pacas. Assim é a vida aqui em Dublin e o exercício de desapego pega fundo na carne crua de quem tem de aprender na marra. Aprenderei finalmente, que boa aluna sempre fui e continuarei sendo, mesmo quando as lições da vida me exijam um foco árduo maior do que o eu esperava. Se não vem pelo amor vem pela dor, aprendi sei lá quando.

Eu me jogo e isso tem dado certo, mas o que quero dizer aqui é sobre viver em estado permanente fora da zona de conforto. Conforto não há. Quando achei que estava no controle de algo, tudo mudou, e então tá, vou seguir assim sem medo do futuro e com a plena ciência de que nada podemos controlar.

Já joguei pro universo meus anceios, planos tenho rascunhado à lápis pra poder apagar sem problemas quando o jogo virar novamente.

vira virou!
eu também virei.

ninguém segura um peixe que já aprendeu a nadar sozinho.







domingo, 14 de junho de 2020

Dias de Canja

Eram dias difíceis na casa da Quitanduba!

Tempos de grana curta e desemprego. A matriarca que até então estava trabalhando, perdeu o emprego, e o pai, que já fazia uns bicos, teve que se virar pra continuar sustentando uma família com quatro filhos e duas agregadas que lá praticamente moravam (e francamente, a gente nem se tocava, não é mesmo????).

Numa das sextas-feiras, fazia frio, aquele frio do inverno úmido de SP, todos reunidos em casa, eis que Rose abre o armário: "Quase não tem mais comida nessa casa! Quer saber? Vou fazer uma canja!
Uma simples canja que fora preparada num caldeirão que era pra fazer render. Sentamos à mesa, tomamos a sopa e eu podia perceber a ansiedade e a angústia que aflingia aquela mãe, mas que mesmo em meio à tantas adversidades nunca deixou de ter esperança em dias melhores.

O dia da canja me marcou porque naquele dia aprendi que as dificuldades vão vir, mas dias bons também não tardam em chegar! Nesse período também teve o episódio de ganharmos várias pizzas do gerente da pizzaria que ficava bem em frente a casa! O velho era meio esquisito, mas se encantou com a Bia e dizia que eram pra ela...  então tá, né?

Hoje, adulta e dona de todos os meus problemas e meus planos, quando me pego tendendo ao pessimismo, volto ao dia da canja e me encho de  otimismo novamente.

Era só uma canja, mas veio temperada com significados valiosos.

Os Quindins de Rose Helena



mil significados

Era uma caixa branca, tamanho médio, e chegavam geralmente às sextas-feiras, no final da tarde, inaugurando mais um final de semana. Dentro, a imagem da felicidade absoluta: Quindins frescos, amarelinhos, brilhantes, de dar água na boca.

Rose chegava animada, guardava a caixa na geladeira e ia perguntando como tinha sido nosso dia.
Eu estava ou muito feliz ou pra morrer, já que o coração de um adolescente bate somente nesses dois compassos. Depois a gente ia decidindo qual seria o plano daquela sexta à noite: pizza ou esfiha em casa ou cerveja na churrascaria com música ao vivo, tudo no nosso amado Butantã. Foi nessa época, eu com meus 16 anos, que fui descobrindo a importância da cooperação, da acolhida, a importância da família.

Em dias de festa de aniversário, os quindins também apareciam, mas ficavam pro pós festa.
As reuniões eram animadas e a zueira começava sempre na hora de arrumar a casa, quando Rose erguia todos os móveis pro alto e colocava Nova Brasil FM pra tocar alto! Certamente meu lado MPB hippie foi consolidado naquela casa. Não tinha uma Gal ou um Raul que passassem batidos! Sem falar nas festas em que surgia o Karaokê e aí a zorra estava formada.

No final, quando todos os convidados haviam ido embora, era a hora de tomarmos uma cerveja só entre nós cansados, bêbados, mas muito felizes.
Quantos aniversários passamos ali?
Quantos banhos, quantos afters, quantos sonhos e desiluções vivenciei naquela casa?

Tão sutil e profundo, o partilhar de um simples quindim: um milhão de significados.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Vale lembrar:

A vida é muito curta pra ficar com alguém que transa mal.






quinta-feira, 4 de junho de 2020

Haverá festa


Lugar preferido no bairro preferido na cidade preferida 

O Google Fotos me lembra que há quatro anos estava eu em Peterborough, desvendando a grande Marília inglesa, ainda perdida e muito encantada. Com o dedo avanço a linha do tempo virtual e chego em 2015: nesse mesmo quatro de junho, há cinco anos, feriado de Corpus Christ no Brasil e eu feliz da vida em Santa Teresa, Rio de Janeiro. A foto me leva de volta pro Mambembe, meu hostel fiel e querido, que me deu sobretudo a oportunidade de conhecer Yuri e as meninas de Liverpool
(Rio e UK essa encruzilhada da vida).

A saudade do Rio é infinita, e sabe-se lá quando é que novamente tomarei minha cachacinha na Lapa. Pra aplacar essa ausência, além das fotos e do contato com os meus maravilhosos cariocas sigo os passos virtuais de Luiz Antonio Simas por quem estou perdidamente apaixonada.

Simas é professor, historiador e escritor e eu só o descobri agora! Parte de O Corpo Encantado nas Ruas surgiu num tweet e eu fiquei agarrada naquele tipo de leitura que há muito não encontrava. Puxando uma coisa ali e outra acolá, eis que levo um susto: Ele já foi jurado do Prêmio Estandarte de Ouro, a maior premiação do Carnaval carioca. Ahhhh meu pai!

Basta o título desses livros pra me deixar ainda mais maluca da cabeça: Almanaque brasilidades: um inventário do Brasil popularSamba de Enredo: História e ArtePra tudo Começar na Quinta-Feira. Já revirei a internet pra tentar baixar algum deles, mas não rolou, então sou obrigada em correr numa livraria mais próxima assim que eu pisar no Brasil.

E esse tipo de pessoa me enche de orgulho de ser brasileira, é desse tipo de pessoa que eu quero estar perto, é dessa bolha pensante que eu quero cada vez mais fazer parte, sacoé? Mais uma vez a vida esfrega na minha cara pra que caminho eu preciso ir. Teresa Cristina, Marcelo Freixo, Tarcísio Motta, Roberta Carvalho, Beth Carvalho, Cartola, Nelson Sargento, Manacéia, Casquinha, Aldir Blanc, Marielle Franco.  A lista é imensa, pesada mermo, lindona.

O Rio há de voltar, O Brasil há de ressurgir das cinzas, é uma tristeza sem fim essa lama toda, mas quando encontro um Simas pelo caminho minha esperança se renova. Tem muita gente do bem fazendo acontecer, e como ele mesmo diz: A gente faz festa não porque a vida é fácil, é justamente o contrário. Haverá festa!

Não há nada como o Samba
Não há NADA como o Carnaval





segunda-feira, 11 de maio de 2020

Babá Alternativa Online

                                             (Saiu o sol, bora pro jardim!)


Pouco antes de Dublin entrar em quarentena eu havia chegado das férias no Brasil. Precisamente uma semana e meia depois. Cheguei com muitos planos e estava pronta pra começar a trabalhar com novas crianças. Havia me livrado de uma adolescente muito chata e agora seria um casal, configuração que até então eu não tinha encontrado por aqui. Já na entrevista a gente se deu super bem.

Jack, pisciano, torcedor do Liverpool, fã de Super Nintendo (preciso dizer mais?), e Ava, sonhadora, leitora assídua a louca do Harry Potter e Star Wars. Pirei! Curtimos muito pouco antes da pandemia começar e quando a vida foi mudando, nós também mudamos aos poucos. No começo brincávamos com uma certa distância e os abraços, tranças e lutinhas ficaram de lado. Depois eu só podia levá-los ao parque e nem na casa entrava mais, tudo por uma questão de precaução até porque Jack sofre de asma e o perigo era muito maior.

O confimanento então foi decretado. Vale dizer que os pais deles são muito legais e sempre foram cuidadosos comigo. Conversei com a mãe no começo de tudo, a situação toda foi bem estranha no mas como não tinha alternativa fomos nos adaptando. Muitas babás perderam os empregos, e eu também fiquei com receio de ficar desempregada. 

Conversamos mais vezes e combinamos que eu faria atividades via internet 3x por semana por duas horas. Entreter uma criança ao vivo ja é uma dureza, imagine entreter à distância! 
Botei as ideias no papel, sai pesquisando coisa, pergutando pros amigos, rascunhei algumas atividades, mas com a experiência que eu já tinha, sabia que na hora H muita coisa ia mudar. A minha sorte é que esses dois são realmente especiais e mesmo nos momentos de pouca energia, mesmice ou tédio a gente sempre conseguiu dar um jeito de arrancar umas risadas.

Eu os ensinei a jogar "Stop", fizemos atividade com colagem de flores e plantas, jogo da memória com objetos da sala e até histórinha da segunda guerra mundial rolou (excêntricos, não?) 
Eles nem sabem, mas me ajudam tanto, me revigoram e essa troca é tão boa que eu nem sei. 

Mesmo com a grana estando curta, com toda a bad que essa situação traz, mesmo assim e sem querer romantizar a pandemia, a vida vai se ajeitando e eu tenho muito orgulho desse trabalho que tenho desenvolvido. 

Agora uma fofoquinha besta: Preparar as atividades, pesquisar, inventar brincadeiras, ensinar palavras em português e curiosidades do Brasil é muito prazeroso!! 

É o projeto professora versão beta em ação!

                        (Leitura em nova perspectiva: debaixo da cadeira)
                                  



  


sexta-feira, 1 de maio de 2020

Vai começar

A palhaçada de sonhar que estou no Rio.
Ai meu subinconsciente, me ajuda aí, tamo no meio dessa loucura toda ainda.
Mas é bom pq pelo menos eu mato a saudade de lá.

Agora, sonhar com o ônibus 416 que deságua em Sães Penha, quase Tijuca, pelo amor, o que que tem a ver? Como se em sonho algo tivesse que fazer sentido....

Ir só pro Carnaval é bom, mas não dá pra aproveitar muito.
Quase que não coloco o pé na água.

Mas e o Biquínis de Ogodô em Santa?
essa foi foda.
tão foda que virou cicatriz, né Nathália?

ah sei lá, Mangueira.








sábado, 25 de abril de 2020

Delay

Quatro anos depois eu entendi que o certo é "fuckinhg hell" e não "fucking now" como eu repeti milhares de vezes.

vivendo & aprendendo.

Pq fui inventar de assistir After Life?
puta que o pariu é triste demais :((((((((((

Quando eu fiz planos (kkkrying), eu sabia que 3 meses passariam rápido, mas não imaginei que em 2 deles eu estaria presa por conta de um vírus.

sinceramente,
tem dias que só chorar alivia.
alivia, mas não adianta.

quarta-feira, 22 de abril de 2020

Devaneios da 40tena

A quarentena parece o Governo Bozonazi: não acaba nunca!
aff;

***
Fico muito lisonjeada quando minha terapeuta me pede ideias de temas pras lives. Me sinto inteligente, sei lá.
Pauteira, né mores?

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Essa situação de pandemia é tão bizarramente louca que tem dia que eu fico angustiada, depois alegre, depois triste, depois morte, depois feliz, depois solitária. É uma grande merda e parece que não vai acabar nunca, mas vai acabar e quando acabar será Carnaval.

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Falar em Carnaval tô pensando em aprender Saxofone (!!!)

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Tenho escutado muitas playlists, infinitas, diferentonas.
Se não fosse a música, meu deus, o que seria de mim?

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Aliás, esse povo conservador que é a favor da diminuição da pasta da Cultura tá fazendo o que agora?
Tem mais é que valorizar o entretenimento, a música, as artes em geral.
Povo burro, pela amor.

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Eu sou team Babu! É o paizão original!
Por sinal, eu já entrevistei ele. (A vida é muito louca, né?)

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É muito difícil conviver com gente fraquinha e sem referência, tá ligado.
Não saber quem é a Sônia Braga foi demais pra mim.

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Falar nisso, já assistiu Bacurau?
Filmão da porra, tá disponível no Youtube.

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Eu não vejo a hora de voltar a morar em SP, mas também, tão boa a Dublínia com seus preços acessíveis e sua simplicidade que de tão simples me irrita.

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Quando será que SP estará habitável novamente?
E Londres?
E Barça?
Diz que só pode ir pra Ams em Setembro!! Valei-me.

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Vi uma notícia da possível chapa Haddad/Dino e achei muito massa.
O trabalho que esse governardor vem fazendo no Maranhão é bem legal.
Na verdade eu acho que tinha que inverter e fazer Dino/Haddad. Por mais que eu ame o ex-Prefeito, infelizmente ele tá queimado com uma galera por conta do barba.
Mas só de ter tirado o barba do rolê já foi um golaço.
Vem, 2022!!!

***



























segunda-feira, 13 de abril de 2020

Sobre um dia (muito) especial

                                                De corpo, alma e coração!

Lembro de acordar e pensar: Meu Deus, finalmente esse dia chegou!
Acordei de ressaca na cama de um hotel no centro de SP, entre dengue e reformas, a vida uma zorra total, mas era dia de Rita e eu mal podia esperar...

Como sempre fui a primeira a ficar pronta: meia arrastão, maiô vermelho, a cara lotada de purpurina, puta merda, é sério que chegou? Eu não tarra acreditando que depois de dois voôs, uma escala, um inverno infernal, uma saudade dilacerante e uma ansiedade que me tirava o ar, eis que sim Nathália, era o dia do Bloco da Ritaleena.  haja! Anapaula, Wesli e eu partimos rumo a Pinheiros num sábado ensolarado de pré-Carnaval.

Sinceramente?
Eu amo a Rita Lee pra caralho e já pulo esse bloco há mais de 5 anos! Foram muitas configurações diferentes eu sozinha, eu com a galera, Mayra grávida ectc e toda vez que alguém surge com ideia de ir sei lá pra qual bloco novo eu bato o pé e reitero: Ritaleena é tradição. Lembro de ter mandado mensagem pra um milhão de pessoas "nos vemos lá, tô sempre na frente do bloco na corda, não tem erro".

A música de abertura foi nada mais nada menos do que Jardins da Babilônia, canção essa que cantei loucamente muito antes do dia do bloco. Porra, logo no abre? Marejei.
Só eu sabia todo o extenso caminho que tinha percorrido pra tá ali e ai ativei meu modo "então vai"
e sai pulando de corpo, alma e coração com uma sede de Carnaval que só quem ama muito e entende o que eu tô dizendo é capaz de sentir. Que emoção!

Nicolle e Samanta chegaram, ai meu coração.
Vem, vamos tirar mais uma selfie!


Sem stress, sem aperto, um público bem lindo, é bom manjar dos blocos pq você não passa raiva.
E era um tal de catuaba, cerveja, Skol Beats, água, e vai que vai! Quando do nada me surge Mayra!
Dai não deu, ai eu chorei mesmo porque tudo tem limite. Que delícia de abraço, que saudade amiga.
Cadê o Martín?

                                       No exato momento em que nos abraçamos 



Sai correndo atrás dele, aproveitei pra matar a saudade do Tuca e ficar dançando lá na frente pra pegar uma sombrinha tbm.

                                                   11 Carnavais e agora um novo integrante!


         Desculpe o Auê, eu não queria magoar vocêêê!

Acho que eu já tava naquele estágio de falar que eu amava o Carnaval que isso que aquilo e já tinha chorado e me recuperado dando por fim toda a emoção, nesse momento já tinha caído minha ficha e eu ia me recuperando até que Ju Salgado aparece. Ahhhhhhhh!!!
Minha amiga linda, foi me buscar no aeroporto e nem acreditei que ela foi mesmo! Gente, eu mereço tudo isso, né! Que sortuda da porra.

       Por isso não provoque, é cor de Rosa Choooqueee

A Henrique Schaumann se aproximava, sinal de que o bloco ia chegando ao fim.
Eu já bem pra lá de Bagdá queria me envolver com uma turma que ia pra Pompéia (ahahhaha inimigos do fim as always), mas minhas amigas conscientes não deixaram. Entrei num Uber e voltei pra República sã e salva.

Dormi.

Quando Anapaula e Wesli voltaram eis que eu ressurjo das cinzas cantando "Milagres do Povo" num looping sem fim.

                                                         Quem é ateeeeeeeu!

A noite acabou com uma macarronada de panela de pressão deliciosa, cremosa e bem quentinha que era pra matar a ressaca porque no dia seguinte tinha Confraria do Pasmado (valei-me!)

Eu sou muito grata pelos meus amigos, muito mesmo!
E fico muito orgulhosa de ter conseguido pular esse bloco do jeitinho que eu queria.

Sem dúvida, um dos dias mais legais de 2020.




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*estou aproveitando a quarentena pra por em dia vários textos. 






















Unforgettable




Eu não gosto de Natal.
Na verdade, eu não gosto de nenhum feriado santo, acho uma falsidade sem tamanho, odeio rolê familiar, parentada etc, e sempre que posso, fujo desses rituais bizarros.

Era quase Natal e eu estava em Dublin morando com uma família chata, sem paciência pra fazer ceia com gente nada ver e ai tive uma ideia maravilhosa de fugir pra algum canto e aproveitar o máximo possível fingindo que não era natal coisa nenhuma. Parti sozinha pra Amsterdam. Que golaaaaço!

Ganhar as ruas de uma cidade sozinha, com liberdade e independencia financeira é um sentimento tão sensacional que eu desejo que todo mundo possa fazer isso ao menos uma vez na vida.



Amsterdam estava ainda mais linda, completamente enfeitada e coberta por luzes e enfeites natalinos. Era quase um filme de Natal do Telecine com direito a pista de gelo, ventania com folhas caindo das árvores, torta tradicional de maçã com chantilly, laricas da madrugada no Febo, fanfarra com músicas de Natalinas, milhares de cervejas e otras cositas más.

Roteiro lado B em ação: Fui atrás da primeira casa da Anne Frank (antes do ataque Nazi), peguei um tram e sai da área central da cidade, foi maravilhoso. Era uma parte da cidade que fugia totalmente da arquitetura dos canais. Foi quando ví que DAM é grande pra caramba. Essa casa ficava num bairro meio distante cheia de predinhos e em frente uma estátua dela decorava uma pracinha.

Aqui na Europa a galera celebra o almoço do dia 25 e na noite do dia 24 é vida normal, pois bem: Tomei banho e fui andar pelo bairro Jordaan, o bairro mais hype da cidade e onde está situado o Museu de Anne Frank (lindo e bem triste). Tuca havia dado a letra de ir atrás da bendita torta de maçã. Chegando lá, peguei o doce e fiquei sentada numa mesinha na parte de fora quando ouvi um coral cantarolando as musiquinhas da igreja. Eu não curto a data, mas até que curti o som.

Depois fui descendo as ruas sem rumo nenhum tentando chegar num bar. É claro que eu me perdi e sem querer dei de cara com uma mega fanfarra, essa parte foi linda demais! Tinha criança, idosos, famílias, turistada toda tirando foto, gente jogando moeda no chapéu e todo mundo batendo palmas.
Quando o musical acabou eu sentei pra tomar uma cerveja feliz por ter realizado mais essa viagem e por ter ressignificado uma data que sempre me deixou tão pra baixo. Ai Amsterdam, como posso te agradecer?

O horário da meia noite se aproximava e eu comecei a escutar os sinos das igrejas badalando "Noite Feliz", então sentei numa calçada de frente pra um canal desconhecido e fiquei ouvindo e observando a vida, o povo e seus costumes naquela cidade fantástica e eu já semi bêbada e feliz, quem diria, não é mesmo?

Num outro dia me enfiei num walktour muito massa, o guia, um espanhol (gatíssimo) foi contado a história da cidade através de pontos turísticos que até então eu nem tinha reparado. Além disso, o fato de poder pedir uma cerveja em qualquer canto e poder conversar com qualquer pessoa é sensacional e faz todas as dificuldades valerem a pena. Detalhe pros vários Irishs que encontrei por lá e eles sempre muito cordiais e também muito lisonjeados por cruzar com uma brasileira moradora da Dublinia que também é deles.

Foi um presente de Natal importante e simbólico.

Quando a viagem foi acabando deu uma tristezinha dessas de quando a gente não quer ir embora, ou quer ir embora já pensando em quando vai poder voltar.

Como diz a letra: You are unforgettable!



                                                       Ams, maravilhosamente, Ams. 

Vá em paz, Moreira

Acabou chorare
Tin gon tin gon gon gon guin
Acabou chorare, ficou tudo lindo
De manhã cedinho
Tudo cá cá cá, na fé fé fé
No bu bu li li, no bu bu li lindo
No bu bu bolindo
No bu bu bolindo
No bu bu bolindo
Talvez pelo buraquinho
Invadiu-me a casa, me acordou na cama
Tomou o meu coração e sentou na minha mão
Talvez pelo buraquinho
Invadiu-me a casa, me acordou na cama
Tomou o meu coração e sentou na minha mão
Abelha, abelhinha
Acabou chorare, faz zunzum pra eu ver
Faz zunzum pra mim
Abelho, abelhinho escondido faz bonito
Faz zunzum e mel
Faz zum zum e mel
Faz zum zum e mel
Inda de lambuja tem o carneirinho, presente na boca
Acordando toda gente, tão suave mé, que suavemente
Inda de lambuja tem o carneirinho, presente na boca
Acordando toda gente, tão suave mé, que suavemente
Abelha, carneirinho
Acabou chorare no meio do mundo
Respirei eu fundo, foi-se tudo pra escanteio
Vi o sapo na lagoa, entre nessa que é boa
Fiz zunzum e pronto
Fiz zum zum e pronto
Fiz zum zum e pronto
Fiz zum zum

sexta-feira, 27 de março de 2020

Desejo:

Eu quero que o Bolsonaro morra.

terça-feira, 10 de março de 2020

Eis o Melhor

Cheguei no Rio na sexta de Carnaval logo de manhã. Nublava mas o meu mormaço conhecido dava às caras pra me receber. Em Botafogo fui olhando a paisagem feliz da vida em ter voltado, em estar lá, e eu mal poderia imaginar o que me reservava à Festa de Momo. Eu, Vitor, Dissu e Naldo nos conhecemos há tempos lá de SP. Já pulamos Carnaval juntos, pegamos sambas e forrós por aí. O apê era uma graça, perto do Cristo, bem localizado pra caralho pra quem manja do Carnaval do Rio de Janeiro.

A primeira noite foi não só o abre alas, foi pra cortar a fita de quem havia vindo de muito longe. Fechamos o bar.

O Amigos da Onça ficou pra próxima. Mas teve Biquínis de Agodô, em Santa Teresa, teve Vem Cá Minha Flor, presente de aniversário, teve Tupífe pra fechar a minha noite e teve tantos outros blocos que nem sei. No Boitolo, uma multidão gritava fora Bozo em uníssono, bradando os pulmões de quem não aguenta mais essa palhaçada! A loucura subiu e eu pulei de corpo e alma.

Éramos em 13 pessoas no mesmo apartamento. O dia começava às 06h30, cada dia uma fantasia e muuuuiiitas purpurinas, nosso som Piranha rolando perfeitamente em todos os esquentas, Naldo surgia com pão, café e frios pra todo mundo, Daniel sempre emburrado pq não gostava de acordar cedo, Dissu e Camila na make up e quando finalmente Vitinho acordava, eu ia lá bater a programação dos blocos dos dias, além das rotas e caminhos. Pra mim essa é a melhor parte: organizar o bonde, analisar o concentra e sai, planejar o tempo, a logística e tudo mais. Tenho orgulho de manjar do Carnaval do Rio.

Foram dias de glórias ao extremo!
A galera na mesma vibe, a zoeira perfeita, integrados, família mermo.

Eu estava tão, TÃO feliz, que nem nos meus melhores sonhos eu poderia imaginar o quão sensacional seria esse Carnval.

É claro que eu ralei um joelho, uma canela e fiquei colecionando hematomas pelo corpo, mas se não for pra ir no corpo de baile, na corda humana e no meio do furdunço, eu nem quero! A minha sede de Carnaval era muito grande e intensa e foi pra dar cabo dela que eu me joguei.

Tenho vários flashs especiais na minha memória.

Que lindo, que lindo!

O Carnaval é meu farol, sempre como um guia como quem puxa ainda que com tantas mazelas e dificuldades. Pra mim é a melhor festa e eu sempre vou fazer do próximo o melhor.

Na carne

terça-feira, 3 de março de 2020

O Maior de Todos 2

Foi realmente o maior Carnaval da vida.
Maior em número de blocos, machucados, melhor galera e aproveitamento 100%.

Pra quem tava com sede de Carnaval, matou tuuuuudo!

Ainda vou sentar pra escrever sobre esse farol que guia a minha vida.

O melhor de todosssss

Janela pra quê?

Minha cabeça tá em SP, meu coração em SP, meus amigos em SP, meu trabalho em SP, meu chefe maravilhoso em SP, meu forró, minhas baladas, minhas escapadinhas, o meu café favorito, a livraria, a avenida, o boteco, a casa da amiga, a Praça, meus vizinhos. SP é o moedor de carne mais cruel por qual eu já passei, mas as raízes que tenho são de lá e é lá que me reconecto comigo mesma, com a identidade a qual criei e a de qual mais gosto. Cidade gigantesca, trânsito infernal, chuvas vorazes, SP é de uma força que me encanta. O ritmo, o barulho, é louco escrever e sentir que no meio do caos eu encontro comigo.

Corta pra mim sentada numa bancada de um apê em Dublin. Acabei de me mudar, não conheço ninguém, o quarto não tem janela e me dá pânico, todas as minhas coisas tão enfiadas dentro de um armário velho, tenho certeza que o cara do meu lado vai roncar, amanhã vai fazer frio e agora que voltei de SP tenho 100% de certeza que eu não pertenço a Dublin. Somos amigas distantes e é isso aí.
Sei tbm que preciso me esforçar pra (re) conectar com esse que será meu endereço por mais alguns meses e haja ansiedade e labuta. Não quero mais, caguei! Já falo inglês, não quero mais viajar, que se dane a Europa, quero paz no meu coração e seguir meu outro lado da vida. Sei também qual é o meu objetivo aqui e assim vou seguir, ainda que com uma angustia dentro do peito.

Mas se por um lado bate a angústia, de outro dá uma paz por saber que realizei esse sonho, que deu tudo certo e que agora em paz e com essa experiência vivida posso voltar por que eu quero!



Eu não sou daqui, Marinheiro só
eu não tenho amor, Marinheiro só
eu sou da bahia, Marinheiro só
de São Salvador, Marinheiro só

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Um grande exercício

De tudo que tenho aprendido essa lição é a que mais tem me dado trabalho. Parece um grande clichê, e talvez até seja mesmo, mas controlar a expectativa, e quiçá tentar viver sem ela, seja uma puta virada de chave. Falo sobre expectativa em geral, nas relações, nas amizades, nos acontecimentos e sobretudo na vida. Eu sempre fui a rainha da expectativa e por isso também sempre me frustrei. Primeiro porque não tem como criar a ideia de como uma coisa vai ser, e do jeito que vai ser. Segundo que de 20 pessoas que conheço, 18 tem um lado bem filha da puta e maldoso e aí é balde de água fria.

Quanto mais vivo, mais vejo como as pessoas são egoístas e é por isso que conto nos dedos quem é que vale a pena incluir. Em quase 09 anos de terapia me percebo menos ingênua, mas ainda muito tonta de acreditar na coerência das pessoas. E de uns tempos pra cá, apenas aceitar a situação e me modificar em relação à ela tem me aliviado e poupado várias sensações de dessabor. Sem cobrança, ligando o foda-se que me é apresentado.

Com o Whatssap então, nem se fala.
Acho uma falta de respeito retumbante ler uma mensagem e responder 5 dias depois.
E sabe quantos acham isso normal? Incontáveis.

Desencanei, mas desencanei real mermo, só por isso posso contar isso aqui.
E aprendi a me delegar menos e a me poupar mais.

O intercâmbio age tão profundamente que ainda não consigo explicar.
Mas consigo sentir.

Esse exercício sobre redução de expectativa é tão maravilhoso que agora tenho me adaptado com mais facilidade com as mudanças, e morar fora do país é uma mudança voraz.

O que eu posso controlar?
Eu mesma! Meus planos, meus sonhos, sem querer controlar o futuro, um pouquinho por vez.

Metas traçadas, ano já bombando, rascunhos aos montes e o mais importante: foco ajustado.

Agora é construir, construir e viver!











domingo, 5 de janeiro de 2020

O maior de todos

Organizar um Carnaval de outro país é novidade pra mim.
Tô só nas articulações todas.

Esse Carnaval vai ser tão especial que nem sei!
Vou chorar com certeza.

Sinto uma energia muito forte vibrando e me sinto cada vez mais parte disso que eu mesma tomei pra mim.

Agora no Rio de Janeiro começa o Carnaval não oficial. Serão 50 dias de blocos até que o feriado se dê por completo. Lá não é brincadeira.

Calendário, fantasias, caminhos, rotas, o rojão mermo cai pra cima de mim!
E eu A-M-O. Acho que a única e verdadeira coisa que eu amo nessa vida é o Carnaval e sentir ele chegar é emocionante.


Haja coração.