terça-feira, 3 de março de 2020

Janela pra quê?

Minha cabeça tá em SP, meu coração em SP, meus amigos em SP, meu trabalho em SP, meu chefe maravilhoso em SP, meu forró, minhas baladas, minhas escapadinhas, o meu café favorito, a livraria, a avenida, o boteco, a casa da amiga, a Praça, meus vizinhos. SP é o moedor de carne mais cruel por qual eu já passei, mas as raízes que tenho são de lá e é lá que me reconecto comigo mesma, com a identidade a qual criei e a de qual mais gosto. Cidade gigantesca, trânsito infernal, chuvas vorazes, SP é de uma força que me encanta. O ritmo, o barulho, é louco escrever e sentir que no meio do caos eu encontro comigo.

Corta pra mim sentada numa bancada de um apê em Dublin. Acabei de me mudar, não conheço ninguém, o quarto não tem janela e me dá pânico, todas as minhas coisas tão enfiadas dentro de um armário velho, tenho certeza que o cara do meu lado vai roncar, amanhã vai fazer frio e agora que voltei de SP tenho 100% de certeza que eu não pertenço a Dublin. Somos amigas distantes e é isso aí.
Sei tbm que preciso me esforçar pra (re) conectar com esse que será meu endereço por mais alguns meses e haja ansiedade e labuta. Não quero mais, caguei! Já falo inglês, não quero mais viajar, que se dane a Europa, quero paz no meu coração e seguir meu outro lado da vida. Sei também qual é o meu objetivo aqui e assim vou seguir, ainda que com uma angustia dentro do peito.

Mas se por um lado bate a angústia, de outro dá uma paz por saber que realizei esse sonho, que deu tudo certo e que agora em paz e com essa experiência vivida posso voltar por que eu quero!



Eu não sou daqui, Marinheiro só
eu não tenho amor, Marinheiro só
eu sou da bahia, Marinheiro só
de São Salvador, Marinheiro só

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