quinta-feira, 8 de outubro de 2020

Hoje não

 hoje eu não queria trabalhar, muito menos brincar e cuidar de crianças, embora eu as ame e ame muito o que faço. Hoje eu não queria ler nenhuma notícia, sequer as manchetes ou o sobre o último pronunciamento do burro, mesmo sendo jornalista e habitando uma bolha forte e segura, hoje se eu pudesse eu não saberia ler. Não pensaria sobre o futuro aqui ou sei la onde, não seria responsável nem cumpriria minhas responsabilidades, hoje se me possível fosse eu sumiria do mundo e fingiria demência completa. Acho que as crianças sentem essa energia e ao passo que não quero nada, elas me cobram que eu faça tudo. Nenhum desenho animado ou jogo, nada de nada, justo hoje eles querem a minha atenção e o meu carinho, mas hoje não eu berro em silêncio. Não tem café na porra dessa casa e é claro que justo hoje sob a minha negação de tudo e todos tenho que ir nesse frio do caralho buscar a outra criança na escola, um frio de merda e a alta chance de cair água do céu. Por favor, hoje não, vida e a vida responde hoje sim, agora sim, right now! Segue teu baile. 



Que ódio. 

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