domingo, 21 de junho de 2020

Vira virou!

Provisório era o plano que eu tinha quando fui pro brasil em fevereiro, depois provisória virou minha situação em Dublin num quarto sem janela com pessoas desconhecidas e um trabalho totalmente mambembe. Encarei, pois era a única atitude possível.

Do quarto sem janela fiz meu refúgio, esse apartamento em Terenure virou minha casa real, onde me senti acolhida, protegida, confortável e tranquila durante o pior período de lockdown. No meio da pandemia eu me reinvetei mesmo num cubículo e com pessoas que nem eram do meu rolê. Mas o rolê veio, e com ele, a confiança, a amizade, a integração e o pertencimento que tanto busquei ano passado.

Agora preciso me mudar novamente, preciso também me adaptar com um novo trabalho no cú do mundo, mas que garante minha sobrevivência em terras irlandesas. Lá vou eu com a cara e a coragem que foi me dada quando cheguei nesse mundo em 1987, medo de trabalho nunca tive, medo de adaptaões tive sim, uma par de vezes. Mas de novo: Não há nada que se possa fazer, encarar apenas, encarar tudo o que vier pela frente, mais uma vez, já que provisória também é essa situação.

Comendo coxinha no restaurante brasileiro semana passada senti o já conhecido gosto amargo da solidão. Nem a pau! Vou me envolver e me jogar com uma nova tchurma de brasileiros que ainda nem conheço, mas posso considerar pacas. Assim é a vida aqui em Dublin e o exercício de desapego pega fundo na carne crua de quem tem de aprender na marra. Aprenderei finalmente, que boa aluna sempre fui e continuarei sendo, mesmo quando as lições da vida me exijam um foco árduo maior do que o eu esperava. Se não vem pelo amor vem pela dor, aprendi sei lá quando.

Eu me jogo e isso tem dado certo, mas o que quero dizer aqui é sobre viver em estado permanente fora da zona de conforto. Conforto não há. Quando achei que estava no controle de algo, tudo mudou, e então tá, vou seguir assim sem medo do futuro e com a plena ciência de que nada podemos controlar.

Já joguei pro universo meus anceios, planos tenho rascunhado à lápis pra poder apagar sem problemas quando o jogo virar novamente.

vira virou!
eu também virei.

ninguém segura um peixe que já aprendeu a nadar sozinho.







3 comentários:

Fabrício Queiroz disse...

Tem uma vaga aí pra mim?

Nathália Rodrigues disse...

Tem sim!! Rs dublin tá bombando

Nathália Rodrigues disse...

Hhahahhahhhhahahahhhau entendi agora, queiroz! Mano como vc é besta kkkkk