sexta-feira, 19 de janeiro de 2018

Elis vive!

                          não é a coisa mais linda desse mundo?

Há 36 anos o mundo perdia essa mulher, dona da voz, da força e da verdade que foram sempre suas armas.  É triste não poder ter curtido um show dela, porém, me livrei da tristeza de ter presenciado sua morte. Diz que foi um dia muito triste e ninguém acreditava na notícia que chegava pela manhã no rádio. Como assim o furacão Elis se foi?

Há um ano tento finalizar a biografia dela, mas vai chegando o dia de sua morte e não consigo avançar a leitura.

Se eu pudesse, diria olhando fundo nos seus olhos e nessa covinha linda: Tu é foda Elis, e quanto mais te escuto e leio sobre você, mais fã eu fico. Feminista muito antes do feminismo vir à tona, invadiu a cela da Rita Lee (que sofria um sangramento durante sua gravidez e está presa durante Ditadura) e a levou para um hospital decente, excomungou Bôscoli, fez cagada e assumiu, pediu desculpas pro Henfil, era julgada por ser desbocada, mas nunca se vendeu pro sistema pra ganhar dinheiro e vender disco. Era treteira? era! brigou com Nara? brigou! foi na passeata contra a guitarra elétrica? (ahahahhahahaha) foi!

Adoro essa história: Elis estava afim de  Cesar Camargo Mariano, então integrante de sua banda, o chamou para tomar um drink na sua casa e escreveu num bilhete: "te quero pra caralho". quando ele leu o bilhete, dentro do banheiro, ficou desesperado, tão desesperado, que pulou a janela do banheiro e foi embora!  desapareceu por 3 dias e quando cruzou com ela no ensaio da banda mal conseguia encará-la. Será que metia medo? hahaha depois se casaram tiveram dois filhos etc e tal.

Minha sorte foi ter podido assistir o musical da musa ainda nos meus tempos de Jovem Pan. Chorei do começo ao fim, belíssimo trabalho de Laila Garin, que parecia a própria Elis no palco. Nos tempos em que morei no Rio, parti pro Beco das Garrafas e senti uma emoção grande de ter pisado onde você começou a mostrar quem era! 

Durante um curso no Senac descobri que o meu então professor tinha conhecido a maravilhoso! Rá! bateu a repórter e ele contou tantas histórias, foi demais, hoje o prof tem uma Golden linda chamada Elis, uma bela homenagem.

E o que dizer quando em 2016 a Vai Vai homenageou Elis e ganhou o Carnaval? Lembro de nos ensaios cantar o samba junto com o povo de dentro do apê do Davi e da Letícia que moravam no Bexiga, não fui na quadra, mas sei a letrinha todinha. fã é fã.


Ah Elis, o que você diria se estivesse viva nos dias de hoje? Nós feministas finalmente ganhando força, mesmo com todos os percalços que enfrentamos desde sempre. A corrupção desse Brasilis continua como no seu tempo, só que muito mais escancarada. As redes sociais dando força pra um mundo super fake, sabe? tão down no high society. O seu Carnaval de rua agora bomba aqui pros lados da selva, acredita? tá lindo de ver! A internet mudou completamente a comercialização da música, o que será que será que você diria?

Seguimos na luta, não é assim que você gostava? Manda mais que tá pouco, que mulherão da porra!

Hélice Regina, upa neguinha, que saudade você nos traz. Elis vive!


Vou deitar e rolar

Não venha querer se consolar
Que agora não dá mais pé
Nem nunca mais vai dar
Também quem mandou se levantar
Quem levantou pra sair
Perde o lugar
E agora, cadê teu novo amor
Cadê que ele nunca funcionou
Cadê que ele nada resolveu
Quaquaraquaquá, quem riu
Quaquaraquaquá, fui eu
Quaquaraquaquá, quem riu
Quaquaraquaquá, fui eu
Ainda sou mais eu
Você já entrou na de voltar
Agora fica na tua
Que é melhor ficar
Porque vai ser fogo me aturar
Quem cai na chuva
Só tem que se molhar
E agora cadê, cadê você
Cadê que eu não vejo mais, cadê
Pois é quem te viu e quem te vê
Quaquaraquaquá, quem riu
Quaquaraquaquá, fui eu
Quaquaraquaquá, quem riu
Quaquaraquaquá, fui eu
Quaquaraquaquá, quem riu
Quaquaraquaquá, fui eu
Quaquaraquaquá, quem riu
Quaquaraquaquá, fui eu
Você já entrou na de voltar
Agora fica na tua
Que é melhor ficar
Porque vai ser fogo me aturar
Quem cai na chuva
Só tem que se molhar
E agora cadê, cadê você
Cadê que eu não vejo mais, cadê
Pois é quem te viu e quem te vê
Quaquaraquaquá, quem riu
Quaquaraquaquá, fui eu
Quaquaraquaquá, quem riu
Quaquaraquaquá, fui eu
O vento que venta aqui
É o mesmo que venta lá
E volta pro
Mandingueiro a mandinga de quem mandigar
O vento que venta aqui
É o mesmo que venta lá
E volta pro
Mandingueiro a mandinga de quem mandigar


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