segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

O Quereres


O ser humano é um insatisfeito que sempre quer aquilo que o outro não pode dar. Não sei por que isso acontece, mas comigo é assim que o negócio desenrola. Meu pai, por exemplo, é umas das paixões da minha vida, mas acorda feliz e cantando e isso me dá nos nervos. Se ao menos ele ficasse em silêncio até às 09h30 seria perfeito! Como também seria perfeita a minha mãe que pesa a mão na sinceridade e quase nunca percebe que as verdades ferem, e ferem muito! É claro que todos possuem defeitos e não é sobre isso que esse texto fala, até porque com certeza você já deve ter lido algo relacionado e vamos combinar que texto batido em semana de Natal é de fuder.

A minha mente não dá trégua! Quando os assuntos caminham bem (trabalho, família, picaretagens e afins) sempre surge um sinal de alerta de que a matéria poderia ter ficado melhor, a minha irmã poderia ser muito mais legal e aquele cara que eu tô pegando deveria declarar amores aos 4 cantos do mundo. E se alguma dessas hipóteses acontece, logo surge mais um infeliz alerta pra tentar vender uma outra situação, fazendo uma propaganda perfeita daquilo que poderia ter sido e não foi. Insatisfeita! Chata, cricri todos esses adjetivos são destinados à mente mentirosa e sonhadora dessas que voz escreve.

Queria ser mais tranquila e simplesmente aceitar que a vida é assim mesmo, exige coragem (ai meu Guimarães!) e não sai como capítulo perfeito de novela e é nesse emaranhado de tudo que é possível ser feliz. Nisso, vou seguindo faminta por dias diferentes e sensações que nunca tive, sendo que ao me dar conta de que atingi meu objetivo mor, sou capturada pela ET que discorda, é do contra, aquém de mim, manda e desmanda!

Os que são gracinhas eu quero que sejam frios, os frios quero que fervam, os românticos que sejam picaretas e os picaretas melosos de enjoar! O galinha quero prender, o nerd quero engalinhar. A estagiária gente fina quero que seja chata, o chato quero que seja simpático e sigo nessa lista infinita do quereres.

Se a Ju fosse mais maloqueira, o Guilherme me bajulasse, a Nath mais faladeira, a Agnes menos objetiva, o Renato menos crítico, a Lóris mais apegada, a Neide mais vó, a Nathália mais tranquila e a Katharine menos romântica eu com certeza estaria no céu. Esse negócio de bipolaridade é coisa séria.

Sou a eterna insatisfeita que não fica parada no lugar, mesmo que erre, mesmo que peque pelo excesso ou pela falta de, mesmo que fale aquilo que não podia, ou chore por nada e grite por tudo. Insatisfação essa que move, porque ficar parada olhando a outra margem do rio não é comigo! (Ai meu Guimarães de novo!)


quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Há tempos que não escrevo, nem sei se sei fazer mais isso. Me habituei com textos pequenos e caras e bocas. Ao invés do lápis, microfone. Dos papéis fez-se improvisações baratas e edições. Era o que tanto queria, não era? Tá, mas nem por isso eu quis abandonar o meu bloguinho.

Não invento mais histórias, nem analiso de diversos pontos de vista a cidade. Parece que SP ficou coadjuvante, só tenho olhos para os prédios e administradoras. Odeio admitir, mas me tornei prisioneira do meu trabalho. Chego exausta e só me resta a piscina pra esgotar de vez.

Se antes eu já era sem paciência agora tô chata de dar dó. Não quero amizades, não quero ensinar, não quero bajulações, nem DR (coisa que eu era viciada) quero mais. Tô prática, pé no chão, chata. E uma vontade de dormir sem fim. Ao mesmo tempo pretendo conhecer a Bahia, o Ceará e o Presidente do Secovi, se é que me entende. O professor de natação que insiste em dar em cima. Ó pai livrai-me dos cafajestes, amém.

Enjoei das danças, das viradas, dos rolos e emboladas. Mesmo assim em outubrão tô lá, aliás estaremos todos. Preciso voltar a estudar, pois tenho a sensação de enburrecer. E enburrecer conscientemente não é legal nem agradrável. Falta muito pra dezembro chegar? Miedo.
Há que treinar direitinho pra nada dar errado, mas eu desconfio, pro bem de todos.

Adoro a virada que a música Yellow, do Colplay, tem. Me faz pensar que ao mesmo tempo em que preciso aquietar, o mundo a minha volta não dá tempo para pausas. Se eu não pular a onda ela passa por cima de mim. Não é fácil adolescer muito menos adultecer. Entre o altar e a bicicleta eu realmente não sei qual escolha fazer e a dúvida nem me assusta.

Às vezes quero ser mais uma e descarregar o peso imaginário que enverga a coluna e traz dores. E como desacelerar? Como não cobrar? Viver de questionamentos consome muito.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Viver em São Paulo é...

Dia desses saindo da manicure, chovia e chovia muito. Guarda-chuva em punho me dirigia ao ponto de onibus. Nesse interim olhei um cara com uma prancha na mão, normal. Do nada ele que estava do outro lado da rua apareceu juntinho de mim.

-Me dá uma carona no seu guarda-chuva?, pediu ele num sotaque gringo.
- Vem! Respondi estendendo o objeto, afinal ele era cheiroso e muito atrante.

Ele é Francês e faz faculdade em Curitiba, está passando férias aqui em SP e no fim das contas tentou me xavecar. O mais engraçado é que ele chegava pertinho e eu me afastava, ai ele ficava tomando chuva. Ai a conversa seguia e ele vinha pra debaixo do guarda-chuva, eu me afastava e lá ia ele tomar água na cabeça. Hilário essa sequência de vai e vem. Pegou um cartão da Condominial que quase se desfez de tanto que molhou.

E eu que quase não quero diálogo (ainda mais com estranho) fiquei tranquila conversando até o bendito onibus surgir.
São essas situações que tornam São Paulo tão atraente. Apesar dos problemas que ela me faz passar é ainda deliciosa de viver.

terça-feira, 15 de junho de 2010

Pqna Dosagem...


... Sobre: Copa do Mundo 2010

É Copa, né? Vuvuzelas, bandeiras, o verde e amarelo tomando conta da cidade de cinza.
E o trânsito: em dia de jogo do Brasil a expectativa é de trânsito de feriado prolongado. Às 08h dessa terça-feira fria o congestionamento já era acima do normal. Quem aguenta? SP não tem mais jeito, mas como brasileiro tem memória fraca, quando o relógio marcar 15h00 será clima de festa. Salve-se quem puder, achem uma televisão, juntem-se, torça, É Brasil em campo.

terça-feira, 1 de junho de 2010

Apartamento Antigo

Crédito: Crucismogiensis

Eu ainda vou morar num apartamento antigo. Daqueles feitos de pastilhas com duas cores e que fazem um desenho na lateral do prédio. E pra valer à pena tem que ser com aquelas janelas emperradas e que só abrem o vidro na vertical. Na horizontal perde a graça. Precisa ter aquele salão de festas com porta de vidro e um adesivo vermelho bem no centro. Aí sim poderei alugá-lo e mobiliá-lo do jeito que tanto quero.

Cozinha e banheiro com azulejos antigos e que só achamos naquelas lojinhas bem de segunda mão. Se não tiver a quantidade exata do mesmo desenho, ai invento e misturo duas. Mas o banheiro vai ter aquela pia antiga e redondona, só dispenso o lavabo que antigamente ficava ao lado dos vasos sanitários. Acho feio demais. Lembro de entrar num banheiro assim quando era pequena e quase conseguir mergulhar na pia de tão grande que era. Era festa de uma prima e eu chamava minha mãe na hora de lavar as mãos. A casa era térrea e o banheiro bem maior que o meu tipicamente paulistano de apartamento e lavabo minúsculo.

Quero muitos móveis de madeira e um banco pra três pessoas, no maior estilo Praça é Nossa. Como o apartamento vai ser antigo, será consequentemente maior do que os atuais (atuais do preço de classe média, ta? Ninguém aqui é milionário) e com uma sala extensa. E vai ter uma estante até o teto na parede principal pra poder colocar toda a papelada, livros, cadernos, livros de receita, porta-retrato com foto da Lóris, porta incenso, quadrinhos e quinquilharias. Sou moça apegada, gosto de colecionar. Nessa estante também ficará a televisão. Ainda não me decidi sobre a sacada.

No meu quarto quero uma cama bem gostosa e aconchegante pra poder exibir um edredon verde musgo lindo. E da janela vou poder olhar a cidade seja cedo ou tarde, frio ou calor envolta em vários pensamentos que alegram e gelam o coração tudo ao mesmo, bem Clarice. Supostos endereços: Rua Artur Prado - Bela Vista, Morato Coelho - Vila Madalena, Rua da Mooca - Mooca e tantos outros que ja ví.

Se eu realmente conseguir morar sozinha nesse apartamento, tenho 70% de certeza que serei feliz.
Demorei pra concluir esse texto maquinando direitinho como é que eu quero que ele seja. Hoje tá um frio enorme e eu tenho certa melancolia quando está esse clima. Descobri a música "Circo Marimbondo" do Milton Nascimento tão linda e a ouvi após mais uma discussão em família. Mentalizei minha casa e imaginei a sensação maravilhosa de poder arrumar tudo do jeito que eu bem entender. O condomínio, os móveis, o aluguel do bairro, tudo isso tem preço e pesa no bolso, mas ser feliz no seu canto cobre todas as despesas.

"Circo marambaia,
eu cheguei de longe, não me atrapalha,
vê se não me amola, larga minha saia"

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O centro da praça


A vida andava boa. Era festa hoje, jantarzinho amanhã, café na sexta, balada sábado e jogo no bar domingo, um clássico. Não sabia como aguentava tanto vai e vem, mas se ficasse um dia em casa entrava em depressão profunda, era melhor fazer nada na rua. Acostumou-se. Conheceu e ficou conhecida, mas amigos mesmo continuaram não enchendo duas mãos inteiras. Era aquele tipo de crise, pauta recorrente nas revistas: ao mesmo tempo que em que se está rodeado de pessoas, continua-se sozinho.

E entre uma tarde aqui, cerveja lá e entrevistas aos montes, sentou na praça pra esperar o horário da próxima gravação. Avistou um casal de namorados, desses bem apaixonados. Tava na cara que ali era compromisso sério com direito a anel, festa da vovó e presente no aniversário da sogra. Há quanto tempo não gostava de ninguém? Mas GOSTAR mesmo, assim em caixa alta. Lembrou do tempo em que escrevia cartas de amor às 2 da madrugada. Ou por ter perdido o sono em pleno fogo da paixão, ou por estar desesperada, tinham brigado. Só mesmo um grande amor pra fazer com que se escreva cartinhas à tinta em plena Era do email.


Olhou para o outro lado e vinha um casal de idosos, saco de pão nas mãos. Por que será que as praças têm sempre esse ar bucólico, hein? Será que ela um dia iria casar? Ela que sempre foi tão independente e sem paciência? Entre o passado que caminhava de um lado e o futuro que cruzada de outro, preferiu ficar com o presente, o meio, o centro. Levantou e foi encontrar seu entrevistado. Já dizia a música: Sei lá, a vida tem sempre razão.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Invenção e dor

Invenção na certa...

Machuquei a coluna e isso me deixou triste. Só 23 anos e esse problema digno de senhorinhas. Voltei à velha e verdadeira máxima que afirma "A gente só da valor quando perde", e como perdi o 100% de saúde da região lombar, sinto exatamente isso. Meu lugar é dentro d'água não adianta.

E foi na sala de espera do hospital, indo tirar o raio X, que tive um desses insights tipo propaganda de novela de como a vida é bela e os humanos reclamões. Aliás nesse quesito ganho o troféu de rainha. A gente perde tanto tempo com bobeiras, com a opinião do chefe, o presente super mega especial do Dia das Mães, o motivo do cara não adicionar no MSN, etc. etc. etc.

Adoro o texto de Danuza em que ela diz: "não procure a dor", que é mais ou menos o contrário do que nos acostumamos a fazer. Resolve um problema e já arruma outro pra ocupar a mente.

Por isso tantos saúdam com saudade a infância, época em que tudo valia e o principal era inventar, inventar uma nova brincadeira, inventar desculpa pra falar na aula, inventar um jeito de parecer mais maduro, inventar apenas, e se não desse certo, bora inventar outra coisa pra fazer. Pra que perder tanto tempo, não é? As crianças sim vivem de fato uma vida leve e quase sem responsabilidades, sem procurar a dor. "Mãe me dá Novalgina, Cataflam, Amoxil!", exclamam práticas e sem paciência.


Olha eu aqui defendendo a classe infantil. Acho que minha dor me deixou um tanto melancólica. Meu desejo era esquecê-la, desprezá-la, mas ela está juntinho comigo latejante e enjoativa. Enquanto não viro a Phelps do Butantã vou soltar a criança que vive aqui e inventar um jeito de pelo menos aliviar, vou lá inventar outros textos e passagens, inventar uns sonhos pra realizar, uma maneira do meu cabelo ser menos rebelde, mas tudo light senão a invenção vira a procura por problemas, ahh de novo não!


A vida às vezes é estranha. Minha coluna dói.

sexta-feira, 16 de abril de 2010

Só acontece comigo

Tô eu lá cantando e curtindo minha Itaipava quando chega um cara X:
- Nossa que cara de brava!
- É só a cara, disse após soltar uma gargalhada.
- Qual seu nome?
- Nathália
- Jura, é o nome da minha filha que vai nascer.
- Mentira! Tá falando isso só pra ser meu amigo (mala sim, assumida)
- É nada, é sério. Eu queria Catarina, mas minha ex me conveceu

- Hahahahahahhaah, meu nome é Nathália Katharine
- Quem tá mentido é você
- Olha aqui (mostrando o RG)
... não é a primeira vez que coisas desse tipo acontecem.
------------------------------------------------------------------
Estava voltando de carona de uma reportagem quando do nada uma idosa(uma velha) para no farol e pergunta se podemos dar uma carona. Sim, podemos, bufei. No banco de traz ia ouvindo toda a ladainha de que a filha dela havia falado verdades que ela não queria ouvir. E que assim sendo, ela tinha fugido e queria ficar numa outra casa ali na frente, na avenida.
- Mas em qual casa?
- Ali na frente, na avenida.
É óbvio que fiquei nervosa e ao mesmo tempo com dó da senhorinha. E roda de carro no bairro e nada. Até que ela pediu pra ficar na casa branca porque lá morava a amiga Elizabeth.
Volta o câmera dizendo que não tinha ninguém com nome de Elizabeth.
É Brasil, a velha tinha Mal de Auzaimer. A sorte é que havia um Corpo de Bombeiros ali perto e pedimos ajuda. Quando estávamos quase indo embora, ela começa a agradecer:
- Deus abençoe você e seu marido!
- Magina, mas ele não é meu marido!
- Vocês merecem tudo de bom, você tem um marido de ouro!
- ELE NÃO É O MEU MARIDO.
- Deus abençoe.
Eis que surge o bombeiro.
- Ela é conhecida aqui no bairro, vive perdida, mas as filhas não cuidam direito.
Coitada, né?
---------------------------------------------------------------------------------------------
Daí que decidi deixar o sedentarismo de lado e voltei a malhar.
Mas tem a caralha de um aparelho em que a pessoa fica de bunda virada pra cima.
Pensei: não vou nesse nem ferrando. Pagar bundão? Jamais.
E o professor veio todo charmosinho dizendo que aquele era ótemo pros glúteos.
Fugi, relutei, mas fui rendida.
E tem o espelho na frente do aparelho, é claro que comecei a observar se o povo tava olhando na minha bunda.
Sim todos (inclusive mulheres) estavam, teve um cara (e tem sempre um idiota) que teve a pachorra de cutucar o outro e fazer cara de mendigo tarado. Que raiva! Eu sei que homem olha pra bunda de mulher, mas assim descaradamente me faz sentir uma picanha demais pro meu gosto.

quarta-feira, 31 de março de 2010

Pqna Dosagem...


... Sobre: A vida

Comprou ovinho pra dizer que não passou em branco (embora continue a andar na corda bamba entre a tradição capitalista e liberdade vazia). A sensação repetida começa a enjoar e assim vai vivendo, preenchendo os dias com papéis, telefonenas e passagens.

Depois do rompimento abrupto que cometera, a caixa há tempos que não sorria, fases da vida.
E entre um xote aqui, metrô ali, cerveja lá e prédios nos caminhos, questionava todos os
Por quês, dos sociais aos jurídicos passando pelos dramáticos. Era necessário achar razão.

Se por um lado Nara acalma, Benício alegra e Lenine faz feliz, por outro, Marcelo chateia, Thiago é mesmice e Josefa enjoa. Opa! mais um telejornal no ar. Pelo menos assim esquecia, vagava.
Acabou de comer a última orelha branca. Moça sentimental, guardou o papel alumínio colorido no armário. Sozinha.


terça-feira, 23 de março de 2010

Eis a poderosa


Televisão é imagem.
Televisão é fonte, enquadramento e som
Televisão é notícia, é quente, é fato
Televisão é entrevista, é mentira, magia
Televisão é paixão, é vício, é correria
Televisão é pancadaria, é puxar tapete, é star
Televisão é teste do sofá, é beleza, futilidade
Televisão é off, link, passagem,
Televisão é Fátima, Bonner, Ariede
Televisão é pulsação, estress, plantão
Televisão é sensacionalismo, markentig
Televisão é venda, é compra, é negócio, lucro
Televisão é Ibope, briga, troca-troca
Televisão é controle, plástico, vidro
Televisão é Gabriela, Mônica, César
Televisão é Abrão, Soares, Lang
Televisão é futebol, palco, palmas,
Televisão é trânsito, Carnaval, Natal
Televisão é teaser, BG, GC, Fala Povo
Televisão é microfone, reconhecimento, ação
Televisão é jornalismo, ou não?
Televisão é subordinado, editor, veículo, vínculo
Televisão é eletrodoméstico.
É tudo ou nada. Questão de segundos e os créditos no final.
Adrenalina, apaixonante.


Ei Brasil, em que área mesmo você pretende seguir, hein?

Televisão!

sábado, 20 de março de 2010

Adorações


Adoro São Paulo porque ela tem tudo o que eu preciso. Amo fazer matérias e percebi que o setor condominial é urbano demais. Esses conflitos cotidianos entre vizinhos, síndicos e etc. me enjoam e ao mesmo são muito Paulistanos. Adoro chegar antes do horário e sentir o lugar, o cenário que me rodeia e serve de pano de fundo pra mais uma historinha.

Dia desses me perdi, me enfiei pelas ruas e dei de cara com um armarinho. Adoro armarinhos. Amo linhas, fitas, aqueles papéis tipo manteiga que encobrem uma variedade de tecidos, de coisas velhas e guarda ainda que involuntariamente uma Sampa antiga e desabitada. Quase não aguento observar os comerciantes já idosos, lápis atrás da orelha e um jeito de manusear as linhas, característica apenas dos velhos, aqueles que manjam mesmo do assunto, dá vontade de apertar.

Adoro me perder pra depois me achar, me confundir e raciocinar. Adoro um questionamento profundo, gente que sai do scrip e bota o dedo na ferida. Adoro pensar que não vou dar conta do negócio, me descabelar, ansiar, e na hora H sentir que sei até demais e que pra fechar com chave de ouro terminei em tempo recorde. Adoro um confronto e o controle de ter (quase) sempre a resposta na ponta da língua. E esse movimento de vida, barulho constante se parece demais com São Paulo, que não fica parada assim como eu também não sei ficar. Nos viu quietas? É doença. Se bem que nem a gripe suína aquietou São Paulo. Agora, se sou eu que estou down, pode crê que é problema na garganta.
Adoro um dia quente de empapar o pescoço, gosto de estações bem definidas, mas São Paulo, essa danadinha vai contra essa minha sentença. E faz chuva, sol, folha cair no chão, assim em 40 minutos. Culpa dessa característica de cidade cinza, essa cor indefinida que pode pender pro branco ou pro preto. Adoro essa inconstância, esse cheiro de café da padaria, adoro São Paulo porque ela tem tudo a ver comigo.

segunda-feira, 1 de março de 2010

...Pqna Dosagem


... Sobre: comemorações
Pois bem: os 23 começaram imensamente bem. Comemorei a semana inteira e só não continuo porque virou o mês. Já disse que amo aniversário. Ganhei presentes simbólicos e são esses que me fazem mais feliz. Teve forró de comemoração, restaurantes, bebidinhas etc. e tal. Agora é fazer regime pra entrar num verde-esmeralda chiquéééérrrimo.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Que dia mais feliz!


Hoje é meu aniversário, sai da frente! A-M-O esse dia. Adoro ter um dia só meu, ser o centro das atenções, receber ligações, beijinhos, balinhas e todo o resto dos desejos: saúde, felicidades, paz, sucesso, amor etc. até parece Ano-Novo, né? quase a mesma coisa, tirando o fato do bolo ser em minha homenagem e a velinha ser apagada com um assoooopro feliz! Não planejei nenhuma festa, barzinho, baladinha. Quem quiser me acompanha no quintal de casa no sábado, dançando muito.

Sou daquelas que acredita que o ano vai ser muito bom porque é idade ímpar ou porque é idade par, picareta mentaliza o melhor sempre. Sabe que hoje nem o ônibus, nem o mau cheiro de suor, nem a possível falta de dinheiro interferiram no meu humor? A vida é bela e o dia é meu, a Paulista é minha, São Paulo é minha, o metrô o negão são meus. Antes me preocupava em reunir os amigos num lugar perfeito, com a música perfeita e tentava agradar gregos e troianos. O resultado era que eu não curtia nada. Depois que desencanei melhorou muito.
E fatos bizarros aconteceram nesse tal dia de 24 de fevereiro: na festa de 06 anos não gostei da cara do palhaço e não queria interagir. A saída foi fazer um vídeo falando o que eu achava da festa. Sentei em frente ao salão e faleeei até não poder mais. No clássico 15° tomei uma ovada homérica chorei até morrer (tinha feito chapinha, sabe?). Estragaram meu dia. Aos 17, o carro do meu então namorado quebrou e ele chegou depois do parabéns, quando o bolo já tava no fim. Com 20 teve bicão e eu chiei! Mas com 21 dancei ao som de MPB's alegrinhas e aos 22 enveredei pelo barranco do Barbosa!

E agora é 23, meu Brasil! Tô de roupa verde pra dar sorte, e vou tomar uma cerveja pra comemorar! Alegria, alegria que até às 00h00 do dia 25 tô pior que gralha: falante, exibida, impossível e radiante como se não houvesse amanhã.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Turma das antigas


“Nasci em época errada” é o tema de uma comunidade do Orkut. Clichê ou não, a verdade é que me identifiquei logo de cara. Tenho plena certeza de que estou aqui em 2010 a passeio, porque meu coração ficou lá pros idos de 1970. Prefiro o carnaval de marchinhas, o baile de máscaras, os botecos da Consolação, os filmes da Vera Cruz, as casas antigas, os prédios de pastilha, os elevadores revestidos de madeira e com cheiro de mofo, o futebol de Garrincha, Pelé e Zico que incendiou a cidade do Chaves na Copa.

Gosto de Chico moço e Nara viva sem falar de Luiz Gonzaga e seu filho, Tom Jobim, Elis Regina, Clara Nunes, Cartola e Adoniran numa época em que as letras valiam mais do que o ritmo e chorava-se a dor de cotovelo e o término de um romance. Hoje se esquece um amor naufragado com outro cheirando o teu cangote.

Se viva fosse, aproveitaria essa minha profissão pra sair por aí atrás daquilo que faz meu coração bater mais forte: o fim da ditadura, a desigualdade monstruosa do Sertão como contou Graciliano, as canções de protesto, a onda da AIDS, o Brasil esperançoso visto de fora. O rock dos Beatles, a Jovem Guarda e o Tropicalismo, o Woodstock e os hipongas em ascensão. Que graça tem falar disso tudo no passado? Gosto do factual. Colecionaria álbuns de figurinha e ouviria
O caderno de Toquinho na volta às aulas.

Sou fã de novela, mas novela mesmo. Roque Santeiro, Que Rei sou eu?, Selva de Pedra, Dancing Days, O Bem Amado. Viver a Vida? Balela.

Levo como apelido o nome desse país nas costas e quem me dera viver a época em que se brigava por ele com vontade e sangue nos olhos. Todo mundo reunido, por mais que não desse em nada. Reuniões universitárias, movimentos culturais, pensamentos efervescentes, códigos e rimas. Tá na cara que eu ia apanhar da polícia. Sinto falta desse sentimento patriota, das coleções de vinil e telefone de discar vermelho, pesado que só.

As histórias de Clarice Lispector e Lygia Fagundes Telles são exaltadas hoje porque além de continuarem atuais, colocaram a literatura brasileira em destaque no mundo. Mas imagine fazer parte de uma tarde de autógrafo com elas, ler as colunas dos jornais fresquinhos, vê-las em programas de entrevista.
Sei que Lygia ainda é viva, mas agora vive no ostracismo. Nota: (FT picareta tanto fez que consegui entrevistar Clarice, não é lindo?)


Adoro a coleção Vaga-Lume, as enciclopédias Barsa, os brindes dos jornais, os jogos de cozinha e geladeira pequenina que hoje só vejo em foto. Adoro bule, quem hoje em dia usa bule, gente? Nasci em época errada porque sou viciada em bilhetes e a favor das cartinhas de amor (feitas de papel e caneta), vai escrever isso hoje em dia prum carinha que você está apenas afim, pra ver no que dá. Queria usar cabelo pigmalião, calça boca de sino, casaco de ombreira, meia de lurex. É brega demais em 2010. Gosto mais de Cri do que de Crunch.

E viver por um por que, um objetivo mor, mesmo que fosse o de casar e ser feliz pra sempre (naquela época era mais fácil acreditar). Hoje o objetivo é ganhar dinheiro e seguir em frente seja comprometido ou não, assumo por conta própria.

Quem dera viver na São Paulo invadida por Fuscas, Brasílias, Fiats 147, da construção do elevado Costa e Silva, das picaretices de Assis Chateaubriand, da Telesp e seus orelhões laranja. Gosto de Vargas não adianta. As épocas eram mais difíceis sim, e essa liberdade que tanto amo talvez não fizesse parte dos meus dias. Mesmo assim tenho plena certeza de que sou da turma das antigas ainda que só de coração e saudosismo.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Pqna Dosagem...


... Sobre: Dadaísmo
Estou com três textos elegantes e quase prontinhos. Um falta um final, noutro falta um cenário e no terceiro falta o que eu ainda não descobri. Fico cozinhando, enquanto não acho que está bom não subo. E sumo. Mas a vida é bela e o sol voltou a aparecer na terra dos prédios cinzas. E se em fevereiro tem carnaval a alegria é dupla: é meu aniversário! Tem café quente todo dia, metrô vazio toda tarde e uma rabugentice todas as manhãs. Agora que comecei um regime e estou largando os doces o humor varia e a fome aumenta. Mas sempre penso que quando não chove a vida é mais legal. Adoro textos desconexos.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Pqna Dosagem...


... Sobre: Picaretice Paulistana
É sempre assim: nome-ondevocêmora-profissão. Nas baladas dessa vida mundana, os papos sempre começam mais ou menos dessa maneira. O causo é que gosto de muuuitos bairros de São Paulo e aí desembesto a falar sobre os arredores que os outros moram. Maior estilo GPS.

- Moro na Aclimação
- Aaaah que delícia, adoro aquele parque, as ruas arborisadas. Trabalho ali perto.
- Moro na Vila Mariana
- Ai! Sabe que adoro esse bairro? Bem localizado, de fácil acesso tanto de carro como de ônibus, shopping, bastante comércio.
- Moro na Vila Madalena
- Amo amo amo! Os bares, as ruas, a Benedito, as praças, até o BNH de lá é legal!
- Moro na Bela Vista
- Que legal, um pulinho da Paulista e bem centralizado blá blá blá blá
- Moro no Butantã
- Jura? Eu também!

Agora quando não curto o bairro ou a pessoa não mora na região Metropolitana o diálogo é esse:
- Moro em Osasco
- Aahhh tá.
- Moro em Santo André
- Huumm...
- Moro no Tremembé
- Que longe!
- Moro no Itaim
-.....
- Moro no Aeroporto
- tenho medo.
- Moro no Jaguaré
- Xiii alaga!

Sou picareta, entende? Picareta Paulistana, mas ainda amo São Paulo por isso posso falar.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Teste de resistência X Imaginação


Todas as vezes em que eu entro num ônibus lotado (ou seja, todos os dias) penso que é um teste de resistência enviado por Deus. Como tenho posse desse belo gênio ranzinza, imagino que ele lá do alto do seu trono afirme num misto de experiência divina e ironia incontida (leia imaginando a voz do Cid Moreira):
“É Nathália, é preciso passar por isso até que você entenda que a vida não é uma festa e que esses obstáculos precisam ser vencidos. Passo por passo. Dia por dia. Ônibus por ônibus, roleta por roleta...”


Como tenho noção de que ele é mais forte do que eu, e que a discussão é unilateral, luto com as minhas armas e solto a imaginação até que finalmente o Largo da Pólvora adentre na Avenida Paulista e eu possa enfim respirar aliviada e voltar a gostar da vida.

Já imaginei um ônibus sem nenhum banco. Assim caberia mais gente e não teria discussão entre acentos reservados para idosos, obesos, crianças de colo, afinal todo mundo ia estar de pé mesmo. Além disso, o super ônibus sem banco teria vááários ganchos no teto e todas as pessoas entrariam e deixariam suas bolsas, sacolas, mochilas e guarda-chuvas pendurados evitando o empurra-empurra que rola sempre em que os engraçadinhos insistem em deixar as bolsas e mochilas nas costas, ou quando quem está em pé quase enfia (involuntariamente) as sacolas na cara daquele que está sentado e então agradece feliz quando o pobre cidadão do banco pergunta meio que obrigatoriamente se ele pode segurar a sacola e voltar a respirar .


Também já pensei em fazer uma manifestação e clamar por ônibus que sejam específicos como: sócrianças/adolescentes, sóidosos, sóobesos, sótrabalhadores. Fala se não ia ser a melhor coisa do mundo? As mães conversariam sobre as escolas, merendas e preço do material escolar. Os idosos sobre geriatras, medicina alternativa, ioga, receita da Palmirinha, inflação. E os trabalhadores... Bem esses não falariam nada, porque acordam com um humor do cão e seria um silêncio delicioso durante todo o trajeto.

Diariamente cogito em ir trabalhar de bicicleta, mas é longe demais e eu chegaria mais suada do que o habitual. Patins? Com calça social e camisa não dá. Skate, patinete, tirolesa, surf no trem, qualquer coisa tá valendo pra que eu me livre desse inferno que é andar de ônibus. E não citei carro porque além de não dirigir muito bem, com certeza eu arrumaria brigas no trânsito.

O jeito é soltar a imaginação, aumentar o volume do MP03 escutando uma MPB que acalme, e resmungar igual ao Taz Mania, porque esse direito ainda é livre e não me custa nada.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Média Dosagem...


... Sobre: Um abraço

Estava no ônibus vindo trabalhar. E depois da chuva de ontem São Paulo ficou inteira em estado de alerta. Então imagina: trânsito, ônibus cheio, calor etc. A mesma ladainha que já contei algumas vezes. Porém, como nenhum dia é igual ao outro, hoje todos meus companheiros de transporte público presenciaram a discussão de um casal de namorados.
A moça estava bem na minha frente antes da roleta. O namorado, por sua vez, depois da roleta. O cobrador no meio. Eis que o namorado exclama: Chega! Pode parar! Não quero mais te ouvir! (E eu fazendo cara de paisagem, mas ouvindo tudinho). A mulher respondeu com voz de choro: O que eu estou fazendo? (Aliás, em briga de namorado tem sempre um que pergunta o que está fazendo. Como se não soubesse...) Nisso, ela virou de frente pra mim e começou a segurar o choro. Apertou a boca, olhou pra cima, suspirou duas vezes, todas as táticas que conheço muito bem.

Mas não resistiu e caiu em pranto. Um pranto contido, triste. E eu que não tinha n-a-d-a a ver com n-a-d-a tive vontade de lhe dar um abraço, um ombro amigo, emprestar uma lenço, sei lá. Não aguento ver gente chorando na minha frente. Vi de perto a lágrima borrando a base, coitada! Ela desceu pela porta da frente e foi-se. E comecei a entender porque falam pra gente só chorar em casa, sozinho, ou longe do namorado. As pessoas não suportam a ideia de que os outros as vejam em estado de vulnerabilidade. Não podem dar o braço a torcer em público, dar margem para que sintam dó. Abaixo o sentimentalismo, ta fazendo chantagem emocional, é?
Entre conceitos pré-estabelecidos e a armadura que paira pelos habitantes dessa Metrópole, um simples abraço pode parecer carinho demais. E fazer toda a diferença.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Pqna Dosagem...


... Sobre: tardes em São Paulo

Sair do trabalho às 16h é apenas a melhor coisa do mundo corporativo. Rebouças, Faria Lima, Doutor Arnaldo, Raposo Tavares e dependendo do dia Avenida Paulista fluem sem problemas nesse horário, o que é quase como ganhar na Loteca. Os metrôs não estão exageradamente cheios, cafés encontram-se com mesas disponíveis e os parques estão deliciosos e sem crianças. Com a alma itinerante em que me encontro esses dias, fui perambular sem destino e adorei o que encontrei. Nada como chegar em casa no comecinho da noite. Às vezes a vida é bela demais.

São Paulo: inferno astral


São Paulo vive seu inferno astral. A duas semanas de completar mais um aniversário é natural que ela fique chatonilda, e está. A começar pelas temíveis enchentes que insistem em infortunar os paulistanos. Famílias perdem tudo, água não baixa, Kassab sem saber como contornar a situação. Congestionamentos homéricos, rios transbordando. Quando as chuvas dão trégua é o calor da Bahia que aquece nossas cabeças e ao contrário do mar e do óleo de Dendê, topamos com uma pilha de papel pra resolver.

Umidade relativa do ar, viroses, doenças respiratórias em crianças, motivadas pela mudança brusca de temperatura. Aumento na taxa do transporte público, do álcool, IPVA dando problema. Rodas de ônibus que atingem pedestres, ponto de ônibus desmoronando, montanhas de lixo poluindo o Centro e até na hora de ajudar as pessoas do Vale do Paraíba dá uma zica: a PM não tem mais lugar para armazenar os alimentos. Tudo isso e estamos apenas na primeira quinzena de janeiro.

E sem pessimismo, tá tudo estampado pra quem quiser ver. Eu que sempre defendi (e defendo!) essa cidade com unhas e dentes preciso falar sobre todas essas dificuldades que ela vem enfrentando. E dá raiva. Como engolir que a maior cidade do Brasil não possui um sistema de bombeamento que de conta de toda quantidade de água que cai principalmente em janeiro? E simplesmente ignorar o fato de que não há moradias decentes pra todo mundo. Famílias instalam-se na várzea do Rio Tietê, em morros, pedaços de terras ilegais e perigosos. Apenas transferi-las não soluciona o problema.
Como um cidadão que sai para trabalhar às 05h15 e espera o ônibus morre esmagado pelo ponto de ônibus. É demais! E não. Não foi o acaso. O ponto estava danificado há algum tempo e nada foi feito. Fora a taxa do transporte público que está cada vez mais cara e em situações piores.

Passar batido, ignorar, maldizer, se conformar ou mudar de cidade são opções que todos possuem. Porém, não é isso que eu quero e ajustando o foco vejo o quanto é necessário mudar para que a cidade volte a ficar mais calma e gostosa para se viver.
São Paulo precisa de gente interessada e apesar da impotência com que concluo esse texto meus sinceros votos de que realmente seja apenas o inferno astral e que essas agruras passem (ou pelo menos diminuam) junto com o seu aniversário.



quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

10 atitudes para se dar bem no Forró

Depois de quase um ano inteiro frequentando o forró e (e com 2010 me convidando para mais uma dança), além de conhecer várias pessoas, me acostumar com a ressaca, ver o domingo nascer na rua, pegar tempo bom ou chuva, decidi montar uma lista unissex pra se dar bem na balada que divide opiniões, mas que pra mim dá de 11 a 0 em muitas baladinhas da moda paulistana.
Se você nunca foi, ou nem lembra mais quando frequentou um forrózinho, siga essas dicas e corra pro abraço!

1) Nada de ir muito arrumado, hein! O ambiente é beeem descontraído. Meninos de bermudas, tênis, camisas estilo havaiano ou camisetas. Meninas se joguem nos vestidos, saias, regatinhas e colares. Quanto mais praia/hippie for o look, melhor. E nada de salto! Rasteira, e sandalinhas são melhores para rodopiar no salão.

2) Se você não sabe dançar, avise! Seja homem ou mulher, é sempre bom que a outra pessoa saiba. Odeio quando nego vem metendo a mala e fica sapateando sem desenvolver a dança. Agora, quando a pessoa avisa é mais fácil. Eu ajudo, ou ensino, mas vai de cada um.

3) Não tire para dançar as pessoas que estão bebendo. Se eu estou tomando cerveja, dificilmente vou parar e dançar. O mesmo serve para quem está tomando um drink e conversando. E tem homem que fica chateado e acha que é uma questão pessoal. Prefira as mulheres que estão só conversando ou empolgadas na pista. PS: Mulher também tira homem pra dançar, hein! Não se assuste com um convite desses.

4) Dê uma olhada geral antes de dançar. Sempre faço isso quando estou tomando a cervejota. Assim fica mais fácil fugir do tiozão que foi casado, se separou e agora tá se jogando na night, se distanciar do bonitão mala que dança só para tirar casquinha das moçoilas, me aproximar daquele que dança super bem etc.etc. E não pense que homem não repara! Todos eles ficam de olhos arregalados pra ver quem dança bem, a mais bonita, a periguete etc. Não adianta, ninguém quer pagar mico na balada, ainda mais em ambiente em que se dança junto.

5) Se a música for rápida deixe para conversar depois. AMO forró sambado. Mas tem homem que quer ficar de conversinha e aí o que acontece? Fica naquele chove-não-molha. Eu dou um giro e ele me pergunta meu nome. Outro rodopio e pergunta se trabalho. Não dá.
Quem quer conversar, flertar, pegar, aproveita o xote (forró lento) para chegar junto. (E cá entre nós, não tem nada melhor).

6) Não case no forró! É difícil, mas como a galera se conhece e um dança com o outro, é normal que depois de uns beijinhos a pessoa volte para a pista e isso não quer dizer que o "romance" tenha acabado. Basta dançar e depois ficar junto, dançar e ficar junto, dançar até que a morte os separe. Mas evite ficar grudado, de mãos dadas no maior clima casal 20. (A não ser que o casal de namorados vá junto ao forró, ai é totalmente diferente). Uma vez gamei num affair e bem queria enfiá-lo no potinho, mas fazer o quê se ele queria dançar? Dei um jeito de vazar de lá junto com ele, simples.

7)Não fique em um lugar fixo. Como em todos os lugares, no forró também tem panela. O povo que fica na frente do palco bancando os amigos dos cantores. O povo do bar, o povo do lado, o povo do fundo (estes geralmente que não sabem dançar). Circular sempre! essa é a ideia.

8) Faça amizades sem pretensão. Não sei por que isso acontece, mas no forró as pessoas falam umas com as outras como se já as conhecessem. Coisa que não acontece em barzinhos, baladonas, sambas etc. Foi assim que conheci pessoas que atualmente se tornaram meus amigos. O negócio é conversar, apenas.

9) Não beba demais. E isso não vale apenas no forró, mas em qualquer situação. Que homem ou mulher vai querer conversar com alguém trançando as pernas e falando mole? Pior ainda é dançar. Como disseram no filme Carandiru: "Aí é sem chance".

10) Sem xavecos furados, por favor! É sempre bom lembrar e também vale para qualquer lugar desse Brasil. Se bem que uma vez estava eu com uma batinha muito linda dançando alegre e feliz quando um cara disse: linda bata, hein! Comprou na Benedito? (feirinha da Vila Madalena). Não tinha comprado, mas achei simpático o elogio.

Depois dessas dicas da super Nathy você vai encarar o forró de outra maneira. Rá!
(Tão bondosa ultimamente...)



sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

2010 - brinde os detalhes!


Desejo que em 2010,

A gente possa ter mais! Muito mais. Mais paciência pra entender que nem tudo sai como se espera. Sabedoria pra compreender que na vida há trânsito, há pedras, há planos e espinhos, recheios, remendos. E às vezes é no inesperado que temos sensações diferentes, essas por quem tanto vivo atrás. Tenha mais sede e mais fé para botar sua alegoria na avenida e entre gritos e sussurros concretizar planos quase esquecidos.

E viva os dias normais que passam despercebidos, porque como diz a música: "A vida tão simples é boa, quase sempre". Quero mais amizades concretas, ventos no rosto, apertos de mão na calada da noite, descer no metrô e me sentir útil. Falar ao telefone com alguém distante e ouvir a voz de empolgação, pintar as unhas antes da tremenda festa e depois dançar muito, dançar sempre. Sentir o gosto salgado das lágrimas e me sentir viva, sentir o suor escorrer pelo rosto e me sentir gostosa na academia, sentir o produto agir nos cabelos e me sentir linda no cabeleireiro.
2010 chega com rima, com riso. 10 vezes mais saúde, 10 vezes mais prosperidade, plenitude. 10 vezes mais amor, 10 vezes mais silêncio, pensamento, 10 vezes mais sabor. Que em 2010, nesse ano par que se anúncia, as pessoas se tornem realmente pares, mesmo que eu tenha certeza que no ímpar é possível ser feliz. Pares no trabalho, pares na valsa, pares de sapato, número par, multiplique. Só não esqueça de dividir conhecimentos, experiências e boas conversas. Apegue-se ao que realmente lhe é de valor, atente-se aos sentimentos mais puros. Trate bem o meio ambiente, dê lugar ao verde da vida e sorria, porque ela é muito bela.

Esteja onde estiver brinde mais um ano zerinho de detalhes pronto para preencher. De rosa, verde, amarelo ou branco, pensamentos positivos ao badalar da meia-noite. Sinta os pelos do abraço arrepiar, veja pelos olhos do amado a explosão dos fogos de artifício.

Viva os detalhes que compõem toda a vida.
Feliz Ano Novo!