quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Sem clima


O final do ano chegou, as aulas já acabaram, fala-se em compras de natal, viagem de ano novo e eu ainda não entrei no clima. Vejo a Paulista toda enfeitada, um cachorro lindo ao lado de um papai noel no shopping Iguatemi, a árvore lindona do Ibirapuera e nada me abala. Não sinto felicidade por estar chegando os grandes feriados (que sempre adorei), o ar também não chegou a ficar rarefeito nessa época do ano. Continuo vivendo naquele clima morno, nem totalmente frio e desinteressado, muito menos pegando fogo e tirando o pai da forca numa ansiedade desgraçada.

Tô indo na boa, vendo a vida passar, fazendo aquilo que ainda me agrada e também muitas coisas que não sinto a mínima vontade. Sabe quando tá tudo bom? Bom, satisfátorio, na média. Sem reclamações, sem a vontade louca de algo que remeta e me chacoalhe, nun entrei no clima. Vejo as repórteres andarem na 25 de março que a essa hora está bombando e não sinto o braço arrepiar. Faltam 28 dias pra virada do ano, champagnes, ondas, novas vibrações e sei lá porque esse clima todo vermelho e verde que toma conta da cidade ainda não me atingiu.


A vontade de comprar uma roupa nova pra usar no primeiro dia do ano tô empurrando com a barriga. Quem sabe use alguma blusinha diferente que esteja esquecida dentro do armário. Ouço minha vó falar da ceia do final de ano, que as uvas estão com preço bom no Extra, que o Peru esse ano vai ficar mais caro e que ela nem sabe se vai dar pra fazer um manjar dos deuses pro dia 31. Continuo mastigando meu arrozcomfeijão na maior calma possível, sem maiores animações, sem pensar se vou dormir na casa de uma tia X no dia do Natal. É, realmente eu não entrei no clima.


Todo ano fico empolgada, adoro montar árvore de natal, enrolo uma fita vermelha na Lóris, dou um jeito de comprar lembrançinhas e ver meus amigos antes da virada do ano. Tô sussa, tô na malemolência, tô sem clima. Talvez esteja mais preocupada com questões mais sérias (?), em tirar a carteira de motorista, em fazer a PLA de jornal econômico, perder uns dois quilos até fevereiro, e estar chateada pelo povo lá de Santa Catarina. O Natal é uma ilusão. Fala-se em espírito natalino, em fraternidade, em bons velhinhos e a realidade é tão outra. Por vezes amarga, distante do gosto de chocotonne. Quem sabe lá pro fim do mês eu empolgue. Por enquanto, o máximo que posso dizer é: o Natal está chegando, idaí?

2 comentários:

Guilherme Silva disse...

O Natal é a época dos gastos desenfreados, é a época em que os pobres tiram de onde não têm para aparecerem e depois entrarem o próximo ano no vermelho. Foda-se que o peru tá caro, que a noz tá em conta, que a uva tá em promoção e que o vinho resistiu a crise econômica. Eu sou brasileiro, vivo nos trópicos e não tenho que ficar pagando comédia pra quem vive no hemisfério norte. Num puta calor do verão o povo come alimentos de países frios. Por isso o número de intoxicações alimentares aumenta. hahaha Quer saber? Ainda vou pensar no que fazer no Natal e, possivelmente, passarei a Virada tomando uma gelada com a minha tia.
Natal é ilusão.

Anônimo disse...

Poooooooooo q desanimo é esse nega????

Fim de ano é um tesão!!! Gosto tanto de natal e ano-novo que deixo até meu aniversário em segundo plano.

Invenção do sistema capitalista SIM, mas e daí??? Se não fosse pela dobradinha Noel-7ondas o que seriam das super listinhas do AGORA VAI???

=D

Bjão!!!