quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Natal, pro rico e pro pobre, num só coração



Natal, Natal, e novamente ele chegou. Trazendo aquele ar de que todo mundo deve se amar, se presentear e no mínimo comprar uma roupa nova pra usar na noite de hoje. E aí, eu que trabalho perto do centro e vim trabalhar hoje, comecei a prestar atenção no clima que esse feriado traz. A começar pela avenida maravilhosa que graças a Deus não estava muito entupida.

Tava um pouco calma, mas os que estavam lá como sempre corriam. Depois fui descendo a Brigadeiro, e quase chegando na rua Humaitá, o pessoal já estava suuuper empolgado. Vi uma casa, dessas com o portãozinho na frente e uns cômodos na parte de trás - típicas do centro velho paulistano - que tinha uma família grande, com várias crianças, a mãe que limpava tudo, e o pai que chegou com um saco grande cheio de carne. E pelo jeito tava pesado porque ele pedia ajuda a um homem que tinha cara de ser parente. A mãe corria pra lá e pra cá com uma vassoura, e no rádio tocava no último volume o hit Chupa que é de uva. A noite sem dúvida ia ser daquelas!

Fui indo, cheguei na Tamandaré, deixei as coisas e me aprontei pra fazer a matéria do dia. Segui para a Aclimação. Que diferença! Tinha uma mulher arrumando o apartamento (e eu vi tudo porque o apê era no primeiro andar). Árvore de Natal grande toda dourada na varanda, uma mesinha de centro com toalha vermelha em umas nozes em cima (Só para a decoração, claro). A casa dela era bem bonita, mas ela não a arrumava nem com um terço da empolgação da mulher que ouvia o chupa que é de uva. Essa era calma, cabelos louros amarrados, e tinha um nariz fino que dava à ela uma cara de bem nascida.

Parecia (posso estar enganada, mas acho difícil) que a festa ia ser daquelas de gente chique, em que todo mundo vai muito bem elegante e fica no ar aquele clima de “ela tá mais bem vestida que eu”. Aí servem o peru, o tender, o chester, a farofa e as mulheres que vivem de regime evitam comer. (Sei disso pq na minha família vez enquando surgem essas festinhas, e é sempre assim). Os homens ficam bebericando e falando de futebol, e sempre tem a criançada, que diferente dos que corriam na calçada da Humaitá, exibem seus brinquedos de última geração.

Agora te pergunto, qual festa é mais legal? Tem gente que vai afirmar que sem dúvida é a segunda, pois não rola aquela zona desmedida, e chegada certa hora, cada um vai pra sua casa e fim de papo. Masssss, digo que a melhor festa é a primeira. É a dos pobres, é dos que juntam a família, os vizinhos e os agregados pra fazer uma festona com muito comes e bebes e Calcinha Preta bombando. Os pobres se divertem muito mais que os ricos e não é novidade pra ninguém. Clichê? Pode até ser, mas mentira não é. Elas não ligam se estão gordinhas, eles não se importam de cair de bêbados e no fim juntam vários colchões e dormem por alí mesmo. É no Natal que gastam o 13º com vontade e alegria.

Também sei que muitas pessoas não têm dinheiro, nem saúde e nem família. Por isso, mais uma vez, dou um ponto para os pobres! Porque os ricos têm mais dinheiro, amigos e possibilidade de fazer uma puta comemoração, e no entanto, se preocupam com coisas tão bestas que deveriam ser deixadas de lado pelo menos no Natal. Já os pobres se divertem com o que têm. (Tá, eu sei que tem rico que é bem legal, mas não é esse o caso, Brasil!)

Em tempo: Hj lá vou eu pra casa de uma tia X. Digo tia X pq é meio distante e tem posição social mais favorecida que o restante. (Motivo este que faz minha vó ficar animadíssima, claro!) e fica aquele clima que descrevi lá em cima. É um prato cheio pra eu prestar atenção em tudo, ouvir umas frases bem Luciana Gimenez e dar risada com o meu pai bêbado falando do Ronalducho. Fora isso, um pé no saco. Sou muito mais o ano novo. Feliz Natal!

2 comentários:

Guilherme Silva disse...

feliz natal

Renato Sansão disse...

FELIZ NATAL CINZÃÃÃÃOOOOOOOOOOOO!!!!!!!!!!!!!!!

(e viva o Gornalducho!)