quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Que bom seria


Falam de riqueza, de dinheiro, de posses e jóias, contas em paraísos fiscais, mas eu queria era ter outras coisas. Quem me dera ter a rapidez com que Marília Gabriela faz suas perguntas, e em contrapartida, saber responder à altura como Mônica Waldvogel consegue. Queria era ter as pernas de Ivete Sangalo, o cabelo da Giselle, os dentes da Taís Araújo, os seios da Daniele Winits e as covinhas da Mariana Ximenes. Nossa que salada! Tudo isso junto, será que fica bom?

Ai se eu pudesse pegar meu carro e seguir dirigindo pra Portugal com o Ricardo Pereira do lado (meu namorado) tomando vinho e comendo chocolate. Bom mesmo seria se eu soubesse tocar violão igual ao Nando Reis e compusesse como Tom ou Zeca Baleiro. Já pensou ter a voz da Ana Carolina, que beleza? Num dia chuvoso não precisar trabalhar, como pode fazer o Silvio Santos. Falar em Silvio Santos queria tanto ser amiga dele. Dele e de mais uma porrada de gente. Imagine acordar e ligar pro Cazuza, chorar todas as pitangas, falar dos problemas cotidianos e ouvir do outro lado ele te chamando pra afogar as mágoas com uma cerveja?

Ou então poder marcar um almoçinho básico com a Danuza e ter aqueles papos bem ácidos que só ela consegue ter? Ir tomar café da tarde na casa do Fernando Teixeira, ler os vários textos que só os mais chegados tiveram oportunidades, e de quebra, olhar o álbum de fotos do velho lindo. Queria abrir meu email de manhã e ver que minha amiga Fátima Bernardes me respondeu. Entrar no MSN ver que o Chico está online e disponível pra conversar.


Também não queria ter muita memória. Queria perder essa mania de olhar sem parar para o relógio, de me estressar quando o computador empaca, de gostar da correria. Queria ter coragem de fechar o pé com tatuagens, nunca mais sentir fadiga na vida e poder tornar a Lóris imortal. Quem dera eu pudesse viver dias leves como fez Alberto Caeiro. Por falar em Literatura, também gostaria de inventar histórias como Clarice ou Lygia Fagundes Telles fizeram. E conhecer o sertão como Guimarães, mas pensando bem, acho que ele entra pro time dos que eu queria como amigos. Amigos não, íntimos! Se tratando da metrópole, queria poder andar na cabine do metrô e ser maquinista de trem, morar cada dia em um bairro diferente, estudar urbanismo passando longe da arquitetura, fazer uma festa de aniversário bem no meio da avenida Paulista, poder nadar no lago do Ibirapuera e escrever uma novela sobre essa cidade que é o avesso do avesso do avesso.


Quero bem pouco da vida, com uma ansiedade bem pequena também. Falam de riqueza, de dinheiro, de posses e jóias, contas em paraísos fiscais. Tudo materializado, estimado em quantias, notas, talões, hectares, quilates. Mas o que eu quero não está à venda, não se encaixa em ideais capitalistas, porque os meus desejos são livres, e esses sonhos não podem ser comprados.


3 comentários:

Mayra Raizi disse...

Chico Buarque no MSN já é demais, o rei jamais se entregaria a esses tipos de vícios modernos. Ele gosta da cervejinha e o cigarro do buteco da esquina. Ai que emoção!

Unknown disse...

que bom seria tudo isso...

mas ai já não seria mais você, estaria disposta a deixar de ser você já depois de ter vivido suas alegrias e prazeres?

bom acho que todo mundo deve curtir as dores e alegrias de ser o que é, porque a vida não deixa de ser um laboratório experimental, experimentamos a todo tempo o gosto de viver, vivendo...

apenas um pitaco no seu texto, nada relevante, rs

abraços!

Renato Sansão disse...

Disso tudo acho que me satisfaço com as pernas da Ivetuda (entre as minhas), e quem sabe uma tarde de boteco com os Prata.

Quanto ao Chico, meu brother jogou bola com ele ano passado. Disse que tocava todas pra ele, mesmo errando o gol. Queria eu!!