domingo, 4 de janeiro de 2009

Na contramão do namoro


Primeiro texto do ano e aproveito pra desabafar. Daqueles textos que a gente rascunha, rascunha, mas não consegue acabar. Hoje finalmente ele saiu, soltinho feito arroz de churrascaria.


Cada dia que passa sinto uma sensação maior de que vou ficar sozinha. E isso não é desanimador, nem me provoca depressão. Eu fico é contentinha. (Vale assumir que vez ou outra bate sim aquela solidão e eu choro me desespero, mas isso logo passa. Nada que uma barra de Crunch não resolva). Contente por saber que sou dependente e posso ser feliz sem precisar de outra pessoa. Aqui não se incluem família ou amigos, pois estes são componentes vitais para se ter uma vida feliz. Já escrevi o quanto me irritam as pessoas que adoram perguntar se eu não vou arrumar logo um namorado. Agora já nem me tiram tanto do sério, resolvo logo a questão dizendo: "Quem sabe um dia". Tem nego que adora dizer que isso é uma grande mentira, que é apenas uma arma pra esconder a solidão, que ninguém pode ser feliz sozinho etcetc. Entra por um ouvido e logo sai pelo outro.

Sabe, não tenho psicológico pra enfrentar certas relações amorosas. Pensar no que o outro está pensando, ter saco pra discutir relação, ter que aturar cú doce, sentir ciúme, obrigação de ligar, fazer coisas que não estou afim, agradar sogra chata, amigos malas. Quando penso nesse combo que um namoro traz, abandono a solidão e acaba o chororô. É tão mais fácil ter amizades verdadeiras, affairs, esqueminhas da noite, amigo ficante, companhias pra ir ao cinema, dançar, falar, rir. Sem falar na tal e total liberdade.

Mas tudo isso também causa questionamento dentro de mim. Eu com apenas 21 anos, e esse pensamento tão sólido, cinza e diferente das outras meninas da minha idade. Será influência de Danuza, Marta, Mônica? Será que eu não deveria pensar em casamento, hein? Será que fiquei fria demais? Fato é que eu ouço tanta bobagem, vejo intriguinhas bestas e isso cansa minha beleza. Pior de tudo é quando digo "não nasci pra namorar" e as pessoas me vaiam. Ora bolas! Já ví tantos homens falarem isso, porque também não posso? Tenho quase certeza que não tenho jeito pra isso. Quando gosto fico burra, irracional, muito mandona, romântica ao extremo, insegura, quase uma freqüentadora do MADA. Sou cheia de não me toques. Isso não quero, isso não gosto. Isso é ser boa namorada? É claro que não. Não precisa nem pensar pra responder.

Sem falar no coração radicalista. Ele não conhece o meio termo. Ou gosta ao extremo, ou não gosta e simplesmente exclui pra sempre da vida. Não dá margem pra outras chances, joguinhos de conquista. Ficou prático demais, exigente demais. Se o cara não for inteligente, lindo, engraçado, cheiroso, empregado, falante, careca, alto e sorrisão, eu não quero. Ta vendo? Não dou pra coisa. E ainda por cima sou mala. Quem vê pensa que sou perfeita pra ter tantas exigências assim. O causo é que eu tenho que me conformar com isso e aceitar a idéia de ser meio diferente de TODAS as minhas amigas que namoram sério. Sem chamar isso de pessimismo ou coisa do tipo. Não existe os que não servem pra casar? Pois lanço aqui o grupo dos que não sabem namorar. Totalmente na contramão da letra de Marisa Monte e Carlinhos Brown.

500 gramas mais leve ;)

2 comentários:

Anônimo disse...

Mais um post para a seção "Naty quer um namorado".

Unknown disse...

Meu que texto mais perfeito!!sem comentariosss vc falou tudo que sinto- expressao mais pura!! parabéns pelo texto foi demais :D