terça-feira, 11 de novembro de 2008

Rolo do Japão


Sempre adorei a cultura japonesa. Kimonos, chinelinhos, gatos, ideogramas, chás, olhos puxados, cabelos lisos, batchans, nisseis e sanseis. Sobrenomes que misturam H K W.
Saionara, né? Religião budista, valores diferentes, língua estranha. Que beleza passear pelas ruas apertadinhas da Liberdade e sentir que por um momento estou mais perto do oriente. Aqueles postes vermelhos, lojinhas abarrotadas de coisas.

Para um mero turista e fã do oriente isto é sem dúvida uma beleza. Até que um dia as coisas mudam. Empresa na rua Tamandaré. Pelas ruas circulam muitos japinhas e há o cheiro insurportável de peixe no ar. Repórter de rua que precisa arrancar as melhores aspas desse povo milenar. Quanta diferença. Se antes achava uma maravilha a idéia de entrevistá-los, hoje não penso assim. São receosos, lacônicos e te intimidam com o olhar e um sorriso amarelo.

Deu o maior rolo quando uma professora que ensina a tradicional cerimônia do chá entendeu errado o propósito da matéria. Eu iria apenas colher dados e fazer uma entrevista com papel caneta e gravador. Após isso, em um outro dia, gravariamos o vídeo para colocar no site. A campeã entendeu que a gravação seria feita por mim. Chego lá e dou de cara com cinco senhorinhas vestidas de Kimono, meias e chinelos quadrados, andando aqueles passinhos lindos. "Hoje não é agravação!", disse tentando esclarecer. "Como não, mocinha? Tá todo mundo pronto, isso aqui pesa um kilo", respondeu com um voz doce e brava.

Japoneses são muito pontuais. Desmarcar algo em cima da hora ou deixá-los esperando é como um "vai tomar no cú!"na lata. Simplismente não sabia o que fazer. Tentei um jeito de filmar e não disperdiçar todo o trabalho gasto com o engano. Foi envão. Tomei nem sei quantas broncas, todas com um tom de voz digno de Laidys. O sotaque meio cá meio lá dava uma vontade de rir, mas como não sou boba não arisquei abrir a boca.

Não houve gravação, mas depois de muito trabalho consegui arrancar uma entrevista das batchans. Foi ótimo. Elas soltaram tudo o que queria ouvir, riram e até aprenderam meu nome. Nathália, né? Agora olho pra eles de maneira diferente. Japoneses são bem bravos e só baixam a guarda quando percebem enfim com quem estão lidando.

Saionara!



2 comentários:

Unknown disse...

Japinhas são bravitchos sempre!!!!
Se não pegam confiança sai de baixo.... chinelada!!!
Rrsrsrsrrs

N.M disse...

São bravos mesmo..olha pra mim hahahahaha...beijaaaum, adorei a matéria.