quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Gentileza é uma arte


Desconfio das pessoas que vivem sorrindo. Soa falsidade e sempre me vem à cabeça algo do tipo: "Nun é possível que ela seja sempre feliz". Sabe quando cruza com você no corredor e solta um puta ar de felicidade sem motivo, e quando tá na rodinha de amigos finge que não te conhece?. Fica na cara que não é verdadeiro. Mas há aquelas sutis que te ganham com um "Oi", sei lá, um aperto de mão talvez, e não necessariamente vivem mostrando os dentes.

A gentileza deveria ser característica de todos os seres humanos. Não sou exemplo do bom humor de graça e escrachado. Gosto do humor inteligente, sarcástico e sempre faço o possível pra ser gentil. Isso sem dúvida nos abre muitas portas. Uma vez Danuza Leão contou que não se dava muito bem com a empregada porque essa fazia apenas o que lhe era pedido. Quando contratou outra, ainda com certo receio, se surpreendeu logo de cara. Tudo porque a nova moça se ofereceu para acompanhá-la ao médico. Com uma simples pergunta ganhou a chefa que tem fama de marrenta.

É o que eu penso. A sutileza de graça e espontânea aproxima as pessoas, o que se tornou quase uma proeza se tratando do individualismo e frieza que cada vez mais os paulistanos precisam enfrentar. Seja para dar uma informação sobre o caminho do ônibus, em qual sentido vai para o Paraíso, onde tem um banco Itaú mais próximo ou quanto custa a pipoca doce. Assim a gente quebra o gelo e ganha uma conversa. Sou fã das conversas sem pretensão, aquele lance de jogar papo pro ar, um assunto que puxa o outro e termina nun nada a ver. Muito agradável cruzar com quem é receptivo. Nada pior do que agüentar gente sem educação, e que destrata por puro gosto, machismo e mania de querer comandar. Quem nega um bate-papo perde a oportunidade de ouvir histórias, saber experiências ou simplismente dar risada. Desses só nos resta sentir pena por disperdiçar uma coisa boa, simples e de graça que essa vida pode nos proporcionar.

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