segunda-feira, 12 de junho de 2017

Viva Santo Antônio


Como pode ser tão lindo?

Fui uma criança que chupou chupeta até os 7 anos de idade. Podiam me julgar, me zuar, podiam fazer o que fosse, sem minha chupeta eu não dormia e pior: não deixava ninguém dormir. Foi aí que em uma temporada na minha casa, minha bisavó maravilhosa, Dolores (ai que saudade, hein?), me ensinou que sempre que eu perdesse alguma coisa eu deveria pedir pra Santo Antônio, mas assim que eu as achasse deveria dar 3 pulinhos e 3 gritinhos. Com bisavó não se brinca e eu aprendi com a Lola que se pedia isso para Antônio, há quem diga que deve-se pedir para Longuinho, mas aprendi assim e assim foi.

Isso aos sete anos de idade. O negócio tomou uma forma tão grande que era eu pedindo pra Santo Antônio pra não ter quebrado o braço (quebrei 2x! aham cláudia). Pedia pra passar na prova de matemática, pedia pra ganhar meu presente de Natal, pedia de um tudo para esse que sim é um Santo, porque haja orelha, né?

Com 8 anos peguei pneumonia. Fiquei mal quase fui internada e dessa vez quem pediu ajuda pra ele foi minha mãe. Se eu e a minha irmã (que tbm fora infectada) nos curássemos, ela ia pagar uma promessa. Adevinha? Curou foi tudo! nunca mais tive isso na minha vida, nem eu e nem a Nick. Pois fomos eu e ela vestidas de anjo atrás da procissão gritando "Viva Santo Antônio!!!" pelas ruas de Osasco. Não sei se todo mundo sabe, mas Santo Antônio é padroeiro da cidade, lá é feriado e tem uma grande festa na catedral, ai ai, é muito amor!

De lá pra cá, ganhei uma imagem dele quando eu ainda era criança, acho que com uns 10 anos (que foi toda embalada comigo pra Peterborough, tá pensando o quê?), ela tá até meio esfoladinha, tenho  uma medalha que carrego no pescoço sempre que preciso me sentir mais forte, além de vários santinhos, lembrancinha, sou devota mesmo, fã de carteirinha!

Às vezes eu brigo feio com ele, porque não é possível que esse Santo não esteja ouvindo o que eu estou falando ou vendo o que estou passando bla bla blá, alou Antônio, tá me ouvindo? Mas durante a faculdade, ou quando meu pai esteve internado, ou quando meu carro afundou na enchente, foi pra ele que eu abri meu coração, assim como foi pra ele que agradeci e já paguei váááárias promessas!

Agora tem uma coisa: pode ser até loucura da minha cabeça e contrariando to-das as expectativas dessa lenda, sempre que pedi ajuda com algum homi deu errado. era homi que sumia, homi que fugia, homi que ficava em cima do muro, homi que queria namorar comigo e com mais todas, olha, não foi fácil, mas brincadeiras à parte eu não tenho coragem nem de virar ele pra parede, muito menos de colocar meu santo de cabeça pra baixo, até tentei uma vez, mas ai apaguei a luz e pensei: "ele não vai conseguir dormir, coitado", fui lá e desvirei, enfim não consigo fazer mal pro santinho por causa de história que não desenrola, eu hein.

Mas pra todos os outros assuntos, todinhos, é com ele que eu apego.

Vale contar que eu quase morri de chorar quando uma grande amiga casou na igreja dele, eu achei que meu coração não fosse aguentar, sabe?

Não sou religiosa, não frequento missa ou etc, mas se tem uma coisa que aprendi com a minha bisavó e com a minha mãe é sobre o poder da fé. Tem que ter fé, e em você, meu querido Santo Antônio, eu tenho fé todos os dias, há 23 anos!

Feliz aniversário!

Viva Santo Antônio!!!

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