quinta-feira, 22 de junho de 2017

Amor em conta gotas

Nunca, nunquinha, nevah, me acostumei com esse negócio de contatinho, de geladeira abastecida, de crush, pra ser atual. Crush é o caramba! Eu quero é me envolver. Claro que na vida há fases e fases, mas não me lembro de achar muito bom sair cada dia com um carinha. Nos tempos de solteirice áurea, mesmo pegando fogo no forró, ou rodando no Santo Forte, tinha sempre um alguém que fazia meu coração bater mais forte e era nessa relação que eu investia meu tempo e minha energia.

Não vejo muito sentido em ficar junto uma noite, acordar no outro dia como se nada tivesse acontecido, vestir minha calça jeans, pegar minhas coisas e ir embora pondo ali um ponto final, ou muito pior, uma reticência... (aliás odeio reticência até textualmente falando, aff). E depois? não pode mandar mensagem? não pode chamar pra sair? e ai adiciono no face? esse tipo dúvida rola sempre no começo das relações, e é logo no começo que a gente já vai sentindo se a parada vai engatar ou não, né?

E é justamente por isso que eu sou contra o amor de conta gotas, ou caga ou sai da moita, ou pula ou sai fora, porque esse negócio do cara aparecer, sumir, aparecer, sumir, não me causa nada além de muita preguiça. Quando a pessoa quer, ela quer hoje, amanhã, depois, depois e depois e se ela não sabe o que quer é bom que descubra sozinha, porque como todo mundo sabe. yo no soy obrigada a nada!

Também nunca faço joguinho, que é justamente pra poupar minhas rugas e preservar meu sono tranquilo. E admiro muito quando a pessoa deixa as claras o que quer. Lembro de uma vez, eu toda afim do cara e ele foi muito sincero e disse: Olha, eu não quero namorar, eu sou um galinha assumido, então não crie expecativas comigo. E ele não estava blefando, tanto que sumiu e nunca mais voltou. Agora esse negócio de gato que fica amorzinho e isso e aquilo e depois desaparece, e pior, aparece de novo como se nada tivesse acontecido, olha, haja cara de pau.

Do alto dos meus todos anos de terapia, tenho muita segurança em dizer que venho dominando minha ansiedade com maestria. tanto quis que consegui ohhohoho, porque antes era um tal de gente falando que eu estava avançando o sinal ou forçando a barra ( e as vezes foi isso mesmo que aconteceu), mas de uns tempos pra cá isso não acontece mais.

Sempre boto muita fé que quando o fluxo rola é muito difícil de segurar e é nisso que eu acredito: a gente tem mais que se envolver, se jogar, viver, discutir, fazer as pazes, evoluir, sofrer, amar, amar e amar de novo com todas as fichas, sem regulação de sentimento, sem pingar uma gota hoje e segurar as gotinhas pra daqui duas semanas.

Amor de contas: tô fora, sai pra lá!

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