quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

Até a última gota, até o último segundo

O plano era discutir textos, palavras e narrativas, mas quando dei por mim, estava eu tomando cachacinha de manga na janela, ele já a par dos meus últimos acontecimentos e eu os dele. a vida como ela é, né? sinceridade máxima, que eu não sou de regular informação, adoro quem se conecta comigo e não para de falar, essa coisa maravilhosa de quem tem pra trocar, sabe?

Dai que rolou o macarrão, é claro que botei Elis e Rita pra rodar e em troca ouvi uns sons latinos. A troca aí novamente. O apê uma graça, localizado no Vale do Anhagabaú, eu ali vendo a bandeira do Brasil enorme, ventava o vento das noites quentes de verão Paulista e há muito que eu não sentia essa quentura aqui pelos lados da Paulicéia. A felicidade que me dá nessa época do ano é algo singular; Primeiro porque só visto meus vestidos, sandalinha, cabelo preso, e sinto que as pessoas ficam mais abertas para as amizades, para o amor e para os encontros. O verão, é sem dúvida, a estação mais bonita do ano! Segundo que é maravilhoso poder trocar ideia tomando uma cerveja e olhando o céu piscante de estrela antecedendo que mais um hot day virá pela frente.

A noite seguia despretensiosa, sem ansiedade, sem aquele ar tosco de quando um cara faz questão de deixar explícito por qual motivo você está ali. É por isso que eu amo o povo de humanas: mais vale um amigo pra vida do que um crush voando. Entre um gole de cachacinha, a parede riscada de poesia, o quadro, o tapete, valei-me que calor! E ali a troca continuava a rolar sutilmente. Ganhei gibis pra minha coleção de materiais pras crianças, descobri uns livros, ai ai ai! Mas precisava? Precisava sim, sou merecedora de todos esses encontros. Mas às vezes a vida ganha um ritmo, sou presenteada com uns dias que me vejo numa série do Netflix.

Brisas e risadas à parte, a vista pro centro de São Paulo sempre vinha à tona. Ensaiei vários começos de textos na minha cabeça, "o cheiro da fornada de pães dava o tom em meio à pegação", "A pinta do lado esquerdo em cima da boca é a coisa mais fofa que vi nos últimos dias", "No centro de São Paulo a noite avança quente enquanto eu conheço um pouco dessa pessoa maluca que há duas semanas eu não sabia nem o nome (Só o sobrenome rs)".

Até então eu não sabia muito bem o que estava acontecendo e amo quando isso acontece, porque haja saco pra vida pré estabelecida, né? Então que fosse o que tivesse de ser. E foi: assim perfeitinho, do nosso jeitão, acredito muito em troca de energia e pude navegar naqueles mares de olhos semi puxados e sorriso rasgado. Conexão é assim ou você tem ou não tem. E ali teve! Agradecida.

Entre um puxão aqui e um suspiro acolá, uma declaração aqui, uma palhaçada lá, entre cinzeiros voadores, sentá lá cláudia, o que mais me deixa feliz é a possibilidade de viver tudo isso assim sem mais nem menos, pq quem diria que ali no forró dos meus amigos, eu naquela alegria incontida, jornalistona que só grava sobrenome, muda nome do face, perde-se e haja mais um desencontro, mas é muito da fisionomista, graças a deus, que ainda de quebra ganha um colar-amuleto, euzinha, ali deitada na caminha da sala. Qual o quê?

A vida é bela demais! e de quebra ainda passei pela Catedral de Santo Antônio num sol de 37° graus em Osasco só pra finalizar o rolê com chave de ouro, só pra agradecer todo o perrengue, toda a lágrima, toda a alegria, toda a coragem, toda a alegria, tudo tudo, agradecer tudo, a vida minha, a dos meus pais, a dos meu amigos, agradecer pelos meus sonhos. pelo meus planos, agradecer pelo distanciamento de quem já não me faz diferença, agradecer quem chega e quem vai, agradecer a sorte de ter consciência da raridade que é viver em paz e em harmonia com quem eu sou! Agradeci ali, sentadinha, bonitinha, na Igreja que já me acolheu tantos e tantos anos.

A vida sem rumo é a melhor vida que se pode ter!
2016 escaldante
2016 frustrante
2016 emocionante
2016 ridicularmente conservador e golpista ( FORA TEMER!)
2016 arrombante
2016 bilíngue
2016 tretas
2016 amante
2016 atualizante
2016 amigável
2016 que ano! vai, que já deu, mas até teu último segundo eu deixo você ser quem você pretende ser, sendo!

Haja vida!
Haja amor
Haja fôlego


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