Era um lugar antigo com cheiro de coisa velha. Móveis, papéis espalhados na parede, lousa antiga, giz rosa destacando uma palavra, formulários, escadas, pessoas.
Habitado preferencialmente por jovens, livres, inteligentes, bonitos, diferentes (?). E não é que se achou parte do todo, assim assim, por nada? Sem querer olhou ao redor e percebeu como aquilo poderia ser bom, ótimo, sensacional! Ainda que tivesse que ultrapassar barreiras, controlar a ansiedade e finalmente mostrar a que veio. O sentimento de querer inundou-lhe o coração e foi como se outro mundo estivesse se abrindo naquele momento, às 18h40 daquela quarta-feira de temperatura ambiente.
Como nunca havia pensando naquilo antes? Como esperou passar tanto tempo? Como pode pegar o ônibus que vem e que vai por 10 anos e nunca, nunquinha da Silva ter pensando que aquilo não era só aquilo? Do lado de sua casa, debaixo de seu nariz e... nada!
Agora, porém, queria recuperar o tempo perdido. Analisou, rascunhou, reparou no vai e vem de transeuntes apressados devorando salgados gigantes de algum refeitório distante. Pelo cheiro, estava bom. Com a mente sonhadora de sempre conseguiu imaginar e foi além visualizando cenas, pessoas, coisas, parte de uma vida que ainda nem começou.
Será que vai conseguir?
Será que vai dar certo?
Será que é aquilo mesmo?
serás, serás, serás,
e era tempo que passava e a dita cuja não chegava!
Quando enfim, às 20h40 se depara com a feliz chegada (tinha memória fotogrática, era tarefa fácil), conseguiu driblar as palavras embaralhadas que insistiam em aparacer e soltou de forma sucinta seu objetivo. Recebeu sorriso e aparente aceitação. Um alívio para sua mente que teimava em pertubar!
Agora, já descendo as escadas para ir embora, foi seguindo com gelo na barriga.
Tinha que dar certo! Seria um sonho!
Pegou a chave do carro e encontrou um papel que recebeu logo que chegou.
Coisa de revolução. Guardou na bolsa e pensou: Não era sonho, é realidade!
quinta-feira, 9 de agosto de 2012
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