quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Alô alô Marciano


Uma vez escrevi aqui sobre o problema de falar em público, a fobia, as palpitações e todo o processo que se segue antes dos seminários, palestras, reuniões e coisas do tipo. Pois hoje venho desabafar sobre o mega problema que enfrento toda vez que: tenho que falar no telefone na empresa ou na faculdade. Falando assim até parece bobajada ou frescurite, mas o causo é que eu passo mal toda vez (ou seja, sempre) que preciso agendar uma entrevista.

Tudo começa com a moça do atendimento. Não, mentira. Antes de pegar no tel, escrevo tudo que vou falar. Tudo no esquema, linha chamando e meu coração na mão. Quando a atendente responde, eu solto tudo de uma vez: Oi aqui é a Nathália e estou com a pauta... "Oi Nathália, você pode falar mais devagar, por favor?" Problema número um: eu falo rápido demais. Beleza. Repito tudo novamente eee: "Ai, fala um pouquinho mais alto, por gentileza". Caralhos! A atendente tá de brincadeira comigo. Dái na terceira vez falo tudo devagar e bem alto.

Finalmente ela me transfere para o especialista.
O problema é que nunca se sabe com que está se falando, por isso a conduta dos bons constumes manda que tenhamos muita paciência e educação com quem quer que seja. Problema número dois: as pessoas não entendem o nome da empresa ou o assunto da pauta. Nunca ví arrumarem tanto empecilho pra finalmente bater o martelo e marcar a entrevista de vez. Quando trampava no Virgula sempre perguntavam: "De onde??" É do Virgula o Portal Jovem do Grupo Jovem Pan. "Ahhh é da rádio?" Putss! Aqui é da Universidade Metodista de São Paulo, tudo bem? "Desculpa, não entendi o nome da faculdade". Pois é, além do sufoco de falar rápido, ainda enfrento a galera que não limpa os ouvidos.

Por último, depois que marquei a entrevista, e enfim coloquei o telefone no gancho, eis o problema número três: a empresa inteira parece que ouviu minha conversa, quando não raro o chefe me chama na sala dele. "Nathália, e aí marcou a entrevista? Deu tudo certinho?" Chefes adoram nos assustar. Sempre vou à sala pensando: É demissão! ferrou!


São por essas e outras que as minhas mãos ficam suadas toda vez que preciso marcar uma entrevista pelo telefone. Várias pessoas usam o argumento: "Ahh, mas ninguém está vendo você!" No que eu respondo: Idaí? Tem coisa pior do que ser taxada de gaga ou atrapalhada? Depois não entendem o porquê das bochechas avermelhadas e do mega gole no copo d'água após abandonar o dito cujo em cima da mesa.

Cruzes!

Um comentário:

Mayra Raizi disse...

Sofremos do mesmo mal, não se sinta sozinha nessa! Lembra dos chats por telefone? Eu queria morrer, sumir, me enfiar de baixo da mesa... tudo, menos ficar ali no meio da redação falando com uma puta ou um médico de qualquer coisa... que raiva! Outra coisa, vamos fazer um abaixo assinado pra cabine telefonica da metô ser a prova de som... as pessoas de fora sempre me olham com uma cara do tipo "olha o que ela tá falando!"! ééé brasilis... complicada essa profissão, muuuuito complicada!