SE TEM uma coisa que eu adoro é prestar atenção. Em tudo, na vida, no mundo, no canudinho de suco da menina, em como minha professora gesticula etc. Ultimamente reparo que os Paulistas estão (muito!) estranhos e individualistas. A começar pela concorrência pra conseguir sentar no banco de apenas um lugar no ônibus, se desculpar quando simplismente encostou (e sabe que não machucou) uma pessoa qualquer, e pedir com um certo medo a informação sobre o nome da rua.
O número de Ipods, MP3, radinhos e CIA cresce cada vez mais. A maioria está interessada em ouvir suas próprias músicas, pensar no seu mundo e viajar com os seus sonhos. E mesa em restaurante cheio? Você tá morrendo de fome e as mesas estão todas com uma pessoa só. Tem gente que prefere ficar lá com o bandejão na mão do que chegar e dizer: "Oi posso sentar aqui?" Individualismo puro. Porque ficamos assim? Porque nosso umbigo é mais importante do que qualquer coisa?
Não sei se a correria do dia-a-dia fez com que ficássemos assim. Repare que quando encontramos alguém na rua falasse o mínimo, perguntasse da família emprego faculdade e pronto. Cada um pro seu lado. E quem mora em prédio sabe muito bem que tem sempre aquele que adora puxar papo, e quando você o avista de longe, prefere mudar de caminho ao jogar conversa fora. Quanta bobagem! Também tem o caso das pessoas que reclamam "Ai não consigo arrumar namorado!", mas fica difícil encontrar quando colocamos nossos objetivos em primeiro lugar, damos importância pra defeitos mínimos e nos relacionamos com certa distância e superficialidade.
Será mania de falar apenas o básico e achar que o importante são os lucros e tempo perdido não leva a nada? Esse mundo capitalista tem muito disso. Individualizar cada vez mais a sociedade. Grande paradoxo se abre já que vivemos em um mundo altamente comunicativo e globalizado. Ora, se o acesso à internet, televisão, faculdade e tantos outros está fácil, porque a relação cotidiana se tornou tão fria? Enquanto esse problema insistir em dar as caras por aqui ( e por todos os lugares) a Paulistanada se encaixa fortemente na frase de Zeca Baleiro: "Eu tava só sozinho, mais solitário que um paulistano"...
Um comentário:
Poisé, minha cara. Cada um por si, e Deus por todos. Ossos da herança maldita - são as cartas jogadas pelo capitalismo, que podem te dar um casal maior ou 3 figuras...
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