quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Carnaval é coisa séria

Nasci numa sexta feira de Carnaval. 24.02.1987. Minha mãe nunca gostou da folia, meu pai era o louco da escola de samba. Foram numa consulta de rotina e peraí que seu nenê vai nascer hoje. e assim foi que cheguei nesse mundo. Seria essa uma coincidência, uma obviedade? não sei
Margá conta que quando criança eu não me animava com as matinês, nem dava bola, ela queria me levar, comprar fantasia e eu dizia que não queria ir. Vida que segue, não é mesmo?

Na adolescência lembro de ouvir meus primos mais velhos dizendo que ia ter baile de carnaval no clube, que era muito legal, que isso e aquilo, mas na época eu gostava mesmo é de curtir o feriado na praia ou no meu prédio ao lado dos meus amigos, das minhas pastas com coleção de pôster.

Foi aí que eu cresci e isso que é apenas um feriado pra uns, tornou-se a grande paixão da minha vida. 
De 2006 a 2018 eu coleciono e trago boas e más recordações de outros Carnavais. 

Hoje é mais um abre-alas que invade, que chega, que me toma, que exaure meu corpo e meu coração. Esse ano, especificamente, minha turma está desfalcada por um lindo motivo! Vou me juntar com outros transeunte e farei amizades carnavalescas, porque o clima é esse! 

Recordar é viver:

2006 - Primeiro ano da faculdade, ainda num namoro abusivo, eu e meu então namorado nos aventuramos por aí pela Vila Madalena: não havia NA-DA de Carnaval em São Paulo. nada, tipo nada mesmo, a cidade ficava um marasmo, não tinha bloco e quem queria curtir tinha que ir pro Anhembi. Lembro de bebericar cerveja na rua sentada na calçada e acompanhar alguma escola pela TV. Nada demais.

2007 - segundo ano da faculdade, ainda no namoro ioiô, me juntei com a turma de uma amiga e rumamos para Caraguá numa casa com 15 pessoas, um banheiro, aquele lance programa de índio, sabe? A grande atração era andar naqueles trenzinhos, tomar espanhola e capeta (ai minha juventude!). Dos 15 meninos presentes, todos putões, cantando axé etc, fiquei afim do mais novinho, mais gracinha. Foi uma graça de amor carnavalesco. Detalhe: o povo jogava água e/ou xixi quando o trenzinho passava e a gente ficava molhado noite à dentro. Precisava?

2008 - A coisa começou a ficar séria nesse ano. Entrei para trabalhar no Vírgula como repórter de entretenimento, comecei em janeiro e fui escalada para cobrir o Carnaval da redação. Foi o único Carnaval que trabalhei em toda a minha vida. A cereja do bolo é que conheci Mayra e Tuca e o Carnaval de São Luis do Paraitinga ficou engasgado. Ano que vem tu não me escapa! Aqui o Carnaval de SP começava a ensaiar seus primeiros passos: lembro de ter ido no Bloco do Ó, com o então namorado, cantei marchinha igual louca, um mini bloco com no máximo 100 pessoas. Nesse ano também fui para a matinê do Juventus numa galera gigantesca! Pulamos todas as marchinhas e eu comecei a pegar gosto pela coisa. 

2009 - Amiga de Mayra e Tuca, último ano da Faculdade, meu aniversário de 22 anos caiu na terça feira de Carnaval! (eu finalmente liberta do embuste do ex) Eu em SLP com uma galera, acho que tinha 20 pessoas dentro da casa, um calor, mas um calor, dormi no mesmo quarto que o meu casal amado, aprendi todas as marchinhas, subi e desci ladeira, aprendi a economizar e a passar o Carnaval no arame, dividir PF, foi um Carnaval realmente histórico. Porém, tomei um porre na saída do Bloco do Barbosa, no dia do meu aniversário, me perdi da galera, foi um caos que terminou bem e que anualmente é relembrado!  Quando o Carnaval cai no meu aniversário a parada é outra, a parada é com força mermo!

2010 - Para me recuperar da loucura do ano anterior, decidi ir com uma amiga para o interior e conhecer um outro tipo de folia, que já adianto logo que não gostei. Rumamos para Cerquilho, onde a família dela tinha casa. Casa com piscina, solzão, foi uma delícia de viagem, mas a folia foi horrível. só rolava axé e sertanejo, aquele clima hétero que puxava pelo braço, um horror! mas tirando isso deu pra curtir com uma pequena galera de amigos. Lembro de ter batido de frente com vários caras que não nos respeitavam enquanto mulheres. decidi que esse tipo de Carnaval não é pra mim não...

2011 - Sem lenço e sem documento, sem planos, decidi que passaria o Carnaval em São Paulo. A tragédia em São Luis do Paraitinga em 2010 tinha deixado todo mundo chateado e a cidade deu um jeito de ir fazendo eventos para arrecadar grana e construir tudo de novo. Dai alguns blocos de SLP tocaram em São Paulo. Eu tinha acabado de conhecer um então namorado, chato e machista pra caralho, mas com 23 anos a gente não pensa muito nisso e decidi passar com ele aqui mesmo na capitar. 

2012 - Nesse Carnaval fui pra Trindade com um quase namorado! A gente decidiu partir juntos pra essa viagem e curtir a praia só os dois. Foi uma graça de viagem, sem bloco, sem samba enrendo, só com mar, forró e peixe frito. Na praia rolava alguns bailes com mesa de fruta e banho de espuma. Foi uma gracinha e fim.

2013 - Morta de saudades de SLP, me juntei com Carol e partimos rumo às festividades de Momo. O carro da nossa carona quebrou, eu perdi o Juca Teles e fiquei emputecida, porém pulei o Maricota, Bico do Corvo e Pé na Cova. Cruzei com a Nick, conheci o Vitinho, conheci uma galera gente finíssima da Vila Madalena. Foi um Carnaval mais adulto e lindo! Aqui eu já conhecia Benja y Demis e o cubano joga até hoje na minha cara que preferi ir pular Carnaval sozinha do que passar com ele. Ué, ele não era libertário, Brasil?????????

2014 -  Segundo Carnaval com o Benjamín! Lembro de pular o pré com ele ainda pequeno, mas tão gente fina e compreensivo para uma criança de quase 04 anos! Pulamos o Ilú debaixo de chuva eu e Dremis, depois nos juntamos com o povo do Butantã e fomos no Bastardo. Nesse ano arrastei meu primo e uns amigos pra Pinheiros, mas o grande lance era ficar perto de Pai Tutu e no Bastardo que nascia! Conheci o Te Pego no Cantinho nesse Carnaval! 

2015 - Novamente em São Paulo, novamente com Tuca e Mayra, conheci Luísa e Lucas e fomos num bonde pro Tarado Ni Você! foi histórico! Nesse Carnaval Sidnelson estava presente no bonde! A gente fazia batucada no metrô cantando os hinos da Metodista! Numa chuva torrencial no Largo da Batata, um amigo deitou na enxurrada e eu e Sid voltamos pra casa pulando poça igual dois retardados. Eu morava na Vila Sônia e no maior clima de Carnaval do mundo fomos na padaria logo cedo descalças pq os tênis estavam secando no sol! Pulei pela primeira vez o Charanga do França e me apaixonei loucamente pelo bloco!

2016 - Esse Carnaval foi tenso!  Eu estava tentando vender meu carro, não tinha grana, meu então namorado morando em outro país e eu quase de partida pra viajar. Pulei o Tarado novamente com o bonde Mayuca, mas eu não largava o celular e ficava contando +4 horas pra saber que horas eram na Inglaterra. Era uma tensão daqui, era uma tensão de lá! terrível. Num descontrole na Charanga do França cai na chuva e Davi tropeçou em mim, chorei e dei um susto em geral. Machucados à parte, acho que foi o ano em que mais peguei bloco em SP!

2017 - Rio de Janeiro, carioca até o talo!  Pulei o pré inteiro no Rio, já então moradora da cidade maravilhosa. Meu bonde amado chegou! Tínhamos Milena e Basile recém chegado de Paris, uma finesse só! O Amigos da Onça saiu às 03h da madrugada do meu aniversário e eu estava insuportavelmente feliz! levei Ágatha e Antonio pro bloco, cruzei com o bonde no meio da multidão e pulamos num arrastão histórico. Às 07h fui embora cansada e feliz. Prata Preta e Vem Cá minha flor deram o tom dos blocos mais lindos! Não consegui pular o Carmelitas, mas sai na Estação Primeira de Mangueira no ápice da minha paixão momesca! foi lindo, foi intenso, foi colorido! Lembro de ter curtido um show da Tereza Cristina de graça enquanto o Boi Tatá se apresentava. Carnaval no Rio não é brincadeira, meus amigos!

E hoje começa mais um Carnaval! Se for igual ao pré será lindo e intenso, como todo Carnaval deve ser!
Cada Carnaval uma história, um amor, um acontecimento. O Carnaval é a festa mais bonita do mundo sim, tenho certeza absoluta!


aguardem o resumo do Carnaval 2018! 


É hoje o dia da alegria 

e a tristeza nem pode pensar em chegar! 


















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