sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Somo Nozes!


O que é um jornalista? Uma pessoa que leva informação à outra, um saco de pipoca, alguém que ganha uma grana porque sabe escrever bem, ou um ser que se sente o dono da verdade, muda a versão dos fatos e se acha sabixão de todos os assuntos?
Pausa dramática.

É complexo escrever isso quando você é ainda um estudante que tem noção de que não vai mudar o mundo, sabe que é apenas um número dentro da redação e mesmo assim consegue suspirar aliviado e feliz quando finaliza um texto, sobe uma matéria, entrevista alguém, ou simplismente faz um link ao vivo pro telejornal da faculdade.

Ser jornalista é levar informação, noticiar, ser o advogado do diabo e antes de mais nada, é aquele que vive em função da comunicação, certo? Bem, se você já foi em alguma coletiva de impresa pode perceber que esses que deveriam possuir tais características agem totalmente ao contrário. Nariz em pé, falam apenas o necessário, adoram uma panela e não vivem para a informação. Vivem para ter o ego massageado por muitos. Porque ser jornalista é legal, virou modinha, tem um na novela das oito. Eles podem cobrir festas cheias de celebridades, meter o pau no Lula, ter o rosto estampado na telinha e virar comentário por ter feito um alisamento japonês.

A mídia que noticia e faz denúncia é a mesma que apela para o sensacionalismo, tapa os olhos para alguns fatos e age de forma manipulativa. É tênue o fio que as separa, e é preciso ter olhos abertos para o que é veiculado por aí. Sabe, tem uma coisa que me irrita é esse povo que acha que ser jornalista é estar por cima da carne seca. Se sentem superiores, fazem pose de santinhos para o povão quando na verdade os detestam. Acham que sabem demais, opinam sobre tudo e não conseguem (talvez seja até caso patológico) dizer que desconhecem alguma coisa. Seja o novo boom tecnológico, o seicho no ie, o período da entressafra ou a nova música da Wanessa Camargo. Eles permanecem com o ar blasé pagando de intelectuais e inatingíveis.

Quantas vezes eu preferi fazer trabalhos com os muleques do fundão - que às vezes me irritam por pura irresponsabilidade - e ví que a qualidade era melhor do que o de muita gente? A Metodista por se tratar de uma instituição de qualidade atrai um povo que no primeiro semestre age feito Paulo Henrique Amorim e Barbara Gancia, dois malas da comunicação. O conceito de jornalista mudou demais. Antigamente o famigerado era apenas um bico que uns advogados e outros da nobreza faziam pra ganhar uma renda extra. Depois foi mudando, caindo no gosto popular até chegar no patamar que estamos hoje. Apenas mais um funcionário da cadeia capitalista.

Acha que vai ir contra o meio de comunicação que você trabalha? E correr o risco de ficar desempregado? Vai denunciar o chefão do jornal? Vai menosprezar os milhares de assessores que vivem exaltando algum produto e puxando o saco de meio mundo? Vai achar uma bosta um trampo de subir notinha sobre o mundo das celebridades? Ou vai se matar e ver a concorrência desleal que banda por entre os bastidores de televisão? Não ter final de semana, viver na mais pura correria e em função do Ibope?

É jornalistas. A vida anda meio dura pro lado de vocês. Como disse um professor: "Eu duvido que algum pai disse pra vocês serem jornalistas." Eu sei lá. Antes de entrar e ver o jornalismo realmente como ele é, achava a vida um mar de rosas, pegar um bloquinho e sair por aí rabiscando. Não é bem assim, e mesmo que essa área seja assim tão peculiar, esquisita e por vezes irritante, chego à conclusão de que não importa o que você faça, mas não queime a profissão fazendo dela apenas uma ponte para o seu sucesso, e esquecendo que o mais importante é informar.

Façam (ou pelo menos tentem) um bom jornalismo. Digno e limpo.
E não tô sendo piegas.










terça-feira, 28 de outubro de 2008

Homem é tudo palhaço!


Há um ano estou sem namorado. Deixei o posto de barraqueiramasromântica para trás. A partir de então comecei a observar mais, rir da desgraça alheia e dar uns beijos sem muito envolvimento. Bom, o causo é que depois de um tempo sozinha você fica mais seletiva. E após muito matutar acabei selecionando as espécies de homo sapiens mais engraçadas que vivem rondando as moçoilas e insistem trombar o meu caminho. Vale ressaltar que não é um post de auto-ajuda, nem um manifesto feminista, nem uma pessoa que odeia os homens, nem coisa do tipo. Apenas uma "análise de campo" como diria a querida Márcia Tondato.

Sem mais delongas, vamos a eles:

Os clube do bolinha: Sempre tem um bonitão da turma que adora pegar o carro, enfiar oito amiguinhos dentro e ficar dando voltas pelas ruas da Vila Madalena. Não têm dinheiro pra entrar em um bar descente, não tem esquemas com nenhuma menina e ficam pagando de DJ. Aumentam o som do gol bolinha no último e soltam o refrão animado: Chiii cleeee têê, oba oba! Ps: Pq não pegam o carro e vão embora pra Bahia?

Os sem noção: O campeão assume três relacionamentos “sérios”, apresenta as garotas pra família, joga o maior xaveco furado. Não gosta de tirar foto juntos, nem tem orkut ou MSN. (Tudo isso é medo de ser pego em flagrante, é óbvio). Acabam sempre se enrolando com uma mentira e quando a namorada chama pra DR ele é curto e grosso: prefiro terminar.
O lindão ainda arruma tempo pra galinhar com os amigos e se cruza com uma ex em algum lugar não perde a oportunidade de soltar aquela cantada ri-di-cu-la!

Os Cafajestes: Os filhos da mãe têm um papo super legal, pegam de jeito e são bem bonitinhos. O causo é que não querem ter nenhum envolvimento com o mulheril, somem no outro dia e depois de um tempo ligam como se nada tivesse acontecido. O pior é que a maioria das mulheres ficam encantadas, meio bestas, achando que os espertões estão realmente afim delas. Quanta inocência!

Os Casados: Esse tipo me irrita muito. Se eu tivesse porte de armas com certeza já estaria presa. Os tiozões (às vezes nem tão velhos assim) exibem aquela aliança dourada gigantesca na mão esquerda e te secam dos pés à cabeça. Vivem reclamando de suas esposas mas não têm coragem de terminar um relacionamento. Na cabeçinha oca deles, é melhor trair e ter um arroz-com-feijão básico pra comer, do que viver sozinho ao Deus dará. Péssimos!

Os desesperados: O cara te chama pra tomar uma cerveja e depois do primeiro gole sussurra no seu ouvido: “Dorme comigo essa noite?” Apesar de ser direto e sincero, ele também deixa claro que você será apenas um passatempo sexual na vida dele. Tá achando que a vida é fácil benhê? E as flores? Os bombons? A serenata que sua avó tanto disse? Tsc tsc tsc, doce ilusão....

Os Criado-na-obra: Manja os pedreiros de bigodinho e boné com número de vereador? Você tá andando na rua quando ouve: "Olha que móóórena!" Pior é que esse tipinho não se restringe apenas aos peões de obra de fato. Tem segurança, entregador de pizza, carteiro e até executivão da Paulista que adora mexer com mulheres na rua. É o que eu sempre digo: "Depois que toma um xingo vem dizer que eu sou maloqueira!"

Os Exs: Malandrão acha que você não tem mais o que fazer da vida a não ser pensar nele. Egocentrismo é fichinha pra esse narcisista de quinta. Tem a cara de pau de te chamar no MSN pra comentar alguma foto sua, não tem papo e acaba apelando pro exibicionismo barato. “Comprei um carro, um pit bull, to indo em várias raves” . Vem cá, perguntei alguma coisa? Além disso, quando percebe que você não ta nem aí, ele vai mais a fundo. “Saudades! Vamos marcar um encontro? Vamos relembrar os velhos tempos”. Malas!!!
E pra fechar com chame de ouro essa lista, os grandes e irritantes:

Os jogadores ou bestas: Acho que essa espécie parou no tempo. Sei lá, devem achar que ainda temos 13 anos. Negão puxa papo com você pra dizer que está solteiro e na área novamente. Vem com umas histórias de “estar se sentindo carente, esquisito e ainda não se acostumou com a solteirice”. Você pensa: “Tá querennndo!” Papo pai papo vem, as indiretâncias continuam a todo vapor e nada dele te chamar pra sair. “Vai ver tá com medo de levar mais um fora” você novamente pensa. Então, numa atitude totalmente moderna e cara de pau, decide chamá-lo pra sair. Quando de repente eis que o cidadão responde: “Hum, vou pensar no teu caso”. Ahhhh fala sério! Vem cá queridão, ta achando que eu tenho tempo pra ficar de gracinha? Ou tá pensando que eu vou parar minha vida por tua causa? Acorda! Você virou motivo de chacota e gargalhadas na mesa do bar. Sabe, é como diz aquela comunidade do orkut: “Se não me quer não provoca!”

Entre tantos outros tipos de homens, esses são os que mais me chamaram atenção. Das duas uma: ou continuo sem muito envolvimento com os peguetes da noite paulistana, ou assino em baixo a máxima de um blog bem legal: Homem é tudo palhaço!!

domingo, 12 de outubro de 2008

Inveja do bem


Desde sempre a gente aprende que ter inveja é ruim, sentimento péssimo etc. Ok, concordo. Acho que invejar uma pessoa, querer tudo o que ela tem, ser quem ela é, e principalmente, ficar desejando o mal do outro é horrível. Primeiro porque sua vida não vai pra frente, e cá entre nós, ficar acompanhando a vida de uma pessoa X como se fosse uma novela é um porre.
Maaaas existe aquela inveja diferente. Tipo do bem, repare:

Era quinta-feira tava uma puta chuva, meu cabelo estava oleoso e às 07h30 já era meu segundo ônibus, lotado é claro. Ventava pela janela e eu mal conseguia abrir meus olhos de tanto vento, mas naquele instante era o lugar que dava pra ficar. Enfim, uma prova me esperava e um roteiro de radionovela também.

Eis que o ônibus parou no farol e comecei a reparar no carrão que estava ao lado estacionado em frente à uma padaria. Tinha uma loira, unhas pintadas de vermelho e vestia uma roupa social super chique. Cabelo perfeitamente liso. Ela cantarolava feliz dentro do carro. Foi então que minha mente maldosa pensou: "Essa loira pode até ser bonita, mas ou é gorda ou não tem bunda". Como se estivesse ouvido meu pensamento, ela saiu do carro num impulso.
Trancou a porta e foi andando. A vaca era magra, bunduda, e ainda ia tomar um café quente na padoca. O busão voltou a andar, o vento a bater, e a vida seguiu seu rumo.

Fala sério. É ou não é pra sentir uma ponta de inveja da mina? Inveja pelo simples motivo de também querer ser assim e ter uma vida mais fácil. Não que eu queira colocar o nome dela na macumba ou rogar praga pra ela ficar encalhada. Nada disso. Mas sim, ser linda, ter um carro e conseguir sorrir às 07 horas de um dia chuvoso. Essa é a inveja do bem.
E se querem saber, acho até valido ter uma boa dose de inveja na vida. Pra fazer a gente batalhar, querer vencer e não deixar a peteca cair. Quem sabe ainda não viro loira e perco o medo do volante, né?!

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

Sobre a fobia


Sempre tem um professor que enche o saco e adora seminário. "Porque vocês são jornalistas, não podem ter medo de falar em público", argumentam eles. Na verdade todo mundo precisa falar em público, já que a comunicação é essencial para a vida humana.

A frase acima fica linda quando escrita, mas na prática não é bem assim. A começar quando nas primeiras aulas ele logo adianta que vamos fazer alguns seminários. Começa a taquicardia. Enfim, quando chega o dia da porra da apresentação, por mais que você tenha estudado e domine a matéria, dá um branco voraaz. Você começa a pensar que a menina que te odeia e o amigo palhaço do fundo da classe vão adorar se lhe faltarem as palavras. As mãos começam a suar, o prof° tá esperando e o seu grupo te olha com cara de: E aí minha filha, é pra hoje?

Não sei porque diabos é tão difícil falar em público. Eu pelo menos fico hiper gaga, um pensamento atrapalha o outro e só percebo as testas alheias franzindo na minha frente, tipo não entendendo nada.

Uma vez, na missa de catecísmo, tive que ler aqueles textos da folhinha, sabe?
A igreja tava bombando de tiozinho, meus pais estavam sentados sorrindo e orgulhosos, e a minhas pernas, bambas. A querida professora disse que eu era extrovertida e ia me sair bem. Ser extrovertida é uma coisa, ler na missa é outra!! Pois bem, lá se foi Katharine. Engasguei no meio do textículo, claro. Depois todo mundo veio dizer que fui bem etc. só pra me consolar.

Sei lá, cada louco com a sua mania e doido com seu problema. O meu sem dúvida é falar em público. Esse ano (ainda!) não fui sorteada pra ir falar lá na frente. Uma amiga - ótima nessas coisas - se expressa perfeitamente, e eu chego até a ter um pingo de inveja por não conseguir. Talvez o medo não seja só meu. Já ouvi dona Fátima Bernardes afirmar que toda vez sente um frio na barriga. Aí chega na hora e ela mata a pau, filha da mãe!

Será ansiedade? Frescurite aguda? Fobia por palcos, palanques e afins? O que eu realmente sei é que esse argumento de "jornalista ter que saber falar em público" não é muito válido nem me agrada muito. E quem quiser ser jornalista e for mudo, como faz?

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

Vênus X Marte



Coisas de mulher:
* Conversar sobre o comportamento dos homens
* Reparar em bunda de mulher
* Ir ao banheiro juntas
* Em cinco minutos sacar se aquele look combina ou não
* Saber quando a progressiva já venceu


Coisas de homem:
* Conversar sobre futebol
* Reparar em bunda de mulher
* Esquecer da namorada (e ficar bobo) na companhia dos amigos
* Simplificar tudo
* Deixar pra depois


Coisas de homem e mulher:
* Decidir não ligar no dia seguinte
* Chegar atrasado
* Beber até cair
* Cobiçar a namorada (o) do outro. (Sim! Aqui não rola mentira)
* Amar cachorro
* Sentar no fundão!
* Reparar na gordura alheia
* Ser consumista

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Segunda-feira chuvosa: rascunho do inferno?

Pelas janelas, o que se vê...


Confissões de uma paulista:

Você acorda na segunda-feira e ouve o maior pinga-pinga lá fora. Já sabe que a semana começou daquele jeito! O guarda-chuva tá meio capenga, é bater um vento forte pra ele virar ao contrário. O companheiro All Star não güenta a quantidade de água que teima em cair do céu, logo em seguida percebe que a sua meia está todinha molhada.

Claro que morando em São Paulo o trânsito já bateu o recorde do ano e sempre tem um besta pra ficar buzinando logo cedo e tirar qualquer um do sério. É muito stress pra um dia só. Deveria ser proibido chover segunda. A paisagem da cidade ganha aquele ar cinza tipo húngaro e não dá vontade fazer absolutamente nada.
Você meio que passa o dia todo pensando que a hora que chegar em casa vai tomar um banho bem quentinho, finalmente.
A diferença é que são dez pras duas da tarde e você adentra em casa às vinte e três.



Adoro quando a meia fica molhada...


Andar de ônibus, metrô ou pelo supermecado é um convite para o escorregão. O povo entra com o bilhete único numa mão, e tá com o guarda-chuva pingando na outra. Fica a maior fila, o seu cabelo já era, tá tudo lotado e a chuva não páraaa!

Até dava pra ter um pensamento super otimista e bucólico do tipo: "ahh primeiro temos que passar por tudo isso pra no final de semana o sol raiar por cima das nossas cabeças". O problema é que sendo paulista ou conhecendo um pouco dessa cidade dá pra saber que essa chuvinha fina e típica demora pra ir embora. Morar em São Paulo também é se acostumar com tudo isso que descrevi aí em cima. É chato e irritante eu bem sei, mas não é à toa que ela é denominada Terra da Garoa.