Nariz pra que te quero!

Adoro cheiro de chuva, de mato seco, cheiro de mar, de testa de neném, de chocolate, folha de livro, folha de dicionário, de plástico e gasolina. De estacionamento, da orelha da Lóris, da noite na Vila Madalena, dama da noite, das azaléias de front do prédio e claro, da estação Trianon Masp, do elevador do Oscar Porto. Cheiro da piscina gelada, do rosto do alguém do perfume da amiga.

Ainda consigo me lembrar do cheiro da minha primeira classe e da bolsa que um dia ficou com bolachas murchas. Cheiro de um japonês que eu gostei, digo que o cursinho tinha cheiro e agora a Metodista também tem.

Somos feitos de cheiros e eles nos remetem à épocas das vidas e assim é sempre. Cheiro também lembra um gosto, não necessariamente cheiro de esmalte tem gosto de... esmalte.. Mas o perfume Ops! lembra o gosto do pirulito POP que eu chupava na 7° série e por aí vai, é sinestesia.

Ultimamente o cheiro é de sofá novo e madeira nova. da vela de jasmim e do incenso de cravo da índia. ontem era do bikini molhado e da toalha que viajou úmida na bolsa fechada e naquele calor! anteontem era cheiro de fogos, cidra e uma bixa que conversava eufóricamente me tocando a todo instante e havia tomado muita cerveja e maria mole. Poderia discorrer sobre todos os feriados e seus cheiros, dias e cenas cotidianas. TODAS feitas de cheiros, sentimentos, momentos.

Ando por aí reparando nos cheiros, sou cheia de manias, mas e você já sentiu o cheiro hoje?