Texto do eu pro eu mesmo!

Eis a plena sensação de felicidade e beleza.

O som alto tocava a mistura de triângulo, zambumba, sanfona e ela rodopiava com a calça verde dentro do seu próprio quarto. Cabelo amarrado lá em cima, brinco de uma orelha só estampa de vaca rosa. E lá estava a morena a dançar sem nem se preocupar com nada.

Nem tempo, nem hora, nem afazeres, apenas boas energias rolando. Ela se sentia muito bem, a mais bonita da terra, a mais gostosa e desejada mulher e com isso a felicidade reinava, pairava no ar.

Isso sim é felicidade, que o dinheiro não compra, que anos de estudo nem marido rico podem proporcionar. Talvez um cigarro de maconha, mas era ainda melhor pois era natural. É o tal estado de espírito que reflete no espelho e quando volta, volta no sorriso branco e escancarado que ela não tinha vergonha de mostrar.

O CD não pára, e a morena agora é cantada pelo rei do baião, Luíz Gonzaga. "Vem morena pros meus braços!" ele dizia, e ela lhe respondia com todo o movimento de seu corpo, os pulinhos emanados pelo pé e vinha subindo, subindo até chegar lá na cabeça que agora pensa em seus projetos e muitos eram os planos que sempre tinham o final feliz.

Sim, ela estava realmente feliz, sua alma ria e a aura estava branca, límpida! Assim seguiu em seu momento narcisista, único, próprio e singular.