segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Pra sempre Catarino

13 de dezembro de 2010. Lembro a data porque Luiz Gonzaga nasceu nesse dia e forrozeiro tem dessas de lembrar essas coisas. Era uma sexta-feira e a felicidade batia fundo, mas a ficha não caia. Foi o dia em que iniciei um relacionamento sério com meu Ford K 1998 vermelho, a coisa mais linda do mundo. Sabe criança com brinquedo novo? então era eu. Meu pai voltou dirigindo porque fazia um ano que eu não tocava num volante. Passaram-se vários dias, Agnes me dando força moral rs, até que eu finalmente comecei a chamar o carro de meu e aos poucos fui ganhando a cidade.

Sempre com o jeito Nathália de ser: com muito medo de subidas, eu estacionava o carro e pedia pra alguém me ajudar. Fiz isso umas boas vezes, sem medo, sem vergonha, sabendo que chegaria o dia em que eu conseguiria segurar o carro numa ladeira sem puxar o freio de mão, controlando pela embreagem. A cada vitória o gosto de independência surgia doce e forte. Sendo um Ford K e meu apelido Catarina, o carro ganhou o nome de Catarino e a dupla estava formada.
alegria na chegada ao Roots 2011

Partiu Roots!

Foram dois Rootstocks levando feliz a trupe de amigas, diversas idas a Osasco, supermercados com a Margá, Remelexos, Santos Fortes, idas a Camburizinho e meu apego só crescia. Cada peça que quebrava era um pedaço meu que ia embora, cada raladinha doía fundo no coração. Catarino é meu mascote e ganhou o coração do Benjamín que sempre pergunta: E o Catarino, Nathy?

Pelos bailes da vida

Em fevereiro de 2013, logo após o Carnaval, quando ainda chovia muito nessa cidade cinza, eis que uma enchente histórica inundou o Butantã e suas adjacências. Catarino estava estacionado bonitinho na Av. Caxingui e quando cheguei de noite para buscá-lo o vi boiando no aguaceiro. Era como se alguém da minha família tivesse morrido, desesperada, chorei ligando para o seguro que me informou que "o seguro não cobre danos naturais, senhora". Foi uma longa noite até amanhecer e eu conseguir resgatá-lo com o guincho.  Felizmente nenhuma peça grave morreu e depois de muitas lágrimas e reza Catarino voltou para o seu lar. Mas depois desse episódio ele nunca mais foi o mesmo. :(

apenas LIN-DO!
Nunca mais foi o mesmo, porém seguiu sendo o velho carro vermelho amado e guerreiro que sempre foi. Levei Lóris algumas vezes ao veterinário e outras para passear, ajudei Demis em duas mudanças e inclusive levei nele tudo o que era meu para a minha casa no Caxingui, quando saí da casa da minha mãe. O papel que esse carro tem para mim é gigantesco. #Catarinomuitoamor.

Só que como todo carro ele também tem sua vida útil e eu não posso esquecer que já faz 16 anos que ele roda por aí. Há um mês, como nunca antes nesse país, Cata começou a dar problema, muitos problemas. Bomba de combustível, rolamento das rodas dianteiras, amortecedores, válvula do termostato, e eu ficando à deriva pelas ruas. Já chorei muito, mas já fiz muitos amigos nessa saga. Frentistas e mecânicos que, machismos à parte, sempre foram solícitos para tentar me explicar o que estava acontecendo (porque se tem uma coisa nessa vida que eu não entendo, é de mecânica). Mas a verdade tem que ser dita: Catarino precisa descansar. E eu preciso ser menos apegada e sentimental e entender isso de uma vez por todas. Não, não vai ser fácil viver sem ele.

Meu pai sempre falou muito de seu primeiro carro e o quanto o marcou. Um Fusquinha amarelo
CV 1264, que ele fez questão de me fazer gravar na cabeça. Até minha mãe tinha amor pelo Fusca. Agora entendo isso: não é só um carro, uma lata que te leva daqui pra lá. Eu ainda não vendi o Catarino, mas novamente ele está no mecânico e eu já não posso mais. Depois da Lóris, ele é o meu segundo talismã.

Fazer texto homenageando o carro pode? Pode sim, pode muito! Jamais esquecerei dele e de quantas histórias passamos juntos.

S2


6 comentários:

AgnesRasta Bolsas e Acessórios disse...

Ahhhh grande Catarino, palco de muitas risadas e aventuras.

Sidão disse...

E a primeira vez que andei nele? Descendo a rampa do shopping Morumbi! hahaha :P

roberta disse...

Catarino, vai deixar saudades!

Nunca vou me esquecer no dia em que eu estava com a Nathy no Catarino perto da minha casa, numa rua chamada "Três Tombos".

De repente, já no último tombo ela para com o Catarino numa subida imensa rs. Atrás da gente só estava vindo um ônibus em alta velocidade.

Felizmente ele desviou da gente e conseguimos sair da subida rs!

Que o catarino encontre um dono ou uma dona que cuide tão bem dele quanto você, amiga!

Unknown disse...

Que lindo, amigan! KAtarino sempre em nossos corações #lágrimasnosolhos

Dmis disse...

Cata Cata Catarino não é nada sem você. Buzinando as tiazinhas nos faróis, acelerando para cima dos que andam devagar no domingo.

O dia que boiou vocÊ estava realmente arrazada. Mas nunca deixou nós na mão!Mudou mil tranqueiras! Ficou com colchão preso por quase um mes! rs

Grande Catarino, não vai não!!!
Campanha #FicaCatarino!

Dmis disse...
Este comentário foi removido pelo autor.