quinta-feira, 20 de março de 2014

Voltando (ando)

Voltando (ando). Pessoas. Elevadores. Baldiações. Home. F5. Ronda. Escuta. Elevadores. Pessoas. Trens. Túneis.

Há uma semana voltei para o mundo corporativo e para o jornalismo hardnews. A imersão é voraz, me faz ficar perdida. Já tinha trabalhado com isso há uns anos atrás. Tenho facilidade com entretenimento e agilidade pra pegar a rotina do trabalho. Mas decidi voltar aos poucos pra conseguir sentir um restinho de liberdade que me escorria pelas mãos. Agora sou prova viva de que ouvir o coração é a melhor coisa que podemos fazer nessa vida! Todo o processo de me demitir, isolar, pensar, ensaiar e finalmente entrar em um lugar que tem a minha cara, não tem preço!

Aos poucos vou sentindo novamente o que é ser feliz no trabalho e sinto o peso que esse fator tem em nossa vida.

Ufa!

Voltando (ando) à atividades que há muito não fazia! Acordar antes do sol nascer, cruzar com crianças indo pra escola. Viver em São Paulo antes da multidão é um dos maiores prazeres que volto a sentir. Não tem muita gente na rua, dá pra ir sentada no metrô, sair mais cedo e ter mais tempo pra viver, glória!

Voltando (ando) a escutar rádio. Fazia muitos anos que não escutava de fato uma rádio. Percebo o quão automático e superficial tornou-se a atividade. Rapidinho ali no trânsito e fim. Agora volto a escutá-lo com atenção. Sabendo notícias através da caixinha de som. Vinhetas de rádio AM. Uma verdadeira viagem no tempo.

Voltando (ando) a escrever rapidamente, na correria, sem tempo, corta foto, sobe logo, dá F5 na home, vamos, vamos, vamos!

Voltando (ando) com vontade de estudar. (Ainda não sei o quê, mas vontade há).

Voltando (ando) a relembrar 2005. Ano de cursinho pré vestibular, mente ansiosa e coração cheio de sonhos. Era exatamente às 07h que eu entrava na P7 para ter várias aulas e seguir trilhando o sonho de chegar enfim na profissão tão sonhada. Era exatamente no prédio em que trabalho hoje, que há nove anos (caramba!) eu saia da aula, almoçava no "Capricho" e voltava correndo pras aulas especiais de literatura. Aulas que duravam quatro, cinco horas. FT dando sua aula, eu emocionada e cansada, mas sobretudo feliz.

Agora passo em frente ao prédio da Gazeta e lembro de tudo com muito carinho.

Voltando (ando) a me encontrar (?) na profissão. Depois de quase três anos insatisfeita, quase jogando a toalha e concluindo que não tinha nascido pra coisa, eis-me aqui. De peito aberto, sem tantos sonhos como em 2005, já formada e vivendo da proissão que escolhi, sem ilusões, um pouco mais madura e rabugenta, mas menos reclamona, tô aí pra vida sem medo de fazer curvas ou renunciar.

Voltando (ando) a me jogar na vida!







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