Eu estava feliz porque tinha desatado uns belos nós e vê-los assim organizadinhos, bonitinhos, esticadinhos, dava uma paz tão grande que se pudesse ficava sentindo isso pra sempre. Uns belos nós. Uns belos nós que até então achei que só depois de muito, muito trabalho conseguiria desatar. E desatei bem antes do que imaginei.
Eba!
Então veio a dona vida com suas belas peripécias, sua imaginação ímpar e embaralhou tudo de novo como se não houvesse amanhã. Por outros motivos, cá estou eu fritando miolos dia e noite, noite e dia, em busca novamente em desatar outros nós, uns nós mais antigos e urgentes e como são das antigas têm uma força no emaranhado que ao vê-los sinto vontade de chorar. Igual criança quando precisa de ajuda e sem atenção senta e chora. Assim. Depois das lágrimas que vezes surgem contidas e noutras em forma de berros, surge um alívio em forma de sabedoria: "Do chão não passa, quando morrer descansa", e lá vai eu quebrar a cabeça de novo até que os desate enfim.
Enquanto isso não acontece e eu não desisto, cabeça dura que sou, vou à natação, descanso na praça, dou um gole numa cerveja, tudo isso pra espairecer, mas não esqueço da tarefa árdua de machucar as mãos, as unhas e a boca pra desatar. Ta aí o verbo da vez: desatar. Talvez eu devesse esquecê-los, igual criança que muda da brincadeira. Mas eles voltam, ah sempre voltam. Com uma plaquinha erguida: Nathy, estou aqui! desateme!
Se esse grupo de nós tivesse ouvidos eu lhes diria: Queridos, não preciso de lembretes, muito menos ameaças, não sou de desistir e quando findar minha empreitada vou juntá-los aos nós já desatados e colocá-los numa estante bem bonita e vistosa, num lugar onde muitas pessoas possam ver (sou exibida mesmo!) e eu mesma possa passar e olhar orgulhosa de tal resultado e finalmente sentir a sensação de paz que eu já conheço e quero repetir!
E sabe o que virá depois?
mais nós.
quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014
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