domingo, 30 de março de 2014

O grande mistério das relações

Não basta falar todos os dias, ficar junto, ficar bem, conversar, compartilhar planos e medos, compartilhar conquistas e alegrias. queremos mais. queremos ter o controle do pulsar do coração, certeza que de somos únicos a habitar o pensamento do outro, pensamento e desejo, pensamento, desejo e sonho. queremos certeza total, 100%, carimbo, cerco, fechado, certeza. Certeza do que, mano?

que certeza é essa que tanto se procura, que faz cair lágrimas e cabelos, dá rugas, inferniza e maltrata o coração? não lhe bastam palavras, ligações, tempos, dias, meses? Não. Pior ainda quando a outra pessoa simplesmente afirma que não vai mudar (e nem pode), que a vida é assim mesmo, que contraria todos os rótulos, que não há fidelidade nem exclusividade, que não há ausência de carinho e que há liberdade para sair do jogo a hora que quiser, tchauzinho.

Não soa como desdém? cadê aquele amor todo? não tem apego? não existir apego não será justamente o tal o amor ideal e saudável que os terapeutas e livros de auto ajuda pregam e enfiam guela abaixo de toda população? Afinal, ter apego é bom ou ruim?

como é que se ama, e mais importante, se vive, numa relação que nada é estabelecido a não ser o amor?
o amor livre, solto das amarras (será que existe?) sem que a tristeza, a insegurança, o ciúme e outros monstros apareçam?

como é que se mantém uma relação madura, sem pulga atrás da orelha, com coração quentinho e cabeça adormecida sabendo que seu amor pode estar por aí com outr@s? e que depois ela retorna cheia de amor pra te dar e você, que dormia e não sentia nada, nem sabe, e melhor de tudo, nem questiona o que aconteceu.  será que é possível viver isso?

será que existe uma relação em que a outra pessoa não te inferniza, pode ser sincera, pode contar coisas que julga importante sem que você não morra por dentro, não se magoe, e consiga beija-la em seguida já ciente de que não há certeza alguma, além de viver, e de que ninguém está acorrentado  a ninguém, e que as pessoas somente relacionam-se porque querem. QUEREM.

São tantas questões, inumeras hipóteses e a única certeza de que não há certeza. Eu quero mais que os rótulos se explodam, sou guiada por amor e confiança (?), mas a verdade é que acreditamos no que queremos. a pessoa pode tatuar "nathália amor eterno" na testa, ser o mais fiel que existe, e se eu não achar que é verdade, não é. o que fazer? querer ouvir todo santo dia que sou única e exclusiva não é meu desejo. mas não quero meias verdades, quero tudo escancarado aqui na minha cara limpa, afinal sou forte, sou de pedra. aguento tudo. sou decidida e e quando me irritar acabo logo tudo duma vez. aham, senta lá.

ainda não consigo fechar a equação do que é viável ou não numa relação. odeio que invadam minha privacidade, odeio que não acreditem em mim, odeio me sentir amarrada sem poder fazer o quero, quando quero, do jeito que quero. e me pego cobrando justamente tudo isso que mais detesto. 

sou chata, sou maluca, sei decor todos meus defeitos, já não acredito mais que ser feliz só é possível sozinha. acredito numa parceria. preciso é encontrar o ponto entre confiança, lealdade e amor sem que seja na base da porrada ou da corrente. nem do fake faço questão ou parte.

mas não me peça o que você não é capaz de me dar. não cabe pedido, não cabe combinado, é tudo solto e perdido no ar. e pra quê, por quê? amor é isso? relaciomento é isso?

tento misteriosamente e arduosamente descobrir!














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