segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Pqna Dosagem...






... sobre a merda do amor

Não é a primeira nem vai ser a última vez que sofrerei por essa merda chamada amor.
Já escrevi sobre isso, e só penso em sair mais forte a cada vez. É necessário deixar o sentimento de tristeza entrar pra depois dar lugar à imensa felicidade que me cerca e que eu levo para as pessoas (elas sempre me dizem isso). Quem faz cagada e dá brexa não merece nem meu bom dia. E eu sou radical, pro amor e pra dor. Então foda-se, que logo mais é sexta, sou bonita, inteligente, independente e logo essa porra de dor passa!

Uma catuaba por gentileza.
timtim




sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Pra quê?

Sexta-feira 23 de novembro de 2012. São 09h30, 28°C na avenida Corifeu de Azevedo Marques, região do Butantã, zona oeste de São Paulo. Tudo corria bem dentro do Ford K vermelho, sexta de sol nada podia dar errado. Corta.

Um calor do caralho, um trânsito caótico. Bombeiros, resgates, ambulâncias, muitos carros, vários. E eu me pergunto pra quê tudo isso. Houveram mortos? Em momentos de ódio e impaciência meu altruísmo vai pelo ralo. E continuo me perguntando pra quê.

Pra quê todo santo dia pegar esse trânsito e morar nessa cidade infernal que esmaga sentimentos e colhe capitalismo, além de ter cheiro de asfalto queimado. São Paulo ultimamente anda bem fedida.

Pra quê ter que entrar num ônibus, qualquer ônibus, lotado de gente mal educada e acéfala que não pensa e nem raciocina, quer apenas passar seu bilhete único e se amontoar no fundo do coletivo. (Da linha Amarela não vou nem falar, é muito desgosto).

Pra quê retornar pra um cubículo chamado casa e ter que aguentar os problemas de outras pessoas, aturar a bagunça delas, o cheiro de cigarro em todos os cômodos, os gritos, dividir banheiro, ouvir volume de programas idiotas e a mesma ladainha neurótica de gente que não sabe (e não quer) ser feliz.

Pra quê cinco dias por semanas exercer a mesma função, no mesmo lugar, pra no final do mês receber uma quantia que vai pra outros lugares girando a merda do ciclo da economia.

Pra quê aguentar bronquinhas de gente sem importância que me tolhem ao máximo inflando o próprio ego, pensando no próprio umbigo com um objetivo único de não deixar ser quem eu sou.

Não vejo um sentido lógico.

Vejo pelo contrário, um desgaste, uma vidinha besta, quase igual da Macabéa.

Talvez falte gana e coragem pra por em prática algo que ainda não sei o que é, mas que com certeza faz mais feliz do que isso que descrevi acima. Quero que dinheiro, e esse padrão de vida "certinha" se exploda. Sou eu quem tenho que controlar o meu caminho. E cortar aquilo que não me serve mais.

Pra quê sentir amor, raiva, carinho, ciúme, se nada nem ninguém nos pertencem?
É tudo muito besta, não faz o menor sentido.

E mesmo assim, é latente na cabeça o questionamento de pra quês nessa experiência na terra.
Pra quê carro zero, um milhão de peças novas de roupas, beleza, vida social super ativa, contatos, glamour, restaurantes, casas, imóveis, contas pagas, pra quê tanto desperdício de energia e palavras ao vento sem nenhum significado. Vejo nego se matando de um lado, do outro pessoas com um mínimo de dignidade pra poder sobreviver, pra quê?

Em janeiro tive esse mesmo questionamento, e óbvio não achei respostas. Foi-se quase um ano e novamente nesse caos calorento me pego perguntando pra quê tudo isso se nada nessa zica faz sentido e a única certeza é caixão, terra e cemitério.

Canso se pensar.

(e não acho um sentido).

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Preciso

férias
vagabundagem
pernas pro ar
ventilador
ócio
água
canga
cama
banho
chinelo



é tudo que eu mais quero nessa vida, tipo muito, tipo já!


... lá fora chove, há trânsito, há fome, mas da minha mente ninguém pode mandar

vai que atrai!


quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Doce Amor

Quem me conhece sabe que nunca fui fã de criança. Faltava paciência, jogo de cintura,  maturidade, além de tristezas vivenciadas no passado, que me bloqueavam para entender o quão sensacional pode ser a experiência junto delas. Já tinha tido alguns capítulos com algumas (poucas) bem especiais e que me marcaram muito, mas tirando isso, no geral, era criança lá e eu aqui. Benjamín me chamou a atenção naquele fim de tarde no ponto de ônibus pela simplicidade com que recebia uma bolacha de uma desconhecida. Sem deslumbre, apenas agradecido, quieto, comendo e grudado no pai. E por capricho do destino, entre tantos ônibus, ele embarcou justo no meu, sentou justo na lateral do banco em que eu estava sentada. Nem dei bola. Percebi que ele segurava alguns carrinhos nas mãos. Eu como sempre, estressada e mal humorada como sou na maioria das vezes em que estou num coletivo, apenas pensava na merda que ia dar se ele ousasse lançar um carrinho na minha direção.

Mas isso não aconteceu. O tito (Vinagrito), espécie de ursinho e talismã o qual ele não vive e muito menos dorme sem, caiu no chão e eu peguei.  Foi então que olhei pro rostinho dele e tudo mudou. Mudou porque ele é lindo, dono de cachos loiros e um sorriso largo. Mudou porque ele tem os dentes mais lindos e tortos do mundo e chupa dedo com toda a doçura que uma criança de dois anos e sete meses pode ter. Simples assim. Eu me entreguei e segui brincando. Morri quando soube que o nome dele é foda e diferente de todos os comuns. E finalmente mudou porque naquele  rápido instante eu entendi perfeitamente que ele era uma criança muito especial. A gente sente na hora, não dá pra fugir.

Agora me pego com saudade quando fico alguns dias sem vê-lo. Fico encantada e boba toda vez que ele fala algo inesperado e diferente. Acordo muito cedo e sempre muito feliz (inédito) para brincar com o carro do bombelo, cantar musiquinhas, e claro, dar muitos cheirinhos e bejinhos e carinhos sem ter fim. É sempre uma festa! Seja na praça, no sofá, na rua, no metrô, ao vê-lo dormindo, sair correndo do trabalho pra poder dar um beijo antes dele dormir, dar água, suco ou letche, dividir um pão ou manga ou feijão, dar uma voltinha de carro e ouvir 300x "não quelo" -  num tem nem 3 anos e já tem personalidade forte pra caralho!


Olá meu nome é Nathália e agora ando por aí pesquisando passeios para crianças e querendo comprar todas as balas, chocolates e doces do mundo inteiro, obrigada.

Hoje literalmente consigo entender e principalmente sentir o que tantas pessoas diziam sobre o fascínio que uma criança (na maioria das vezes um filho) pode trazer para suas vidas. Benja não é da minha família, não é filho de amigos, não é meu filho, não mora no meu prédio, e é mais especial do que se fosse tudo isso. Me pegou, me quebrou, jogou meu coração malvado de pedra e contra criancinhas no chão e tudo isso apenas sorrindo. Agora enxergo as crianças com outros olhos, claro que nem tudo é fácil, é um trampo e dá uma canseira danada lidar com elas. Mas receber em troca um amor puro, ter outras experiências, frases, sonhos, um outro mundo em que a única preocupação é apenas qual será a próxima brincadeira, e os problemas são a hora de dormir e a hora do banho, é sem dúvida, sensacional.


Que bom poder viver tudo isso
Que bom não controlar a vida e ser surpreendida 
Que bom experimentar novas sensações
Que bom sentir a simplicidade e maluquice da infâcia

Que bom ter você na minha vida, Benjamín.


segunda-feira, 5 de novembro de 2012

Pqna Dosagem...





... sobre a preguiça:

Queria apenas ficar de pernas pro ar assistindo o VIVA e sendo muito feliz com o meu ócio.
Sem pensar em nada, sem questionar nada, sem querer nada, apenas ouvindo personagens e reparando nos cenários. Ando com preguiça e quero gastar o mínimo de energia possível. E o ritmo de vida no final do ano me convoca e obriga a fazer exatamente o contrário num turbilhão de afazeres.

quero não
posso não
meu corpo num deixa não...