Para todos que gostam de refletir sobre cenas cotidianas, corriqueiras e (quase) banais. Viver em megalópoles é viver diversas vidas numa só, acostumados com um vai-e-vem que não se aquieta um só minuto é aqui que podemos devagar,devagar,devagarinho..
Quem nunca ouviu uma mulher dizer que não vai sair "porque não tem roupa?" É pauta recorrente nas revistas femininas, há várias comunidades no orkut com essa máxima, e tenho amigas que realmente ficam em casa pelo fato de não acharem uma look ideal.
Meu problema vai mais além. Eu deixo de sair se o meu cabelo não estiver em ordem. Entenda que em ordem é lavado, seco, perfeitamente liso e cheiroso. É o complexo dos complexos. Tem gente que se acha gorda demais, magra demais, tímida demais. Pois eu acho que meu problema está no cabelo. E perco a vontade num instante se não achar que ele está lindo. Ser assim cansa. Não basta lavar e sair feliz com os fios molhados igual acontece nos comerciais de TV. Também não rola soltar o coque e vê-los cair brilhantes e sedosos nos ombros. Tudo mentira!
E lá se vai uma hora ou mais no processo. Lava, seca, chapa, passa reparador de pontas, vira a franja, põe grampo! Felizes das mulheres que acordam e precisam apenas pentear os seus. Agora imagine uma pessoa que faz faculdade, trabalha, precisa ler o TCC e apertar a Lóris e ainda arranjar tempo pra deixar os cabelos em ordem em plena terça-feira de inverno. Me olho no espelho e vejo sinais de exaustão, mas só descanso quando vejo todos os fios escorridos pelos ombros. Ai como é bom!
Daí nego chega pra você e diz simplesmente: - Nathy, seu cabelo é lindo, tão lisinho, assim fica fácil, né? - Fiiiiiica! É o que respondo na mais pura ironia. Mal sabem o duro que dei indo dormir na companhia do Jô quando comecei o trabalho na hora do JN. Sem contar a novela que é fazer o retoque da escova definitiva e desembolsar quase R$ 300,00 de quatro em quatro meses. Mas pior mesmo é fazer tudo isso, dormir e acordar com chuva. Quero morrer! Guarda-chuva e capuz de nada servem quando a amada capital paulista decide em garoar dias a fora. O cabelo fica aquele misto de óleo com água, não sei nem descrever, só sei que não tem salvação.
E sou adepta da opinião de que a maioria dos homens adora cabelo cumprido e liso. Pelo menos comigo é assim. Isso porque uma vez fiz a cagada de deixá-lo curtíssimo nos ombros. Resultado: o trabalho duplicou. Ficava armado, não dava pra prender, não tinha franja, tava uma inhaca. A galera dizia que tava bonito sim, diferente. Você percebe que ficou uma bosta quando ouve que está diferente. Minha irmã sim foi sincera: nossa Nathália, deixa crescer!!!!!Não havia outra opção.
Passado dois anos de perrengue, cá estão escorridos quase pra baixo dos seios. Alívio. Já me conformei em ser escrava do formol, escova e chapinha. Mas é como diz o ditado: ruim com eles, pior sem eles!
Ando muito a pé. Vezes pra ganhar tempo e cortar o trânsito, outras porque estou com vontade de tomar vento na cara, tem dias que quero espairecer e lá vou eu ruas a dentro. Pernas pra que te quero! Por isso me adaptei a usar tênis diariamente e deixar os sapatos mulherzinha pra ocasiões especiais. E nessas de ficar perambulando pela cidade quase não me dava conta de como as calçadas estão em péssimas condições.
Daí que hoje decidi usar salto para vir trabalhar. Pausa problemática: o percurso do metrô até a empresa não é muito longo, porém trabalhoso. Primeiro desço uma ladeira, sigo por uma avenida, desço mais uma rua e, finalmente, já perto do trabalho, subo mais um tantinho. Para não virar o pé e cair no meio da rua, fui andando devagar e olhando só e somente só para o chão. Tipo autista, mas faz parte. E ví que é praticamente impossível andar muitos metros sem pular buracos, bueiros com tampas velhas, não pisar nas bitucas de cigarro/chiclete/cuspe. Um verdadeiro nojo.
As calçadas estão em situação indeplorável e pra complicar ainda mais o tráfego, as pessoas não andam em linha reta. E com livre arbítrio de andar pelas ruas livres leves e soltos, cada qual tem o seu ritmo. E haja paciência pra desviar das senhoras que olham todos os camelôs, das crianças que saem da escola e passam parecendo avalanche por você, ou dos executivos folgados que caminham lentamente e ainda soltam a deliciosa fumaça de cigarro na sua cara. Some tudo isso com uma pessoa apressada e andando num salto vírgula. Não dá! É amigo, andar pelas calçadas de São Paulo nunca foi tão complexo. E a gente que vive com a cabeça em mil coisas quase não repara nesses detalhes irritantes.
Uma vez já falei aqui sobre a raiva que tenho dos transeuntes das calçadas. Pra não ser redundante falo hoje sobre a situação do solo. Ao mesmo tempo em que enchem a boca pra falar bem da cidade da garoa, da maior cidade do Brasil, a cidade que nunca para, a São Paulo dos trabalhadores, a cidade acolhedora e heterogênea, poucos dão importância para o chão que todo mundo pisa. E nem estou citando a situação das rodovias, marginais e avenidas.
Lembram da trabalheira que deu reformar as calçadas da Avenida Paulista?Demorou quase um ano e ficou lindo, mas em dois meses já estava com infiltramento, rachaduras, buracos e chicletes grudados. Cadê a educação da galera é o que eu também me pergunto. Parece exagero, mas as calçadas de São Paulo estão em retrocesso: bem selva de pedra mesmo.
... Sobre o Juca 2009: JogosUniversitáriosde Comunicação e Arte, é o nome que agita!Hoje é dia de seguir rumo a Santa Rita do Sapucaí e torcer pela Metodista, afinal, vamos ao ABC todos os dias, gastamos com a mensalidade e algo de bom precisa ter, né? Estou munida de joelheiras, capacete, remédios, desastrada que sou. Maaas o causo mesmo é que quero curtir até o último segundo! Ai que alegriiiiia.Bom feriado para todos, ié! Partiu!
... Sobre pessoas estranhas: Minha vó reclama que não falo direito com ela, mas quando falo ela diz que sou faladeira demais e vai embora. Se sou o poço de ciúme reclamam, se não dou a mínima reclamam, se falo a verdade, reclamam. Esses dias meu chefe me ligou da sala dele pedindo pra que eu abaixasse o volume do meu telefone. Totalmente X. Um amigo sempre dizia que eu morava no forró, ontem no msn perguntou por que virei turista. Sei não, mas esse pessoal é estranho demais, ou a louca sou eu!
... Sobre o TCC:Eu disse que tava tudo certo com o meu tcc até minha professora pedir uma pesquisa conceitual de 40 páginas! Começou a piração. Detalhe: o prazo de entrega era de uma semana. Nathalinha teve que ler Boaventura Souza Santos e foi então que descobriu que é burra!
Volta, lê desde o começo! Não entendi... Vamos lá, paciência, leia novamente. Necas.Após um sábado inteiro de leitura, eis que a análise saiu. Mas são com esses trabalhos que a gente percebe que falta muita coisa pra aprender. E não entendo como tem gente que consegue e gosta de pesquisar a fundo o Fórum Social Mundial. Cada um cada um, né?
Vilavi.la sf (lat vila) 1 Povoação de maior importância e graduação que a aldeia e menor que a cidade. 2 Os habitantes dessa povoação. 3 Casa de campo, de construção mais ou menos elegante, própria para recreio. 4 Casa de habitação com jardim, dentro da cidade. 5 Conjunto de casas pequenas, geralmente iguais, dispostas ao longo de um corredor ou à roda de uma área que comunica com a rua.
Depois da tradicional Mariana, da querida Madalena e da indigesta Olímpia, São Paulo foi invadida pelos bairros que aderiram à moda “Vila”. Basta o lugar ser bonitinho com praças e árvores, canteiros, prédios novos e aquele ar publicitário de “venha morar com a gente!” pra colocarem o nome de vila num sei o quê.E dá-lhe nego lançando as padarias da vila, quitandas da vila, botecos da vila e uma infinidade de estabelecimentos rústicos, mas com preços salgados demais para simples moradores de aldeias.
Se antigamente era feio dizer que morava numa vila, agora é cool e objeto de desejo. Na zona oeste as novas rainhas da cocada preta são a Vila São Francisco e a Vila Leopoldina. A primeira era habituada por moradores de classe media do Jaguaré. Nada demais. A segunda também não era muito simpática levando em consideração a proximidade que tem com o Ceasa e concorrência com os bairros Sumaré e Alto da Lapa.
Porém, com a chegada de novos prédios e urbanização que ambas tiveram, as Vilas se transformaram.As modestas casas deram lugar ao Franz Café, Academia Runner e como não poderia faltar,Bar Caldeirão da Vila. Já na Leopoldina, com a instalação da balada de maurícios Pacha nas redondezas, parece que a cidade inteira descobriu o bairro, mais um motivo pro boom da Vila.
E assim segue a vida. Com a moda de ser retrô, rústico e ecologicamente correto dando as caras, mais Vilas devem surgir por aí. Parece que a correria, o cinza e o pit stop voraz da cidade serão substituídos por uma imensa paisagem verde com pessoas caminhando ao redor dos armazéns. Será que SP vira vila?