sábado, 7 de setembro de 2024

o dono da dor

 Saiu o Boto Marinho sentido Paquetá. 

Se você caiu aqui do nada, eu te explico: saiu hoje o bloco do Boto Marinho, a gente pega a barca na Praça XV sentido Ilha de Paquetá, e já dentro da barca, o pau come na fanfarra, sacou?

Mas tem bloco em Setembro?
Mermão, o Carnaval do Rio de Janeiro é o maior do mundo, simplesmente pq ele não acaba nunca.

NUNCA NÃO É CARNAVAL, essa frase veio da boca de um mineiro enraizado em SP, no caso, o dono do melhor bloco de SP, mas esse texto não é sobre isso.

E eu que naisci na cidade errada? Papo 10, eu sou carioca. É cidade grande com praia, com bar, com estrutura, com um povo alegre que ginga dentro da maior dificuldade, o carioca tira sarro estando chafurdado na merda, e disso eu sinto um orgulho, pq se fosse em sp tava todo mundo de bico dentro das suas micro bolhas mêu, pensando na meta mêu, eu gosto de trabalhar mêu. (gente chata!)

Eu realmente não posso reclamar, pq são paula tem sido gentil comigo desde que voltei de terras irlandesas, mas peraí um pouquinho: eu quero jogar vôlei na praia, sair andando e me jogar no mar, aquele mar verde de Ipanema, sacoé? Quero tocar meu trombone nos blocos, quero escrever minha tese sobre Carnaval numa terra onde essa coisa é levada realmente a sério! 

 E digo maix: Quero passar pelo seu Zé na Lapa agradecendo sempre, depois de descer Santa Teresa cansada, suada e felix. Pegar uma aula do Simas no Madri, ou no Bode Cheiroso, pq não?

Simplesmente sentar minha bunda no Arpoador e apreciar, só isso.


Eu sei que o Rio de Janeiro não é para amadores, mas se até o sotaque eu desenvolvi, que mais posso dizer senão que eu nasci na cidade errado. Ver meu Palmeiras, meu Vascão no bar, sem ninguém me olhar torto pq eu tô falando alto, até pq o carioca grita! (me identifico muito)

Vou morar na Glória, no Flamengo, Laranjeiras, Tijuca.  O gatilho meu pai.

Pra variar, era pra eu estar lá. Peguei um job pra trabalhar justamente pro Rock in Rio, só que quem me paga é são paulo, imagina a frustração de se sentir presa num lugar só por causa do dinheiro. Na moral, não desejo pra ninguém. Mas porra Brasil, vc pode ir outro finde.

Não posso não, o Boto Marinho de inverno saiu hoje.









meu amor eu te amo demais infinitamente, tu não é fácil, mas eu tbm não sou, porra!
estaremos juntos muito em breve, e daí eu não vou te largar nunca mais.








saravá.


domingo, 25 de agosto de 2024

Veio aí

                                                                        Adivinha o DDD


Bom, de tanto eu falar que sou carioca, que isso, que aquilo, depois do dia memorável de São Jorge lá, eu sei lá o que deu na energia (tudo para mim!), mas mesmo em SP eu comecei a cruzar muitos cariocas. No bar chega uma querendo me mostrar o anel! (era de Copa), depois mil cariocas numa feirinha hippie aqui da rua. Numa outra vez brota uma de Nikity etc. TODOS repetem: "tu tem que morar lá!", meu deus que sotaque bonito, e eu sempre num pequeno surto de alegria ohohhohohohoho.

Corta

No último feriado do dia 09 de julho eu parti pra lá novamente, grazas a Deus. Sábado normal em Botafogo, fui tomar café da manhã e pum: a orla. choros, etc. Depois eu encontrei com Zanetti, Luísa, fiz amigos no hostel, fiz uma melhor amiga de infância e a gente se juntou com um outro carioca queridíssimo!

Sempre que eu me jogo sozinha pro Rio dá bom! NÃO TEM CONDIÇÕES.

Só que chega aquela hora que eu alucino e quero ficar sozinha. Dessa vez eu decidi ir ver um jogo do Flamengo em Vila Isabel, acabei entrevistando a dona de um bar que me contou uma história irada.
Dessa vez o Samba do Trabalhador não me escapou, assim como o Samba pra Roda (total de zero humbertos carrões), enfim eu sambei e sambei e vivi e me joguei no mar.

Corta

Ontem eu fui num churrasco com uma galera querida do Butantã, eis que recebo um presente:
Um mapa do Rio de Janeiro impresso em tamanho gigante, puta que pariu! Exquece de mim, pq eu nao queria mais conversar com ninguém, só queria ver meu mapa, adeus. Chorei? Mas é claro que eu chorei. Só uma pessoa que me conhece assim poderia ter dado um presente desses! pqp eu morri real etc.

Ontem você me perguntou se eu era feliz e eu respondi que sim, claro! e aí vc revidou dizendo que pra você a felicidade é um estado. E eu completei dizendo que eu estava sim feliz. Mas pensando bem, será mesmo? Acho que não sei dizer.

Sabia que eu vou morar na Glória?
Ah é?
Sim fica aqui no mapa.







Calvo.





sexta-feira, 9 de agosto de 2024

Para Jaqueline

 




Eu queria apenas levar um perfume de presente.
Corta pra: máscara de Covid, Butantã, Av. Paulista, Augusta, Baile dos Ratos, Diná, Fatiado Discos,
show do Caetano, Margarete, BBB, Santa Cecília, sacolão, Assis, Europa, CarnaRio.

Talvez você seja a irmã que eu tanto quis nessa vida; a irmã que toma sorvete, enche o meu saco, dorme a hora que quer, sai por aí numa liberdade que parece a minha, tromba no meio do caminho, faz chorar de rir e chorar de saudade.

Um perfume: e uma vida inteira pra completar. 
Eu não gosto de gaúchos, você sabe, mas agora eu desfilo com uma camiseta original do Grêmio e bato minha perna canhota como quem bate uma bombacha. Eu sei lá o que é bombacha, sabe? Ai sabe.

É peixe de ano novo num agreste que sinceramente, série cubana numa simplicidade sem fim, seu cachorro, meu cachorro que tanto parecia você. 

Sou eu gritando na orelha de Santo Antônio, dai tu desafia ele (aham cláudia!), quantos momentos em tão pouco tempo? 

A única capaz de adentrar a casa de Marga. E o doce de abelha há um ano guardado na geladeira.

Nada nessa vida é por acaso, e nem eu, a pisciana mais sonhadora dessa vida de Manoel Carlos poderia imaginar o que viria pela frente quando eu cruzasse a casa do Campeche; Você tem noção que passamos um Carnaval no Rio de Janeiro juntas, né? 

Fátima, estaremos juntas em Copacabana, Santa Cecília, Lajeado, Rosa, London, China, Allianz, Arena

Que dupla de águas formamos, hein?

Obrigada.





domingo, 4 de agosto de 2024

Mais um texto sobre o Rio

Alguns me perguntam: "mas você tá aqui ou tá aí?" e esse aí está mais natural do que nunca. Ao todo, foram mais de 50 dias no Rio, só esse ano, e estamos em abril ainda.

Maricá, Niterói (crush do ano), Rio (crush da vida). O Rio de Janeiro, olha sinceramente. É um deslumbramento que já dura mais de 10 anos e toda vez essa euforia e história e amigos e agora: um bebê. O grupo de amigos vai aumentando, alguns ficam, outros, do nada aparecem. Eu não sei explicar muito bem, mas agora já é uma forma de pertencimento e "fingir costume", começa a ser a vida real. 

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Ao Vivo

 Enquanto os Santa Ceciliers passeiam e exibem seus Dr. Martens pela Fortunato, eu recordo os outonos que passei em Dublin/ London. É, sem duvida, a minha estação preferida. Aqui, sao 6 meses de um calor infernal, e la, 6 meses de um frio lascado. Nada como o equilíbrio outonal. Sol com brisa gelada. Tudo para mim. Ainda que a saudade lateje, eu me sinto cada vez mais PaulistanaCarioca. Aqui a vida flui perto dos meus. Cada demanda que a gente resolve diariamente. Uma luta pra colocar uma kitnet nos eixos e fazer todos os pratos virarem. Mas ai, a vizinha me mostra o minúsculo espaço em que divide com a filha na cama, e ela está me contando feliz, sem vitimismo. Quem sou eu pra reclamar de alguma coisa? Cada portinha desse corredor guarda uma angústia, assim como a minha. Mas no final das contas, a alegria e o prazer da vida conseguem se sobrepor.

domingo, 12 de maio de 2024

Como explicar?

 Eu moro na Santa Cecília há dois anos. Num apartamento delicinha, arejado, bonitinho, tudo para mim.
Sempre, SEMPRE, tranco a porta, mas confesso que algumas vezes eu esqueci ela aberta. Errei, fui moleque.

Corta pra quinta-feira 09/05/2024, depois de assistir o jogo do Palmeiras, estava eu aqui em casa ouvindo um som (eu estava de folga na sexta-feira), escurinho delicia, acenderia um incenso, para finalmente me deitar, sabe o episódio do Friends, que o Chandler pede a Mônica em casamento? então, era esse aí que ue ia assitir.

Quando do NADA, minha casa foi invadida por duas pessoas que eu não sei quem são, não sei de onde vieram, não sei o porquê de terem pisado aqui. Eram dois homens. Fecharam a minha janela, me jogaram na parede da sala, levei um chute na boca. Não lembro de mais nada. Acordei 6h com a boca inchada, meu celular estava travado (Iphone Indisponível), e minha chave, que leva o chaveiro com o Grinch, quebrada.

Desci desnorteada para a portaria, o porteiro até entender o que eu estava falando, puta merda.
Subi, toquei na casa de uns vizinhos queridos, que me acolheram, me ajudaram e finalmente chamamos a polícia.

Eu estava muito aérea com tudo o que estava acontecendo, mas a policial me disse para fazer um boletim de ocorrência e corpo de delito.

Assim começou o meu final de semana, e a minha folga.

Quem foi? E o porquê fez isso? é o que me martela na cabeça há 3 dias sem parar.
Troquei a fechadura, os miolos, coloquei uma tranca na porta. Agora estou segura? E se derrubarem a minha porta novamente?

Quem me conhece, sabe que eu sou uma mulher de fé, e que Santo Antonio não falha comigo.
Mas até nisso fui julgada por alguns olhares do bairro.

Ser mulher solteira, independente e sozinha, tem dessas.
Será que invadiriam a minha casa se eu casada estivesse? Se tivesse um homem aqui, alguém invadiria o meu aparamento?

Pelas imagens das câmeras que eu assisti, junto ao corpo diretivo do Condomínio, pudemos perceber que não entrou ninguém de fora, ou seja, quem cometeu esse crime mora aqui, sabe que eu moro sozinha, sabe de toda a minha rotina, vocês tem noção da gravidade disso?

Há males que vêm para o bem: meus vizinhos são uns queridos, meu pai me ajudou, rapha veio, meus amigos jornalistas ficaram putos e um grande amigo advogado disse que esse caso ele ia acompanhar de perto.

Quem vê stories, não vê a vida real.
Foi duro PRA CARALHO, mas a gente vai seguir nessa história até o fim.

"Sou como a haste fina
Que qualquer brisa verga
Mas nenhuma espada corta"