quarta-feira, 20 de agosto de 2014

Não sou obrigada


Sabe, eu percebo cada mais vez que se tem uma coisa nessa vida é a de que eu não sou obrigada. Não sou obrigada a ter meios amigos, por exemplo, amigos de contatos diários no Facebook e realidade zero. Amigos que aumentam listas e engordam chats e no real? Nada. Não sou obrigada a manter contato com quem não tenho afinidade nem vontade, não sou obrigada a viver somente para pagar aluguel, já que a vida é muito mais que isso;

Não sou obrigada a ter no meu caminho coisa que atravanca. E por coisa entenda objeto, pessoa, sensação, situação. Cheguei num ponto da vida que ando infinitamente mais racional e consequentemente chata. Se antes já odiava e evitava o que não curto, agora penso que não sou obrigada. Lugares lotados, filas, coxinhas ao meu redor, machismo, ignorância, gente que é fake, gente que eu não vou com a cara. Odeio ser simpática sem ter vontade. Odeio dar beijinho de "oi" se não estou com vontade. Ando sem paciência pra facebook. eu odeio facebook. Já escrevi sobre isso e infelizmente não deleto minha conta por trabalhar com internet e ser o lugar aonde (ainda) as pessoas mais se falam e compartilham conteúdos pertinentes ao site em que escrevo.  E é uma pena. A perda de tempo, conteúdos inúteis, proliferação de chorume, exposição desncessária da vida etcetcetc.

Não sou obrigada a ter apego. Aprendi que é mais fácil desapegar e jogar com as fichas que a vida nos dá. O tempo muda, a vida muda, nós mudamos, os interesses mudam e não há porque ficar estagnado no mesmo lugar fazendo pacto com a infelicidade. Somos obrigados? Eu não. Emprego, pessoas, família, namorado, nada nada NADA vale o sofrimento ou a falta de sono. "Ser todo por inteiro, nada teu exagera ou exclui", já diria Fernando Pessoa. E é bem isso, se estou é inteira, completa, envolvida, com vontade seja em qualquer fator da vida. Não sou obrigada e nem tenho paciência pra ouvir verdades que não são as minhas. É simples. Se algo me soa mentiroso e eu não consigo acreditar, vai pro lixo.

A solidão, independência e maturidade me deram mais do que rugas (que graças a Deus ainda não tenho!), me deram sanidade. Sanidade pra olhar o caminho e saber se é realmente o que quero. Sanidade pra olhar no horizonte e saber onde é que eu quero chegar e como vou fazer isso. Sanidade, pé frio no chão e coração salvo, o mais importante. Cheguei no ponto em que todos os quesitos da minha vida foram exatamente escolhidos por mim. Minha profissão, meu carro, minha casa, meus amigos, meu trabalho, minhas escolhas, minhas alegrias. Nada foge. Nada incomoda. Sanidade é saber que enfim, consegui. Ainda falta tanto, logo mudo tudo de novo e lá vai eu dando braçadas vida a fora.

Sendo assim fica cada mais difícil fingir, sorrir sem vontade, dizer o que não sinto, manter o que não me é interessante. O papo tem que ser real e reto. De joguinho, abracinho e likes eu realmente não preciso e muito menos sou obrigada.






Um comentário:

Dremis disse...

A vida feita de experiência nada vai para o lixo... a vida se faz e refaz, constrói ou deconstrói, apega ou desapega... a vida ao fim é só esse caminho, esse fluxo de repente... no caminhos as entrelinhas, fluxos que pendem e suspendem-se em alegrias e tristezas... a vida que é bela e que segue em abraços invensivéis ao tempo só se o amor é de verdade e verdadeiro.