terça-feira, 27 de agosto de 2013

La lechuza




(...) em meio à minha zona de papel, entre contas, fotos, frases perdidas e desconexas, lá estava ela. Feita a lápis, num traço entre e o perfeito e o tosco, estaba la lechuza mirándome. Com sua frase  'Con el alma abierta', ela ressurge sempre quando preciso. Quase um sinal. Quanto mais se abre a alma, mais o medo de feri-la. Pisar em solo desconhecido com vendas nos olhos é no minímo desafiador. Você vai aos poucos sentindo firmeza em cada passo, um de cada vez, com calma. Tropeça, cai, levanta. Usa as paredes como apoio e vai seguindo. Cai de novo, tropeça. Pensa em recuar e levantar a venda pra enfim enxergar tudo duma vez e acabar com a brincadeira. Mas respira, levanta e segue.  E a coruja na árvore. Me olhando com seus olhos redondos fixos e negros. A frase, a alma, o sentido, a vida e o respiro. 

O medo paralisa e proteje.
Há que se encontrar o equilíbrio.








Nenhum comentário: