quinta-feira, 16 de abril de 2009

Bom-humor não é bobeira


Algumas pessoas têm o dom de confundir bom-humor com bobeira. Vejo aos montes situações em que há sempre um bobão infortunando alguém, achando que está agradando muito, e a outra pessoa, pra não passar por mal-educada, dá aquele sorriso manso de quem não quer comprar briga. Na empresa e na família sempre tem um assim.
Seja aquele primo besta que não sabe fazer piada e tira um sarro dos quilos extras de outrem, ou o mala da repartição que mete o dedo no seu monitor e solta uma frase do tipo: “Heheh faltava fazer isso com você! Mas não fica brava, hein!” ¬¬


E é isso que vem acontecendo comigo há um certo tempo. Eu adoro o lugar em que eu trabalho. Gosto do que faço, as pessoas são legais e não tem motivo pra chegar de cara fechada. Procuro não me atrasar, dizer um “oie” pra todos e seguir pra minha mesa. Mas é assim que acontece. Você é simpática e os outros acham que são seus melhores amigos. Confundem educação com intimidade.

Aí, naquele dia em que você não tá com vontade de conversar, vem um e te cutuca achando que você vai rir. Ou outro arrisca uma piada e diz que isso é falta de ... e faz um gesto com a mão. Geralmente isso é feito por um homem. E os outros bobões acham uma graça que não consigo entender. Precisa ter muita paciência pra não soltar um "porque você não vai tomar no cú seu troxa?" e acabar perdendo o emprego.

Dia desses alguém disse: “Tá de mau-humor Nathy?” no que eu mandei um: “Tô sim”. A pessoa ficou sem graça porque estava crente que eu não seria tão sincera. Depois senti certo incomodo por ter respondido daquela maneira, mas convenhamos que se eu não dissesse nada a situação só iria piorar. Não entendo como não passa pela cabeça dessas pessoas que nem todo mundo adora brincadeiras, nem todo mundo acorda sempre com o pé direito, nem todo mundo tem vontade de rir de coisas que simplesmente não têm graça. Daí se eu decido gritar isso aos quatro cantos do mundo, sou taxada de velha, ranzinza, rabugenta e vários outros adjetivos do gênero.

Ser engraçado é completamente diferente de ser bobo. Meu reino por uma tirada inteligente feita por alguém de voz séria. Dou risada feito criança. Agora, quem acha que vai me fazer gargalhar porque me passou uma rasteira, escondeu minha cadeira, falou que meu cabelo tem chapinha, ou estou comendo demais etcetc, pode esperar sentado. É por essas e outras que continuo amando o meu mestre (que Deus o tenha) Saraiva, tolerância zero!


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