segunda-feira, 4 de novembro de 2013
Eu vou pra Cuba
Antigamente Cuba resumia-se a Che, vôlei feminino, charuto, rum, homens fardados de verde oliva, comunismo, barba, fim. Foram esses tópicos que me vieram à cabeça quando ele disse que vinha da ilha, isso em setembro do ano passado. Aos poucos a cultura cubana e suas peculiaridades foram fazendo parte da minha vida.
Banana Frita, malícia, Congri, sedução, Los Ban Ban, pinga, Yusa, cacharros, cojones, Bucanero, tudo foi sendo absorvido por mim ao me apaixonar por um cubano. Eu até imaginava que seria um sonho ir para lá junto com ele, mas parecia surreal, distante, abstrato. Eu em Cuba? Aham Cláudia. Agora, faltando quatro dias para o meu embarque, (ele chegou à ilha hoje), eu nem sei o que me espera do lado de lá. É muito mais que uma viagem de férias, é muito mais do que conhecer a família do namorado, é muito mais do que saber de onde aquele cara vem, suas raízes, seus porquês e a base de tudo aquilo que ele me contou. É muito mais do que a minha primeira viagem internacional. É muito mais do que sair do virtual e abraçar de quem ele tanto me falou. É muito mais que pisar no solo de um país revolucionário, político, forte e rústico.
O sol latente e escaldante, o mar azul do caribe, a humildade e singularidade do povo, tudo tão perto e tão longe. Que cheiro tem Cuba? Que gosto tem? Como é o pulsar duma terra tão singular? Quais os detalhes que a compõe para apaixonar quem vai e jamais quer voltar?
Um misto de felicidade, ânsia, medo, lembranças, ansiedade, alegria, choro me invadiu. Batemos o martelo em maio. Em julho comprei a passagem. De lá pra cá foi a espera e o planejamento de como seriam os dias na terra do Fidel (rascunhos que serão totalmente modificados na hora H).
Desde a última sexta-feira os dias foram ficando estranhos, exigindo força física e emocional, fazendo mudança, vivenciando despedidas, é difícil se desapegar de uma rotina de um dia pro outro, literalmente.
Sei que o pote de ouro está lá quietinho me esperando para descobri-lo, mas até sábado às 12h tudo o que até então vivi e escrevo na expectativa de adivinhar como será a viagem, será uma passagem do abstrato pro concreto.
E então encostarei a mala no chão, olharei ao meu redor e enfim poderei dizer: CUBA, CHEGUEI.
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