quarta-feira, 27 de maio de 2009

Ser normal ou injuriei


Em crise. Tudo porque sou normal e ser normal me irrita. Na verdade, as crises existenciais chegam sem mais nem menos e vão tomando conta de mim. Daí quando estou quase surtando, certa de que me jogar na frente do trem é a solução para todos os problemas, ela desaparece. E fica a tonta aqui tentando entender o porquê de tantos sentimentos gélidos. Já disse que sou defensora do Brasil, de suas músicas, sotaques e raízes. Pretendo estudar o sertão e quero passar muito calor e ficar sem beber água, mas convenhamos que o parágrafo ficaria mais bonito se fosse escrito por uma gringa, ou brasileirinha enrustida. Dessas que são lindas e ricas, moram na vila, mas pagam de politicamente corretas e engajadas. As hippies de boutiques como destilou Guilhermo. Assim é muito fácil.

Agora vejam vocês, que ser normal não é tão fácil assim. Normal no caso, aplica-se a ser totalmente brasileira, se é que isso é possível. Mas deixa eu desabafar: Eu não tenho o cabelo liso, não sou loira nem negrona, meus olhos não são azuis nem verdes nem mel, não tenho um peito formidável, meu nariz não é fino, meu sobrenome não é italiano, nem espanhol, nem húngaro, nem nada, minha boca não é larga nem meus caninos afiados e meus parentes são todos descendentes de... Brasileiros. Sou tão normal e brasileira que nasci com uma bunda enorme e dei pra gostar de samba e forró, tem pior?

Eu não tive um avô imigrante, pelo contrário, era retirante nordestino mesmo, e minha avó nada se parece com dona Benta. Não uso scrapins e camisas chiques, não faço luzes, nunca viajei pra fora do país nem conheci a Disney, não moro em bairro tradicional, meu cachorro não é labrador, nem York Chire, nem Laazapso, não tenho piercing no umbigo nem segundo furo na orelha. Até meu nome é comum, tá cheio de Nathália/Naths por aí. Entendem a crise de uma pessoa perfeitamente normal? Que não consegue se livrar de calçajeans-camiseta-tênis? E nem tem pique pra passar blush e usar salto às 06h15 da matina?

Adoro ver novela, comer hot-dog no meio da rua, dormir com pijamas velhos e que não são conjunto, fazer as próprias unhas e andar de metrô. Poderia ter seguido no ramo da geologia, Aeronáutica ou ser atriz de cinema mudo, mas até a profissão é normalzinha. Definitivamente ser normal é uma bosta. Quem sabe não viro punk ou evangélica fervorosa, tinjo meu cabelo de acaju e começo a namorar um cantor de música country? Ser normal me irrita.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Pqna Dosagem...


... Sobre a vida: tenho mania de procurar pelo em ovo. Se meu cabelo tá lindo, meus pais com saúde, vou ao forró direto, é a facul que empaca. Se ando as mil maravilhas em todas as matérias, como chocolate aos montes e meu chefe se anima, é o amor que não vinga. Daí, se tudo isso tá maravilhoso e eu encontro um príncipe mestiço lin-do, sinto sufocar e quero ficar solteira. Entende a complexidade?

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Vamos sorrir e cantar! Lá lá lá lá...

Folha Imagem

Que eu amo o Silvio Santos não é segredo pra ninguém. Mas é que hoje, após ver essa foto estampada no jornal, me deu uma vontade imensa de escrever sobre ele.
Que apresentador veste um cachorro com terninho e microfone, gente? Lança um reality show primeiro que a Globo, deixa Ana Paula Padrão um tempão na geladeira e define Galisteu como “telefonista do SBT”? Canta "hot hot hot" na abertura de um programa, tira um jornal do ar e substitui por Duck Tales?

Silvio é o Cara! Daí comecei a pensar porque ele é tão querido pelo público que vai de crianças às senhorinhas que ainda pagam fielmente ao Carnê do Baú. Ele pode não ser o N°1 se tratando de Ibope, Telenovela e jornalismo. Mas ai do nada reinventa um programa aqui, lança um personagem ali, assina um contrato milionário acolá, e bum! faz a moda pegar!

Ou vai dizer que você nunca assistiu Show de Calouros, riu com Ivo Holanda, Gibi e Ruth Ronce, e de uns tempos pra cá começou a reparar na pequena Maysa? Sem falar do Esquadrão da Moda, mais uma cópia que deu certo.

Gosto tanto dele que às vezes penso: “Como vai ser quando esse homem morrer?!”
Por isso, após discorrer sobre esse amor platônico, enumerei 11 motivos pra você que ainda resiste em não amar o mestre, baixar de vez essa guarda tosca! Segue:

1) Ele nos deu Chaves, Carrossel, Vovó Mafalda, Passa ou Repassa, Usurpadora, Chiquititas, Punk a Levada da Breca.

2)Tem aquela risada e voz que todo brasil ama copiar. Qualquer humorista de esquina sabe (ou tenta) imitar o Silvio.

3)Faz o trabalho dele e se diverte no palco. Racha o bico de quem não sabe cantar, faz piada de duplo sentido, dá fora nas senhorinhas lerdas e pergunta domingo a domingo: “É da caravana de oondeee?”

4)Fechou a Maysa dentro de uma mala!

5)Montou um império e administra como bem entende. Silvio não tem o rabo preso com ninguém. Ratinho não tá dando audiência? Sai de cena. Aqui Agora afundou logo na primeira semana? Manda todo mundo embora! Sai o Cinema em Casa entra o Chaves. Sai o programa da Galisteu e entra o Chaves. Põe a Hebe às 20h pra competir com o JN e não ta nem aí!

6)Deixou sua esposa gracinha Íris Abravanel colocar uma novela no ar. Fala sério! Quando dona Lily Marinho teria a oportunidade de lançar um folhetim?

7)
Vai no Jassa tratar os cabelos e retocar a tintura Acaju.

8)Continuando: lançou a Eliana, Mara Maravilha, Em nome do Amor, Porta da Esperança, Boa Noite Cinderela e Show do Milhão!!

9)É carismático, simples, apelativo e não esconde gostar da bundona de Mulher Samambaia.

10)Se pré-candidatou à presidência desse país. Pena que não rolou :(

11)E pra fechar com chave de ouro, é autor da música Ritmo de Festa

São por esses e outros motivos que amo o Silvio Santos. Podem falar mal, jogar pedra, inventar fofoca. Silvio Santos não liga. E eu também não.


quarta-feira, 13 de maio de 2009

Próxima parada: Hospital das Clínicas


Quem mora na zona oeste como eu deve passar inúmeras vezes pelo Hospital das Clínicas. Ele é bem grande e chama a atenção por ser um complexo de prédios antigos que fica entre avenidas movimentadas de São Paulo. E ônibus vai, ônibus vem, desce na estação que leva o nome do hospital. Os arredores do HC são lotados de gente e há até um estacionamento subterrâneo para tentar acomodar a quantidade de carros de quem trabalha ou vem se consultar no local. Até aí, tudo normal.

O grande porém, é o de que há uma espécie de mundo paralelo dentro daquele hospital e isso é facilmente perceptível. Eu nunca tinha entrado, mas sentia uma curiosidade para saber o que rolava por aquelas bandas. E foi então que meu pai teve um AVC leve e foi submetido a uma internação na UTI do HC. A quantidade de pessoas, feridos, residentes, chefes de equipe, enfermeiras e faxineiras que transitam a todo vapor é de dar espanto. Por mais que seja um hospital renomado, São Paulo é muito populosa e não tem como dar conforto pra todo mundo.

Eu não sabia se ficava parada observando, se fazia 15 perguntas sobre meu pai, se reparava na trombose da moça ou no esforço que cinco médicos faziam para aplicar um sedativo num homem esquizofrênico. É tudo junto, e se por um lado o sangue ferve pra tentar obter o mínimo de paciência nessas situações, por outro, existe uma espécie de descaso e desdém por parte dos enfermeiros que repetem "não sei senhora" para qualquer pedido de informação. Os residentes mal têm tempo pra almoçar e lidam com vários casos com a maior naturalidade. Profissão foda!

Aí quando o relógio marcava 17h00, o guarda colocava todos os familiares da UTI pra fora, sem saber se você tinha achado o parente, se ele tinha morrido ou NDA. "Cabou o tempo, prezados." Era isso o que ele dizia. E eu dava de frente com um bosque silencioso e o por do sol paulistano lindo, lindo. São muitas contradições e vó o quanto essa cidade é muito louca. A gente passa várias vezes por um lugar, mas ele só faz sentido na nossa vida quando acontece coisas desse tipo. Passar pelo final da Rebouças já não é tão simples assim.



Ps: papi já teve alta e comemorou o título do Coringão. Amém!

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Pqna Dosagem...


... Sobre coisas que não entendo na Metrópole:
* Pq as pessoas não andam em linha reta na calçada?
** Pq senhoras/senhores adoram carregar sacolas?
*** Pq você se sente de um jeito na Oscar Freire, mas quando atravessa a rua e vai pra Cardeal se sente
bem melhor?
**** Pq existe tanto ônibus que vai pra
Lapa?
*****Pq o ABC é tão chato?
*****Pq os ônibus turísticos insistem em estacionar na Avenida Paulista,
segunda-feira às 09h25 da manhã?

Respostas, comentários, fofocas, rimas & afins são bem vindos. Obrigada.